sábado, 29 de novembro de 2014

HORA DO CHÁ DE BOLDO!


Tomara que esse enjôo passe logo...
Afinal de contas, o mundo é bom!
E o homem é amigo do homem.

Wesley PC>

A CERCA DO PRURIDO ANAL:

"O que é o prurido anal?

 O prurido anal é uma situação relativamente frequente, que se caracteriza por comichão à volta da região anal, resultando numa vontade irresistível de coçar esta área. Muitas vezes surge durante a noite, com o calor da cama, ou após a defecação. 

 O que provoca o prurido anal? 

Existem diversos factores responsáveis. Pode ser devido à limpeza excessiva (lavagens repetidas) da região anal, à umidade desta área, como acontece em resultado de sudorese marcada ou de fezes líquidas e irritantes. Diversas bebidas podem também ser responsabilizadas (cerveja, leite, sumos de frutas ácidos, bebidas com cafeína – café, cola -, bebidas com teína – chá preto), assim como alguns alimentos (chocolate, frutos, tomates, ameixas). Existem ainda outras causas como hemorróidas, fissuras, infecções anais, alergias locais, eczemas, dermatites, parasitas. 

Pode ser resultado de falta de higiene local?

 Pode, embora a tendência natural assim que apareça a comichão seja a de lavar a região anal de forma vigorosa, o que só vai agravar o problema por traumatizar a pele e por eliminar substâncias oleosas naturais".

As informações proctológicas acima foram retiradas deste 'site' proctológico lusitano, deveras visitado por mim nos últimos dias, desde que me deparei com vermes galináceas em meu quintal. Obviamente, ter me deparado com aquelas áscaris tão nojosas me fez enjoar, de modo que, desde a noite de ontem, sinto-me acometido por uma violenta diarréia, que está me assustando particularmente, visto que, daqui a pouco, precisarei ir para o meu futuro trabalho, onde um dos colegas é aficcionado pela banda 'pop' norte-americana (vendida como "alternativa") Imagine Dragons. Não por acaso, esta banda é também a favorita de um rapaz que me evita lancinantemente, de modo que, a fim de senti-lo próximo, atrevi-me a ouvir o disco com atenção, desde que ele foi premiado num evento musical anglofílico recente, o American Music Awards, comentado entusiasticamente aqui.

Sendo bastante sincero, não achei "Night Visions" (2012) um disco ruim. Apensa chato, cansativo, um tanto formulaico em seu tom consolador. Mas a faixa de abertura "Radioactive" (01) e a muito executada "Demons" (04) merecem meu elogio pessoal. Elas funcionam (se é que não preciso me explicar acerca do uso íntimo deste verbo...)!

Wesley PC>

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

ASSIM CANTAVA A MARY HOPKINS EM 1968:


"Once upon a time there was a tavern
 Where we used to raise a glass or two 
Remember how we laughed away the hours
 And dreamed of all the great things we would do

 Those were the days, my friend 
We thought they'd never end
 We'd sing and dance forever and a day 
We'd live the life we choose we'd fight and never lose 
For we were young and sure to have our way

 La la la La la la
 La la la La la la
 La la la La la
 La la la la la"...

Assim cantarola os Cowboys de Leningrado, ao fundo do maravilhoso curta-metragem "Those Were the Days" (1991, de Aki Kaurismäki), que vi na manhã de ontem, antes de iniciar um treinamento empregatício que me deixou deveras ansioso. Tanto que nem dormi direito em seguida. Mas sonhei...

No sonho, eu e minha mãe saíamos para algum lugar. De repente, eu caminhava sobre os trilhos de uma montanha-russa num parque de diversões abandonado, localizado num bairro (outrora) perigoso de Aracaju. Eu dançava ao lado de uma bailarina profissional e estávamos sendo observados pelos jurados de um 'reality show'. De repente, ao voltar para casa, meu irmão havia usado 'crack', estava triste, amontou pilhas e mais pilhas de papel roído por ratos e, na esquina, uma vizinha lésbica, pedia que eu lhe levasse um pacote de guardanapos. Na esquina da rua anterior, havia um baro com música ao vivo, um rapazola muito jovem encetava uma canção antiga de MPB. E meus irmãos mais velhos demonstravam ciúme de mim e de meu irmão mais novo em relação à minha mãe...

