sábado, 4 de julho de 2009

É POR TU QUE EU FAÇO ISTO!


(risos)

Na manhã de hoje, vi um documentário incensado sobre pessoas que se matavam da ponte Golden Gate, em San Francisco (EUA). Nome do filme; “A Ponte” (2006, de Eric Steel) e, pelo que entendi, a equipe técnica posicionou câmeras em locais estratégicos e flagrou algumas das tentativas e suicídios propriamente ditos que ocorreram naquele local em 2004. Enquanto a câmera acompanhava os movimentos das pessoas que pulavam para a morte, a edição acompanhava o que parentes e amigos dos suicidas tinham a dizer sobre eles em vida. Fiquei muito irritado com o tom condescendente e de auto-ajuda do filme. É tão irritante em sua crítica à visibilidade chantagista de alguém que tira a própria vida de maneira tão espalhafatosa que, surpreendentemente, nos faz amar mais e mais a vida quando Howie Day termina de cantar “End of Our Days” durante os créditos de encerramento:

“At the end of our days
Well I'm gonna say what I mean
Well I'm slipping all away, away
At the end of our days, we'll escape
We'll escape”.

Tomara, meu Deus, sinceramente, tomara!
Wesley PC>

HEREDITARIEDADE POR EXTENSÃO...


Meu falecido cãozinho Almodóvar de Castro era muito parecido comigo. Era a prova viva de que animais domésticos assimilam características de seus donos, dado que ele era frenético, emocionalmente instável e sexualmente polivalente, não obstante não fazer uso da pornografia comumente atribuída a seres de sua espécie. Quando ele morreu, para além de toda a tristeza que senti, enfrentei uma crise pessoal, no sentido de que não conseguia amar da mesma forma o cão que ficou sozinho aqui em casa, este da foto, Bogdanovich de Castro, que parece ser mais “filho” de meu irmão do que meu (risos). Até que, hoje pela manhã, constatei algo de que minha mãe já o vinha acusando faz tempo: ele sente a maior tara sexual por animais com calazar (nome comum para a leishmaniose)! Sério! Ele é um vira-lata bastante pacífico e relativamente reservado, mas, sempre que percebe um bicho acometido por esta terrível doença degenerativa, ele se aproxima e lambem cheira, beija, etc.... Explico a minha mãe que esta doença é transmitida via picada de insetos, mas ela não entende. Sente nojo do nosso animalzinho quando ele chega em casa, excitado com seus encontros bizarros. Agora eu sinto que o amo de verdade. Não da mesma forma que o eterno ‘Dovinha (nem precisa), mas o amo!

Wesley PC>

COMO SE JÁ NÃO ME FOSSE O BASTANTE PENSAR TANTO EM TI...


Por não conhecer o YouPorn de perto (juro, até ontem, eu nunca havia sequer ouvido falar sobre isso e, graças à Wikipédia, já sou um especialista teórico!), tive um pesadelo horrendo envolvendo Roberta Miranda, Rafael Maurício e meus dois vizinhos “fornecedores”. Estávamos todos na mesma casa. Rafael Maurício estava irritado, sabe-se lá por que, e eu conversava com os meninos, que, como bons filhos de caminhoneiro, adoram canções como “A Mulher em Mim” (regravação da Shania Twain) e coisas do gênero. De repente, a própria cantora musa do brega adentra o recinto. Olha-me com raiva fulminante. No sonho, eu gostava dela. Canto alguns de seus versos, tentando agradá-la, mas ela dá de ombros, me maltrata, diz que não quer saber... “O que foi que eu fiz desta vez?”, pensei mais uma vez. Ela não responde, só me xinga, evita minhas aproximações. Rafael vai embora. Eu saio de onde estava e vou para minha casa também, consolar minha dor de cotovelo ao ouvir justamente Roberta Miranda. Percebo que meus vizinhos fornecedores vão tomar banho. Decido espioná-los, como sempre. Escondo-me no local onde eles guardam uma bicicleta desmontada, mas sou flagrado pelo mais novo, excessivamente masturbatório e que, felizmente, não apaga o histórico de seu computador com Internet. Ele me faz algumas perguntas, como se fosse muito normal me flagrar espionando-o (e é!). Eu respondo... e acordo!

“Vá Com Deus! Vá Com Deus!
Que O Amor Ainda Está Aqui
Vá Com Deus! Vá Com Deus!
E Tente Sorrir Por Mim
Amor Meu!
Se O Destino Tá Traçado
Prá Vivermos lado A Lado
Vá Com Deus!”

Que sirva a carapuça!

Wesley PC>

“QUANDO TU UTILIZAS A ARTE PARA ACERTAR AS CONTAS COM SUA PRÓPRIA VIDA, JÁ NÃO É MAIS ARTE!”


Assim diz Christine (Claude Jade), a esposa do protagonista de “Domicílio Conjugal” (1970, de François Truffaut), neste que é o quarto e penúltimo filme da Pentalogia Antoine Doinel, protagonizada por Jean-Pierre Léaud entre os anos de 1959 e 1979. Neste filme, Antoine Doinel está casado. Pode-se dizer que ele é feliz. Discute eventualmente com a esposa e com os vizinhos, mas é feliz. Diversas situações chamam a sua atenção, mas ele concentra-se no afeto que sente por sua esposa, somente contrabalançado por um amor problemático de adolescência que ele jamais conseguiu esquecer. Até que uma japonesa entra em sua vida e diz que ele “é o tipo de pessoa com quem valeria a pena cometer suicídio junto”. Conseqüência: ele se interessa pela imigrante oriental exótica, mas logo sente saudades de sua mulher, que descobre o caso e ameaça se separar dele. Mais detalhes, somente vendo o filme. Ou melhor: os 5 filmes da cinessérie!

Uma das coisas que mais me impressionam no estilo (ou deveria dizer “estilos”?) cinematográfico de François Truffaut é o quanto ele consegue ser extremamente pessoal em cada um de suas obras. Parece que ele não obedece a regra ou convenção nenhuma, salvo a sua própria paixão em contar uma estória que diga respeito a situações que aconteceram em sua vida. Por este motivo, por mais que me identifiquemos com as tramas, situações e personagens de seus filmes, sempre fica a impressão de alguns aspectos permanecerão eternamente herméticos, por mais que insistamos em investigar sua biografia e entender algumas passagens mais elaboradas. Vendo o quarto filme da cinessérie na noite de ontem, eu sentia, eu sabia, eu sofria... Mas, ao mesmo tempo, eu ainda não sentia o suficiente, não sabia o suficiente, e já sofria mais do que o suficiente...

Vendo o filme, não conseguia parar de pensar nos tios Débora e Charlisson, que se amam e se esfregam aos tapas e beijos. Sinto que eles são pessoas ideais e orgulho-me de que eles tenham me aceito em sua “família”, mas algo me fez questionar novamente o conceito de “inveja positiva” cunhado por Luiz Ferreira Neto, que alegou que tal conceito diz respeito ao bem-estar que ele sente diante de “casais que dão certo”. Ele usou como exemplos João Paulo & Jéssica Ferreira e Anderson Luís & Aline Aguiar. À época, todos entenderam o que ele quis dizer, mas eu continuei rejeitando o conceito. Ontem eu pensei novamente nele e, ainda sem aceitá-lo, apliquei-o ao Tio e à Tia. Não que eu sinta inveja deles, longe disso, mas gosto de perceber a similaridade “temática” que eles compartilham. Afinal de contas, como eu sempre digo, “uma casal que ouve Itamar Assumpção unido, permanecerá unido!”.

O que me leva de volta à imagem ilustrativa, principal ferramenta publicitária de “Domicilio Conjugal” e da ‘nouvelle vague’ como um todo, visto que esta situação aparentemente simples (um casal lendo na cama) era desejada por todos os realizadores e espectadores do movimento cinematográfico inovador francês, tanto por aqueles diretamente citados por François Truffaut (Jean Eustache, Jean-Luc Godard, Alain Resnais) quanto por aqueles que o citam (Christophe Honoré em destaque). E, como todos sabem, é bem isso o que desejo: compartilhar, numa relação amorosa, não somente fluidos corpóreos, mas, principalmente, momentos intelectivos. E viva a arte como acerto de contas!

Wesley PC>

sexta-feira, 3 de julho de 2009

DJAVU

Gente, eu não tenho costume de ouvir Rádio, no entanto não há como ficar totalmente por fora do que está rolando, minha mãe escuta Rádio no fim de semana, quando ando na rua dá pra ouvir da casa do povo e tal. Aconteceu que um certo dia ouvi uma música e gostei, simplesmente gostei. Uma dessas músicas da moda, acho que é tchecnobrega (Nem sei como escreve). Sabia muito bem que ia encontrar alguém que conhecesse a banda e gostasse, hoje encontrei Marcelino, ele gosta.

Pode parecer que é de mau gosto, que estou decadente para assuntos musicais, talvez seja mesmo, mas que gostei não posso esconder. Vejam o vídeo:



Leno de Andrade

DEFORMAÇÃO AURICULAR DE STAHL (OU: TUDO É CULPA DO DR. SPOCK!)


Segundo pesquisas científicas, a deformação auricular de Stahl é um defeito congênito, sendo bastante incomum em caucasianos. Esta é uma das maiores causas estatísticas de otoplastia e acontece em virtude de uma cartilagem hipertrofiada, que se estende do anti-hélix até a fossa escafóide. O personagem acima mostrado é um dos maiores divulgadores desta característica orgânica, sendo eternizado pelo ator Leonard Nimoy, que, mesmo possuindo orelhas “normais”, é, até hoje, refém do célebre semi-vulcaniano Dr. Spock, que recentemente foi interpretado por um ator juvenil na regravação em filme da telessérie “Jornada nas Estrelas”, dirigida por J. J. Abrahams, criador do seriado de TV bem-sucedido (ao menos, em suas primeiras temporadas) “Lost”. Não vi este filme recente – passou pouco tempo em cartaz em Aracaju – mas conheço um pós-spockiano do qual me orgulho muito (risos). Será que alguém consegue adivinhar em qual portador da deficiência de Stahl eu estou a pensar agora?

