sábado, 16 de maio de 2009

DENTRO DA MINHA ASSUMIDA (IN)CAPACIDADE DE RESOLVER PROBLEMAS...


Só escrevendo aqui qualquer coisa que sirva para atenuar o efeito supostamente problemático das lamúrias anteriores, uma piadinha: na semana passada, a fim de paquerar um estudante de Filosofia, uma garota que canta regravações espanholas das canções de Cristina Aguilera em casamentos lançou a indireta de que “todos os filósofos que são bonitos fisicamente”. Ao ouvir, larguei uma gargalhada altissonante. Será que esta moça se interessaria sexualmente por Friedrich Nietzsche, Sócrates, Jean-Paul Sartre ou Blaise Pascal, para ficar apenas em exemplos óbvios de belezas humanas que não costumam seduzir as adolescentes? Pelo sim, pelo não, o dinamarquês da foto á esquerda (e que lerei dentro de alguns minutos) é uma gracinha, enquanto o senhor da direita é alguém que alega ser a reencarnação vívida de Soren Aabye Kierkegaard. OK, eu faço de conta que acredito, enquanto sigo um conselho próprio: amar, sorrir e dialogar com o próximo são atividades essenciais para o bem-estar contagioso do indivíduo!

Wesley PC>

YEAH, IT MOVES!

- Pergunta: "posso falar sobre o assunto que eu quiser contigo?"
- Resposta: "Pode!"

Tudo o que preciso é que não hajam tabus entre nós!

Wesley PC>

Nota de rodapé: as respostas de Ayalla na que lhe foi perguntado no Ataque Soviético de Gomorra, pelo que entendi, causou-lhe mais uma série de problemas advindos de más interpretações acerca de sua personalidade hiperbólica e de seus intuitos eróticos misteriosos para quem não admite que, “nalgumas situações, somos mais escolhidos do que escolhemos”. Espero não parecer deveras pretensioso aqui ao irmanar-me a ela mais uma vez, mas... Sei do que se trata! Aliás, parece que estou sempre a provocar isso, mas é nesta hora que o ditado me serve: “nalgumas situações, somos mais escolhidos do que escolhemos” – e eu sou escolhido o tempo inteiro. Culpa de meu teísmo, talvez! Amo o Perfeito!

A REFLEXÃO PERMITIDA: “EI, ISSO AQUI NÃO É A GOMORRA NÃO!”


Na noite de ontem, quando chego em Gomorra, deparo-me com alguns de meus amigos (re)vendo um clássico de Francis Ford Coppola. Minha passagem tencionava ser bem rápida: ia deixar alguns CDs e DVDs, compartilhar o meu almoço ainda intocado e voltar para casa, a fim de dormir, visto que menos de 3 horas de sono me foram aplicadas na madrugada anterior. Lá chegando, porém, sou convidado a acompanhar meus amigos a uma pequena comemoração festiva na casa de Lucas Ferreira, o Cobra. Aceitei. Depois de ouvirmos músicas ‘pop’ russas, israelenses e colombianas, partimos para a tal celebração. Rafael Coelho, chapado como de praxe, anunciava: “preparem-se que a Gomorra está chegando!”.

Chegamos – e as músicas executadas eram horríveis! Aviões do Forró, Cavaleiros do Forró, Grupo Arrocha do Nordeste... Por um momento, já não tinha o menor interesse em acompanhar o que estava sendo executado, mas nos divertimos. Os meninos beberam e cumprimentaram o pessoal. Eu sorri alto e cumprimentei o pessoal. Todos rimos em uníssono, em dado momento.

Porém, quem nos conhece, conhece também o nosso nível crescente e aparentemente ilimitado de empolgação. Se, de um lado, Rafael Maurício dedicou-se à sua introspecção pós-alucinógena e, de outro, Rafael Torres estava particularmente empolgado no nível dançante, eu, Rafael Coelho e Américo gritávamos, girávamos pelo salão, dançávamos compulsivamente, esperneávamo-nos. Até que o anfitrião da festa largou o grito que intitula esta postagem. Os vizinhos podiam reclamar... Mentalmente eu perguntei: “e?”. Na prática, porém, tivemos que jogar as regras do jogo... Espero que não sejamos tachados de “mal-agradecidos” em virtude disso.