Acordei!

Wesley PC>

“O SOFRIMENTO ALIMENTA A FÉ”

Que o cineasta Roberto Rossellini (1906-1977) fosse ideologicamente vinculado ao estoicismo cotidiano, creio que não seja surpresa para ninguém. Mas, para mim, foi um verdadeiro (e delicioso) baque deparar-me com esta grandiosa constatação ao final do difamado “O Navio Branco” (1941), seu longa-metragem de estréia, que vi na manhã de hoje, crente de que era apenas um subproduto fascista...

De fato, em mais de uma situação, os personagens e/ou figurantes fazem saudações ao ‘Duce’ Benito Mussollini, mas talvez isto fosse uma imposição produtiva mais geral. O filme é sobre um marinheiro apaixonado por uma professorinha que, ao contrário de seus colegas de esquadra, é fiel apenas a ela, escreve cartas apenas para esta moça, enquanto os outros disseminam chavões de amor, duramente retrucados por seu moralismo passional: “para o amor verdadeiro, não importam as palavras ou as fotografias, mas sim os atos”. 

No dia seguinte, este marinheiro consegue uma folga, a fim de encontrar a sua amada numa estação de trem. Ele aproveita o deslize de um garçom para furtar uma flor de um arranjo de mesa, mas, quando está prestes a desembarcar, uma batalha irrompe e ele é obrigado a voltar para o couraçado, sendo gravemente ferido no combate. Após duas transfusões de sangue, ele fica hospitalizado e, não por acaso, a enfermeira que fica responsável por seus cuidados é justamente a moça que ele buscava encontrar na estação. O problema é que, sendo enfermeira, ela não pode zelar apenas por ele, não pode ter preferências, mas tratar a todos os pacientes com igual zelo e afeto.

Antes que o filme chegue ao fim (em aberto) – mas não a guerra, visto que esta perdurou por mais quatro anos – os personagens são elogiados em seu fulgor humanístico, de uma maneira que antecipa bastante o estilo que o diretor adota em “Paisà” (1946), também maravilhosamente musicado por seu irmão Renzo Rossellini. Fiquei apaixonado pelo que vi: é muito, muito amor! Eu estava precisando deveras...

Wesley PC>

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

EU TENHO VOCAÇÃO PARA CRÍTICO DE MÚSICA? – PARTE II: AS DISTÂNCIAS

Quando me sentei diante da TV para assistir ao American Music Awards, premiação musical anglofílica, conforme o nome do evento sintetiza tão bem, minhas expectativas eram tronchas: estava preparando-me para falar mal do apresentador, o insuportável ‘rapper’ Pitbull (que deixou bem claro que não queria ser confundido com um mexicano, apesar de ser fluente no idioma espanhol), bem como dos artistas ‘pop’ que me frustram, como Nicki Minaj e Ariana Grande, por exemplo. À medida que a premiação foi avançando, entretanto, surpreendi-me comigo mesmo ao mudar de idéia e apreciar que estava sendo executado (não tudo, claro)...

 De fato, a mesmice hodierna manifestou-se: Katy Perry recebendo prêmios a rodo, One Direction arrebatando público e votantes, a neozelandesa Lorde confirmando que nem tudo está perdido, etc.. Logo na abertura, uma de minhas artistas ‘pop’ favorita, a belíssima Taylor Swift, que, apesar de ter me decepcionado com seu novo disco, “1989” (2014), cantou uma faixa graciosíssima, “Blank Space”. Enquanto escrevo estas linhas, Diana Ross sobe ao palco. O comentador brasileiro do evento, João Marcelo Bôscoli, elogia quase todo mundo, até mesmo Selena Gomez e a “melhor banda alternativa do ano” (sic) Imagine Dragons. Comecei a prestar atenção otimista ao evento...