Wesley PC>

DICA MAIS DO QUE OBRIGATÓRIA DE FILME NA TV ABERTA!


Nem estou acreditando ainda que este filme raríssimo, ótimo e relativamente difícil vai ser exibido na TV aberta, mas confirmei agora no sítio eletrônico da TV Globo: sim, “O Homem que Não Vendeu Sua Alma” (1966), clássico histórico de Fred Zinnemann vai ser exibido por volta das 3h30’ da madrugada!

Para quem não sabe do que se trata, “O Homem que Não Vendeu Sua Alma” foi o filme que recebeu alguns dos principais prêmios Oscar daquele ano – 6 ao todo – sendo eles: melhor filme, melhor diretor, melhor ator (Paul Scofield), melhor roteiro adaptado, melhor fotografia e melhor figurino. A trama focaliza um célebre enfrentamento entre o católico Thomas More e o rei Henrique VIII, quando da famosa pendenga que deu origem à Reforma Religiosa no século XVI. Em verdade, assisti a este filme há 13 anos e não me lembro de muitos detalhes, mas sei que é um ótimo filme e que a oportunidade rara de vê-lo (em especial para quem tem interesse em questões históricas) não pode ser desperdiçada! Vejam-no!

Wesley PC>

EU ME ACOCORO PARA FAZER COCÔ!


A esta altura do campeonato, já é sabido de todos que já vi vários gomorrenses “oficiais” e honorários mijando, tomando banho, masturbando-se e outras coisas que comumente se realizam no interior de banheiros. Entretanto, por precaução fetichista, vi pouquíssimas destas pessoas durante o ato de eliminação fecal. Relembrando esta cena antológica do clássico neo-surrealista “O Fantasma da Liberdade” (1974, de Luis Buñuel), em que burgueses defecam numa mesa de jantar e, em seguida, trancam-se em cubículos para comer frango assado, percebi que quase não conheço ninguém que se acocore no vaso sanitário enquanto faz cocô, ação esta que pode ser perigosa, conforme pude atestar em algumas notícias sobre pessoas que foram feridas nas nádegas em virtude da queda de vasos sanitários. Será que sou o único que se acocora na privada? Se não me engano, Coelhinho quase se acocorava. Será que ainda lê o ‘blog’, a fim de me confirmar tal suspeita? Será que esta minha insistência em acocorar não é denúncia de alguma reminiscência infantil? Que seja, eu me acocoro no vaso sanitário – e só consigo assim!

Wesley PC>

PROLEGÔMENOS DE UMA VIDA SEXUAL “IMAGINATÓRIA”


Há poucos minutos, um funcionário concursado do local em que trabalho me telefonou e pediu que eu desse um recado à nossa chefa substituta: que ele não somente está doente, mas que também, desde a manhã de hoje, seu único itinerário tem sido “da cama para o banheiro”. Por isso, ele não vai poder trabalhar hoje. Tal expressão me fez recordar um comentário antigo de um colega de classe, que confessou que assiste a alguns filmes “somente com a cabeça de fora do banheiro”. Obviamente, ambas as expressões envolvendo o banheiro me fez imaginar trocentas atividades que podem ser realizadas neste cômodo, que vão desde a ingestão de tetraidrocanabinol fumegante até o mastigar de pedaços de carne animal morta. No mesmo local em que trabalho, inclusive, permaneço funcionalmente inerte diante de pessoas de todas as raças, idades, tamanhos e volumes destacados através da indumentária abaixo da cintura. Não são raras as vezes em que me disponho a imaginar o que estas pessoas fazem no interior de seus cômodos íntimos. Imagino tanto que, às vezes, a compulsão reativa impede a minha profusão loquaz e informativa. Como atender de forma ética alguém que nos desperta fantasias competitivas intensas, em que o delinear de um órgão sexual por detrás de um pedaço de pano azulado é suficiente para confundirmos a linha de raciocínio requerida pelo solicitante e gaguejar durante o repasse de uma informação? Como?! A expressão senso-comunal “o trabalho dignifica o homem” é uma possível resposta consoladora?

Observação: o texto acima foi oportunamente censurado!

Wesley PC>

A MÚSICA QUE ESTRANHAMENTE NÃO SAI DE MINHA CABEÇA HOJE (PARA FÁBIO, SUPONDO QUE ELE CURTA O SOUNDGARDEN):


“Indisposed, in disguise as no one knows
Hides the face, lies the snake
The sun in my disgrace
Boiling heat, summer stanch
'Neath the black the sky looks dead
Call my name through the cream
And I'll hear you scream again”

Não sei onde ouvi esta música recentemente, mas ela não conseguiu me deixar em paz na manhã de hoje. Repetia e repetia e repetia o refrão sem cessar, até que um companheiro de geração que trabalha comigo reconheceu os versos e gritou: “Wesley, eu tenho este CD original do Soundgarden em casa!”. Aproveitamos a oportunidade para falar sobre o inspirado videoclipe dirigido por Howard Greenhalgh, em que pessoas com sorrisos deformados deambulam como se fossem mutantes emotivos. Uma experiência interessante acerca deste videoclipe seria assisti-lo também sem som, dado que as imagens mudam de tom graças à pujança da letra e da voz sofrida do pernóstico Chris Cornell. Que seja, a canção não sai de minha cabeça. Fica aqui o registro e a dedicatória! E, só repetindo: as pessoas sorridentes do videoclipe NÃO são felizes!

“Black hole sun
Won't you come and wash away the rain?
Black hole sun, Won't you come?
Won't you come?
Won't you come?”

Wesley PC>

quinta-feira, 2 de julho de 2009

QUAL O NOME DA FIGURA DE LINGUAGEM UTILIZADA PARA RETRATAR ALGUÉM QUE MIJA ENQUANTO CHORA EM MEIO À CHUVA TORRENCIAL?


Pleonasmo?

Pelo sim, pelo não, é um doce tormento saber que acordamos com o pênis ereto quando estamos com vontade de urinar!

Wesley PC>

“VIRGIN KILLER” (1977), ÁLBUM DA BANDA ALEMÃ SCORPIONS


Nunca ouvi este disco, apesar de tê-lo em casa. Enciclopedicamente, descobri que este é o quarto disco da banda e que, a partir dele, os músicos puderam mudar de estilo, gradualmente aproximando-se do patamar romântico com que são conhecidos hoje. Vendo um programa televisivo na noite de ontem, soube que esta capa foi censurada em inúmeros países, em virtude de seu controverso tema. Os apresentadores do programa comentaram e repetiram várias e várias vezes que a capa do disco é de um mau gosto atroz, ao passo em que, para além de qualquer julgamento moral, não somente acho a capa bonita, como creio que a mesma sintetize bem o espírito da expressão que intitula o álbum. Acho que vou ouvir o disco quando chegar em casa, para saber se as canções fazem jus à polêmica sobre a capa.

“Cry like you feel,
Try like you feel, feel it ...!
Try to escape,
Cry to escape, escape it ...!
It’s so hard to run away
He’s a virgin killer”


Wesley PC>

“RELAXA E PEIDA!” (E ALGUNS ÍNDICES DE YASUJIRO OZU)


Parece que é perseguição: quanto mais eu quero fingir que a pornografia comercial (e a subseqüente necessidade de admitir à submissão pessoal à mesma) não me incomoda ideologicamente, mais ela se manifesta em locais onde não era esperada!

Ás 12h30’ de hoje, sentei-me numa cadeira semi-confortável onde tencionava assistir a um elogiado filme de terror. De repente, gemidos artificiais de atriz pornográfica irrompem o auditório. Sem querer, o funcionário técnico do setor disparara o som do filme a que estava assistindo na surdina, o que obviamente lhe causou um constrangimento ostensivo, dado que algumas pessoas da platéia começaram a sorrir e eu reclamei em voz alta de minha eterna insatisfação com este tipo de situação.

Depois de reclamar, fiz de conta que nada tinha acontecido. Vi o filme, me emocionei, comi pão com goiabada e casca de acarajé e voltei ao trabalho. Lá, participei de um debate sobre peidos, em virtude de um mal-entendimento auditivo sobre o verbo “coisar”. O tal debate, que consistia em sabermos em que momento específico de nossas vidas aprendemos a eliminar flatos, encerrou-se quando meu chefe pronunciou o lema que intitula esta postagem.

Aprofundando-me no assunto, cada vez mais recorrente em comédias escatológicas e bem-sucedidas de público, tentei me lembrar de filmes de que gosto e que contivessem alguma cena de peido. “Meninos de Tóquio/ Eu Nasci, Mas...” (1932, de Yasujiro Ozu), clássico definitivo do cinema japonês, em que meninos peraltas e ignorados pelos pais realizam um concurso para saber quem tem o peido mais fedorento. Evidentemente, o filme é bem mais interessante que isso, mas deixo aqui a deixa: falarei sobre Yasujiro Ozu muitas e muitas vezes enquanto estiver em meu juízo (a)normal, principalmente se levar em consideração que este filme absolutamente magistral foi regravado pelo próprio Yasujiro Ozu em 1959, num filme igualmente excelente chamado “Bom Dia” (1959), em que as crianças protagonistas recusam-se a falar com os adultos pois percebem que eles mentem a qualquer oportunidade. Ah, se eles soubessem...

Wesley PC>

OS MELHORES COGUMELOS DE ISRAEL!


Infectados, meu bem, infectados!

