sábado, 25 de setembro de 2010

“DESPIERTA LA NOVIA, DESPIERTA”!

Desperta, noiva, desperta!
É chegada a hora da revanche.
Beijos e facas afiadas confundem-se à luz da lua.
O sangue derramado é também signo de paixão derramada.
Risos e palmadas anunciam a minha sina:
Amada tia, eu vivo de saudades!


Sei que o nome dela não tem acento, mas não dá mais para corrigir agora: meus olhos ainda estão atolados de emoção: eu e minha mãe vimos juntos “Bodas de Sangue” (1981), de Carlos Saura. Mas é na tia safada que penso agora: tenta ver o filme, tia, tenta! E bem saberás o porquê...

Wesley PC>

QUANDO A BIOGRAFIA VEM ANTES (E DEPOIS) E SEMPRE...

Tal como eu, o diretor/produtor hollywoodiano Howard Hughes (1905-1976)padeceu de Transtorno Obsessivo-Compulsivo crônico em vida. Tanto que, para quem viu a cinebiografia dirigida por Martin Scorsese em 2004, não é difícil atrelar o encrudecimento de seu transtorno aos elementos que alavancaram o seu trágico falecimento. Porém, até então, eu nunca havia visto um filem dirigido por ele, visto que, oficialmente, ele só realizou dois longas-metragens. E o segundo destes dois, “O Proscrito” (1943), alimentou-me animicamente depois que eu enviei uma mensagem de celular em que prometia quedar-me em silêncio passional neste domingo. Meu tipo de amor incomoda os outros, da mesma forma que incomodava aquele sentido pela imperiosa Rio McDonald, vivida com fulgor inflamável por Jane Russell, para quem o diretor utilizou seus conhecimentos aeronáuticos para construir um tipo especial de sutiã, o que contribuiu para que o filme fosse censurado e impedido de chegar às telas de cinema por alguns anos. Quem perdiam eram os espectadores...

Graça a um lançamento descuidado da PromoDVD, tive finalmente acesso a este filme na tarde de hoje. O DVD em pauta custou-me apenas R$ 4,90, mas é fácil entender por que custou tão pouco: péssima qualidade de telecinagem, recursos acessórios mui pobres, ausência de legendas no idioma original, etc.. Mas o filme é ótimo. E isso basta. Bastou-me! Até minha mãe ficou impressionada com o que vira: mais uma versão apaixonada dos feitos de Billy the Kid (interpretado pelo novato e gracioso Jack Buetel, deitado na foto), em que Doc Holliday (Walter Huston) interpõe-se na trama depois que seu cavalo treinado é roubado. O primeiro é acusado pela personagem de Jane Russell de ter assassinado o seu irmão. Enfurecida, ela atira-se sobre ele com uma arma. Em vingança, ele atira-se sobre ela com sua arma organiza natural. Sexo feito, gozo bem-vindo, novas desventuras fora-da-lei, ao som da “Pathétique” de Piotr Ilyich Tchaikovsky, são postas em prática, até que, num dado contexto, Rio é deixada amarrada pelos punhos num cânion. Será que Billy the Kid voltará para resgatá-la. A resposta segue no diálogo original do filme (em inglês mesmo):

Doc Holliday: You know, I think he's in love with you.
Rio: What are you talking about?
Doc Holliday: The crazier a man is for a woman, the crazier he thinks and the crazier he acts.
Rio: He's only crazy about one thing - himself.
Pat Garrett: Hey, that gives me a thought. Maybe we'll get Mr. Billy after all.
Rio: How?
Pat Garrett: Like you said - if he's crazy enough to do you like this, maybe he's crazy enough to come back to turn you loose”.


Ah, se fosse eu… Faria tudo igualzinho! O final do filme é tão bonito quando enternecedor em sua virada histórica. Lindo! Lindo! Lindo! Ah, se fosse eu...

Wesley PC>

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

VIRÁ A MADRUGADA DO GALO MORTO!

Às 10h de hoje, eu saía de um supermercado com 9 DVDs na bolsa, 2 barras de chocolate branco, uma embalagem de Ruffles e um recipiente de 1 litro de iogurte com sabor de mamão com laranja. De repente, o telefone toca: Wesley, o galo daqui de casa morreu!. Era minha mãe. Aparentemente, o peru e a cabrita de meu quintal atracaram o referido galo num canto e espancaram-no até a morte. Achei esquisita esta hipótese, mas, como ele era um animal recém-chegado à mini-fazenda de meu quintal, pareceu um tanto plausível a curto prazo. Como o bicho já estava morto (espancado, supostamente – logo, vitimado por causas artificiais) e minha mãe, meus cachorros e meu irmão caçula ainda são carnívoros, não achei de mau tom que o galo fosse depenado e cozido. Porém, Rosane recusou: “e se ele já estava doente quando chegou aqui em casa? O canto dele era tão estranho, cansado...”. A hipótese do assassinato por espancamento caiu por terra neste exato momento!