 Mais uma vez, Taylor Swift sobe ao palco, agora para receber um premio honorário. Merecido, não vou mentir. A banda juvenil 5 Seconds of Summer foi deveras premiada, mas eles não chamaram muito a minha atenção não, salvo pelos atributos carnais dos integrantes (vide foto – risos). Estou louco para ouvir “Bad Blood” (2013), disco de estréia da banda melancólica britânica Bastille, já devidamente acondicionado em meu computador. Não sei até que ponto o premiado Sam Smith e a bastante reverenciada ‘rapper’ australiana Iggy Azalea me conquistaram, mas talvez eu os dentro de alguns dias, nem que seja por curiosidade analítica. Afinal de contas, sou obrigado a admitir: ao contrário do que eu pensava, a safra musical anglofílica não está tão ruim!

 Em mais de um momento, o citado comentador nacional do evento (transmitido através do canal TNT) frisou que os artistas concorrentes provêm de diversos países, muitos deles da Oceania, inclusive. A estadunidense Fergie está cantando agora, e, antes, a banda de ‘reggae’ canadense Magic! subiu ao palco para cantar a contagiante “Rude” (e seu refrão grudento e delicioso “marry that girl”), em companhia do haitiano Wyclef Jean. Estou me divertindo, ainda que não esteja prestando completa atenção, já que precisei interromper a audiência por alguns minutos para telefonar para um amigo angustiado por supostas perseguições classistas. Mas, insisto: eu estou gostando do que estou vendo e ouvindo. Uau!

 Wesley PC>

domingo, 23 de novembro de 2014

EU TENHO VOCAÇÃO PARA CRÍTICO DE MÚSICA? – PARTE I: AS PROXIMIDADES

Na tarde de hoje, eu ouvi pela primeira vez o novo disco do grupo mineiro Pato Fu, “Não Pare Pra Pensar” (2014). Tinha relativas expectativas, já que sou um fã devotado da banda, mas não gostei muito do que ouvi. Na terceira vez, entretanto, já posso escolher uma ou outra faixa favorita, providencial...

 A abertura com “Cego para as Cores” é muito bacana, a voz suave de Fernanda Takai não decepciona. Mas há algo de descompassado entre o que ela canta e os seus colegas tocam. Pelo sim, pelo não, enviei a faixa para um amigo daltônico. Talvez a letra lhe diga alguma coisa (risos)...

 A faixa 02, “Crédito ou Débito”, segue o mesmo âmbito descompassado, que também se manifesta outras vezes ao longo do disco, como na faixa-título (04) e na derradeira música do álbum, “Eu Ando Tendo Sorte” (11). O ponto mais baixo do disco, sem dúvida, é a fulambenta “You Have to Outgrow, Rock’n’Roll” (07), interpretada pelo simpático John Ulhoa que, paradoxalmente, também é responsável pela melhor faixa do disco, a inesperada “Ninguém Mexe com o Diabo” (03). Tem tanto a ver com um amante fugidio, que a repeti inúmeras vezes, tornou-se a minha favorita!

 De perto, seguem a previsivelmente agradável regravação de Roberto Carlos, “Mesmo que Seja Eu” (10), a ressurreição colaborativa do cantor Ritchie em “Pra Qualquer Bicho” (09) e a calculada, telenovelesca e quase inoportuna em termos climáticos gerais “Um Dia do Seu Sol” (06), que parece irmã gêmea (no mau sentido vendável, inclusive) da quarta faixa do disco “Muito Mais que o Amor” (2013), do Vanguart, justamente nominada “Meu Sol”. São boas canções, mas parecem repetidas, desgastadas, enjoativas...

No geral, portanto, o disco não é ruim. Em nota, daria um 6,0 (seis), tanto quanto o fiz, arredondadamente, em relação à produção mazzaropiana que vi com minha mãe mais cedo [o simpático e equivocado “Zé do Periquito” (1960, de Ismar Porto & Amácio Mazzaropi)]. Na pior das hipóteses, veio num bom momento este disco mediano: tem a ver com necessidades diplomáticas de intervenções contra silêncios que me afligem. É um álbum profilático, eu diria.

Wesley PC>