Infected Mushroom é um projeto constituído pela dupla de DJs israelenses Erez Eisen & Amit Duvedevani. Já ouvi várias de suas canções eufóricas em festas com amigos, mas, vasculhando recentemente o que estava contido em meu ‘pen-drive’, descobri a existência de “Vicious Delicious” (2007), álbum que, se não me engano, apareceu lá por intermédio de Rafael Torres. Fiquei viciado no frenesi mediúnico das canções, que mescla a hipervelocidade multi-sonora de The Chemical Brothers, a masculinidade formulaica do Linkin Park, o multiculturalismo protestante do System of a Down, a potência dançante do também israelense Max Richter, entre inúmeras outras referências. O que importa é que o álbum é extraordinário, contendo o que melhor contém em matéria de ‘psytrance’. Vem-me agora a pergunta crítica: como resenhar adequadamente um disco tão frenético como este? Talvez a melhor resposta seja melhor pôr em execução a espantosa faixa de abertura, “Becoming Insane”, com preciosos 7 minutos e 20 segundos de duração, nos quais uma letra bilíngüe estabelece associações entre vários ‘leitmotivs’ circulares como, por exemplo, um carrossel e a insanidade psicodélica propriamente dita.

“De me todo lo que paso
No me di cuenta ni que me pego
Todo da vueltas como un carrusel
Locura recorre todita mi piel

Wake me up before I change again
Remind me the story that I won’t get insane
Tell me why it’s always the same
Explain me the reason why I’m so much in pain”

Obra-prima! Recomendo para a próxima “fechação” em Gomorra!

Wesley PC>

ALTÍSSIMA TENSÃO EM MINHA VIDA!


Prometi que não escreveria tantos textos autocomiserativos ou auto-expiatórios por estes, mas a tremedeira que toma meu corpo neste exato instante em virtude da revisão de “Alta Tensão” (2003, de Alexandre Aja), magnífico retrato das conseqüências últimas de uma paixão mal-correspondida. Já exibi este filme em Gomorra há um bom tempo (quando Helenilza ainda era viva) e as reações foram igualmente espantosas: Juliana tremia, Wesley urrava de identificação. Conforme concordei há pouco com Rafael Maurício: “Alta Tensão” é um filme fabuloso! Em mais de um sentido, inclusive, dado que uma reviravolta impressionante no filme explica o porquê de ele me causar tanto estupor.

Como resumir a trama deste filme sem estragar as importantes surpresas de seu roteiro? Adotando a estrutura da narração sinóptica: duas amigas viajam de carro para uma casa de família no interior francês, onde planejam estudar a fio para uma prova de Direito Internacional a que se submeterão. Percebemos de imediato que uma delas é apaixonada pela outra, que é heterossexual e relativamente promíscua (dito de outra forma: sabe aproveitar bem a vida). Chegando em casa, cada uma vai para seu quarto. Enquanto fumava ao ar livre, uma delas observa seu objeto de desejo banhando-se. Minutos depois, estava masturbando-se ao som de “Runaway Girl”, de U. Roy, cuja letra fala sobre uma garota que “é igual a qualquer outra”. Puro desdém. Ela era única!

De repente, justo quando a jovem apaixonada acaba de se masturbar, um estranho e rústico homem invade a residência de sua amada. Mata sem piedade – e, aparentemente, sem motivo – todos os membros da família dela, incluindo o cachorro. Ela, por sua vez, é amordaçada. “Se ele quisesse matá-la, já o teria feito”, diz a menina apaixonada. Sangue, muito sangue jorra na tela. Estávamos diante de um dos filmes de terror mais originais e explícitos da atualidade!

Não sei se posso avançar no resumo da trama sem estragar alguns detalhes cruciais, mas adianto que a canção “New Born”, do Muse é utilizada com muita propriedade, dado que sua letra convoca o ouvinte a conectar-se ao mundo, conectar-se a si mesmo, não deixar que a tristeza interior que o consome cresça tal qual um malévolo recém-nascido. Na cena que considero mais violenta no filme inteiro, a protagonista defere um golpe de madeira com arame farpado no rosto de seu agressor. Como já havia visto o filme três vezes, sabia o que ela estava fazendo, contra quem ela estava deferindo aquele golpe: contra nós mesmos na platéia, que, oprimidos pela situação, quase torcemos para que ela se vingue, quando, em verdade, sabemos que, ao fazê-lo, ela está igualando-se, agindo exatamente como ele. E é isso que mais me assusta, é o que mais me perturba: agir contrário a quem eu sou ou sinto. Vale a citação justificativa de um conselho pessoal que justifica o meu medo: há pouco, pedi que um amigo fizesse-me um favor. Entreguei-lhe uma quantia em dinheiro e pedi que ele me comprasse algo que necessitava. Solicitei que, além do dinheiro, ele entregasse um sorriso à vendedora, ao que ele retrucou que, da outra vez que foi ao estabelecimento de venda, a vendedora não havia sorrido para ele. Conclusão: temos que dar o exemplo!

Poderia partir deste filme e esboçar toda uma anamnese de minha vida. Talvez não precise, visto que possuo o DVD do filme e empresto a quem desejar. Preciso de ajuda e, como tal, não tenho medo de expor os meus defeitos!

Wesley PC>

ROCK PROGRESSIVO BRASILEIRO

Bastou-me ouvir Yes apenas uma vez para afirmar até hoje que não gosto de Rock progressivo, exceto o brasileiro.
Tem uns quatro anos da primeira vez que tive contato com essas bandas brasileiras da década de 70 e gostei muito, uma ou outra nem tanto. Em algumas dessas desconhecidas bandas tiveram figuras que viriam a ficar populares no cenário musical nacional: Vímana (contava com Lulu Santos, Lobão e Ritchie), Moto Perpétuo (liderada por Guilherme Arantes), O Terço (Flavio Venturini e outros integrantes do 14 Bis). Os Mutantes também entraram na onda do progressivo, entretanto, essa é a fase menos conhecida do grupo e a que menos gosto.
De todas as bandas desse cenário que ia na onda da moda rock internacional, as que eu mais gosto são "Som Nosso de Cada Dia" e a "Casa das Máquinas", ambas formadas por ex-integrantes d'Os Incríveis.

Com o meu prazer de traficar sons, deixo aqui um vídeo da Casa das Máquinas com uma exibição extraordinária do vocalista Simba.




Leno de Andrade

quarta-feira, 1 de julho de 2009

EXTRA! EXTRA! HOMOSSEXUAIS ENTEDIADOS QUE DETURPAM AS IDÉIAS DE FRIEDRICH NIETZSCHE E FIODOR DOSTOIEVSKI COMETEM ASSASSINATO GRATUITO!


Esta é a premissa de “Festim Diabólico” (1948), primeira obra-prima colorida do mestre Alfred Hitchcock, que vai ser exibido na TV aberta, durante a madrugada de hoje. Além de a trama escandalosa chamar a atenção por seu brilhantismo actancial e por ter sido baseada numa história real, a execução directiva é singular, dado que o cineasta responsável por este antológico projeto filmou este filme absolutamente perfeito como se ele tivesse sido rodado em um único plano, disfarçando os inevitáveis cortes após 10 minutos de rolo em superfícies negras, como a escuridão dos cômodos ou ‘close-ups’ em ternos negros. Aliás, poderia passar horas elogiando este filme, mas prefiro confessar que ele foi responsável pela minha paixonite juvenil pelo afetado Farley Granger, que interpreta o jovem tímido e com fobia de galináceos no filme. A quem interessar possa, a quem sofrer de insônia irredutível e a quem desejar alavancar os índices de audiência da malévola emissora de TV que atende pelo nome de Rede Globo, reaviso que o filme será exibido na madrugada de hoje. Vale a pena conferir!

PS: o título original quer dizer nada mais, nada menos que “corda”. Alguém imagina o porquê?


Wesley PC>

QUEM NÃO VIU ESTE FILME AINDA?

Mesmo os filmes de público mais aparentemente triviais do cinema australiano são prenhes de interesse sociológico. Assim demonstra “Seqüestrados/A Fortaleza” (1986), filme televisivo pelo inexpressivo Arch Nicholson e que era repetida e insistentemente exibido pelo canal SBT. Ele foi, portanto, um dos filmes que mais marcaram a minha infância. Suponho que todos conheçam esta obra impactante, mas não custa nada resenhá-lo de memória: o enredo trata do cotidiano de uma professora local que, num dia como qualquer outro, é seqüestrada junto com nove alunos (de diferentes idades) por assaltantes mascarados que invadem a escola onde eles estavam. Após cometerem inúmeras atrocidades contra os meninos (que via do sadismo gratuito às tentativas de estupro), estes fogem e constroem uma fortaleza improvisada na floresta, onde são obrigados a matar para não serem mortos. Atiram flechas letais contra os bandidos e, num caso extremo, espancam um deles até a morte. A cena final (que não revelo aqui só por precaução, visto que a mesma é concomitantemente previsível e surpreendente) cravou-se na minha mente juvenil por décadas. Lembrando por acaso deste filme na tarde de hoje, fiquei com muita vontade de revê-lo. Descobri que o VHS do filme está sendo vendido na Internet por R$ 40,00 (quarenta Reais) e que o SBT não tem planos de reapresentá-lo na TV. Conclusão: quem será que consegue fazer o favor geral de baixar este filme, hein?

Wesley PC>

PARA QUEM INSISTE EM VER PROBLEMAS...


Eu insisto – e, como tal, não simpatizei com o tom pernóstico das denúncias que o diretor francês Laurent Cantet adota no filme “Em Direção ao Sul” (2005), em que explica como o quotidiano entediado de turistas européias financia a prostituição (especialmente, a masculina) no Haiti pós-colonial. Em tese, o filme assume como legítima a crise identitária dos personagens haitianos, acusa os europeus de continuarem a explorar as riquezas naturais e corporais do lugar e condena quem percebe sua própria sexualidade aflorar diante da inconstância tonal do filme, que é hipócrita, que é racista e eurocêntrico, desprovido de talento reivindicativo em sua realização. Ainda assim, o filme chama a atenção de muitos espectadores, enganam-nos. Quem quiser que se aventure!