Mas foi divertido: ao final da festa, estávamos atualizados nas gírias bichas adotadas pelos afetados hodiernos, havíamos interagido e nos divertido com outras pessoas e cantamos a letra de “Duas Almas se Encontraram” em diversas versões diferentes... Foi bom!

Wesley PC>

MEU 423º CD!


Antes que as novas e ainda mais restritivas leis punitivas de aquisição de músicas pela Internet passem a vigorar, resolvi baixar hoje um álbum extremamente elogiado pelos críticos musicais da atualidade: “It’s Blitz!”, lançado oficialmente em 13 de abril de 2009, pelo ótimo grupo alternativo nova-iorquino Yeah Yeah Yeahs, liderado pela carismática e revoltosa Karen O. Além de esta banda ser a preferida dos jovens japoneses (informação que muito me interessa enquanto referência ‘pimba’), eu sempre gostei dos videoclipes e apresentação televisivas da banda. Sabia que ia gostar do álbum!

O problema: as faixas do álbum que eu consegui baixar vieram acompanhadas de ruídos estranho no meio das canções, que podem muito bem serem propositais, em virtude do experimentalismo neo-‘punk’ da banda, e podem muito bem não serem, dados que tais barulhos são propositalmente aplicados por conservadores mal-intencionados, a fim de tornarem problemática a divulgação não-comercial de boas canções. Pelo sim, pelo não, estou a ouvir o álbum neste exato momento e, sim, é muito fofo!

A primeira canção, “Zero”, já está sendo exibida na MTV, a quarta faixa, “Skeletons”, é uma graça recheada de acordes escoceses, os famosos gritos da vocalista agora estão a serviço de canções mais lentas porém portentosamente emocionantes e a faixa 03, “Soft Shock”, me deixou particularmente pensativo, em virtude de suas típicas lamúrias românticas. Conclusão: recomendo (e muito) este álbum – com ou sem barulho!

PS: na foto, a capa do CD.

Wesley PC>

MEMÓRIAS DE CRIANÇA


Jamais esquecerei o dia 28 de abril de 1992! Este foi o dia em que “Querida, Encolhi as Crianças” (1989, de Joe Johnston) estreou no SBT. Gostava tanto deste filme, ouvi tantos comentários positivos sobre ele que cheguei a ter certeza de que aquela audiência não em seria importante apenas no plano de consumo artístico. Seria importante em minha vida toda, dado que 1992 foi justamente o ano em que me tornei um fanático religioso, me afastei das pessoas e do excesso de sexo. Precisava compensar a minha solidão voluntária e sobrevivencial de alguma forma: este filme foi um bom começo para tal. Ele foi, portanto, a primeira obra cinematográfica de que decorei toda a ficha técnica, de maneira que lembro com detalhes daquela impressionante abertura animada até hoje...

Ontem à noite, eu e alguns amigos passamos em revista nossas memórias mais tenras. Obviamente, tal filme foi requisitado. Como eu me apaixonei e torci por aqueles personagens; pelo pequeno Nick (Robert Oliveri), que se sentia propositadamente preterido por ser um ‘nerd’ científico; pela adolescente Amy (Amy O’Neill), que só queria estar em casa a tempo de ir para o ‘shopping’; pelo irritante e esportivo Ron (Jared Rushton), que era irritante e esportivo; e, principalmente, pelo apagado e sedutor Russell Thompson (Thomas Wilson Brown) , que era tachado de “pequeno” por seus vizinhos e parentes, o que fazia com que ele estivesse perenemente taciturno, entregue a um esconderijo no banheiro (que, à época, eu não entendia) e apaixonado pela vizinha supracitada Amy, a quem ele observava dançar com uma vassoura, de vez em quando... Na cena mais bonita do filme (em minha opinião muito particular), Russell e Amy conversam quando seus irmãos mais novos vão dormir e percebem que “a lua continua do mesmo tamanho, não importa o quão pequenos nós estejamos”, o que invalidaria, portanto, o ditado paterno de que “quanto maior o homem, maior a lua”. Segundos após esta confissão tranqüilizante, eles se beijam, trazendo à baila uma piada recorrente sobre o aprendizado de beijos franceses. Lembro que, ao ver este filme pela primeira vez, já possuía traumas desejosos osculares, mas... Como me foi bela esta cena!

