sábado, 21 de março de 2009

ESTARIA O MAL (SÓ) DENTRO DE MIM?


“Três amigos (...) brincam juntos de novo nessa paixão: eles querem uma mulher grávida de oito a nove meses, abrem-lhe o ventre, arrancam a criança, queimam-na sob os olhos da mãe; no lugar, dentro do estomago, colocam um pacote de enxofre combinado com mercúrio e azougue que eles acendem; em seguida, costuram o ventre de volta e deixam-na morrer assim diante deles em meio a dores incríveis, fazendo-se masturbar por essa moça que está com eles (verificai o nome)”. – 61ª descrição das paixões assassinas ou de quarta classe, conforme narradas por Desgranges, que, aos 56 anos, “é a maior celerada que jamais existiu”, dado que, “conversa agradavelmente e possui espírito; atualmente, é uma das alcoviteiras favoritas da alta sociedade”.

Finalmente terminei a leitura de “Os 120 Dias de Sodoma ou A Escola da Libertinagem” (1785), clássico do Marquês de Sade e, sinceramente, não sei se isso me fez bem ou mal... Sinceramente, não sei!

Wesley PC>

CADA COISA QUE ME APARECE...


Olha só, que engraçado: estava eu tentando me convencer de que realmente não estava com vontade de ir para a Calourada Unificada que estava se dando na UFS (o que era verdade!) e, depois de repetir indefinidamente a canção do The Gathering citada anteriormente, vasculhei os filmes ainda não-vistos em minha casa e deparei-me com a produção alemã “A Camisinha Assassina” (1996, de Martin Walz). Parecia um simples filme tosco, inofensivo. Talvez fosse do que seu estivesse precisando, já que me sentia feliz (e “felicidade não é algo alegre”, já dizia o também alemão Max Ophüls).

Trama do filme: um detetive siciliano e homossexual, com 32 centímetros de pênis, resolve investigar que estranho fenômeno está acontecendo num bordel nova-iorquino, em que homens costumam ser frequentemente castrados em atos sexuais. Lá chegando, com intuitos largamente profissionais, encontra um belo gigolô e um travesti policialesco. O segundo clama pelo amor do detetive, alegando que se veste de mulher depois que começou a fazer terapia e percebeu que deveria ser a mãe de alguém, ao passo que o primeiro (muito jovem e bonito, por sinal) apenas queda calado, esperando a hora de cumprir seu papel erótico. Quando exibe seu imenso órgão sexual, o detetive é atacado por um preservativo com dentes, que devora seu testículo direito. Daí por diante, não descansará até que descubra os intuitos dos fazedores desta linhagem de camisinhas assassinas, que ele descobre serem artificiais, um misto de borracha com genes de platelmintos, águas-vivas e piranhas. Não vou revelar o final, mas adianto que tem a ver com a condenação da Igreja ao sexo não-reprodutivo. Frase bíblica utilizada como defesa do detetive: “quem nunca pecou que atire a primeira pedra”!

Fiquei perplexo, chocado. Esperava me deparar com um filme bobo, descerebrado, apenas cômico. Ao final, sou espancado por um bonito discurso contra a homofobia, atingido por um libelo emocionante em defesa do amor livre, em prol das pessoas que se amam a qualquer custo. Fiquei igualmente contente ao perceber o nome do gênio perverso Jörg Buttgereit nos créditos (como consultor de efeitos especiais) e, com este filme, quase esqueci (ou melhor, ressignifiquei) o pesadelo que tive nesta madrugada, no qual o fantasma de um amigo tesudo e falecido reclamava que eu não prestava tanta atenção mnemônica nele quanto eu deveria. Pensei nele, portanto. Não deu outra, liguei o rádio e executei “I Fell in Love With a Dead Boy”, de Antony and the Johnsons”, várias e várias vezes em seguida:

“Agora eu vou contar para todos os meus amigos:
Eu me apaixonei por um garoto morto
(...)
Oh, que belo garoto!”


Wesley PC>

sexta-feira, 20 de março de 2009

UM POUQUINHO DE TELEVISÃO


É quase vergonhoso admitir isto aqui, mas alguns daqueles seriados exibidos à exaustão no Sony Entertainment Television têm realmente qualidade. No futuro, falarei sobre alguns deles, mas, hoje especificamente, quero transmitir alguns elogios a “Will & Grace”, um dos seriados mais engraçados que já vi, sem por isso deixar de ser inequivocamente dramático (ou potencialmente dramático, que seja). O núcleo central de personagens é composto basicamente por quatro pessoas: o casal do título (ele, gay; ela, judia e apaixonada por ele há mais de 15 anos) e dois amigos boêmios e moralmente duvidosos (uma milionária alcoólatra e um afetado esclerosado). Lembro que conheci a série assim que instalei a TV por assinatura em minha casa e sempre ri muito do que era exibido ali (uma de minhas piadas favoritas: quando os dois homossexuais da trama confessam que adoram se esconder em filmes românticos e atirar pipocas quando vêem heterossexuais se beijando – risos).

Ontem á tarde, com minha mãe sentada no sofá da sala, assisti a um episódio duplo, no qual o advogado Will (Eric McCormack) e a desengonçada Grace (Debra Messing) relembram como se conheceram, se apaixonaram e como ele descobriu que era ‘gay’, às custas das ilusões perdidas dela, às custas de sua dor. Mais tarde, quando finalmente assume que é ‘gay’, Will descobre que seu melhor amigo Jack (o afetado Sean Hayes) é apaixonado por ele, mas não qualquer possibilidade de que este envolvimento dê certo. Por que a vida é assim, hein?

Inclusive, o referido seriado tem relevância pessoal em minha vida porque, há uns 3 ou 4 anos atrás, era o pretexto que eu tinha para ficar acompanhado por um daqueles meninos que hoje me odeiam, que estava todo dia em minha casa para ver o tal programa, entremeado por abraços pedintes de minha parte. Depois que os amigos do tal garoto começaram a zombar de minha companhia, ele enfureceu-se e disse que nunca gostara realmente deste “programa de maricos”. Vai entender esta vida (risos). Mas, é sério, o seriado é muito, muito engraçado, aborda a homossexualidade e alguns temas correlatos sem tabus banais e é exibido de segunda a sexta-feira, às 18h, no canal Sony. Quem não tiver nada melhor a fazer neste horário...

Wesley PC>

“THESE GOOD PEOPLE” (THE GATHERING)


“He worries no more than he
Necessarily needs to fill his void
As big as space never ending thrill
He meets his will by choosing hate

Why choosing?
Need us to smile too?
Alright”


E tem coisas que grudam na cabeça.
Para tirar, é foda!
Ou melhor, para tirar, só foda!

Wesley PC>

NEM O ESPAÇO É LIMITE!


Puxa, agora que ele se foi é que penso: “caramba, em momento algum da passagem de Wendell ∞-gato por Sergipe, eu lembro de ter conversado com ele sobre “2001: Uma Odisséia no Espaço” (1968)! Será que ele viu? Será que ele gostou?”. Enquanto amante da Astronomia, ele teria tanto a me ensinar no que diz respeito aos meandros ainda incompreendidos e/ou inexplorados da obra-prima do Stanley Kubrick, um dos 15 melhores filmes a que já assisti em vida, o clássico supremo da ficção científica, um verdadeiro petardo existencial. E, se estou lembrando deste filme agora, é porque amanhã planejo ver “Solaris” (1971, de Andrei Tarkovsky), a contrapartida russa sobre tema e estilo semelhante, provando que a corrida armamentista da época não ficava restrita aos céus!

Nunca vi o filme russo e, confesso que, desde pequeno, é um dos maiores desejos de minha existência cinefílica. Sei que é um filme de quase 3 horas de duração sobre astronautas seduzidos por um planeta que, ao cabo de algum tempo, revela-se vivo, pulsante e capaz de materializar pensamentos a fim de manter as pessoas presas nele. Segundo a publicidade, ele duela em pé de igualdade com a enigmática seqüência final de “2001: Uma Odisséia no Espaço”, em que, depois de penetrar a atmosfera de Júpiter, somos apresentados a uma nova versão da cosmogonia teológica (ou algo muito, muito além de minha compreensão). Repito, portanto, que não sei se Wendell vi os referidos filmes, mas dedicarei a ele minhas reações interrogativas após a sessão de amanhã... Aos demais, a recomendação: se vocês não viram ainda a obra máxima de Stanley Kubrick, peguem o celular agora, me telefonem que a gente resolve este pecado!