Wesley PC>

RÁPIDA OBSERVAÇÃO DE TRAJETÓRIA


Só um parêntese: lembram dos elogios demorados que a crítica dedicou a Roberto Farias quando este dirigiu um dos clássicos ‘noir’ do cinema brasileiro, “Assalto ao Trem Pagador” (1962)? Pois bem, acabo de descobrir que foram convertidos em desperdício de talento, visto que, depois de realizar os interessantes “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura” (1968) e “Pra Frente, Brasil” (1982), Roberto Farias é agora responsável pela direção do execrável programa dominical “Sob Nova Direção”, a quem me custa acreditar que alguém realmente assiste. Pelo sim, pelo não, esta descoberta absolutamente chocante me faz defender a tese de que os erros do presente não invalidam os acertos do passado. Não julguemos as pessoas e artistas pelo que elas se tornaram, mas pelos que elas foram e, dedutivamente, ainda são! Depois explico o porquê deste pedido oportunista, mas, se serve de consolo, vi o filme do cartaz no último sábado e, sinceramente, capacidade observacional humorística dos movimentos cinemanovistas mundiais Roberto Farias possuiu: ri bastante com o filme!

Wesley PC>

Saga Gomorrense (Rio de Janeiro) Feop pt7

Aviso às/aos vegetarianas/os, post relacionado a assassinatos e a fogo, os famosos churrascos.

Sábado 27/07. Acordo tarde, lá pelas 11h. Meu colega também acordou por essa hora e já tinha programação certa: churrascow!! =D

Fomos para a Vila dos Funcionários. É um Rosa Elze dentro da UFRJ. A história é mais ou menos assim: as e os funcionários não tinham condições de morar longe da universidade e num local distante fizeram uns barracos. Num período de reestruturação da UFRJ eles/as foram deslocados para um outro espaço. Alguns/mas tinham família, outros/as foram constituindo e agora é um bairro dentro da universidade.

Era festa de confraternização do pré-vestibular que alguns/mas alunos/as da UFRJ fazem parte. Eram poucas pessoas.
Comemos bem, muita carne! bebemos bastante, cerveja gelada e de 1L. Rolava um som, mas era uma jukebox e pagava-se R$5,00 por 14 canções. ¬¬ é foda pagar pra ouvir música. Tinha ua sinuca de 50 cents a ficha. Foi massa. E a galera achava engraçado quando eu falava massa = ]

isso foi a tarde toda e emendou pela noite. Na verdade, ainda no final da noite fomos deixando e sendo deixados em casa pela guria que tinha carro. Daê ainda paramos numa outra festinha na Maré \o/ mas cerva!

Férias enfim!

Eu já tinha encontrado o que queria e agora era só curtir.

_ Poema escrito num cartaz à mão no alojamento que fiquei _

Não desejo
Que você seja feliz
Não acho lindo
O seu corte de cabelo
Não sorri para você
Mais do que dois minutos
Não sonhei contigo
Enquanto estávamos juntos
mas mesmo assim
Ter te perdido
Quase deu um soneto

Transitórios
(Leomir)
feop

Saga Gomorrense (Rio de Janeiro) Feop pt6

sexta 26/06
Como chegay tarde, havia dormido pouco nas últimas 3 noites, minha colega sugeriu que eu dormisse até tarde, descansasse e depois leva-se a chave dela para o trabalho. Bem, foi o que fiz e foi uma ótima idéia. Descansei legal.

12h fui levar as chaves no centro. Foi legal porque mesmo de busão deu pra ver um pouco da cidade.
Comi uns lanches por lá porque no dia anterior, na Unirio, o PA (Prato do Aluno/a) que custa R$2,60(!) só é vendido pra alunas/os da Unirio. E a mulher superbruta por sinal ¬¬

Quando chego na Unirio, adivinhem? último dia do ciclo de debates do Feop-Unirio \o/ Hoho terrívem né?! Que férias... o movimento estudantil me persegue. =) mas foi legal.

Depois fui atras de casa para dormir. Faço uns contatos e descubro que um bróder está ao lado da Unirio no campus da UFRJ tendo aula. Filé. Poderia ficar até tarde na rua, pois voltaria com ele. Tava melhorando a coisa.

Mas não tem jeito galera. Meu colega sai da sala azuado, diz "oi" rapidão e emenda: "vamos lá pra sala que tá tendo debate de cotas" Putz, terceiro debate em menos de dois dias. Isso que são férias?
O debate foi legal, qualificado e de quebra a professora ainda indicou o livro Caminhos Convergentes - Estado e Sociedade na Superação das Desigualdades Raciais no Brasil. Pena que não achei disponível na net, apenas para compra.

Mas eis que tudo muda e a vida volta a sorrir. Após a aula, meu colega dá a bela notícia: "tá tendo festa no Observatório de Favelas, vamos lá?" Na hora!
Era festa junina, com quarteto(?) de forró, comidas e muitas, muitas bebibas. Nem bebi tanto. u.u

Fiquei lá um cadim. O meu colega mudou de planos e não voltou pro alojamento da UFRJ que é onde ele mora e eu estou ficando. Ele se jogou prum show no centro. No outro dia ele me contou que o show de reggae que era R$40,00 reais aumentou pra R$60,00. Sem condições! De lá ele partiu pra Lapa, pro Beco do Rato. Samba dubom. Curtiu legal.



Já eu fui pro Alojamento da UFRJ e chegando lá, PQP! Festa no Alojamento de encerramento do semestre. Forrozin, bebidas, alegrias. Curti um cadim também.
Agora sim estava no Rio de Janeiro de férias!

feop

Saga Gomorrense (Rio de Janeiro) Feop pt5


Bem, voltar para casa foi complicado. Mil problemas! Neste meu primeiro dia (25/06), pela noite. Depois de sair da Unirio tive de voltar para casa da minha amiga inicial porque não consegui entrar em contato com a galerinha que poderia me abrigar. Esse é um pequeno detalhe quando não se avisa que vai visitá-las/os e nem que chegou.

O primeiro problema foi que fui gastando o dinheiro, gastando e pá! Não, não fiquei sem dinheiro, mas justamente o contrário representou a mesma coisa. Enfim, explico: gastei o dinheiro miúdo e fiquei com 50 pratas inteiras. Nenhum busão às 23:30h trocava essa grana. Ficaria eu na madruga do Rio de janeiro na primeira noite que saio o.O...
A solução foi trocar com os perueiros. Mas é meio complicado estar no centro do RJ, na madruga e falar que tenho 50 reais ¬¬ O carinha que se propôs a trocar tentou puxar a grana de minha mão, eu resisti. Aquele milésimo de segundo foi supertenso! Até que eu soltei e segui ele. Tudo bem, troquei a grana e peguei o busão. Mas os problemas só começavam.

Eu não sabia onde descer! Como saí de dia, à noite, com tudo escuro, perdi todas as referências e o óbvio aconteceu: desci no ponto errado. ¬¬ Por um milagre, no mesmo instante passou uma Kombi que me deixaria na porta de casa, isso se o motorista soubesse pra onde era. Depois de muito rodar a van me deixa "próximo" do local. Isso já eram 00:50. Dei mil voltas, fiz mil telefonemas até que finalmente, perto das 1:30h chego em casa. Era a primeira noite no RJ e já tinha me perdido.

Vamos lá então!

feop

EPÍLOGO: “CELEBRITY SKIN” (1998), PÁGINA 832 DO GUIA “1001 DISCOS PARA OUVIR ANTES DE MORRER”


Caso não tenha ficado claro o quanto aprecio este álbum - que ouvi enquanto caminhava para casa na noite de hoje e deparei-me com as situações listadas nas três postagens imediatamente anteriores - acrescento que todas as composições aqui contidas são dramáticas e cativantes, que os gritos da vocalista servem a propostas de descarrego sentimental poderosamente intimas e contagiantes e que, para além das três canções destacadas, ouvimos preciosidades como “Hit So Hard” (co-composta por Billy Corgan), “Use Once and Destroy” e “Boys on the Radio”. Mas é a faixa 02, “Awful”, composta pela vocalista Courtney Love, pelo guitarrista Eric Erlandson, pela baterista Patty Schemel e pela estilosa baixista Melissa Auf der Maur, que sugiro agora para quem ainda não conhece a banda. Ouça-a e adquira o álbum completo, que é uma maravilha, ideal para se usar como pano de fundo para as estórias enternecedoras da vida real:

“Mova-se calmamente, queridinha
Torne isto horrível
É a tua vida, a tua festa, é tudo tão horrível
Vamos começar um incêndio, vamos começar um tumulto
Sim, é cruel, isto era ‘punk’
Sim, era perfeito, mas agora é terrível!”


Wesley PC>

A VIDA E AS CANÇÕES DO ÁLBUM “CELEBRITY SKIN” (1998), DO HOLE – PARTE III: “NOTHERN STAR”


“And I cry and no one can hear in hell
The blinded eyes that see the chaos
Bring the pitiful to me
Even though I’m wide-awake and I will
And blackest night and I wait for you
It's cold in here
There's no one left and I wait for you
And nothing stops it happening
And I knew I'd cherish all my misery alone”

Segundo exegetas e biógrafos da talentosa Courtney Love, nesta canção ela está a falar sobre seu marido morto, Kurt Cobain. Enquanto lavava os pratos e assava ovo com pimentão e cebola, repetia os gritos e choros desta canção várias e várias vezes. A sinceridade da cantora nos cativa por completo. A letra é maravilhosa. A melodia é triste, mas não nos faz sentir mal. Ao contrário, ela nos motiva a olhar para a frente. A justificar as nossas ações passionais.

Assim o fiz. Liguei o reprodutor de DVDs e vi um filme tolo, porém interessante: o popularmente elogiado “De Repente, Califórnia” (2007, de Jonah Markowitz), cuja sessão faz parte de minhas comemorações pessoais pela semana do Orgulho Gay. Na trama, um jovem surfista que aspira a entrar para uma faculdade de Artes Visuais percebe-se apaixonado pelo irmão mais velho e igualmente surfista de seu melhor amigo. Em verdade, a trama é quase fútil, mecânica em sua fotografia praiana, uma estória contada muitas e muitas vezes. Porém, me encantou a ausência de estereótipos ou afetações (in)verossímeis. Os personagens são comuns, quase triviais, e o homossexualismo dos personagens é apenas um detalhe quase contingente em meio aos dramas familiares do protagonista, que precisa lidar com um pai quase catatônico e uma irmã irresponsável que se tornou mãe solteira muito jovem. É um filme tolo, mas faz pensar que o bem-estar é possível. Senti-me bem após a sua execução. Liguei o rádio e escutei algumas canções do Jacques Brel. É bom e simples viver!

