quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Desenho do Moraes Moreira



Parte I



Parte II


Aê pessoá! Esse é um desenho animado do Moraes Moreira, apesar de uma baianidade tendenciosa, e uma ridícula ingenuidade infantil, é curioso.
Anne

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Casas Populares da BR 232


Como o devir é belo...já dizia um distante companheiro! Com a curiosidade que me é perculiar, mergulhava nos mundos cibernéticos, procurando novos sons de meu Pernambuco imortal. Sem nenhuma pretensão cheguei até um blog pra ver se achava o download do primeiro cd da Comadre Florzinha (outra banda de Recife), lá chegando encontrei o que procurava e algo mais: CASAS POPULARES DA BR 232. Surpreendida com aquele nome ali, não consegui acreditar, então selecionei a opção p ver as críticas - teciam belos elogios. Feito isso tive a certeza que se tratava da banda do meu amigo amado e estimado Leon, que não vejo a dois anos. Como tudo que ouvi sobre sua banda foram batucadas ao vivo regada a cachaça (que o próprio fazia), resolvi fazer o download e recordar..conferindo: "Num é que é boa mesmo!"
Bom! Se trata de um grupo que faz simbiose musical em uma ode ao batuque, ao ritmo e à paixão pela pluralidade cultural dos diversos sons de Pernambuco. Sons estes que circulam desde o litoral, zona da mata à caatinga e o sertão. Os integrantes da Casas Populares participam e já participaram de grupos de música popular reconhecidos no estado: Maracatu Nação Porto Rico, Maracatu de Baque Solto Leão do Norte, Bellas Marias e Meus 15 anos... que corpo lindo!.
O grupo tem boa parte de seus componentes da rural (UFRPE) e do Dois Irmãos. Formado em 2006, vem conquistando espaço pela qualidade do seu trabalho, que já pôde ser visto até outros estados. Casas Populares da BR 232, é uma referência e reverência a música popular contida nesta estrada tão plural; o jus ao nome se dar por conta desta BR 232 cortar todo o estado do Pernambuco. Pela coragem do seu trabalho o grupo já lançou uma demo com sete músicas próprias, e que vocês podem baixar por aqui:
http://batuquebrasileiro.blogspot.com/search/label/Casas%20Populares%20da%20Br%20232

Para maiores detalhes:www.myspace.com/casaspopulares

Meus beijos, abraços e saudades a vc Leon!


Anne

terça-feira, 1 de setembro de 2009

NAQUELA HORA EM QUE TODO MUNDO É CLICHEROSO... (OU: EU SOU DAQUELES QUE NECESSITAM DE DESPEDIDAS!)


Pra começo de conversa: por que eu não vou para este evento sexualista para o qual me inscrevi com o intuito de agarrar 15.000 meninos? Resposta 1- porque não é assim que se apagam os traumas de rejeição do passado; Resposta 2- porque, creiam ou não, minha auto-estima é titubeante; Resposta 3- porque eu não sou assim. Ponto. Logo, estou nervoso, preocupado, esperando o pior, imaginando aqui que, no caso de eu desaparecer e nunca mais voltar, como é que meus parentes farão para receber meu salário, para retirar qualquer pertence monetário meu que ainda se encontre em algum banco, que destino será dado às tralhas e bugigangas que possuo em casa, etc.... Que tudo dê certo!

Na madrugada de hoje, sonhei que Marcos Vicente falecia. Talvez tenha sido uma reação esperada, dado que o vi pela manhã, à distancia e de cara fechada para mim, como sempre. No sonho, eu não somente chorava copiosamente, como procurava uma igreja para rezar por sua alma. Eu! Numa igreja! Rezando! Por algo que eu não acredito! Sonhos! Medo! Acordei evidentemente atordoado, não necessariamente triste, visto que minha mãe não me deixava pensar noutra coisa, além dos preparativos da viagem. Mas por dentro... Ah, por dentro... “Será que eu abraço/abracei todos que eu devia?”