Wesley PC>

“NO RAIN” (BLIND MELON)


Tu já ouviste esta música, tenha certeza! Todo mundo já ouviu e já se enterneceu com aquele videoclipe fabuloso da menininha feia, vestida de abelhinha, toda desengonçada, que não encontra seu lugar no mundo, até que um dia, depois de muita rejeição, abre um portão e acha um monte de pessoinhas felizes, feinhas e vestidas de abelhinhas. Lindo demais! Acabo de ver na MTV e fiquei me sentindo tão feliz e melancólico ao mesmo tempo... Cultura de massa tem destas surpresas! (risos)

“Tudo que eu posso dizer é que minha vida é bastante simples
Eu gosto de ver as poças aumentando com a chuva
E tudo que posso fazer é apenas pôr um pouco de chá para dois
E expressar meu ponto de vista
Mas isso não é sensato..
Não é sensato...

Eu apenas quero alguém que me diga
Oh.. oh.. oh.. oh..
Eu sempre estarei lá quando você acordar
Você sabe, eu gostaria de não chorar hoje,
Então fique comigo e eu conseguirei isso”.


Tão fofinho...

Wesley PC>

DESENHO ANIMADO CONTEMPORÂNEO


Estava tarde, eu tinha fome e sono e queria ver algo curto enquanto comia. Liguei a TV no Cartoon Network e vi um episódio de uma série animada, chamada “O Acampamento de Lazlo”.

Tratava-se de um acampamento de animais escoteiros. Era dia de uma competição de quem come mais feijão. Os concorrentes iam desistindo e/ou desmaiando progressivamente, até que sobra apenas o protagonista, que, ao que parece, é um macaco. Por mais que ele estivesse feliz por ter ganhado a competição, lembrou que feijão dá gases. Antes de comemorar, portanto, ele deseja arrumar um lugar para peidar em paz, mas, toda vez que está preparado para liberar os esfíncteres, alguém aparece (amigos, mulheres, parentes, etc.), até que carregam-no para o palco onde se dará a entrega dos prêmios, ligam uma chama e... BUM! Tudo explode! Conclusão do episódio: “cuidado com o fogo quando for comer feijões”!

Eu não acreditei quando vi isso. Não achei engraçado, não ri, fiquei escandalizado com a escatologia do seriado. Nossa, é isso o que as crianças de hoje em dia vêem? Mas gostei, não é ruim não (risos).

Wesley PC>

EM OUTRAS PALAVRAS (E CONFIRMANDO A POSTAGEM ANTERIOR): A FELICIDADE É POSSÍVEL!


E, no meu caso, ela tem nome, sobrenome e as pernas mais confortáveis de toda a História!


[Peço desculpas pela corruptela pessoal, mas não me canso de louvar o quanto Gomorra é terapêutica, mesmo com todos os problemas dela advindos, mesmo que seja preciso de vez em quando recorrer a chamados para discutir convivência em reuniões de moradores (vide quadro-negro na sala). Escolhi apenas um nome de felicidade nesta fotografia, mas poderia passar dias e mais dias dedicando agradecimentos semelhantes a outras pessoas (imperfeitas) que lá conheci. Obrigado a todos!].

Wesley PC>

POR QUE PENSAR E FALAR DOS HORRORES?


Calma, calma, este vai ser um texto feliz! Mas ciente de que a felicidade passa pela supressão de alguns acontecimentos, pela focalização nalguns fatos em detrimentos de outros, pela escolha... Ao sermos felizes, não conseguimos impedir que outras pessoas não o sejam – e isto não precisa ser nossa culpa! Digo isso porque, ao meio-dia, minha substituta no DAA (que trabalharia exatamente os quatro meses em que eu estaria desempregado) comentou comigo que recebera uma boa notícia: o contrato dela se esgotaria no dia 31 de março, mas acabara de ser renovado. Ela ficara feliz porque não ficaria sem emprego e me transmitiu o informe toda empolgada. Mal sabia ela que isto implica na não-renovação de meu contrato! Mas tudo bem, não quis estragar a euforia dela e nem achei justo que, por causa deste infame implante de competição capitalista em minha vida, eu desdenhe da satisfação de outrem...

Sigamos em frente: Rafael Coelho, lá pelas 2h da madrugada, comemorou o fato de que, no último Cine-Gomorra “conceitual” (que, apesar de não ter exibido todos os filmes que queria, deu muito certo!), os integrantes de Gomorra discutiram assuntos seríssimos, conversaram bastante, desde o quanto se financia a violência do tráfico de drogas ao comprarmos um quilograma de açúcar até os meandros da loucura inevitável de cada um de nós. Pela manhã, quando eu despertei, fiquei sabendo que um de nós recebeu uma convocação médica em casa, avisando que ele estava com suspeita de ter contraído o vírus da Hepatite B. Brincamos com isso, divertimo-nos, fizemos de conta que aceitamos o fato. Pensamos em todas as possibilidades negativas envolvendo o assunto, mas estávamos tranqüilos: este tipo de suspeita é comum em testes de sangue precipitados. Ele não está doente! Que bom, pois a hepatite B possui efeitos terríveis (vide foto), inclusive e principalmente no ponto de vista sexual e no que diz respeito ao consumo de álcool, já que a hepatite atinge diretamente o fígado – e o suspeito hepatítico gosta de beber (socialmente, mas gosta).

Mas nada do que escrevi aqui é motivo de preocupação, pelo contrário: isto é somente um agradecimento por terem me provado que Gomorra não é sinônimo de evasão! Que nós somos pessoas sérias, que temos consciência dos males do mundo, que discutimos questões graves, que sofremos, que enlouquecemos, que passamos mal, que ficamos cansado, que adoecemos, mas, acima de tudo isso, escolhemos um estado de espírito positivo como sendo o dominante. E isto faz toda a diferença!

Wesley PC>

quinta-feira, 19 de março de 2009

CARALHO PASSIONAL!


Ganhei este álbum de presente de aniversário. Somente hoje tive tempo de apreciá-lo a contento, de sentir, de me misturar animicamente às sanfonas e batidas eletrônicas de suas canções, de me entregar à tristeza e à sonoridade pulsante dos teclados, baterias, acordeons e vozes roucas e suaves deste álbum absolutamente inovador: “La Revancha del Tango” (2001), de Gotan Project. Recomendo deveras.


“Descubrimos vos y yo, en el triste carnaval
Una música brutal
Melodías de dolor
Despertamos vos y yo,
y en el lento divagar,
una música brutal
Encendió nuestra pasión
Dame tu calor
Bébete mi amor”


Anderson Luís, muito obrigado pelo presente!

Wesley PC>

ÓPERA-ROCK DA VIDA REAL


Uma das coisas que posso perceber objetivamente dos textos de Marcos Miranda que aqui são publicados é que o descompasso entre aquelas coisas que sonhamos (seja para nós, seja para os outros) e as coisas que são efetivadas na realidade é crescente. Por mais que idealizemos, organizemos e planejemos algo, inúmeros fatores invalidam – ou podem invalidar – a concretização de nossos ideais, por mais nobres e aparentemente desinteressados que estes sejam!

Não sei se já deixei claro aqui, mas não sou obcecado por Marcos por ele ter o corpo que tem, este terminou sendo um elemento secundário de minhas crises. O que sempre admirei em Marcos (ainda que numa vertente bem mais deturpada que eu possa supor) é a sua gana organizacional, a sua fixação burocrática, a sua vocação forçosa e desejosa para uma função de liderança. Quando eu era secretário-geral do CECINE/UFS (Centro de Estudos Cinematográficos da Universidade Federal de Sergipe), tinha ambições e acessos incompreendidos de raiva muito semelhantes aos de Marcos Miranda, por isso, me meu subconsciente pervertido, acho que posso me beneficiar ao observá-lo, admirá-lo, contemplá-lo e coisas do gênero. Por mais que eu discorde ou não tenha ciência de seus objetivos, encanto-me pelo modo como ele insiste em levar a cabo as suas propostas.