Wesley PC>

A VIDA E AS CANÇÕES DO ÁLBUM “CELEBRITY SKIN” (1998), DO HOLE – PARTE II: “DYING”


“I am so dumb
Just beam me up
I've had it all forever
I've had enough
Remember, you promised me
I'm dying, I'm dying, please
I want to, I need to be
Under your skin”

Enquanto conversava com alguém que muito me faz bem, percebi que a televisão estava ligada. Ambos ignorávamos as notícias que a Fátima Bernardes anunciava, até que seu marido William Bonner a interrompe, para dizer que, há pouco menos de um mês de completar 69 anos, a bailarina alemã Pina Bausch havia morrido, em conseqüência de um câncer recém-diagnosticado. Para falar a verdade, conhecia a artista mais por fama do que necessariamente por sua obra, mas jamais esqueci as seqüências inicial e final do novo clássico “Fale com Ela” (2002, de Pedro Almodóvar), ambas coreografadas por ela. Uma grande artista se vai. Senti uma estranha sensação de orfandade.

Andei para casa devagar, tentando evitar os gritos dos bêbados que me interpelavam no caminho. O som estava muito alto em meus ouvidos. Lamentei que a sua morte não fosse tão divulgada quanto a de espalhafatosos astros midiáticos. E ela segue discretamente, conforme fizera em “E La Nave Vá” (1983), uma das maravilhosas obras-primas de Federico Fellini, em que desempenhara um papel nobiliárquico importante. Comprometo-me agora a pesquisar mais sobre ela e zelar para que sua passagem encantatória pela Terra não seja esquecida.

Wesley PC>

A VIDA E AS CANÇÕES DO ÁLBUM “CELEBRITY SKIN” (1998), DO HOLE – PARTE I: “REASONS TO BE BEAUTIFUL”



“Love hates you

I live my life in ruins for you

And for all your secrets kept

I squashed the blossom and the blossom's dead

Oh give me reason to be beautiful

So sick in his body so sick in his soul

Oh and I will make myself so beautiful

Oh and everything I am”

Creio que a música seja suficiente clara: para que precisaríamos de razões para sermos bonitos? Uma historieta real ilustra bem o caso: quando saíamos do trabalho hoje, eu e uma amiga conversávamos sobre amores platônicos. Eu e ela lidamos bem com esta situação, mas eu não admitia que ela perdesse oportunidades de falar com o moço por quem ela estaria apaixonada, mas que pensa que a odeia. Finalmente, consegui convencê-la a visitá-lo em sua casa, a falar com ele, a perguntar o que ele sente por ela, mesmo que isto implicasse na mais dolorosa das rejeições. “Amar é correr riscos”, pensava eu comigo mesmo, enquanto torcia para que tudo desse certo entre eles. Assustada, uma das preocupações que ela mais demonstrava era a de que estivesse bonita para quando fosse enfrentá-lo. Entrava em banheiros espelhados de 5 em 5 minutos. A aparência externa era realmente importante para que ela se sentisse segura. Disse que ela estava bonita e a puxei pela mão. Quando fui embora, ela e ele sorriam. Senti que havia realizado uma boa ação.

Ao chegar em casa, aproveitei a oportunidade para ler o “Tratado Sobre o Belo” (1772), de Denis Diderot, em que o autor francês concordava com um psicólogo que alegava que “a beleza consiste na perfeição, de maneira que, pela força desta perfeição, a coisa que dela está revestida é própria para produzir em nós prazer”. Li mais algumas páginas e fechei o livro. Entendia o que ele estava dizendo. Também associo a beleza à Perfeição!

Wesley PC>

terça-feira, 30 de junho de 2009

Saga Gomorrense (Rio de Janeiro) Feop pt4

25/06 tarde
Depois de usar a net na UFRJ fui por volta das 14h de volta à Unirio (que é ao lado!). Lá fui retornei pro Conexões e novamente o que eu procurava não estava lá...
Bem, dentro da minha filosofia "não se perde nada que não se tenha. E mais, se apegar a algo é um caminho para a tragédia. Não digo que seja o caminho certo, mas pode acontecer - e é provável que aconteça =P.

No Conexões Unirio comecei a planejar as ações alternativas daquele dia, visto que não dá para ficar parado esperando a vida acontecer. Lembrei que já tinha programa: o filme documentário sobre a história do funk \o/ yeah!! Dia salvo! Era só curtir!

Mas eis que tudo se desfez no ar com o abrir de uma porta...
É gomorrenses, quem eu esperava apareceu. E ela perplexa e assustada, sem crer no que via, aprendeu a ter cuidado ao falar comigo, pois na terça à noite ela disse que seria bom que eu estivesse no RJ e quinta à tarde eu já estava \o/ Loucura pouca é bovagem... õ.O!

A utopia do dia-a-dia.
A utopia necessária.
A alucinação de amar e mudar as coisas acontecia.

Mas eis que nada é como parece. Pensando em ter férias do movimento estudantil, deixar de lado reuniões, etc. Que nada! Na primeira tarde que encontro a galera caio de pára-quedas num grupo de formação política. Foi legal. Foi uma discussão sobre racismo.
É, a utopia tem de ser real.

feop

A REALIDADE É MAIS FORTE!


Quando criança, eu queria ser lixeiro. Sempre achava muito imponente e funcional aquela profissão, aquele uniforme tão rejeitado pelas pessoas, com que tanto eu me identificava e com o qual eu cria que justificaria as rejeições tangenciais a que era submetido. Na época, meus colegas de classe divertiam-se me fazendo comer pipoca do chão. Acostumei-me a ser nojento. Percebi desde cedo que é através do lixo que podemos conhecer alguém. Se hoje eu não sou lixeiro, é porque sucumbi às pressões sociais que propagandeiam um eventual desprestígio no que diz respeito a tal vínculo empregatício.

Quando estava saindo do trabalho, há pouco, a fim de comprar os pães que alimentam meus companheiros de serviço às 17 horas de cada dia, deparo-me com um caminhão de lixo em frente ao Terminal do Campus. Todas as lembranças acima voltaram a pairar sobre meu cérebro. Admirei o trajeto daquele veículo largo, imaginando-me entre os três homens que dependuravam-se à beira daquele fedor. Não tinha nojo, imaginava-me até um tanto orgulhoso de ser capaz de suportar o mau odor. De repente, quando adentra a rua por onde os ônibus passam, um dos lixeiros cai. Demonstra visível sinal de dor, visto que caíra de mau jeito, mas tudo o que recebe em seu favor são gargalhadas zombeteiras. Passageiros, colegas de trabalho, transeuntes, todos zombavam do lixeiro caído, enquanto eu me imaginava no seu lugar, vestindo aquela roupa de cor alaranjada, realizando um serviço que ninguém quer fazer. De uma forma ou de outra, por mais cruel que aquelas gargalhadas fossem, os lixeiros sorriam. Era um consolo.

Antes de terminar, uma anedota real: um dia, quando me dirigia ao supermercado para comprar um quilograma de galinha morta e papel higiênico, deparei-me com um lixeiro que pedia água nas casas de que recolhia o lixo. As pessoas recusavam a servi-lo com um simples copo d’água. Até que, depois de muito tempo, alguém encontrou um copo descartável e saciou a sede do moço. Aquilo me traumatizou. O evento de hoje me traumatizou igualmente. Qual será o próximo trauma?

Wesley PC>

“EU ACREDITO EM CONTOS DE FADAS”?


Lembro que, quando saí da sessão cinematográfica de “Shrek 2” (2004, de Andrew Adamson & Kelly Asbury), a primeira impressão que tive era que o romance defendido no roteiro era embasado numa falácia prototípica, dado que, ao invés de aceitarem a si mesmo como são (ou seja, um ogro e uma princesa humana), os personagens tentam homogeneizar as suas espécies, seja quando a princesa Fiona aceita a maldição que a deixa perenemente com formato de ogra, seja quando o ogro Shrek bebe uma poção mágica que o faz transformar em humano. As intenções humorísticas do filme, entretanto, superpõem diversas outras subtramas, envolvendo uma crise sobre a verborragia amistosa do Burro, dúvidas sexuais por parte dalguns personagens típicos das histórias infantis (Pinóquio, por exemplo, confessa usar calcinhas) e a indefinição personalística do personagem acima, o gracioso e letal Gato de Botas, que, como se vê, odeia segundas-feiras. Apesar de este dia ser vinculado a algumas privações, nunca desgostei das segundas-feiras, dia da semana este que sempre me empolgava em virtude de sua atividade premente, mas, ao invés disso, odiava fins de semana e feriados. Depois que passei a freqüentar Gomorra (e/ou as residências pessoais de seres vinculados a este lugar ou “estado de espírito”), descobri que todo e qualquer momento pode ser útil para fazermos aquilo que queremos. Logo, "tudo o que eu preciso são diretrizes", conforme escuto agora num seriado televisivo, em que um jovem feiticeiro tenta aplicar o primeiro beijo na boca de sua vida. Será que esta é a oportunidade ideal para confessar que, quando eu vi “Xuxa e os Duendes” (2001, de Paulo Sérgio de Almeida & Rogério Gomes) no cinema, eu fui uma das três pessoas na platéia que bateram palmas para evitar que um ente mágico morresse?

Wesley PC>

E ENTÃO, ESCREVO UM POUCO SOBRE MÚSICA POP ROMÂNTICA?