Por mais que a pletora de bichos de diferentes espécies em minha residência ocasione eventuais rinhas por território, não creio que animais espanquem-se até a morte, salvo em caso de necessidade alimentícia, crença esta que, infelizmente, não tem a ver com os seres humanos, assassinos ostensivos quando frustrados em sociedade. Na semana passada, inclusive, minha cadelinha branca Zhang-Ke deu a luz a quatro belos cachorrinhos negros, que, até duas horas atrás, estavam alojados debaixo da cama de minha mãe. Mãe zelosa que se tornou, Zhang-Ke morde quem tenta chegar perto de sua prole, mas, ainda assim, precisei enfrentar suas dentadas e transferir os bichinhos para um lugar mais iluminado, a fim de que eles possam ter contato com a luz quando abrirem os olhos. Agora, eles (mãe e quatro filhos caninos) estão debaixo da mesa da cozinha, bem próximos dos pepinos, tomates e bananas que Zhang-Ke tanto aprecia e da sacola de lixo onde estão as penas do galo morto que foi jogado num terreno baldio, onde pode se decompor e feder sem incomodar-nos. E, sem que eu percebesse, nesse pequeno texto, eu despejei toneladas de especismo disfarçado de cuidados com outras espécies animais. Reles presunção de minha parte: de boas intenções, os ditados populares estão cheios!

Wesley PC>

A EXPLICAÇÃO DO TÍTULO ANTERIOR

Indicação recente de meu amigo Wesley de Carvalho Soares, “Actor” (2009), segundo disco de St. Vincent, nome de guerra da multi-instrumentista norte-americana Annie Erin Clark, é um prato cheio para quem gosta de coisas como Feist, Cat Power, Sonic Youth ou qualquer outro grupo que misture letras tristes com barulhinhos ‘rockers’. É o que chamam genericamente de música ‘indie’, aliás, algo que eu confessadamente aprecio até as tampas. Eis o porquê da indicação. E eis o porquê de eu ouvir este disco repetidamente nesta semana, tanto na ida quando na volta de meu percurso casa-trabalho e vice-versa.

“Lover, I don’t play to win
For the thrill until I’m spent
Paint the black hole blacker (2x)
I threw flowers in your face
on my sister's wedding day
Paint the black hole blacker (2x)”


Eis o que lança a voz triste da cantora logo na primeira faixa, “The Strangers”, algo que só vai se intensificando à medida que o disco avança para títulos mais desesperados como “Save Me From What I Want”, "Laughing With a Mouth of Blood" ou “Black Rainbow”, para as variações rítmicas benfazejas de faixas como “Actor Out of Work” ou “Marrow” e para o tom gracioso e merencório que percorre todo o disco. Lindo, do começo ao fim. Impossível ouvi-lo sem querer repeti-lo em seguida. Obrigado pela recomendação, xará!

Tomara que haja um outro Wesley lendo esta postagem e resolva levar à frente esta belíssima indicação sonora alternativa, adjetivo este que difere sobremaneira das sanhas formulaicas a que tem sido submetido nos últimos tempos. Tomara...

“You showed up with a black eye
Looking to finish a fight
Lover I don’t play to win
For the thrill until I’m spent
Paint the black hole blacker”


Wesley PC>

“I THREW FLOWERS IN YOUR FACE ON MY SISTER'S WEDDING DAY” (OU “JEJUM DE VIADO”, PARA OS MAIS VELHOS)

Eu não conhecia o autor Cormac McCarthy até que um dado moço foi trabalhar comigo no DAA. Este é fã da macheza literária do autor e, graças a um de seus irmãos, tem pelo menos três dos livros escritos por este norte-americano tão austero. E, quando escrevo aqui austero, queria dizer seco, visto que o autor não se dispõe a melindres: diz o que tem que dizer do jeito que acha que deve ser dito, direto ao ponto, sem muitas preocupações com pontuação ou palavras inéditas. Ele joga na cara na cara do leitor o mundo. E o mundo às vezes fede. E, quando eu li as páginas 142 e 143 da edição de “A Estrada” (2006) lançada no Brasil pela Alfaguara, eu estava num lugar que fedia (uma clínica de exames trabalhistas de saúde) e fui tocado pelo diálogo que se segue, assim mesmo, do jeito que está:

“Eu não vejo uma fogueira há muito tempo, isso é tudo. Vivo como um animal. Você não ia querer saber as coisas que comi. Quando vi esse menino pensei que tinha morrido.
Pensou que ele era um anjo?
Eu não sabia o que ele era. Nunca achei que fosse voltar a ver uma criança. Não sabia que isso ia acontecer.
E se eu disser que ele é um deus?
O velho sacudiu a cabeça. Já deixei tudo isso para trás. Faz anos. Onde os homens não podem viver deuses também não se sentem bem. Você vai ver. É melhor ficar sozinho. Então espero que não seja verdade o que você disse pois estar na estrada com o último deus seria uma coisa terrível então espero que não seja verdade. As coisas vão melhorar quando todos tiverem morrido.
Vão?
Claro que vão.
Melhorar para quem?
Todo mundo.
Todo mundo. Claro. Todos nós estaremos melhor. Vamos respirar com mais facilidade.
É bom saber disso”.


