sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

SE PENSAR NO IRAQUIANO RESOLVESSE...

O ano de 2005 ficou marcado em minha vida pela quase realização no que diz respeito ao saciamento de um desejo amoroso em minha vida. Foi a primeira em que alguém permitiu que eu o amasse publicamente. Dizia aos quatro ventos que “o amava da cintura para cima” e desfilava ao seu lado, coberto de orgulho. Como todos devem imaginar, não deu certo. No dia 1º de janeiro de 2006, o garoto alegou que jamais falaria comigo em vida, que eu deveria esquecê-lo, que eu era odiável, etc., etc., etc.. Um dos meus amigos comentou que a subdivisão de meu amor é que era o problema. E agora ele ficou em primeiro lugar como excedente no vestibular para o curso de Matemática aqui na UFS. Consegui o número do celular dele por vias desautorizadas e falei com o mesmo, tentando tranqüilizá-lo, ciente de que talvez haja uma vaga disponível e que eu possa vê-lo diariamente na UFS e, assim, afastar a discórdia que se criou entre nós. Tomara. De resto, fico eu aqui a pensar: se não fosse a beleza e o carisma de Firat Ayverdi, “Bem-Vindo” (2009, de Philippe Lioret) seria um filme ainda mais execrável!

Wesley PC>

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

WESLEY AMA RAFAEL – PÁGINA 7.512

No Rosa Elze, bairro que faz fronteira com a Universidade Federal de Sergipe, existe uma clínica ortopédica. Nesta clínica, existem diversas pessoas que trabalham e outras que aguardam atendimento médico. São comuns as situações em que, no trajeto para o meu local de trabalho, preciso desviar da calçada, a fim de não competir espaço com idosos que são carregados em ambulâncias ou pessoas em cadeiras de rodas que anseiam pela vez de serem atendidos. Na antevéspera de Natal do ano passado, um médico e uma enfermeira/secretária conversavam na calçada. Ele estava sério em demasia e eu pensei que se tratasse de um assunto profissional sério. Quanto me aproximo dos dois, ouço a mulher comentar em tom alto: “eu não estava pronta para entrar num relacionamento destes numa hora dessas... Sofri muito!”. Fiquei imaginando: e se fosse comigo? Fui para o trabalho como todos os dias e este pensamento interrogativo misturou-se a vários outros...

...Misturou-se a vários outros. Dezembro de 2009 acabou, janeiro de 2010 chegou e, com ele, meu aniversário e a cerimônia de colação de grau dos alunos do CECH – Centro de Educação e Ciências Humanas. Estive presente a tal cerimônia, em virtude de um convite de uma amiga de trabalho, mas o momento mais emocionante de meu dia de ontem aconteceu quando duas formandas de História, chamadas Anne Caroline e Aline Cruz, encontraram-me no meio da multidão barulhenta e insistiram por um abraço carinhoso e sincero de minha parte. Como fiquei feliz neste momento! Além de gostar bastante das duas belas e jovens garotas, em breve teremos mais assuntos em comum, dado que penso em concorrer a uma das 45 vagas disponíveis para ingresso como Portador de Diploma da UFS neste ano. Sempre gostei de História, mas não adiantei este desejo em virtude de problemas (e desejos) pessoas envolvendo alguns alunos deste curso. Mas, quer saber? Que se dane! De vez em quando, é preciso arriscar...

De vez em quando, é preciso arriscar... E, se houve alguém que arriscou neste Brasil querido, este alguém atende pelo nome pioneiro de Humberto Mauro, diretor de, entre outras obras-primas, “O Descobrimento do Brasil” (1937). Tive o prazer extremo de ver este filme maravilhoso em tela grande, numa sala de cinema que foi extinta por ficar num local que “vai de encontro à moralidade das famílias sergipanas”, segundo denúncia coletiva que foi endereçada contra a antiga Rua 24 Horas de Aracaju, ponto de encontro de homossexuais. Na ocasião em que o clássico brasileiro foi exibido, uma assessora do Ministro da Cultura do Brasil comentou todos os auspícios da restauração da cópia exibida, mas, para a minha desilusão e de outros cinéfilos presentes à sessão, nada de substancial foi discursado acerca da feitura ou relevância do filme. Conclusão: mais uma vez, fica sabido que História diz respeito, na maioria dos caos, mais ao que foi escrito do que ao que realmente aconteceu. Ode ao discurso!

Wesley PC>

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

PADRE FÁBIO DE MELO TEVE PIOLHOS NA INFÂNCIA!

É lícito que mãe e filho tenham gostos diversos. Eu gosto do cheiro de sovacos masculinos. Minha mãe gosta de assistir às palestras televisivas do padre Fábio de Melo. No último domingo, enquanto digitava alguma coisa no computador, ela estava a assistir a uma destas palestras e o pároco confessava que se sentia envergonhado quando sua mãe catava os piolhos de sua cabeça em público. Fez propaganda implícita de uma conhecida marca de xampus contra parasitas capilares e encetou uma de suas canções, que minha mãe tanto aprecia, a ponto de me convencer a gravar um CD para ela. Lembrei das vezes em que minha própria mãe catava piolhos em minha cabeça e de um documentário sobre o assunto exibido no Discovery Channel, que pregava que cada piolho específico (aqueles da cabeça, dos braços, do púbis) corre em direção à região a que está associado quando largado no umbigo de alguém. Como diz a canção, “Tudo é do Pai”, fazer o quê?