Vienna Teng é o nome artístico de Cynthia Yih Shih, uma taiwanesa que migrou para os Estados Unidos da América e, entre outras coisas, gravou um álbum belíssimo, de canções leves e apaixonadas, chamado “Waking Hour” (2002). Este, que tive a honra de ouvir novamente na manhã de hoje, foi o elo que estabeleci com uma amiga evangélica de trabalho que, sabe-se lá por que razão, nutriu sentimentos amorosos um tanto mais demorados e confusos por mim. Amávamos a canção de abertura, “The Tower”, cantarolávamos sempre que nos encontrávamos, mas as doze demais canções do álbum são agradabilíssimas. Como seria um tanto inócuo falar de uma por uma, já que suponho que a artista ainda seja um tanto desconhecida, destaco a letra de “The Tower”, que, por motivos óbvios, precisa ser repetida sempre que eu a executo. Belíssima. Recomendo aos meus amigos de Letras/Inglês:

“And yet I need not to need
Or else a love with intuition
Someone who reaches out to my weakness
And won't let go
I need not to need
I've always been the tower
But now I feel like
I'm the flower trying to bloom in snow”

Wesley PC>

AVISO DE RECAÍDA


Depois que brigou novamente com minha mãe, quando da última visita à residência sergipana dos Pereira de Castro, minha irmã mais velha encontrou em mim o bode expiatório ideal para descarregar sua raiva. Como havia presenciado um dos momentos em que minha mãe despejava colheres de comida enquanto eu usava o computador. Isto foi suficiente para que a sua fúria evangélica contra os “viados” fosse externalizada. Pergunta: viado é quem é alimentado na boca pela mãe? Acho que minha irmã se divertiria naquela sessão canônica de cinema em que um filme do Pier Paolo Pasolini atiçou a madrugada de muita gente (risos)...

Mas, falando sério, esta postagem é apenas um presságio: uma recaída é vindoura! Os fatos estão conspirando para tal. Vasculhando algumas imagens de fevereiro em meu computador, deparei-me com este instante precioso de saudade: pessoas que não vejo há um bom tempo sorriam naquele dias. Pessoas que não saem um instante de meu coração ou pensamento estão longe agora. Resta-me lembrar, se bem que, infelizmente, no caso de uma delas, isto não será suficiente – e que venha o ENEH!

Wesley PC>

“BANGKOK LOVE STORY” (2007). Direção: Poj Arnon


Não é escondida de ninguém a minha simpatia crescente pelo cinema tailandês. Mesmo o cinema de consumo popularesco fácil me interessa, de maneira que fiquei bastante empolgado quando fui apresentado ao filme ora resenhado na tarde de ontem. Vendo-o hoje pela manhã, fui apresentado a uma das experiências mais forçosamente melancólicas deste ano, a um filme milimetricamente planejado para nos fazer chorar, em que cada filigrana sinóptica está carregada por inúmeros caracteres repletos de dor e concomitante masoquismo. Senão, vejamos do que se trata a estória do filme.


O protagonista Mehk (Rattanaballang Tohssawat) se considera tão deambulatório quanto a significação nefelibática de seu nome. Trabalha como matador de aluguel porque crê que, assim, vingará a raiva sentida por seu violento e promíscuo padrasto, que transmitira AIDS a toda a sua família, após sucessivos estupros. Mehk, porém, é regido por um simples código moral: só mata quem ele considera um malfeitor. Certo dia, após concluir um seqüestro, percebe que os motivos que levaram seu contratador a desejar a morte de um jovem, belíssimo e exibicionista militar Itt (vivido pelo deliciosamente esnobe Chaiwat Thongsaeng) eram de cunho estritamente pessoal. Recusa-se a matá-lo, ciente de que este é inocente. Por este motivo, ele é alvejado por balas, mas é salvo pelo jovem que deveria matá-lo. Convalescendo-se mutuamente num lugar afastado da cidade, Itt nutre uma estranha atração por Mehk, beijando-o e fazendo sexo instintivo com ele na cena retratada na fotografia. O amor deles é proibido: nenhum dos dois está preparado para lidar com o que sente. Mas Itt insiste: quer ver seu amado mais uma vez, custe o preço que custar. Chora no chuveiro, lamenta-se o dia inteiro, telefona sem parar para um celular que deixara no esconderijo de Mehk. Quando salva o irmão de seu amado de ser espancado até a morte por vizinhos preconceituosos, Itt reencontra Mehk, mas este decide assassinar seu antigo contratador. Separam-se mais algumas vezes e muita coisa acontece até que, no ano 2032, purulências patológicas, suicídios, prisões, cegueira e novos assassinatos dão uma nova tônica ao roteiro do filme, escrito pelo próprio diretor, que acumula uma surpreendente tragédia a cada minuto. Fiquei sem saber o que sentia após a sessão: o filme erra muito, peca violentamente pelo excesso, mas é bom. Faz-nos sentir uma simpatia extremada pelos personagens, que juram um amor ao limite do platonismo e "até o último suspiro" de cada um deles.

Pesquisando sobre o filme – que, como disse, até então me era desconhecido – descobri que a equipe técnica fora ameaçada (inclusive, por represálias policiais) durante as filmagens. Os temas obviamente ainda são tabus na Tailândia e a amplitude na divulgação de sua obra fez com que Poj Arnon ficasse visado pelos mesmos preconceitos que retrata na tela. Talvez ele saiba do que esteja falando e por isso apele para a chantagem emocional extremada, que, por vezes, beira o inverossímil. Nada disso, porém, consegue fazer com que eu desgoste do filme. Não sei se me tornei um defensor dele, propriamente dito, mas vou divulgá-lo: nasce aqui uma nova responsabilidade!


Wesley PC>

segunda-feira, 29 de junho de 2009

UM DELES É FEDERICO GARCÍA LORCA!


Os outros são Salvador Dalí, Jose Moreno Villa, Luis Buñuel e um tal de Jose Antonio. Todos eles eram artistas de vanguarda na Espanha das décadas de 1920 e 1930. Até que, em 19 de agosto de 1936, em virtude de uma denúncia de sua própria irmã, o dramaturgo Federico fora executado com um tiro na nuca pelos soldados franquistas. Ele era homossexual, ele era esquerdista, ele era revolucionário. Fora assassinado de costas a fim de frisar a humilhação proibitiva de sua condição homoerótica sodomita. Há pouco, acabei de ler a peça “Bodas de Sangue”, um de seus maiores clássicos, escrita em 1933. Nela, um casamento acaba em morte. Com exceção do impulsivo Leonardo, os personagens não têm nomes. São chamados de Pai, Mãe, Sogra, Noivo, Noiva, Mulher, Mendiga, Criada, etc.. Leonardo era apaixonado pela Noiva, mas é casado com a Mulher. Foge com a Noiva, no dia em que ela se casaria com o Noivo. O desfecho da trama é obviamente trágico e já fora muito bem filmado pelo genial e dançante Carlos Saura num filme que ainda não tive o prazer de ver. A biografia do escritor, por outro lado, foi transformada num filme hollywoodiano, dirigido pelo obscuro Paul Morrison. O incômodo que ele causou ao sistema ditatorial da era em que vivera foi atenuado em virtude de polêmicas banais sobre o grau de erotismo das cenas de sexo entre atores em ascensão no cinema juvenil. Mas permanecerá eterno o seu texto:

“Flores rotas los ojos, y sus dientes
Dos puñados de nieve endurecida.
Las dos cayeron, y la novia vuelve
Teñida em sangre falda y cabellera.
Cubiertos con dos mantas ellos vienen
Sobre los hombros de los mozos altos
Así fue, nada más. Era lo justo.
Sobre la flor del oro, sucia arena”


Wesley PC>

PERMISSIVIDADE HOMOERÓTICA


Hoje eu me permiti mergulhar no universo assumidamente ‘gay’: escutei e relembrei histórias de frustração passional ao lado de garotos que se referem a si mesmos com adjetivos genericamente terminados em A, revi um esperançoso musical francês tendente à conciliação homoerótica e assisti a um curta-metragem norte-americano sobre dois irmãos que se apaixonam. Nome do filme: “Starcrossed – O Amor Contra o Destino” (2005, de James Burkhammer II). Na cena inicial, os dois irmãos são ainda crianças e nadam numa piscina. O pai demonstra gostar mais de um deles, enquanto o outro parece se afogar, inapto. Ignorando os protestos do pai, o irmão mais velho mergulha novamente na piscina e salva seu parente co-sanguíneo. Elipse. Anos se passam e o irmão mais novo inveja o mais velho, visto que não consegue atingir a atenção de seu pai. Abraçam-se. Beijam-se, quase sem querer. Nova elipse. Ambos os irmãos estão numa sala de cinema, acompanhado por suas respectivas namoradas. Suas pernas se tocam na escuridão da sessão. Logo estão alisando os dedos, gozando imaginariamente. Nova elipse. Ambos estão seminus, no interior de um automóvel. Fizeram sexo e estão satisfeitos com isso. Serão descobertos pela família? Terão direito a um final feliz? Digamos que o título original do filme diz respeito a amores que estão condenados desde o princípio, ao passo que a trama remete a um aguardadíssimo filme do brasileiro Aluízio Abranches, “Do Começo ao Fim” (2009). Não sei se gostei muito do referido curta-metragem, mas ele me fez pensar, me fez sonhar, me fez delirar. Ao meu lado estavam Diego e Luiz Ferreira. Conversei com o primeiro sobre a obliteração do aniversário de 40 anos da Revolta de Stonewall pela mídia, enquanto o segundo aguardava uma visita homoerótica. Ganhei de presente um DVD com 6 filmes sobre homens que se beijam. Hoje é permitido? Pelo sim, pelo não, foi dia de me lamentar por causa do ódio do menino com M na inicial de seu prenome!