Como disse antes, sou daqueles que sempre esperam o pior (e já se conformam com ele de antemão), de maneira que precisava ouvir algo leve para relaxar, algo que tenha marcado bons momentos anteriores de minha vida. Puxei “Under Rug Swept” (2002), da Alanis Morissette. Título mais sugestivo não poderia sair: “varrido para debaixo do tapete”. Não limpo, não resolvido, omitido!

Lembro que eu próprio, que era fã da cantora canadense quando o álbum foi lançado, não gostei muito do álbum. Achei-o algo forçado, dado que eu não curtia o carro-chefe musical do álbum, “Hand’s Clean”, que era tema de alguma novela. Depois de ouvir uma versão acústica desta canção, tudo mudou!

“If it weren't for your maturity none of this would have happened
If you weren't so wise beyond your years I would've been able to control myself
If it weren't for my attention you wouldn't have been successful and
If it weren't for me you would never have amounted to very much”


Sou obcecado pela escrita epanafórica da cantora, pelo modo como as letras evoluem ‘in crescendo’, como os dramas soa narrados a conta-gotas, com o tom ressentido, mas não necessariamente acusador de suas canções. Poderia enumerar aqui trechos personalizados de obras inspiradas deste álbum, como “So Unsexy”, “Precious Illusions” e a obra-prima “Utopia”, mas não, fica para depois... Terei tempo, espero!

E eu me recuso a crer que tenho pesadelos em preto-e-branco.
“Ninguém sabe, exceto nós dois”

Wesley PC>

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O DIFÍCIL FARDO DE SE ESPERAR O PIOR...


OK, a Parada GLBT aracajuana não me deixou boas lembranças da última vez que lá estive, mas não custava nada dar uma nova chance ao evento, diminuindo bastante as minhas expectativas discursivas e protestantes sobre o mesmo. Assim pensava divertir-me. Assim o fiz. Diverti-me bastante na tal parada, eu, alguns amigos, alguns amores, desconhecidos, etc., etc.. Entrei completamente no jogo proposto pelo evento quando um trio elétrico se dispôs a executar uma versão de “Like a Virgin”, da Madonna antológica de outrora, uma das canções que mais marcaram (e ainda marcam) a minha vida. Somente assim pude relaxar um pouco depois de ter visto um rapaz enfurecido puxar uma faca de sua bolsa durante uma briga no meio do pagodão, somente assim pude ignorar os desavisados que tiveram que ser segurados pelos amigos quando reclamavam que “tinha um viado olhando muito” pra eles... Somente assim!

Eu, 2 Rafaéis e 1 Gabriela corremos freneticamente por debaixo de uma larga bandeira de arco-íris. Eu, 1 Luiz, outro Wesley, 1 Uyara, 1 Leandro, 1 ou mais Lucas, 1 Paulo Bruno e diversos outros nomes de pessoas queridas passeamos e dançamos compulsivamente ao som das músicas eletrônicas que estavam sendo executadas. Sorrimos, divertimo-nos, cantamos... Nada que resolvesse o problema da homofobia que ainda impregnava o evento, mas nada como dar o primeiro passo!

Na manhã de hoje, dia seguinte ao evento, imprimo a programação de um congresso sobre Diversidade Sexual de que participarei ao lado de alguns amigos. Entre as festas, vários apelos ao travestismo, incluindo corridas de saltos altos e danças com cintas-liga. A recomendação dos organizadores do evento é que ponhamos para fora tudo o que está preso. OK...

Wesley PC>

“SENTIMENTO, EM MEU PEITO EU TENHO DEMAIS”!


“Eu não sei se o que trago no peito
É ciúme, é despeito, amizade ou horror
Eu só sinto é que quando a vejo
Me dá um desejo de morte ou de dor”


Nisso, minha mãe acorda de mau humor. Talvez ela já esteja chateada com minha suposta viagem de amanhã, visto que ela desenvolveu uma vinculação comigo que beira o patológico. Sou arrimo de família, fazer o quê? Mal sabia ela que, enquanto cantarolàvamos juntos as maravihosas canções do Paulinho da Viola que eram executadas no rádio, eu lidava com uma esquista enxurrada de sentimentos. Quiçá bons, quiçá ruins, quiçá sobrevivenciais... Pelo menos, o mau humor dela passou...