E é seguindo esta linha idealista que eu anuncio aqui os meus intentos com o Cine-Gomorra de hoje, intentos tão pretensiosos e estudados quanto as famosas óperas-rock de The Who, Pink Floyd ou The Olivia Tremor Control (para ficar em exemplos óbvios), tão conceitual e mal-entendido quanto suas obras-primas musicais. Vale pela tentativa, porém.

Os filmes que planejo exibir hoje são: “Nosferatu” (1922, de F. W. Murnau); “O Triunfo da Vontade” (1935, de Leni Riefenstahl); “Fahrenheit 451” (1967, de François Truffaut); e “O Exorcista” (1973, de William Friedkin). Cada qual a seu modo, este quatro maravilhosos filmes explicam a que finalidades servem o ato de inculcar medo nas mentes de cidadãos comuns, cada qual a seu modo, estas obras-primas da sétima arte denunciam os interesses de quem produz ostensivamente o medo, seja para fins metafóricos/vanguardistas, como no primeiro; seja para intuitos intimidadores de beleza, como no segundo; seja para intuitos poéticos, sobrevivenciais e anti-distópicos, como no terceiro; e, finalmente, para aproveitamos comerciais que transpassam a publicidade e tornam-se belos estudos reflexivos sobre as limalhas da saudade, como no quarto.

É com uma imagem poderosa deste último filme que emolduro esse texto, este clamor por harmonia comunal, esta declaração conscienciosa de que, mesmo que as coisas não saiam como a gente deseja, as coisas são, nós somos também, e cabe a nós, somente a nós, realizar a síntese e validar aquilo que precisa (ou não) ser validado. Afinal de contas, o que vocês chamam de possessão, eu chamo de carência – e nem isto é suficiente enquanto justificativa!

Wesley PC>

O LADO BOM E O LADO RUIM DOS CÂNONES


Nunca tinha ouvido “Wish You Were Here (1975), do Pink Floyd, nem visto “Sexta-Feira 13” (1980), do Sean S. Cunningham. Emocionei-me deveras com o tom ressentido do primeiro e ri bastante com os absurdos e comicidade involuntária do segundo. Só mesmo Gomorra para me permitir a descoberta contígua de obras de arte tão diversas, em forma, impacto, estilo e conteúdo!

Conclusão: não somente por causa deste álbum e deste filme, eu e Coelho dedicamos três longas horas a uma conversa ininterrupta sobre os aspectos da vida, sobre o porquê de amarmos pessoas, sobre como estarão nossos amigos daqui a 10 anos, sobre os porquês... Por que, hein?

Wesley PC>

Reforma Ortográfica Portuguesa

Enquanto o pessoal das letras não aparece...

Encontrei o guia da reforma ortográfica portuguesa. Ta ai o link:

http://www.estadao.com.br/geral/not_ger301302,0.htm

http://www.estadao.com.br/ext/especiais/2008/11/guia_nova_ortografia.pdf

http://www.estadao.com.br/interatividade/Multimidia/ShowEspeciais%21destaque.action?destaque.idEspeciais=655


tem até um jogo...

espero ajudar a alguém...

até mais!!!!

PS: eu não li as regras ainda não, mas depois eu lei, vou pro DALH agora \0/



Marcão Vicentão

“Parada cardíaca”




Ontem foi um dia feliz
Voltei a sorri como antes
Senti meu coração longe do que quis
Sem nem precisar de um implante...

Era noite clara como o olhar que me amanhece
Que de repente, depois de um dia estressante
Volta a brilhar tão forte como todos os meses
Mas diferente do que sempre acontece
Não tem mais uma reação dançante
No peito como das outras vezes...

Comparado com antes, parece que morreu
Pois suas batidas não eram só sentidas
Mas também cantadas, gritadas, ouvidas
Só que hoje parece que não sou eu...

Ou sou, ou é o que quero que seja?
Ainda assim, escrevendo essa poesia
Coloco uma das mãos ao peito
Mesmo que ninguém veja
E penso no que pensei durante todos os dias
Mas não acontece do mesmo jeito...

De agora em diante deixo de ser seu escravo
Já que você não quer mais funcionar
Por estar partido por um cravo
Finalmente, parado, no meu peito, a descansar...


Marcão Vicente, 19 de março de 2009.

EDITAL DE SELEÇÃO PARA PONTOS DE CULTURA DO ESTADO DE SERGIPE

EDITAL DE SELEÇÃO, Nº 001/08, de 22 de dezembro de 2008

O Estado de Sergipe convida instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, legalmente constituídos, que desenvolvam ações de caráter cultural há pelo menos dois anos no Estado, para apresentarem propostas à edição estadual do Programa Mais Cultura do Ministério da Cultura, nos termos das Leis Federal n° 8666/93, no que couber, Lei n° 8.313/91, IN/STN 01/97, IN/CONGER 006/2008 e nas condições e exigências estabelecidas neste Edital.

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Infelizmente os pré-requisitos nos eliminm. Dois anos de atividades e legalmente consítuídos...

Mas, a vida é uma caixinha de surpresas e em 2010 estaremos lá, podem crer!!!

feop

quarta-feira, 18 de março de 2009

VINGANÇA, VINGANÇA, VINGANÇA!


Eu não gosto, mas o Bo Arne Vibenius, cineasta sueco admirado pelo Quentin Tarantino, gosta muito! Em 1974, sob o pseudônimo Alex Fridolinski, ele realizou “Thriller: um Filme Cruel” (1974), sobre uma menina que é estuprada na infância, fica muda, cresce como vendedora de leite, é seqüestrada, viciada em heroína, prostituída, esfaqueada no glóbulo ocular, fodida... Um dia, fica com muita raiva, aprende a dirigir, a atirar, a quebrar tijolos com as mãos e mata todo mundo que passa pela frente, todo mundo que ela acha que fez mal para ela, em câmera lenta, muito lenta, tão lenta que o sangue que escorre das bocas de suas vítimas parece um escarro solitário e mononuclear!

Nem é um filme tão bom, mas é alternativo pacas, é sueco, tem sexo explícito, tem olho de cadáver pipocando como se fosse de gente viva e é obrigatório para se entender adequadamente filmes como “Kill Bill: Volume 1” (2003) e “À Prova de Morte” (2007), ambos clássicos recentes do norte-americano comedor de tranqueiras Quentin Tarantino. Se alguém quiser ver, é só falar comigo... Em todos os sentidos do termo (risos)

E, só para não perder a deixa do Lupicínio Rodrigues:

“Eu gostei tanto, tanto quando me contaram
Que lhe encontraram bebendo e chorando na mesa de um bar
E que quando os amigos do peito por mim perguntaram
Um soluço cortou sua voz, não lhe deixou falar”...


Oh, se a vida fosse assim!

Wesley PC>

“O SEU OLHAR, SEU OLHAR MELHORA, MELHORA O MEU”!


“Canção da Estrada” (1955), primeiro filme do indiano Satyajit Ray, foi o instrumento através do qual eu conheci o músico Ravi Shankar, responsável pela trilha sonora. Quando vi o filme, mal imaginava que ele era conhecido por aqueles que não conheciam o cinema indiano, mal sabia que ele colaborara com George Harrison, nem imaginava que ele era pai da forçosa Norah Jones... Quando descobri que ele fora indicado ao Oscar de trilha sonora por causa do filme “Gandhi” (1982, de Richard Attenborough), percebi que ele se globalizara (mas permanecendo muito talentoso, o virtuose da cítara que ele sempre foi). Quando conheci o tio Charlão (e, em seguida, Coelhinho e seu mp4 estufado de coisas), tudo fez sentido: Ravi Shankar é genial, tocou no Woodstock e suas músicas são ideais para “dar lombra”. Ok, ok... Sem flagrantes textuais, Bruno/Danilo!