Wesley PC>

28 DE JUNHO DE 2009: OU SEJA, 40 ANOS DEPOIS!


Exceto por aniversários de morte ou nascimentos, não sou muito dado a comemorações. Acho que as mesmas tendem a obscurecer o que está sendo comemorado, quando não se questiona adequadamente o que ou por que está se comemorando. Entre os meses de junho e julho, porém, como é sabido de todos, o mundo é inundado por passeatas de suposto orgulho Gay, mas esqueceram de mencionar que ontem, véspera de São Pedro no Brasil, completavam 40 anos da famosa rebelião de Stonewall, ocorrida em 28 de junho de 1969, quando os freqüentadores habituais de um bar predominante ‘gay’ nova-iorquino protestaram contra a hostilidade da vizinhança e da polícia local e foram espancados por dias a fio, resistindo bravamente, numa data que tornou-se histórica por seu pioneirismo, dado que, até então, conforme bem demonstrou o filósofo francês Guy Hocquenghem, autor do famoso livro “A Contestação Homossexual”, os homossexuais temiam serem visto como uma unidade coesa, crentes de que, assim, seria mais fácil para a sociedade exterminá-los enquanto classe espúria. Em Stonewall, na data destacada, a urgência e a fúria foram mais forte que o medo e os homossexuais resistiram! Hoje, a passeata do orgulho Gay, em muitos lugares, é usada como mera vitrine para bundas bem torneadas de homens afetados e nus. Valeu a pena o incentivo libidinal?


Em seu polêmico livro, Guy Hocquenghem atesta a dificuldade em reunir homossexuais por uma causa num mesmo local, dado que, ao invés de se reconhecerem enquanto entidade política e/ou revolucionária, estes se confundiam através de comportamentos promíscuos, usando as reuniões discursivas apenas para encontrarem novos casos sexuais. Por este motivo, a pretendida FARH (Frente de Ação Revolucionária Homossexual, surgida na França, no conturbado maior de 1968) teve duração curta enquanto órgão coletivo, funcionando clandestinamente, graças às ações insistentemente ativistas de alguns indivíduos. Por outro lado, as imagens vergonhosas (no que diz respeito à coerção policial) e orgulhosas (no que diz respeito à comunhão causal dos ‘gays’ e lésbicas presentes ao local) da chamada Revolução de Stonewall tornaram-se ícones decisivos para as reivindicações mais sérias de homossexuais, tanto que são utilizadas na abertura da emocionante cinebiografia do político Harvey Milk, dirigida pelo justificadamente incensado Gus Van Sant. O exemplo foi dado!

Há alguns anos, tive a estranha honra de poder presenciar uma suposta passeata do Orgulho Gay em Sergipe. Entre a participação ao vivo da banda Carcacinha do Pagode e a execução em rádio de algumas músicas dançantes, gargalhadas eram emitidas sempre que ‘drag queens’ convenientemente exageradas molhavas as pessoas da platéia com um jato de perfume. Os alto-falantes do evento eram utilizados somente para divulgar festividades pagas, em hotéis ou boates de luxo. Nada foi dito sobre legislações favoráveis á causa ‘gay’ ou a atividades que pudessem ser praticadas ali mesmo, a fim de atenuarem o preconceito da sociedade. Na época, estava em moda o termo “dinheiro rosa”, que dizia respeito à consideração crescente, por parte de setores econômicos, do público homossexual como consumidor de luxo, o que explica a proliferação de guetos mercadológicos para quem costuma se apaixonar por alguém do mesmo sexo. Protesto que era bom...

Ao menos, a proto-namoradinha que estava comigo à época conheceu uma lésbica graciosa na praia, que lhe valeu agradáveis experiências eróticas antes de adentrar a vida clerical, enquanto eu, alguns anos depois, penetraria numa boate ‘gay’ os 26 anos de idade e me depararia com uma platéia consolidada por adolescentes, que se enfurnavam na escuridão pra beijarem desinteressadamente diversos parceiros sexuais, a maioria desconhecidos até então. Na ocasião, agarrei um menino chamado Lucas. Nunca mais o encontrei. De que (me) valeu?

Wesley PC>

HÁ UM CACHORRO E UM GATO NEGRO EM CAMAS DE DIFERENTES PROSTITUTAS PICTÓRICAS!

Exatamente agora, a palavra escalonamento foi pronunciada por uma repórter de TV, que falava sobre um evento comemorativo da Policia Militar Sergipana. Por não ser um feriado no sentido estrito do termo, um amigo mecânico foi trabalhar hoje. Seu irmão repositor de frutas e verduras num supermercado ficara em casa, de folga, enquanto esta imagem abaixo apresentada – “Olympia” (1863), do impressionista Édouard Manet – não me sai da cabeça. Creio ter sonhado com ela, depois de dedicar preciosos minutos de uma madrugada observando-a, enquanto conversava com uma amiga apaixonada por seu marido, mas que não hesita em ameaçar divórcio de 10 em 10 minutos, alegando que “não agüenta mais viver deste jeito”. Segundo o que entendi, o quadro acima causou escândalo quando foi lançado. Tanto por fazer menção satírica à obra “Vênus de Urbino” (1538), pintada por Ticiano Vecelli, seja por questionar noções tradicionais da perspectiva renascentista ou apresentar traços críticos de questionamento social. Simpatizei igualmente com ambos os quadros, ao passo em que pergunto a mim mesmo o que entendo por adultério. “Ímpares são os números do Senhor”, diz um personagem na obra-prima recém-comentada de Julio Bressane. Não ouso discordar!

A pergunta que não quer calar: o que são 325 anos na História da Arte?

Wesley PC>

“A REALIDADE É TÃO VIOLENTA, QUE AO TENTAR REPREENDÊ-LA, AS IMAGENS REBENTAM”


Quando o genial escritor pernambucano João Cabral de Melo Neto morreu, em 09 de outubro de 1999, a Rede Globo de Televisão exibiu um especial de qualidade cinematográfica dirigido por Walter Avancini, que, à época, eu tive a sorte de gravar em VHS. Vi e revi “Morte e Vida Severina” (1982, cuja imagem de abertura é mostrada na foto) várias vezes, encantado pela rudeza e concomitante beleza das canções, pelas interpretações alvoroçadas de José Dumont, Tânia Alves e Elba Ramalho e pelo enredo célebre em nosso pós-Modernismo Brasileiro. Na manhã de hoje, encasquetei de ver a versão para o mesmo filme, com o mesmo elenco, que o pouco inspirado Zelito Viana dirigira 5 anos antes e me decepcionei sobremaneira. Ao optar por mesclar duas obras poéticas do mesmo autor e suprimir a narrativa (e as canções) em virtude de um incremento documental, o filme naufraga vergonhosamente em seus intentos denuncistas. Cada vez, por exemplo, que algum dos lavradores entrevistados pela equipe comiserante do filme reclamava da dificuldade em alimentar seus oito filhos, minha mãe (que estava na sala comigo) punha na má administração conceptiva a culpa para alguns dos problemas sociais que acometiam aquelas pessoas rudes e simples, acostumadas a usar “os dedos como iscas para pescarem camarão”, como diz a letra de uma das canções celebremente musicadas por Chico Buarque de Holanda. Prestando atenção nos comentários registrados à época das filmagens – e que alguns críticos consideram positivos por mostrar que, 32 anos depois, pouca coisa mudou no que se refere à exploração e desamparo sentido pelos sertanejos e imigrantes – receei concordar com ela, imaginando em que condições aquelas pessoas faziam sexo, em como beijos, abraços e carícias supostamente mais ousadas aplacariam um dia de suor e sangue no canavial ou na usina. Lembrei de um ótimo filme do Andrucha Waddington, em que uma mulher consegue administrar um relacionamento amoroso simultâneo com três homens (ou protótipos de maridos, como queiram). Em breve, eu falo sobre este filme por aqui. Por ora, lamento o desperdício do talento de João Cabral de Melo Neto em um filme que, ao invés de aplacar preconceitos, alimenta-os, tornando a seqüência em que a pergunta de um retirante sobre “não ser melhor saltar da ponte da vida” é interrompida pelo nascimento de uma criança recém-nascida preocupantemente legitimadora do tipo de bode expiatório que minha mãe (e eu, por extensão) encontrou para fingir que o desamparo mostrado na tela não lhe diz respeito. Diz sim – e muito! Por isso, aguardo ansioso a oportunidade de rever o clássico musical bem-dirigido pelo Walter Avancini ou entrar novamente em contato com as palavras sublimes do autor destas palavras “para serem cantadas em voz alta”. Bendito seja João Cabral de Melo Neto!

“Todo o céu e a terra lhe cantam louvor.
Foi por ele que a maré esta noite não baixou.

— Foi por ele que a maré fez parar o seu motor:
a lama ficou coberta e o mau-cheiro não voou.

—E a alfazema do sargaço, ácida, desinfetante,
veio varrer nossas ruas enviada do mar distante.

— E a língua seca de esponja que tem o vento terral
veio enxugar a umidade do encharcado lamaçal”

Wesley PC>

domingo, 28 de junho de 2009

MINHA VÉSPERA DE SÃO PEDRO (POR ENQUANTO)


Depois de uma proveitosa madrugada nos planos artístico e erótico, fora de casa, subo vagarosamente a ladeira da rua em que moro. De longe, percebo que uma mulher com problemas mentais está a urinar, de pé, sobre a fogueira acesa em frente a minha residência. As crianças que vêem a cena ficam escandalizadas. Eu pensava noutras coisas, em quanto a noção de adultério não me parece problemática quando não é atravessada pelo conceito de mentira. Abro o portão, estava com fome. Minha mãe recebe-me, com sempre, com um cardápio. Escolho macarrão com feijão e o pedido para mudar o canal da TV, que estava ligada. Ponho um filme no reprodutor de DVDs: “Manhattan” (1979), uma das preciosidades de Woody Allen que nunca compreendi adequadamente, em virtude de seu forte apelo citadino estrangeiro. Numa cena, seu personagem conhece uma mulher intelectualmente esnobe, que fala mal de tudo o que ele mais aprecia, incluindo o cineasta Ingmar Bergman. Mais tarde, ele se apaixonará por ela, mesmo enfrentando uma crise pessoal depois que sua ex-mulher o trocou por outra mulher e ele se envolve com uma jovem de 17 anos. Mas eu estava com muito sono. Havia dormido pouco, em virtude de debates subjetivos sobre uma pintura de Édouard Monet. Desmaiei. Ao acordar, meu irmão se deleitava com um daqueles programas da ESPN sobre debates futebolísticos. Eu sentia vontade de re-experimentar sêmen. Pessoas se divertem lançando fogos de artifício ao céu. Os rádios da vizinhança não estão tão estridentemente altos como estiveram na véspera do dia de São João. Tenho amigos e boas lembranças. Posso sorrir, enquanto espero a oportunidade para ver o restante do filme. Amo. Por isso, entendo Woody Allen e me masturbo tanto quanto ele!