“Tanta coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso
Beber alguma coisa, rapidamente
Pra semana
O sinal ...
Eu espero você
Vai abrir...
Por favor, não esqueça,
Adeus...”


Paulinho da Viola é simplesmente genial!

Wesley PC>

domingo, 30 de agosto de 2009

E, POR FALAR EM DEUSES, “EU QUERO UM HOMEM DE VERDADE”!


Não sei se cabe explicar muito o que acontece aqui, mas Helmut Berger interpreta o herdeiro majoritário de uma riquíssima família siderúrgica em “Os Deuses Malditos” (1969), uma das obras-primas do aristocrata socialista Luchino Visconti, na qual a ascensão social, pessoal, sexual e política do Nazismo é vista através de seus prismas mais criminais, em que o abuso da pedofilia, do incesto e do uranismo oportunistas é levado ao píncaro da malevolência. A reconstituição histórica de eventos marcantes na Alemanha de 1930 e a grandiosidade épica da produção inebriam qualquer olho, ouvido e mente espectatorial, mas a seqüência em que Helmut Berger se traveste de Marlene Dietrich e insiste em cantar que “cansei dos menininhos, agora eu quero um home de verdade” como metáfora para a ascensão sedutora que Adolf Hitler incutia nos membros de seu universo social naquele contexto é digno de figurar no imaginário coletivo de qualquer ser vivo. Obra-prima, dentro e fora das telas!

Wesley PC>

“EU SOU O SENHOR TEU DEUS. NÃO TERÁS OUTROS DEUSES ALÉM DE MIM”


Semana passada, eu vi um filme impressionante chamado “Decálogo 1” (1988, de Krzysztof Kieslowski), no qual um cientista ateu responde de forma áspera às questões existenciais e religiosas de seu filho. Quando este último pergunta o que é a morte, depois de ter se deparado com um cachorro morto na neve, seu pai apenas responde: “morte é quando o sangue pára de chegar ao coração e este deixa de bater”. Mas o que é a alma, papai?”, insiste o menino. “Alma é apenas uma invencionice de pessoas que ainda não entenderam que a nossa função no mundo é apenas torná-lo um lugar melhor para as pessoas que virão em seguida”. Não vou contar como termina o filme!

Na manhã de hoje, assisti a um daqueles clássicos ‘pop’ norte-americanos: “Alguém Lá em Cima Gosta de Mim” (1977), dirigido pelo mestre da comédia inteligente Carl Reiner. Para minha surpresa, o filme é bobo, simplista e sem graça. Não que seja ruim, mas vindo de quem veio... A trama é de um simplismo absurdo: um gerente de supermercado recebe uma convocação de Deus, que insiste que ele divulgue a Sua existência, que Ele ainda está vivo, ao contrário do que dizem ou mostram por aí... Só vim entender a proposta óbvia do filme lá perto do final, quando ele se compara a um clássico filme de horror no qual a possessão demoníaca de uma menina fez com que as pessoas prestassem mais atenção no medo que sentem de Satanás. Por que o respeito a Deus não poderia ser conseguido através das mesmas vias (midiáticas)? Por quê?

Foi assim que uma coincidência esdrúxula fez sentido: na noite de ontem, vendo algumas bobagens na Internet, descobri um vídeo escroto no qual as seguidoras de INRI Cristo (uma figura bizarra que finge/acredita ser a reencarnação de Jesus na Terra) cantam, com visível constrangimento, uma versão pavorosa da canção “Umbrella”, mundialmente conhecida por causa da haitiana Rihanna. Percebi que regravações de canções ‘pop’ consagradas de Britney Spears, Beyoncé Knowles, Kate Nash e criaturas do gênero são freqüentes entre as patéticas seguidoras do charlatão. Fiquei até com verginha de rir, tamanha a bizarrice. O detalhe interessante é que as letras adaptadas insistem em defender a viabilidade de INRI Cristo utilizar a mídia sensacionalista como ferramenta de acesso aos crentes brasileiros, defesa compartilhada pelo decepcionante (mas não ruim) filme de Carl Reiner. O que está acontecendo com este mundo, oh, meu Deus?

Wesley PC>