De resto, é isso: os efeitos visuais do filme são impressionantes ainda hoje, a cena da morte da formiga é emocionante e as relações humanas que servem de contexto sub-reptício à trama de aventuras é um achado. Gostaria muito de rever este filme, quiçá ao lado da aniversariante do dia em que ele foi exibido pela primeira vez na TV...

Wesley PC>

CHAMA NA GLANDE, CHAMA!


Piada interna e prolongada... Mas nada indica que a mesma seja rejeitada na práxis, visse? Como diria uma colega de trabalho evangélica, “ai, que delícia”!

Wesley PC>

FAIXA 10: “O MATADOR” (por Sepultura)


Porque a faixa é instrumental, mas esta fotografia paradigmática de Max Vieira segurando uma garrafa cobiçada em Gomorra ilustra-a muito bem (risos). Primeiro, porque ele deve ser fã da banda agora liderada por Andreas Kisser. Segundo, porque o tamanho deste moço autoriza-o a ser matador de aluguel na hora em que ele desejar ou precisar. E terceiro, porque quando eu viajei para Recife, ele sustentou muito bem a minha falta, instituindo o que vim a conhecer depois como a “ditadura do Pitu” (risos). Um golpe de Estado muito bem dado esse!

Wesley PC>

sexta-feira, 15 de maio de 2009

“12, 34, 73, 85, 97”...


Quando eu estou com sono, eu conto!

E, ontem à noite, Juliana me disse que não acreditava que as fotos de pênis que eu venho colocando no ‘blog’ não pertencem a mim (risos). Aí me perguntaram “Wesley, quem não cobre as vergonhas está a exibir os orgilhos?”. Não soube responder...

Wesley PC>

“AMAR FOI MINHA RUÍNA” (1945). Direção: John M. Stahl


Elen (Gene Tierney) encontra o homem de sua vida. Tanto faz até que consegue atrair sua atenção e casar-se com ele. Vive anos que pensa serem felizes. Mas ele tem família, tem outras obrigações. Ela tem ciúmes. Numa viagem ao campo, ela leva o irmão mais novo e deficiente do seu marido para um passeio de barco e joga-o na água (vide foto). Ele morre. Ela finge dor. Mais tarde, Ela engravida. O marido fica encantando pelo feto. Ela se atira da escada, a fim de causar um aborto e evitar que seu próprio filho chame mais a atenção de seu marido que ela. Pode um filme desses ter um final feliz? Pode uma vida dessas ter um final feliz? Amar é minha ruína!

Wesley PC>

PRETEXTO PARA FALAR DO PERFEITO (ATRAVÉS DA POESIA ALHEIA):

Programa imperdível para quem estiver em casa às 23h de amanhã. Na TV Cultura, será exibido “Morte e Vida Severina” (1977, de Zelito Viana), filme baseado na obra-prima literária de João Cabral de Melo Neto e musicado por Chico Buarque, artista magistral que me fez lembrar quase sempre do Perfeito.

É por isso que lhe dedico:

“De sua formosura
já venho dizer:
é um menino magro,
de muito peso não é,
mas tem o peso de homem,
de obra de ventre de mulher.

De sua formosura
deixai-me que diga:
é uma criança pálida,
é uma criança franzina,
mas tem a marca de homem,
marca de humana oficina.

Sua formosura
deixai-me que cante:
é um menino guenzo
como todos os desses mangues,
mas a máquina de homem
já bate nele, incessante.

Sua formosura
eis aqui descrita:
é uma criança pequena,
enclenque e setemesinha,
mas as mãos que criam coisas
nas suas já se adivinha.

(...)

É tão belo como a soca
que o canavial multiplica.
Belo porque é uma porta
abrindo-se em mais saídas.
Belo como a última onda
que o fim do mar sempre adia.
É tão belo como as ondas
em sua adição infinita.
Belo porque tem do novo
a surpresa e a alegria.