Glupt! Respirei com dificuldade na mesma hora, mas não cri que morrer facilitaria a minha situação. Pelo contrário, eu estava com fome, não tanto quanto os personagens, mas estava com fome. Estava em jejum desde as 19h de ontem e engoli duas porções consideráveis de sêmen. Será que isso vai interferir nos meus índices de glicemia? Belo livro este...

Wesley PC>

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

FLUXO DE CONSCIÊNCIA DEPOIS DE FILME LÉSBICO (OU: “EU NÃO CONSIGO PARAR DE PENSAR EM TUA FACE”)

Começo: Lee Friedlander é acostumada a dirigir filmes lésbicos. O mais famoso de seus filmes talvez seja “Girl Play - Mulheres em Representação” (2004), em que as atrizes Robin Greenspan e Lacie Harmon narram, de forma teatral e reconstitutiva, a forma com que se conheceram: uma delas estava comprometida com uma neurótica; a outra gostava de sair com taizinhas bêbadas. Ambas se conhecem em função de um exercício teatral, em que precisam ficar seminuas, uma alisando os mamilos da outra. Vergonha, neurose, saudade. Por que é que ele foi embora? Porque hoje é quinta-feira. Chamam-me do lado de fora. Bolo de chocolate. Tenho exame de glicose pela manhã. Glicose. Jejum. Bolo de chocolate. Programa de disciplina, pontuação. Eu não consigo abandonar as pontuações meu pensamento não é correto desse jeito eu não posso escrever o nome dele lindo lindo lindo é um complô opção alterar incluir código da disciplina minha chefa comeu macaxeira THE PLOT filho da puta amo, amo pus a vírgula sem querer minhas colegas de trabalho vão dançar música indiana daqui a pouco eu posso engolir sêmen se estiver de jejum interrogação R de amor A de amor qualquer letra de Amor com letra maiúscula e R no final eu vou endoidar THE PLOT. Socorro!

Wesley PC>

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

"NOSSOS ÍDOLOS AINDA SÃO OS MESMOS"!

"Se você vier me perguntar por onde andei
No tempo em que você sonhava
De olhos abertos lhe direi:
- Amigo, eu me desesperava"


Com estas palavras, o cearense Belchior inicia aquela que talvez seja a sua canção mais pungente, em minha opinião muito pessoal: "A Palo Seco". E é com estas mesmas palavras que eu externo aqui o meu estupor iracundo diante de "Os Sonhadores" (2003, de Bernardo Bertolucci) que eu acabo de ver pela enésima vez e que sempre me causa muita cólera, mesmo eu ficando largamente deslumbrado diante de cada uma de suas imagens. Por que é que isto acontece comigo? Porque, como diz o próprio Belchior, “eu quero que esse canto torto, feito faca, corte a carne de vocês”, mas costumo me contentar com as aparências. Hoje em dia, isso é tão raro, que até mesmo as aparências me cativam. Sou um idiota, Deus me livre!

Wesley PC>

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O PRIMEIRO FILME DE CINGAPURA QUE EU ME LEMBRO DE TER VISTO!

Na manhã de hoje, faltou energia na Central de Processamento de Dados da UFS. Conclusão: não tínhamos como acessar Internet em nosso horário de almoço. Convidei, portanto, um colega de trabalho a assistir comigo um filme sobre o qual eu nada sabia, exceto o título, a duração, a nacionalidade (que eu supunha, equivocamente, que era australiano) e um sub-tema (a homossexualidade de algum personagem, visto que quem me passou o filme é aficcionado por obras de conteúdo ‘gay’). O nome do filme era “Solos” (2007) e, ao contrário do que eu pensava, era cingapurense e quase irrelevante no plano da apologia homoerótica, não obstante algumas cenas de maior impacto sexual, conforme percebemos em foto.