Wesley PC>

A PERFEIÇÃO FAZ COM QUE MUITA COISA MUDE DE UM DIA PARA O OUTRO!


A fotografia acima pertence a “Filme de Amor” (2003), obra-prima de Júlio Bressane. Associar o nome deste cineasta a obras-primas é, porém, algo muito problemático: ver este filme com alguns de meus melhores amigos na noite de ontem me fez perceber o quanto este brasileiro não somente é genial, mas como ele renova violenta, drástica e poeticamente o conceito de ARTE (com letras maiúsculas mesmo) em cada um de seus filmes. Tanto que eu, com todo o meu exibicionismo enciclopédico, fui incapaz de reconhecer o que era despejado na tela e na banda sonora do filme. Ao invés disso, resignei-me à minha insipiência conteudística e gemi de gozo frente à sublimidade do filme. Redescobri ali o que é Perfeição. Por pouco, não enviei uma mensagem declarativa a um personagem real que eu associo a exata mesma Perfeição, a fim de coroar o ápice de meu espanto estético. Contive-me: estive diante da Perfeição!

A trama do filme, se quisermos insistir nisso, é de uma simplicidade cavalar: duas mulheres e um homem, todos eles escravos de cotidianos banalizados pelo Capitalismo, se juntam numa casa fechada e se embriagam de livros, filmes, músicas, nudez, corpos, comida, eletrodomésticos e sexo e amor e desejo e paixão e entrega sem aparatos. Só isso! Mas é perfeito! Enquanto se abraçavam, rastejavam no chão, liam Hilda Hist, fritavam ovos em ferros elétricos, aquelas pessoas amavam e faziam com que amássemos-nos. Amavam em estado bruto e instauravam em nossas mentes deslumbradas uma sede avassaladoramente crescente de conhecimentos e sensações. Talvez eu me sinta incapaz de descrever o que vi... Só vendo de novo... e de novo... e de novo... e pondo novos amigos queridos para verem também. Obra-prima!

Curioso foi o processo que levou-nos, eu e meus amigos, à escolha deste filme. Eascrevemos num pedaço de papel o que sentíamos e queríamos naquele momento e depois lemos as respostas e anseios do Outro. O anfitrião da residência onde estávamos sugeriu o filme bressaneano e eu acatei de imediato. Acatamos, aliás. Na cena que maias me identifico, o homem do filme ejacula na tigela onde se costumava deixar leite para o gato. Uma das mulheres põe mais leite sobre o esperma ejaculado na tigela e senta-se, nua, sobre ela. Transborda-se leite, sêmen e gozo em geral. Um dia ainda faço aquilo. Ou talvez eu já tenha feito, sei lá. Salve as graças da Beleza, do Amor e do Desejo, tão louvadas durante o filme inteiro!

Wesley PC>

Saga Gomorrense (Rio de Janeiro) feop pt3

Então, a manhã (25/06) foi de bobeira na Unirio. Aproveitei pra ver os cartazes e ficar sabendo de eventos, debates, exposições, etc para poder passar tempo. Foi então que vi essa aqui fodão ó!
http://funkarioca.blogspot.com/

Então pela manhã vi a exposição (DUCARÁLEOoooOO). À tarde iria ver o filme e pedir que no sorteio do livro um sobre a historia do FUNK. Argumentaria minha condição de morar em Sergipe e pá uahauuah era batata, ganharia de boa, tenho certeza. Mas os planos mudariam isso.

Bem, percebi que a pova que esperava, do Conexões de Saberes da Unirio, só chegaria à tarde. Enfim, uma manhã inteira pra ficar de bobeira. Mas eis que o destino (uia, ele de novo) muda e revira toda a pequena historia que se iniciava.

Qdo to entrando na reitoria umas 8h da matina encontro uma amiga \o/ yeahhHHH.
Ela havia vindo no inicio do ano com outras amigas pra SE apresentar trabalho e eu levei a pova pra orla. Foi ótimo revê-la. O meu objetivo com esta viagem estava quase se completando.

Conversamos bastante, falamos mal do ME, falamos bem de SE e do RJ, falamos bobagens e rimos pra dedéu. A viagem já dava resultados prósperos. Mas (in)felizmente a profª que esta amiga esperava desde 8h chegou às 9h e ela teve de ir atrás da vida dela. Eu voltei à situação como chegay: sem nada objetivo pra fazer.

Então fui dar uma volta no bairro ao redor da Unirio. bem, pense que ali é local de rico! Só pra galera se situar fica a 5 min do Pão de Açúcar ¬¬ Na praia vermelha, esta praia em forma de ferradura. Lidão ficar no meio e olhar pros lados ver estes morros. Mó aconchegante.
Mas eu não fui pro RJ contemplar a beleza. Como dizia o Planet Hemp em Zeroviteum "É muito fácil falar de coisas tão belas de frente pro mar, mas de costas pra favela"

Dae entao fui atrás de um pc com internet pra agilizar os contatos aqui no RJ. mas na Unirio simplesmente naum tem local de acesso. Laboratórios fechados, quebrados e espaços privatizados, ou seja, laboratório da educação à distancia com 20 pcs, só 2 sendo usados, mas naum se pode usar se naum for do projeto da EAD ¬¬

Bem, me jogay pra UFRJ que tem um campus ali perto. Putz, mó louo o prédio, antigão total. Bem ar imperial e tals. Lá achei fácil onde acessar a net. Fikei um tempim e qdo vi jah eram 14h.
Hora de retornar à minha saga gomorense e procurar a pova do feop unirio.

feop

Saga gomorrense (Rio de Janeiro) Feop pt2

Então eis que chego no RJ (24/06) e avisei a uma amg q morava por perto se ela poderia me receber. Avisei tb q naum se preocupasse, pois tinha onde ficar e tals (mentira, meus planos era dormir no aeroporto ^^). Por sorte ela foi me buscar.

Chegay na casa dela ela resolveu fazer algo para comer. A única coisa que tinha na geladeira além de água, 2 cerva itaipava, um vinho dobom (ou seja, não-dufrey) e uma pizza. Acontece que a pizza tinha data de fabricação 28 de maio e validade por 5 dias. Pense na bomba!!
Mas comemos de boa (tiramos apenas umas partes mofadas). Show de bola!

Pela manhã (26/06) minha brodinha saiu cedo pra trampar, dae me jogay pra Unirio que era meu destino (uia), na verdade objetivo. Chegay lá mó cedão, 7h. A biblioteca só abria 9h, as aulas comçam às 8h. Então fiquei dando umas voltas pra me familiarizar, enquanto quem eu procurava não chegava.

Saga gomorrense (Rio de Janeiro) Feop pt1

Minha dúvida começou quando eu estava a caminha pensando como falar da gomorra.

1. Dizer que é uma casa livre seria mentira
2. Dizer que é uma casa normal seria incorreto.

Então, eis que me vem a epifania: gomorra utópica!

Sim, da mesma forma que houve o socialismo utópico, temos a gorra utópica. Esta ainda não tem um projeto definifo, não tem uma análise científica, como fez o velho barbudo para o socialismo.

Ou seja, gomorra se pretendeu libertária, comunitária, mas não é uma proposta que irá contornar vidas e vidas de individualismo que temos nós freuqnetadores/as e moradores/as de gomorra.

Até as reuniões são questões burocráticas e vindas de problemas práticos. E que no final não resolve muita coisa.

Enfim, já sabia o que falar de gomorra. Só me restava encontrar para quem falar. Pois não avisei a ninguém que estava indo. Para que avisar? Coisa tão burguesa esta maldita etiqueta. uaauhauh vai vendo.

feop

Saga gomorrense (Rio de Janeiro) Feop

Assim como fábio foi pra SP > corringindo< foi para RJ ver a bandinha Cabeça de Radio e fez seu relato beatnik. Aqui está um outro relato de mais uma viagem gomorrense.

Ah!, nunca mais tinha cessado o blog, vejo q naum mudou muita coisa. Acreditava mesmo que coelho e barba estavam postando aqui algumas coisas, mas pelo que me lembro os dois nunca foram chegados nesses trocos virtuais em geral. Ma bene.

Então o caso simplificado é o seguinte:
1. entrei de férias do trampo. da ufs sempre estive de férias uahuahua
2. queria me jogar pra qq lado, sair de sergipe e pá.
3. ia pro ceará, mas na segunda-feira passada (22/06) acordei com uma ressaca monstruosa (!!) e não fui pra BR catar carona. Eis então q recebo por e-mail a noticia de q foi cancelado o feop-ce. putz, viagem pro ceará cancelada ¬¬

4. no mesmo instante decido ir pro RN dar uma gás no movimento de casas e no feop de lá. Evidentemente este é o motivo secundário, queria mesmo passear e conhecer a vida loka dos e das potiguaras \o/ conversei com algumas pessoas e lá pra quinta, ou sexta teria carona. se num desse certo na quinta mesmo estaria na BR. Isso resilvi na Terça (23/06) à tarde. acontece q um telefonema mudou tudo
5. Quarta pela manhã me jogo pra salvador e de lá pro RJ. Pela urgência não fui de carona. pleiboizei ¬¬

Este é o preâmbulo da saga.

A história recomeça aqui. = )

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