Belo como a coisa nova
na prateleira até então vazia.
Como qualquer coisa nova
inaugurando o seu dia.
Ou como o caderno novo
quando a gente o principia”


Rafael Maurício é a Beleza, Chico Buarque é a genialidade e João Cabral de Melo Neto retrata o sublime. Uma combinação imperdível!

Wesley PC>

“TUDO É PARA O MELHOR, NESTE QUE É O MELHOR DOS MUNDOS!” (PANGLOSS)


Basta querer?

(Anti-piada externa)

Para quem não entende os escritos de Voltaire ou ignora os genocídios do dia-a-dia...

Wesley PC>

‘APUD’ ERIC HOBSBAWM – CONCLUSÃO DO PENÚLTIMO SEGMENTO DO ÚLTIMO CAPÍTULO (página 552)


“À medida que se aproximava o milênio, tornava-se cada vez mais evidente que a tarefa central da época não era regozijar-se sobre o cadáver do comunismo soviético, mas pensar, uma vez mais, nos defeitos inatos do capitalismo. Que mudanças no sistema exigiria a remoção deles? Pois, como observou Joseph Schumpeter, a propósito das flutuações cíclicas da economia capitalista, elas ‘não são, como as amídalas, coisas separadas que podem ser tratadas por si, mas fazem parte, como as batidas do coração, da essência do organismo que os apresenta’ (1939)”

E, com isso, creio que muitos dos dilemas enfrentados por pessoas afligidas pelas crises “alternativas” da contemporaneidade são respondidos – ou melhor, re-perguntados! Amo vocês!

Wesley PC>

APROVEITANDO O TEMA DA POSTAGEM ANTERIOR À POSTAGEM ANTERIOR...


Esta é a radiografia de um cérebro epiléptico, que atiçou a minha curiosidade depois que atendi a uma jovem com expressão boçal que padece desta moléstia, aqui no setor burocrático-administrativo em que trabalho. Paralelamente a este atendimento, uma moca comprometida e apaixonada por outro confessava que seu maior sonho é abandonar alguém no altar de uma igreja e que, quando era adolescente, havia ingerido ácido muriático por vias nasais, a fim de protestar contra a decisão de seu pai, que não a deixava ir para o convento. Em meio a tudo isso, eu sonho e me pergunto: “será que ele não apareceu ontem porque (ainda) está com raiva de mim?”...

Wesley PC>

APROVEITANDO O TEMA DA POSTAGEM ANTERIOR...


Aproveitando para falar de amor, que foi o tema desta madrugada em Gomorra, refletimos sobre o quanto este sentimento está relacionado ao sedentarismo pós-era neolítica ou à consolidação dos ideais burgueses disseminados após a Idade Moderna. Tais reflexões advieram da audiência ao clássico de Michelangelo Antonioni, “Blow-Up – Depois Daquele Beijo” (1966), petardo cinematográfico que, no plano sintagmático, mostra o tédio de um fotógrafo profissional que, ao zanzar pelas ruas londrinas, testemunha um assassinato através das lentes de sua câmera, mas, no plano paradigmático, aborda toda a explosão contra-cultural (e posteriormente cooptada pela Industria Cultural e fetichista) vinculada à década de 1960. Nesse sentido, ele joga fora o pedaço de guitarra que adquirira em meio a uma briga com a platéia até então inerte de um espetáculo de The Yardbirds e ajuda a restituir a um jogo de tênis imaginário a bola que caíra no meio da grama pintada de verde. Antes disso, porém, todos na sala surpreendiam-se com o modo severo com que o fotógrafo protagonista (interpretado por David Hemmings) tratava as modelos magras, fúteis e lascivas que visitavam insistentemente o seu ateliê... Obra-prima - e Juliana Aguiar tem medo de trovões!