De curtíssima duração (apenas 77 minutos), este filme dirigido por Loo Zihan & Kan Lume não possui diálogos. Apenas situações tipicamente vinculadas à incomunicabilidade oriental, como confrontos entre tecnologia e solidão. Num determinado momento, uma mãe solitária retira as escamas de um peixe usando um cutelo. Noutro, o filho dela trai o companheiro longevo com um amante. Quando o “marido” flagra-o fazendo sexo com outro, não se faz de rogado: tira a roupa e se mete num ‘menáge à trois’. Mas os parceiros logo se cansam dele e levantam-se para trepar no banheiro, enquanto o outro finge estar dormindo, para atenuar seu coração ferido. As cenas reais são em preto-e-branco. Possíveis idílios oníricos dos personagens são coloridos. Mas não ouvimos as suas vozes. No máximo, alguns choros.

Nem é um filme tão interessante assim (parece um plágio reduzido do que poderia se chamar, num afã tipológico, de fórmula à la Tsai Ming-Liang), mas é um filme de Cingapura. E eu não vi só. E é sobre gente triste. E é visualmente muito bonito. E tem uma trilha sonora exígua e eletronicamente eficiente. E é triste. E é real. E é bonzinho. E eu não vi só. E hoje é terça-feira. E a vida segue...

Wesley PC>

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

AINDA NO PLANO MUSICAL: ANTES TARDE (E BESTA) DO QUE NUNCA!

Desde antes de este disco homônimo ser lançado, em 2005, que eu ouvia falar (bem) da tal cantora paulistana CéU. Elogiada como mais uma “revelação da MPB contemporânea” e logo transformada em modinha, a Faixa 4 do disco, “Roda”, era comumente utilizada como faixa de transição entre um concerto e outro pelos técnicos contratados para sonorizar eventos da UFS. Ou seja, mesmo que eu me atrevesse a dizer que desgostava da artista à época, o refrãozinho grudento (e, vá lá, fofo) desta canção grudava em minha mente. Somente hoje, 20 de setembro de 2010, porém, tive a possibilidade de ouvir mais de 60% do álbum, mais precisamente até a faixa 9 das 16 contidas no disco, uma regravação terna de “Concrete Jungle”, de Bob Marley & The Wailers. E não é que a voz e a sonoridade “acessível” da tal CéU (escrito desta forma mesmo!) são legaizinhas? Porém, o carro-chefe do disco, em minha opinião, é “Malemolência”, que volta ao final numa remixagem de Instituto, mas que me chamou a atenção pela simplicidade tocante de sua letra:

“É tudo o que eu posso lhe adiantar
O que é um beijo, se eu posso ter o teu olhar?
Cai na dança, cai!
Vem prá roda da Malemolência...

Menino bonito
Menino bonito, ai!
Ai menino bonito
Menino bonito, ai!”


Sei que parece besta (e é!), mas, numa segunda-feira de caminhada para o trabalho, funciona!

Wesley PC>

domingo, 19 de setembro de 2010

A VIDA BEM QUE É UM PASTELÃO DE VEZ EM QUANDO, NÉ?

Apesar de ser elogiado para cima e para baixo, eu não gosto muito do cineasta truco-alemão Fatih Akin. Vi apenas dois de seus filmes, até então: o utilitário documentário que atende pelo nome de “Atravessando a Ponte – O Som de Istambul” (2005), já comentado aqui; e “Soul Kitchen” (2009), visto entre amigos na tarde de hoje. Este segundo filme, aliás, tinha tudo para dar certo e me redimir perante o seu realizador: uma boa trilha sonora participativa (a cargo de Kool & The Gang, Quincy Jones, Artie Shaw, Locomondo e coisas do gênero), um elenco bastante entrosado, um enredo que se dispunha a justificar na prática o título do filme, em que a fundamentalidade da música na vida dos personagens (e de todas as pessoas, por extensão) era justificada pelo fato de esta forma de arte ser um típico “alimento para a alma”, mas... Fatih Akin não quis ser meu amigo. Desperdiçou a chance de entrar para o rol dos meus cineastas ‘pimbas’ admiráveis quando chafurdou o roteiro de seu filme em ‘gags’ banais, no pastelão moralmente previsível e precipitadamente redentor. Só vendo o filme para entender o porquê de minha leve irritação.

Para o bem ou para o mal, foi muito reconfortante ver este filme nesta tarde de domingo. Depois da sessão, eu e dois companheiros tentamos comprar alguns livros numa conhecida livraria sergipana, mas os funcionários de lá não sabiam como se escrevia Milan Kundera, Quincas Borba ou Policarpo Quaresma. Talvez nem fosse obrigação deles, mas isto dificultou o alcance dos livros requeridos. Que seja! Ao final, tudo deu quase certo: eu me impacientei, comecei a projetar tédios em rostos amigáveis alheios, e consegui comprar apenas dois dos três livros de que precisava. Substituí o terceiro por uma obra mui recomendada de William Faulkner, por uma barra de chocolate branco e um DVD que marcara a minha iniciação infantil com experiências homossexuais. Foi um bom dia de domingo, portanto. Minha alma agradece!

Wesley PC>