Só estou cá escrevendo para valorizar a nossa capacidade de escolher o que nos interessa, capacidade esta que é melhorada quando deixamos que o que nos interessa siga seu próprio rumo, faça aquilo que melhor lhe apraz. Exemplo preciso: quando eu estava correndo para a aula, às 8h45’ da manhã de hoje, deparei-me com um menino de mais ou menos 6 anos no caminho. Ele era bem gordinho e estava usando apenas uma bermuda rasgada. Alguma coisa me fez olhar fixamente para suas costas. Achei estranha a combinação sujeira-gordura, por mais que eu saiba que aquela discreta obesidade obedece a critérios muito diferentes da boa alimentação. Continuei olhando-o, seguindo-o com olhar abaixado, visto que ele fazia o mesmo percurso que eu, à frente, para ser exato. De repente, ele avança o passo, chega a correr e, alguns metros depois, atira-se sobre um saco de lixo à frente. Joga-se na imundície como se fosse num brinquedo. Ele parecia muito feliz! Deixei-o lá se divertindo, suspendi o juízo e acelerei também o meu passo, pois estava atrasado para a aula. Terei agido certo? Há “certo” e “errado” no exemplo destacado?

No filme, uma das coisas que mais me intrigavam era o modo como esta velhinha cabisbaixa varria o pátio da casa em que morava, quase rente ao chão. Ela reclama o tempo inteiro de dores nas costas, mas, ainda assim, sem que ninguém a peça, ela emborca-se no chão diversas vezes e varre-o, utilizando um projeto muito esquisito de vassoura, quase sem cabo. Lembro que isto me impressionou deveras, para além de todos os sutis dramas familiares registrados no filme, o melhor já produzido na Índia até hoje!

Enquanto isso, Arnaldo Antunes continua a compor suas canções epanafóricas e/ou metalingüísticas. Rafael Maurício está vivo e trabalha. Minha mãe gosta das flores cultivadas em seu quintal (exibidas abaixo, com orgulho). A geladeira de Gomorra está preenchida. Humanos dormem, comem, fazem sexo, vomitam quando bebem demais ou quando estão com dengue hemorrágica. O mundo gira. Viva!

Wesley PC>

E, SEGUINDO A LINHA FELIZ...


“Um pouquinho de açúcar faz o remédio descer melhor”, já dizia a babá volante.

Wesley PC>

TALVEZ SEJA MAIS FÁCIL SER FELIZ, DE VEZ EM QUANDO!

Incrível o quanto uma tossezinha alheia de madrugada, depois de um filme cômico-romântico com a Greta Garbo, pode fazer bem!


Quem viu “Closer – Perto Demais” (2004, do Mike Nichols) vai entender a piada:


“Fjrhfhfb jdfjufjebnhjmn mn jhuieif1f52g45e4g hgthh
Fgergerg gjjrtgknrkgk
Dfgiergjkr geg4tehg5thg46bhd45hb4 5dz5f4g5qwgr”


(RISOS ALTISSONANTES)

Saudades, Wendell!

Wesley PC>

terça-feira, 17 de março de 2009

CRISE DE ABSTINÊNCIA!


Por não ter controle de meus instintos, por insistir em ouvir vozes equivocadas, por estrebuchar insuficientemente, por sucumbir às dores do corpo e a uma estranha paralisia dos membros inferiores, por temer a cólera de meus amigos queridos em virtude de admoestações iterativas, por inúmeros outros motivos, estou há exatos 2 dias sem pisar em Gomorra, um recorde negativo, uma abominável marca a se carregar para meu futuro túmulo...

Nestes dois dias em que não visitei o reduto que me apazigua, interagi com pessoas que não via com a mesma freqüência que antes. Ouvi pessoas reclamarem que não têm dinheiro, vi pessoas gritando para que ladrões e estupradores fossem fuzilados, vi pessoas mentindo, vi pessoas comemorando minha mal-aproveitada presença... Vi pessoas que amo fazendo coisas que desgosto e gostando disso. “É um direito delas”, pensei, “mas não tenho a obrigação de estar aqui, me sujeitando a tudo isto!”. Estarei sendo muito egoísta em querer sair, ao invés de tentar ajudá-las? Ou, com este desejo, estou me privando de incorrer na mesma imposição moral que caracterizou famosas ditaduras do passado, mesmo as que se pretendiam “bem-intencionadas” como o socialismo russo? Não sei...

Sei que esta agonia que agora sinto (agravada pela impossibilidade de falar com Rafael Coelho, pela estranha recusa de Luiz Ferreira Neto em atender ao celular, pelas violentas palavras que troquei há pouco com Rafael Maurício, pelo medo de ligar para Bruno/Danilo e retirá-lo de um necessário estado soporífero) me fez lembrar do clássico “Ninotchka” (1939, de Ernst Lubitsch), um dos mais divertidos, apaixonantes e ideologicamente perigosos filmes que vi em vida. Trata-se da estória de uma vigilante comunista russa (vivida pela estonteante Greta Garbo) que viaja à França para impedir que três partidários do sistema político de seu País continuem seduzidos pelos “prazeres terrenos” e, assim, desprezes os ideais de abnegação comunitária. Acostumada às privações e a um senso de masoquismo partidário, a personagem-título apaixona-se em Paris, descobre as roupas de seda, os sutiãs confortáveis, as bebidas alcoólicas e mergulha numa violenta crise existencial: “ficar e curtir o que a vida materialista tem a oferecer ou voltar para as privações em que acredito e que fazem já parte de minha constituição moral?”: eis a dúvida que a aflige, eis a escolha que me sinto erroneamente tentado a fazer. Quem foi que disse que ambas as opções são concorrentes? Que não posso conciliar ambos os estágios? Quem? Hollywood? Por mais genial e sub-reptício que seja, o ardiloso alemão Ernst Lubitsch peca... É hilário quando faz isso, mas cério que, no mundo real, já estejam cansados de meus pecados recorrentes...

Não sei o que fazer!

Vou rever o filme, vou tremer, vou esperar, vou rezar para que esteja vivo ao amanhecer e que, assim, possa novamente pisar em Gomorra e me certificar de que tudo está bem, de que ainda tenho chances, de que o cerco não se fechou por completo para mim, de que...

Wesley PC>

COMPARAÇÃO (IN)EFETIVA


“Eu, que vos falo, fiquei de pau duro enquanto roubava, assassinava, incendiava, e tenho a plena certeza de que não é o objeto da libertinagem que nos anima, mas a idéia do mal; em conseqüência, que é apenas por causa do mal que se fica de pau duro e não do objeto, de tal modo que se este objeto fosse privado da possibilidade de nos permitir fazer o mal, não nos excitaríamos mais com ele” (O Duque de Blangis, no oitavo dia de suas libertinagens na obra-prima literária do Marquês de Sade).

“Eu, que vos escrevo, tendo a tornar-me cada vez mais impotente no plano físico. Primeiro, porque me provam a cada dia que o contrário de nada me adiantaria; segundo, porque, se o preço da excitação peniana for o mal, consolo-me na flacidez imaginada de um bem inalcançável” (eu pensando, enquanto, na mesma sala, minha mãe fica repetindo que Clodovil Hernandes morreu, aos 71 anos de idade).

Imagem: “Teenage Lust” (1983), fotografia preciosa de Larry Clark.

Wesley PC>

EFEITO COLATERAL?


Os inventores da Psicanálise advertiram-nos sobre os efeitos de “atos falhos” – e eu sempre prestei muita atenção neles! Desde que eu assumi para o mundo o meu amor incondicional pelas canções do Antony and the Johnsons, no que diz respeito à identificação contumaz com meus próprios amores incondicionais mal-sucedidos, acho de bom tom entrar no MSN (que voltou a funcionar) utilizando apelidos que façam citações a suas canções infinitamente tristes. Recentemente, costumo falar com meus amigos virtuais sob a alcunha “O aleijado da estrela-do-mar”, em referência à obra-prima “Cripple and the Starfish”, do primeiro álbum do grupo e também contida no EP “Pandurtro”, datado de 2003. O desenho que acompanha este texto é precisamente a capa do EP, desenhado pelo próprio vocalista Antony Hegarty.

