quinta-feira, 21 de novembro de 2013

PROMESSA CUMPRIDA!

Oficialmente, cumpri a promessa realizada há mais de dois anos: não sou mais virgem em relação ao cinema de Doris Wishman. Tendo morrido em 10 de agosto de 2002, aos 90 anos de idade, esta diretora foi uma das pioneiras do 'sexploitation': numa dada cena do filme em pauta, inclusive, ela opõe o sufixo desta palavra a "sensacionalismo". São coisas diferentes, grita o editor jornalístico que obriga uma de suas repórteres a disfarçar-se de nudista numa colônia em que brancos ricos desfilam nus, jogam tênis sem roupas e gozam dos prazeres solares.

 Em mais de um sentido, o filme é 'kitsch', brega, cafona, classista, enredisticamente previsível (quem não sabe que a jornalista e seu editor aderirão voluntariamente às práticas nudistas?), mas, ainda assim, não consegui desgostar do filme. Atribui-lhe nota 8,0, fechada, redondinha... Preciso rever o filme para apreciar melhor os seus defeitos: quem me dera ter mais alguém na sessão ao meu lado (risos). E sim, esta é a assunção de um bloqueio!

Wesley PC>

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A TÍTULO DE CURIOSIDADE (FÁLICA):

O meu desinteresse longevo pelos vídeos pornográficos ordinários e, principalmente, a minha ojeriza às produções com o rótulo "Brasileirinhas" fazem com que eu esteja desatualizado acerca das perversões e celebridades atuais do subgênero. Na noite de ontem, entretanto, deparei-me com algo no mínimo pitoresco: ao vasculhar o conteúdo videográfico do telefone celular de um vizinho, deparei-me com algumas cenas em que mulheres grampeavam as vaginas umas das outras com uma rocama. Fiquei escandalizado: será que isso, de fato, o excita sexualmente?! 

Na tarde de hoje, quando utilizei o aparelho reprodutor de DVDs do quarto de meu irmão para assistir a um curta-metragem (erótico) do Shuji Terayama, percebi que havia um disco pronto para ser rodado. Tratava-se do produto (para)fílmico cuja capa é anexada a esta publicação: não pude vê-lo na íntegra por causa de sua longa duração, mas estarei mentindo se disser que não nutri interesse pelo que encontrei.

Tratava-se de uma produção com duas horas de duração - conforme a própria capa indica - e apenas quatro ou cinco seqüências sexuais, protagonizadas pelo homem superdotado mencionado no título. O que mais me espantou foi a verborragia metalingüística da produção: em mais de um momento, os personagens/atores referem-se às suas próprias atitudes e às relações de confiança desenvolvidas com o diretor do filme. Enquanto isso, o tal do Big Macky beijava e lambia o próprio pênis descomunal (sim, ele conseguia!)...

Apesar de ter certeza de que acharei o filme desagradabilíssimo na íntegra, fiquei instigado a conhecê-lo detidamente. Gostaria, na verdade, de estar acompanhado durante a sessão, a fim de que eu não me entendie frente a 'performances' penetrativas que duram mais ou menos meia-hora cada. Isso não me excita, ao contrário das sutis inovações narrativas trazidas à tona nas breves cenas do filme a que tive acesso. Sinceramente, fiquei curioso: preciso me atualizar - essa era a desculpa que me faltava! 

Wesley PC>


domingo, 17 de novembro de 2013

AMIGAS E AMIGOS, EU CONSEGUI VER "UM LOBISOMEM NA AMAZÔNIA" (2005, de Ivan Cardoso): E SIM, É RUIM!

Na verdade, o filme tinha tudo para ser péssimo, mas os momentos propositalmente divertidos o redimem do fracasso total: é como se o diretor Ivan Cardoso fosse genial cônscio de todas as suas limitações e as forçasse, a exemplo do que acontece com a presença em cena do cantor Sidney Magal como um profeta inca e de todas as aparições do bando de amazonas comandado pela sanguinária Pentesiléia (Joana Medeiros, esta com os peitos de fora, claro!)...

Na verdade, o protagonista do filme, Dr. Moreau (interpretado pelo rei dos filmes de licantropia, o espanhol recém-falecido Paul Naschy) é concebido de maneira orgânica, apesar de o restante do roteiro ser bagunçadíssimo, no pior sentido do termo. O elenco também não ajuda: por que diabos o diretor inventou de recrutar Evandro Mesquita, Karina Bacchi, Pedro Neschling, Bruno de Lucca e Daniele Winits? Para falar a verdade, o primeiro e a última até que respeitam a estereotipia cômica de seus personagens, o mesmo acontecendo com Nuno Leal Maia e Toni Tornado (sem mencionar o maquiado Guará Rodrigues, na pele - e pêlos - do assistente Zoltan). Orlando Drummond está ruim e eu não reconheci o Julio Medaglia, o que só demonstra que o tom é de chanchada muuuuuuuito tardia, com um tempero de horror que se equivoca pelo excesso de lendas misturadas: é muita patacoada para levar a sério e, por outro lado, quando a gente tenta se desligar e rir, a presença de Djin Sganzerla nos lembra que o filme poderia ser bom, se quisesse. Mas ele não quis...

Não sei até que ponto posso assegurar que o filme funciona enquanto 'terrir', mas ele não é de todo ruim. Diverte pela proposta de exagero premeditado. Merece a minha recomendação tangencial, portanto. O Ivan Cardoso permanecerá um cineasta incompreendido, mas não indigno de atenção.

Wesley PC>