Wesley PC>

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

PRIMEIRO GRANDE LUTO ARTÍSTICO DO ANO: ERIC ROHMER (1920-2010)

Não sou muito apegado à vida pessoal dos artistas, mas confesso que tomei um grande susto quando cheguei do trabalho nesta noite de segunda-feira e minha mãe me recebeu com uma notícia: “Wesley, morreu um cineasta francês hoje, tu soubeste? Ele já tinha mais de 82 anos!”. Quem seria? Pensei em Alain Resnais, mas um telefonema me confirmou que se tratava de Eric Rohmer, um dos cineastas favoritos de um grande amigo com herança japonesa, que me propiciou a mais bela e assustadora experiência com cogumelos alucinógenos e prole bem-aventurada de toda a minha vida. Morreu Eric Rohmer! Viveu Eric Rohmer!

Confesso que vi poucas de suas obras (infelizmente!) e tive problemas de recepção burguesa com “Conto de Inverno” (1992) e “A Inglesa e o Duque” (2001), mas, fora isso, encantei-me deveras com o amor reinante e a Filosofia onipresente em obras deliciosas como “Conto de Primavera” (1990), “Conto de Verão” (1996) ou “Conto de Outono” (1998), tão diferentes entre si e tão completos em sua utilização preciosa das estações do ano, dos sentimentos emulados por cada uma delas, da vida que pulsa sempre que duas ou mais pessoas estão cativas num mesmo ambiente... Eric Rohmer entendia a Graça e, não à toa, era um amante pascaliano desde os áureos tempos e, como tal, não é surpresa que sua obra-prima seja justamente uma apologia carnal a Blaise Pascal: “Minha Noite com Ela” (1969), um dos filmes de minha vida!

Infeliz de quem pense que os 110 minutos de “Minha Noite com Ela” sejam fáceis. Mais infeliz ainda quem não teve acesso a esta magnânima declaração de amor ao amor em si, metonimizado no encontro surpresa entre um engenheiro e uma médica, que dividem uma cama e um cobertor na noite nevada em que se conhecem. Ele é um jesuíta ativo e sonha em se casar com uma moça que vira de relance numa missa católica. Ela é divorciada e cética, mas está sempre de bom-humor, não obstante revele suas fraquezas à medida que o frio se instala no quarto em que ela dorme. Eles se amam por uma noite e se amarão por muito mais tempo, mas os descaminhos da vida cotidiana impedirão que a larga e agradável conversa que se estende por metade do filme se transforme numa relação amorosa duradoura. Pelo menos, no plano na comunhão temporal. Porém, todas aquelas palavras e instintos sexuais compartilhados serão eternos nas mentes dos personagens e de nós espectadores encantados. Morre um gênio, fica uma obra imortal!

Segue em paz, crente!

Wesley PC>

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

SOU PÉSSIMO PARA APAGAR RASTROS!

Na tarde de ontem, ouvi uma mãe de família descrever em minúcias os problemas que a vitimaram quando do divórcio de seu filho mais velho. Antes e depois disso, recebi positivas admoestações sobre a não divulgação de fatos e eventos que atendem pelo nome de segredo. Segredos acontecem, pude constatar. E em boa parte dos casos, os mesmos têm a ver com sexo...

“Apagar os Rastros” (2007), do mexicano Francisco Franco Alba, é um filme que talvez tenha a ver com sexo. Tem a ver com segredos, disto eu tenho certeza, mas não tive a oportunidade de vê-lo ainda, não obstante as excelentes recomendações sobre o clima homoerótico e incestuoso do mesmo. Aguardo o momento correto, com certeza, não em presença de minha mãe, que, querendo ou não, está desenvolvendo um estranho conceito de família. Digo estranho porque normal demais! Acho que ela só queria que seus filhos ficassem mais tempo em casa com ela...

Tinha outra coisa para falar, mas não sei se posso (ainda). Depois do filme, eu volto, talvez mais empolgado com as canções da Julieta Venegas, que, conforme já foi divulgado aqui, encanta quem a descobre, mas frustra quem a investiga. Ainda assim, gosto dela. Gosto.

Wesley PC>

domingo, 10 de janeiro de 2010

PUBLICIDADE x PUBLICIZAÇÃO

Na tarde de ontem, estive presente a uma festa de aniversário organizada pelos colegas de trabalho. Mesmo que os gostos alimentares, éticos, musicais e entretenedores deles sejam radicalmente diferentes dos meus, tentei divertir-me na festa, tentei ser agradável. Ao final, não senti que foi uma tarde perdida. Senti-me entre pessoas cordiais que me enxergam como uma pessoa agradável, não obstante eu não estar gostando da maioria das músicas que estavam sendo executadas e só poder me servir de dois deliciosos pratos, dado que os demais possuíam carne de animais mortos. Insisto: fio legal, gostei de ter estado lá!

Entretanto, um detalhe sobre esta festa merece explanação: um de meus superiores funcionais estava demasiadamente animado em virtude do consumo de bebidas alcoólicas e embrenhou-se em brincadeiras de cunho homossexual comigo, não ofensivas, todas devidamente fotografadas. Rimos bastante com isso e, ao final da festa, meu superior hierárquico em pauta (facilmente reconhecível para quem é sergipano) autorizou-me a fazer o uso que quiser das fotos, não sem antes adiantar um chiste: “se tu divulgares a minha imagem feminina, eu te meto um processo”. Ao que respondi, também chistosamente: “e eu te processo antes por assédio sexual”. Rimos ambos com este diálogo, enquanto ele me abraçava, ao se despedir. E a vida segue...

Wesley PC>