O porquê do texto? Bom, conforme eu disse mais cedo, tive um pesadelo terrível na madrugada, em que acordei sem sentir minhas pernas. Não sei que estranha força negativa me leva a continuar pensando nisso (visto que nunca tive medo de ficar aleijado – pelo contrário, aliás), mas não estou me sentindo capaz de andar o quanto eu ando diariamente, nem de sair de casa, por mais que minha mãe tenha gastado horas preciosas de seu dia de hoje me fazendo massagens de cânfora nos membros inferiores. Que peste é isso? Psicossomatismo? Ai, Cristo, não me deixa culpar ninguém...

“E o Sr. Músculos, olhando entediado
Verificou o tempo e, então, me socou
E eu olhei e sangrei feito uma ventania
Sangrando feliz, com hematomas felizes”


Wesley PC>

O FILME CANADENSE QUE EU VI ONTEM:


Digo agora o nome: “Amor e Restos Humanos” (1993), do Denys Arcand.

Desde a minha pré-adolescência que este era um filme desejado. Tinha um amigo ‘gay’ com deficiências hormonais que venerava este filme desde que o havia visto na TV Bandeirantes. Na época, o canadense Denys Arcand ainda não dispunha da fama e dos prêmios internacionais de que hoje se vangloria, mas filmes sobre confusão homossexual e criminalidade chamavam a atenção de minha geração. Ontem eu finalmente consegui vê-lo. Achei-o um pasticho descarado de filmes almodovarianos, mas, a seu modo, ele me conquistou. Havia uma personagem que tinha tudo a ver comigo. Uma moça homossexual, de nome Jerri (vivida por Joanne Vannicola), que fica obcecada por uma colega de academia, por sua vez atraída por homens. Compra-lhe presentes, telefona-a trocentas vezes por dia, persegue-a, frustra seus encontros amorosos, tudo a ver comigo e com as aberrações comportamentais que não consigo deixar de cometer de vez em quando...

Para além desta identificação, o filme peca e acerta no mesmo quesito: o excesso de personagens. Se, por um lado, gostei muito do modo elíptico como as tramas são delineadas e, em alguns casos, abandonadas (tal qual acontece nesta realidade em que me insiro), por outro, chateei-me com o tempo demasiado conferido a situações secundárias como os fetiches sadomasoquistas de uma médium ou os assassinatos cometidos por um amigo sexualmente conflituoso do protagonista. Porém, qualquer filme que mostre uma pessoa apaixonada chorando quando a cantora Karen Young cantarola “Can’t Help Fall in Love” merece meus aplausos:

"Homens sábios dizem que só os tolos se precipitam.
Mas eu não consigo evitar de me apaixonar por você
Eu deveria resistir?
Seria um pecado,
Se eu não consigo evitar que me apaixone por você"


Já cantei isto aqui, né? Há pouquíssimo temnpo, mas não custa repetir, pois é verdade - e "a verdade salva", diz a Bíblia (risos).

Ontem à noite, fui ao ‘shopping center’, comprar um caderno. O cúmulo da futilidade, o cúmulo do abandono. Os meninos estavam em aula, Ferreirinha tinha um encontro marcado, meus amigos estavam todos ocupados, tive que apelar, cancelar os filmes marcados... Mas nada como um dia depois do outro, acho!

Wesley PC>

LADAINHA MASOQUISTA DE TERÇA-FEIRA – PARTE I:


Desde que eu era uma criança com um mínimo de conhecimento sexual (5 anos de idade, para ser preciso), imaginava-me com uma doença terminal no futuro, a fim de que, assim, eu visse nu quem eu quisesse, através da chantagem emocional. Como os boatos acerca da AIDS foram contemporâneos à descoberta de minhas práticas sexuais, não foi difícil unir uma idéia fixa a uma possibilidade recorrente. Se um dia eu estivesse com o HIV, pensava que não me preocuparia tanto: afinal, eu podia tirar a roupa de quem eu quisesse (risinhos sarcásticos).

Hoje em dia, com 28 anos de idade, não tomo mais este fascínio patológico nudista como prioridade. Por mais que eu sucumba às chantagens emocionais inevitáveis vez por outra e admita que sinto-me atraído por pessoas doentes, prefiro ver as pessoas nuas quando elas querem mostrar-se assim voluntariamente (ou quando elas se banham em locais fechados com brechas debaixo das portas). Mas, ainda assim, não pude me esquivar de um pesadelo terrível na madrugada de hoje, que ecoou diretamente com estes desejos psicóticos de infância. Explicação:

Por causa da hemorragia fecal contínua de meu cãozinho Almodóvar, estou dormindo sob uma capa plástica, visto que o bicho de estimação insiste em dormir ao meu lado, na mesma cama, e não me sinto apto a negar os desejos de um amado moribundo. Como choveu um pouco nesta madrugada, a tal capa plástica resfriou acima do normal e causou uma forte sensação de dormência em minhas pernas. Meu subconsciente projetou estas informações acerca da sensibilidade modificada de meus membros num sonho em que eu tinha ambas as pernas amputadas. Despertei apavorado às 2h da amanhã, não sentia minhas pernas. Estava apavorado e não tinha ninguém que eu desejasse ver nu perto de mim. Deitei-me na cama de minha mãe, trêmulo. Ela disse que eu estava febril, eu tremia, continuava sem sentir as minhas pernas, que ela massageava. Senti medo. Dormi assim mesmo...

Acordei hoje de manhã, com as pernas ainda pouco sensíveis (meu subconsciente é poderoso!). Desejava ver um filme do William Wyler chamado “Os Melhores Anos de Nossas Vidas” (1946), sobre rapazes que voltam da II Guerra Mundial traumatizados, um deles sem uma das mãos. Não encontrei o filme. Voltei a sentir minhas pernas. Menos mal...

Wesley PC>

música - Arrigo Barnabé - Clara Crocodilo

 Arrigo Barnabé - Clara Crocodilo


Só aperta play e ouvir


Arrigo Barnabé é um gênio! Junto com Itamar Assumpção fez parte da chamada Vanguarda paulista nos ano 80.


Leno de Andrade

COMEÇAR O DIA ENGASGADO COM JACA MOLE E TERMINÁ-LO COM A GARGANTA EMBEBIDA EM SÊMEN E O CORAÇÃO MACHUCADO DE SAUDADES É LUCRO?


Não posso me dar ao luxo de responder, pois realidade é uma coisa muito difícil de se julgar quando se está inserido nela, mas gosto muito das fotografias performáticas do austríaco Rudolf Schwarzkogler (que morreu após amputar o próprio pênis diante das câmeras, em 1969) e é com uma de suas imagens que eu desejo “boa madrugada” a todos os leitores deste ‘blog’. Quem tiver gana, que responda à pergunta (risos)...

Sou desses que amam, comem frutas maduras e fazem sexo oral...

Wesley PC>

segunda-feira, 16 de março de 2009

Flag counter

O contador de visitas tá ali no cantinho direito do blog já faz algum tempo, alguém notou? E com ele pude perceber algo interessante, porra esse blog é lido pra caralho!
Então vocês me dizem: então é por isso que você está escrevendo nele agora pela primeira vez, né? Nãooo, longe de mim. Quer dizer... saber que serei lido é algo no mínimo, tentador. E também me deu vontade de escrever aqui, oras!

