domingo, 28 de junho de 2009

MINHA VÉSPERA DE SÃO PEDRO (POR ENQUANTO)


Depois de uma proveitosa madrugada nos planos artístico e erótico, fora de casa, subo vagarosamente a ladeira da rua em que moro. De longe, percebo que uma mulher com problemas mentais está a urinar, de pé, sobre a fogueira acesa em frente a minha residência. As crianças que vêem a cena ficam escandalizadas. Eu pensava noutras coisas, em quanto a noção de adultério não me parece problemática quando não é atravessada pelo conceito de mentira. Abro o portão, estava com fome. Minha mãe recebe-me, com sempre, com um cardápio. Escolho macarrão com feijão e o pedido para mudar o canal da TV, que estava ligada. Ponho um filme no reprodutor de DVDs: “Manhattan” (1979), uma das preciosidades de Woody Allen que nunca compreendi adequadamente, em virtude de seu forte apelo citadino estrangeiro. Numa cena, seu personagem conhece uma mulher intelectualmente esnobe, que fala mal de tudo o que ele mais aprecia, incluindo o cineasta Ingmar Bergman. Mais tarde, ele se apaixonará por ela, mesmo enfrentando uma crise pessoal depois que sua ex-mulher o trocou por outra mulher e ele se envolve com uma jovem de 17 anos. Mas eu estava com muito sono. Havia dormido pouco, em virtude de debates subjetivos sobre uma pintura de Édouard Monet. Desmaiei. Ao acordar, meu irmão se deleitava com um daqueles programas da ESPN sobre debates futebolísticos. Eu sentia vontade de re-experimentar sêmen. Pessoas se divertem lançando fogos de artifício ao céu. Os rádios da vizinhança não estão tão estridentemente altos como estiveram na véspera do dia de São João. Tenho amigos e boas lembranças. Posso sorrir, enquanto espero a oportunidade para ver o restante do filme. Amo. Por isso, entendo Woody Allen e me masturbo tanto quanto ele!

Wesley PC>

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