Então voltando ao assunto do contador, ele se chama 'flag counter', algo como 'contador de bandeiras', e o que tem de mais bacano nele é que além de contar os visitantes, ele informa os seus países. Bacaninho mesmo. Podemos notar que em quase um mês o blog teve mais de mil visitas! A grande maioria são brasileiros e o segundo lugar é de Portugal,algo lógico... Mas há algumas surpresas também, como a bandeira de...Ih não sei o nome, mas é árabe. hehehehehe

Ver as bandeiras é bacano



Prevejo um grande futuro para o blog, inclusive sonhei que ele estará na próxima lista dos oitenta blogs legais que a revista época preparou:



E o blog também pode se transformar em uma fonte de renda $$$$$$$$$$$
Com a publicidade as festas estarão garantidas, não só as festas mas como também a compra e ampliação do local. Por que não? lol




E para me despedir, um recadin pro pessoal de Letras que participa/segue o 'gomorra way of life'. Hey, cadê vocês aqui no blog? O pessoal de letras que devia escrever, não escreve? Esse mundo é muito estranho, hein? hehehehe
Brincadeirinha.

So, don't forget:





See ya.
Américool.

E quem quiser ver o brógui de eu, tae: www.iaeeee.blogspot.com
E mais um vídeo bacano procês:




Ps.: Tô perdendo filme de terror. ¬¬
E pra quem diz que eu sou emo, tô cum xaudadeesh de vosheiss miguxxxx!!!
heueheueheueheueheueheuehue

REPRISE TEXTUAL ALHEIA ou DESOBEDECENDO À PRÓPRIA REGRA ou POSTAGEM SEM A PALAVRA "MARCOS":


Conforme cantado por Elvis Presley, Raul Seixas, Bob Dylan, Pearl Jam, UB-40, Julio Iglesias, A-Teens e etc., sendo a minha versão preferida na voz de Karen Young, executada num filme de Denys Arcand:

“Wise men say only fools rush in
But I cant help falling in love with you
Shall I stay
Would it be a sin
If I cant help falling in love with you”


(Compositores: Hugo Peretti, Luigi Creatore e George Weiss)

Usuário: Wesley PC>

O SIGNIFICADO DO TERMO “MILIÁRIO”:


Ler é bom, ler nos faz ficar mais inteligentes!

Sei que é um truísmo, mas, graças à leitura de um livro paradigmático escrito pelo historiador egípcio da foto, Eric Hobsbawm (nascido em 1917), sugerido por meu amigo Rafael Torres, descobri o que quer dizer “miliário”.

Contexto do termo: “Os marcos miliários na estrada para a [II] guerra [Mundial] foram a invasão da Manchúria pelo Japão em 1931; a invasão da Etiópia pelos italianos em 1935; a intervenção alemã e italiana na Guerra Civil Espanhola em 1936-9; a invasão alemã da Áustria no inicio de 1938; o estropiamento posterior da Tchecoslováquia pela Alemanha no mesmo ano; a ocupação alemã do que restava da Tchecoslováquia em março de 1939 (seguida pela ocupação italiana da Albânia); e as exigências alemãs à Polônia que levaram de fato ao início da guerra”. [página 44 da 2ª edição de “Era dos Extremos: O Breve Século XX (1914-1991)”, lançada em 1995, pela editora Companhia das Letras]

Definição dicionarística: ‘miliário’ = “(Adjetivo) Miliar; relativo a milhas que marca distâncias em estrada (marco) que assinala época ou data memorável na história”.
Fonte: página 861 do DICIONÁRIO ESCOLAR DA LÍNGUA PORTUGUESA (desatualizado), 9ª edição. FENAME - Fundação Nacional de Material Escolar, 1975.

Wesley PC>

DÉBITO COM DENYS ARCAND?


“- Todas as pessoas precisam ser amadas.
- Os amigos servem para isso.
- Não é a mesma coisa”


Acabo de ver/ouvir este diálogo num filme do cineasta Denys Arcand que sempre quis ver, desde que era (pós-)criança. Não vou dizer o nome ainda, pois o excesso de personagens romanticamente obsessivos no enredo me leva a preparar uma postagem ainda mais aprimorada no que se refere ao uso de um nome por ora proibido. Porém, ter visto este filme me desencadeou uma série de bons pensamentos amistosos. Motivo: por ser o mesmo diretor do filme “As Invasões Bárbaras” (2003), o pronunciamento do nome de Denys Arcand sempre me rememora um tópico que o tio Charlão postou na Comunidade do Orkut, cantando aquela musiquinha triste (e bela) do final... Oooooh! Pelo menos, sei que terei quem me ajude quando precisar me suicidar através de uma overdose de heroína (risos conformados)...

Mas Denys Arcand tem mais filmes. Não necessariamente ótimos quanto o vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, mas sempre relevantes no plano sentimental. Dentre eles, um que sempre quis ver é “Jesus de Montreal” (1989), um dos maiores marcos do cinema canadense. Será que tem como alguém baixar para mim? A trama é bem simples, mas tem tudo a ver comigo: um ator participa de uma peça de teatro como Jesus Cristo e acha que é o filho renascido de Deus daí por diante. Só isso, mas deve ser genial a abordagem. Tenho curiosidade, portanto – e paciência!

“ – Tem gente que odeia os ‘gays’ e lésbicas.
- Bom, tem gente que usa poliéster”...


Wesley PC>

INCRÍVEL O QUANTO RESPONDER EXERCÍCIOS DE MATEMÁTICA ME LEMBRAM OS EFEITOS POSITIVOS DA MASTURBAÇÃO!


Incrível, incrível!

Quanto mais eu enveredo pelos fascinantes meandros da Matemática, mais eu me sento sexualizado. Saindo de uma extraordinária aula de Cálculo Numérico na manhã de hoje (onde eu fiz algo cada vez mais raro na UFS: aprendi!), senti como se tivesse ejaculado. A satisfação que tive em responder e repetir mentalmente os passos da resolução de um problema assemelhava-se bastante aos percalços masturbacionais, em todos os sentidos, tanto no que se refere à “intenção” algébrica quanto no que diz respeito ao resultado espermático. É linda a Matemática! Satisfaz deveras as minhas carências erotógenas, que, pensando bem, no plano erótico, nem são tão carências assim... No plano afetivo é que “a porca torce o rabo”, mas nada que um dos marcos musicais da faceta atual e reflexiva da Nação Zumbi não resolva:

“Incompletos desejos
Aos pedaços lhe faço existir
Um dia aqui e outro ali
E com fome de tudo
Esperando a hora que diz onde tenho que ir”


Wesley PC>

UM POUQUINHO MAIS DE TERROR...


Pode não dá certo, mas... Hoje, véspera de feriado regional, marcamos para ver alguns filmes de terror em Gomorra, sendo este um de meus gêneros favoritos, em virtude do grau de investigação política contida em roteiros em que o estímulo do medo segue a pré-determinações ideológicas variegadas. Não vou aqui listar títulos, pois, ultimamente, as últimas vezes em que listei planos aqui no blog, deu tudo errado (ou, se não “errado”, diferente do que eu havia idealizado).

Pelo sim, pelo não, acho que vai dar para exibir o clássico “Nosferatu” (1922, de F. W. Murnau), um dos três grandes marcos do Expressionismo Alemão, um dos filmes mais maravilhosos da História, uma das mais belas tramas de amor já filmadas. Para quem não sabe, “Nosferatu” nada mais é do que uma versão não-autorizada do famoso romance de Bram Stoker. Ou seja, é a saga de um corretor de imóveis que viaja à Romênia para vender uma casa para um excêntrico conde. Este último se apaixona perdidamente pela fotografia da noiva do corretor e enfrenta as maiores agruras inimagináveis para ficar ao lado dela, carregando consigo o horror, a morte e a peste. Quase a história de minha vida futura, mas prefiro crer que posso ser reabilitado (risos).

Portanto, não tenho esperança, mas, querendo, apareçam. Juro que vale a pena!

Wesley PC>

Merdas acontecem...



Aqui no blog só tive noticia de um texto que Anne estava escrevendo numa lan house...

Aprendi isso no período do orkut quando TODA mensagem dava erro e era preciso insistir várias vezes.
A partir daí passei a fazer um "Contrl + C" em cada texto que escrebia. Se desse error era só copiar... faço até hoje com e-mails, mensagens, etc.

feop

Não vou competir com Uerlinho e Tese

Apesar do meu personalismo que me condena, nem tento competir com Wesley nesse quesito, já que ele possui marcos característicos que o deixa tão inquieto, e o instiga vir no blog escrever muito sobre sua vida pessoal. rsrsrsrsrs

mas, mesmo assim eu continuo:



Tese

Um objeto identificado
Complicado seria defini-lo
Quantos aqui já correram o risco
De arrumar adjetivos para o inefável?

Às vezes chego a pensar
Qual a relação que há
Entre a saudade e a vontade
Mas já posso afirmar
O que se mostra previsível
A tua é presença é o meu combustível


Leno de Andrade - 16 de março de 2009

INDIRETA Nº...


“Quando tu és jovem, nada importa! Quando tu encontras algo com o que tu te preocupas, isto é tudo o que tens. Quando tu vais dormir à noite, tu te lembras do cheiro da genitália alheia. Quando tu acordas, é a mesma coisa. Está em teu rosto. Tu não podes escapar. Às vezes, quando tu és jovem, este é o único lugar em que tu vais. É isso! – foder é tudo o que eu amo. Afaste isso de mim e eu não tenho nada!”

Frase: adágio mortífero de Telly (Leo Fitzpatrick) em “Kids” (1995, de Larry Clark), filme que, em minha opinião, é um dos grandes marcos do cinema contemporâneo e a maior ausência sentida no dicionário “1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer”.

Fotografia: “Teenager Asleep” (1975), do mesmo Larry Clark, meu mentor estético.

Trecho de música: “Tudo é dor, e toda dor vem do desejo de não sentimos dor” (“Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto” – Legião Urbana)

Sofredor apaixonado que assina: Wesley PC>

domingo, 15 de março de 2009

AS COISAS QUE A GENTE PERDE NA VIDA...


“Tu sabes que ele não está mais gostando de você”...

A frase acima acaba de ser proferida por minha mãe em relação a meu cachorro Almodóvar. Por mais que a mesma tenha sido proferida em tom chistoso, esta é uma frase que ouço muito ultimamente, por parte de familiares, vizinhos e amigos. Motivo: a quantidade de tempo que ando passando em Gomorra está a me afastar de minhas antigas atividades cotidianas. Se isso é bom ou ruim é, porém, um julgamento que ainda não me sinto apto a fazer. Sei que estou a me divertir – e, de um modo ou de outro, na minha atual condição depauperada, isto conta!

E, sim, neste domingo, fui em Gomorra mais uma vez! Cheguei por lá às 18h15’. Os meninos estavam ouvindo/vendo/dançando um dvd com um concerto do grupo pernambucano Nação Zumbi, gravado em São Paulo. Antes, pelo que soube, estiveram analisando os álbuns “Dois” (1986) e “As Quatro Estações” (1989), quiçá os dois maiores marcos vendáveis da banda brasiliense Legião Urbana. Cheguei tarde. Perdi as análises e críticas, mas sei que uma canção de nome “Maurício” foi bastante elogiada por Renison Souza, fã do grupo, que esteve presente no recinto.

Trecho da canção:

“Já não sei dizer se ainda sei sentir
O meu coração já não me pertence
Já não quer mais me obedecer
Parece agora estar tão cansado quanto eu
Até pensei que era mais por não saber
Que ainda sou capaz de acreditar
Me sinto tão só
E dizem que a solidão até que me cai bem
Às vezes faço planos
Às vezes quero ir
Pra algum país distante
Voltar a ser feliz”


Prefiro não tecer comentários. Ando abusando de minha própria sorte. Abusando mesmo, abusando. Ao invés disso, prefiro dizer que esperei, esperei... Às 19h36’, recebi o sinal verde para começarmos a ver “O Bebê de Rosemary” (1968), obra-prima do Roman Polanski e um dos maiores marcos do cinema de terror mundial. Em minha opinião, o maior! Tive medo que o filme terminasse tarde. Precisava dormir em casa. Quase o faço agora.

Impossível não se enternecer e se assustar com o filme. Bruno/Danilo ficou com sono e precisou dormir. Luiz Ferreira Neto trouxe à tona todo o seu passado demoniológico cristão, ao passo que Jeane Sophia lembrou constantemente que é mãe. Eu temi. Acho este filme genial e assustador, sendo que o efeito profético do mesmo me é particularmente apavorante, no sentido de que, no ano seguinte à realização do filme, a esposa do diretor, grávida de 8 meses, foi assassinada pela gangue assassina do Charles Manson. Perturbadora realidade. Acho que ando abusando da sorte...

Wesley PC>

PAREDE DE GOMORRA:


“A amizade não é mais do que a forma singular e muito sutil do imenso sentimento de amor que todo homem predestinado, nos seus escaninhos íntimos, descobre para sua glória interior. Enfim, vivendo num universo tão restrito, eles tinham a audácia de viver ali com todo o entusiasmo que teriam para viver no mundo de liberdade de vocês e, por estar contida num quadro mais estreito, a vida deles tornava-se tão intensa, tão dura, que seu resplendor cegava a quem quer que desse uma olhada”.

(página 51 de O MILAGRE DA ROSA, livro de Jean Genet, redigido em 1943, numa prisão, e relançado no Brasil em 1984, pela editora Nova Fronteira).

E é por essas e outras que viver em Gomorra, nem que seja por alguns dias, é, desde já, um dos marcos mais significativos de toda a minha vida!

Wesley PC>

APROVEITANDO O ENSEJO, A PRIMEIRA SUGESTÃO PARA O CINE-GOMORRA DE QUINTA-FEIRA:


Sei que é muito, muito arriscado começar uma sessão do Cine-Gomorra com um documentário de quase 2 horas de duração, mas, ainda assim, quero tentar a exibição de “O Triunfo da Vontade” (1935), quiçá o maior exemplar de beleza nazista e um dos marcos mais apoteóticos do cinema mundial. Trata-se de um projeto da insuperável meretriz de sedução malévola Leni Riefestahl, que acompanha toda a pompa relacionada aos desfiles do partido Nacional-Socialista, seguindo de perto as visitas e discursos do chanceler Adolf Hitler. Não somente acho-o um filme obrigatório no plano estético como é indispensável para quem se interessa pelos meandros da História. Garanto que é impossível não largar um “Sieg Heil!” após o fim da sessão!

Observação: como esta é uma aposta arriscada para a sessão, gostaria que alguém se manifestasse sobre o mesmo. Então, rola?

Wesley PC>

“HITLER IN MY HEART” (Antony and the Johnsons)


Aqui, sim, música e sentimento de primeira estirpe:

“Enquanto eu busco um pouco de generosidade,
Encontro Hitler em meu coração
(...)
E eu despenco num precipício profundo
Com bocas de estupradores
Dentes caindo para baixo,
Dentes caindo para baixo,
Dentes caindo.

Não me puna por querer seu amor dentro de mim.
Eu encontro Hitler em meu coração,
Mas, dentre os cadáveres, as flores crescem”


Cada vez mais e mais, torno-me um fã ardoroso deste grupo, do quanto ele me radiografa, do quanto ele fala sobre marcos traumáticos de minha existência recente. Na foto, “Bent” (1997, de Sean Mathias), versão cinematográfica para uma famosa peça teatral sobre a possibilidade de fazer sexo quando se é homossexual, é confinado em campos de concentração nazistas e carrega-se na parte de fora do peito o vergonhoso “triângulo rosa”, ostentação impositiva de “um tipo de amor que não ousa dizer o seu nome”. Em breve, levo-o para ser exibido em Gomorra. Estou buscando-o numa cópia decente.

Enquanto isso, vivamos!

Wesley PC>

ADIANTAMENTO DE CONSIDERAÇÕES SOBRE O UNIVERSO CULTURAL/COMERCIAL ‘QUEER’

Continuando o assunto, cabe uma advertência: não tenho a pretensão de definir aqui o que seja legitimamente representativo no que diz respeito ao universo citado no título desta postagem, mas sim um compêndio de experiências subjetivas (repito: subjetivas) sobre a angústia existencial relacionada ao fenômeno homoerótico insatisfeito, algo que muito difere dos estereótipos ‘gays’, que, como disse antes, desgosto!

Dando-me o luxo de exercer a subjetividade indicativa, mencionarei dois expoentes ‘pop’ da chantagem sentimental ‘queer’, artistas estes tão ‘pops’ tão ‘pops’, que Rafael Torres achou execrável quando me flagrou a ouvi-los (risos) – mas sempre há o que se aproveitar em suas letras...



CASO 1 - Casey Stratton: dono de uma voz extremamente melódica, que deixa muita soprano no chinelo, Casey Stratton é sinônimo de afetação. Ele anda como se estivesse flutuando, cantarola como se fosse uma ‘prima-dona’ bachiana e chora muito nos interstícios de suas canções. Até então, só conheço três álbuns dele (sendo um duplo), de maneira que gosto bastante de sua estréia com “Standing at the Edge” (2004), que contém a lamentosa “For Reasons Unexplained”; e me contento – ou me lamento, melhor dizendo – com suas lamúrias em “The Crossing” (2007), no qual destaco os gritos chorosos da canção “Sacrifice”:

“Can you just for once
Take care of yourself?
Can you try to handle this?
I am far too tired to hear it one more time
You are your own sacrifice”



CASO 2 – Jay Vaquer: filho da cantora brega Jane Duboc, xodó eventual da MTV e surpreendentemente mais afetado que o Casey Stratton, também conheço três álbuns do Jay Vaquer. Não sei se consigo ouvi-lo adequadamente (risos – ele é “bicha” demais, quase no mau sentido do termo!, mas, em momentos de crise, tem uma canção dele que me atinge: “Pode Agradecer (Relationshit)”, do álbum “Vendo a Mim Mesmo” (2004), que prediz:

“Sufoquei, não deixei você sair sem mim
Vigiei só para garantir,
Infernizei, controlei cada segundo
Liguei só pra verificar

Te cerquei, coloquei escuta, grampeei o telefone
Afastei amigos
Ameacei violência apaguei o seu passado
Odiei não estar lá

Mas amei você...amei você
Mas amei você...yeah, yeah
Mas amei você...amei você
Mas amei você...pode agradecer”


Sei que é bobo, mas é o tipo de coisa que massageia meu ego em momentos de masturbação existencial (risos).

E, só repetindo: as indicações aqui mostradas não prezam necessariamente pela qualidade (não vou cair na besteira de dizer que Casey Stratton e Jay Vaquer são “bons” – risos!), mas, do jeito deles e do meu jeito, eles externam esta afetação inevitável dos moçoilos “ardilosos” que, por mais que tentem ou possuam estratagemas sexuais secundários, não conseguem se sentir satisfeitos no plano namoratório, estando sempre repetindo as mesmas frases, reverenciando as mesmas pessoas (propositalmente “inatingíveis”) e fazendo “tempestades em copos d´água” no que se referem aos marcos dolorosos de suas vidas pessoais repletas de frustrações. Sou assim. Por isso, ainda me dou ao ridículo de ouvir este tipo de coisa (risos) – e de cantar alto de vez em quando também!

Wesley PC>

INTRODUÇÃO INDICATIVA SOBRE A ‘QUEER MUSIC’:


Eu não sei se já falei aqui que não gosto do termo ‘gay’. Pelo sim, pelo não, reafirmo: desgosto! Em minha opinião, o termo não designa adequadamente a carga de sofrimento reivindicativo atrelado à condição homossexual. Por isso, prefiro o rótulo (por falta de substantivo melhor) ‘queer’, indicativo crasso da estranheza atrelada a este comportamento sexual ainda inaceito pela sociedade. Sendo assim, não curto a chamada “cultura gay”, ao passo que me interesso deveras pelos difusores da “queer theory” nos produtos culturais de massa, seja no que diz respeito aos filmes de Gregg Araki, Gus Van Sant, Derek Jarman ou Todd Haynes, seja no que diz respeito às canções de Lou Reed, Antony and the Jonhsons ou Sacha Sacket.

Este último, iraniano de nascimento, é pós-moderno e um tanto massificado (já que canta em inglês e faz a linha “chantagem emocional” em suas canções com refrões fáceis), mas “Shadowed” (2004) é um álbum que gruda na cabeça e no coração de quem ouve. Neste último sábado, foi o que mais ouvi, no sentido de que as canções tristes aqui contidas rememoram alguns marcos decisivos de minha vida. Como esta é apenas uma introdução ao assunto [são quase 2 horas da manhã e eu estou caindo de sono!], deixo um trechinho livremente traduzido da canção “Sweet Suicide”, faixa 03 do álbum, enquanto prometo falar mais sobre “queer music” na próxima postagem:

“É doce o suicídio em minha vida,
Pois ele te salva a cada vez que eu te encontro meio vivo
Eu desejaria poder te completar
E compensar teu perfeito adeus e o suor de seus milhares de tentativas”


“Desejaria ser seu salvador”, diz ele mais à frente, mas a vida nem sempre é como queremos.

“Por favor, fique aqui
Eu vou destruir esta maldição
Podes me ouvir?
Eu estou quase morto, mas já estive pior"


(“The Prodigal”, faixa 01)

E assim a gente segue prometendo, prometendo e fazendo planos...

Wesley PC>

SÓ REPASSANDO...


“A principal diferença entre os sexos é que os homens aprendem a amar aquilo por que se sentem atraídos, ao passo em que as mulheres tendem a se sentirem cada vez mais atraídas por aquilo que amam”.

Bom, eu não concordo com este tipo de afirmação sexista, mas como “sexo, mentiras e videotape” (1989, de Steven Soderbergh) é um dos maiores marcos cinematográficos no que diz respeito à descrição de como sou no plano sexual (impotente em presença de outrem), transcrevo aqui as palavras do personagem Graham (James Spader) como mero desembargo de consciência. Discordem!

Wesley PC>

BREVE COMENTÁRIO SOBRE A POLIDEZ...


Sábado, 14h. Tinha gana de chegar nalgum lugar, a fim de assistir ao precioso filme mostrado na imagem [“O Rosto” (1958), de Ingmar Bergman]. Precisava de um veículo locomotor para tal. Dispunha de alguns trocados na minha certeirinha de passe escolar. Ao subir num ônibus, presenciei uma esquisita situação (noutro contexto, muito comum): uma jovem de óculos, universitária, vê uma mulher de mais ou menos 45 anos em pé, perto do cobrador, e oferece seu lugar para ela. Esta última então responde; “não, mocinha, obrigado. O sol está tão quente, né? E ele está batendo bem no lugar em que tu estás sentada. Acho que é melhor eu ficar em pé mesmo!”. A menina voltou envergonhada para o local onde estava, até que, no máximo 2 minutos depois, a mulher pensa bem e resolve se sentar no local indicado. Ao se levantar, porém, a menina percebe que não tem ninguém para segurar seu material escolar (a senhora mal-agradecida deu de ombros). Sorte que outra estudante sentada atrás dela realiza a boa ação...

Isso me fez lembrar um dos marcos relacionados à minha total falta de traquejo neste tipo de educação convencional (e forçosa) em ônibus. Voltava da Barra dos Coqueiros, onde precisei carregar uma sacola de comida na casa de minha irmã, uma sacola muito mal-arrumada, por sinal. Estava lá eu sentado, com aquela sacola imensa em mãos, e chega uma mulher, com um peso acima do padrão, e me obriga a levantar (eu era uma criança. Tinha 14 anos de idade, mas era um paspalho religioso!). Faço-o. Ela sorri, como se estivesse agradecida, enquanto a sacola que eu segurava começa a rasgar e a derramar o leite que carregava. Ninguém me acode. Fiquei nesta situação desconfortável durante toda a viagem... E, ao chegar em casa, ainda sou repreendido por ser tolo. Quem mandou eu ser besta?

Mas, como diziam os integrantes do grupo Los Hermanos, “todo carnaval tem seu fim”. Para ver um filme contra a imposição de convenções burguesas dirigido pelo genial Ingmar Bergman, todo esforço vale a pena!

Wesley PC>