Wesley PC>

FAIXA 09: “O AMOR É FILME” (Versão 1 - por Lirinha)


“O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica"


"O amor é filme
Eu sei pelo cheiro de menta e pipoca que dá quando a gente ama
Eu sei porque eu sei muito bem como a cor da manhã fica
Da felicidade, da dúvida, dor de barriga
É drama, aventura, mentira, comédia romântica"


"Um belo dia a a gente acorda e hum...
Um filme passou por a gente e parece que já se anunciou o episódio dois
É quando a gente sente o amor se abuletar na gente tudo acabou bem,
Agora o que vem depois"


"É quando as emoções viram luz, e sombras e sons, movimentos
E o mundo todo vira nós dois,
Dois corações bandidos
Enquanto uma canção de amor persegue o sentimento
O Zoom in dá ré e sobem os créditos”


A canção aparece duas vezes na trilha sonora. Nesta primeira versão, pensei nalguns casais bem-sucedidos que apareceram em Gomorra, nalgumas pessoas que trocaram beijos, carícias e momentos dialogísticos em público, nalgumas pessoas que amam e não têm medo de demonstrar isso. Longa vida a eles, portanto, pois, como diz o compositor: “O amor é filme e Deus espectador”!

Wesley PC>

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A ISPERANSA É A ÚLTIMA QUI MORRE?


Apezar de não acreditar em isperansa, eu espero o qui for sufissienti por aquilo que acredito qui mi faz bem. È com esse espírito, portanto, que tensiono ezibir o filme da foto no CineGomorra de hoje. Insistirei deveras, baterei o pé, farei questão. De todos os filmes que já vi na vida, este foi um dos qui mais me fizeram chorar. Será que, estando em grupo, as lágrimas ezalarão de meus olhos apaixonados e injustissados mais uma vez? Estou ansioso, tão ansioso qui nem sei se estou a escrever as palavras da forma correta (rizos).

Que seja! “Edward Mãos de Tesoura” (1990) é uma obra-prima, um filme romântico, um filme sobre pessoas humanas que são ultrapassadas pelos valores externos da sociedade que os circunda e os corrompe sem que elas percebam. É um filme sobre pessoas melancólicas e capazes de sentirem compaixão pelo próximo, a ponto de oferecerem seus próprios cabelos para atenuarem a tristeza de um ser abandonado. Tomara que dê certo... Tomara!

Wesley PC>

FINGINDO PRESTAR ATENÇÃO EM OUTRAS COISAS...


Às vezes, a minha bexiga enche de urina e eu preciso despejar jatos de líquido amarelado num ambiente similar a um banheiro. Na tarde de hoje, com a bexiga cheia, dirigi-me ao banheiro da Reitoria da UFS. No caminho, deparei-me com servidores institucionais comercializando filmes pornográficos piratas e fui interpelado por um amigo, que pediu que eu escrevesse algo sobre a banda russa que ouvi (e de que gostei muito) pela manhã...Tentarei atender a sua requisição, não obstante minha cabeça estar sendo constantemente metralhada por problemas e dores que me consolam ao imaginar que as mesmas podem ser imaginárias ou frutos de uma psicose recorrente. Ok, Wesley, fale da banda que tu ouviste: Otto Dix, através do álbum “Zona Tenej”, de 2009.

Como todos já devem saber, o nome da banda homenageia o pintor impressionista homônimo que registrou brilhantemente as mazelas da I Guerra Mundial. Não consigo encontrar sobre o que versam as letras do grupo, mas a sonoridade da mesma é impressionante. O vocalista Michael Draw, com sua voz de contra-tenor que engabela até mesmo alega conhecer os sons pronunciados comumente por mulheres, leva à frente um sub-gênero musical que combina alcunhas como “Darkwave” e “Electro-goth”. Ou seja, trata-se de músicas eletrônicas, com reminiscências eclesiásticas e/ou góticas. Lindo!

No momento em que escrevo estas linhas, ouço a faixa 05, “Nado Ulybat’sja”. Pena que, por mais que eu procure, não consiga saber do que se trata, mas os teclados utilizados pelo trio russo, os efeitos eletrônicos, as entonações vocais solenes, tudo isto me seduz... E me faz esquecer ou dar menos importância a outros pequenos problemas, inclusive ao fato de que estou vivendo de vontade de mijar agora.

Pelo sim, pelo não, recomendo deveras a banda supracitada para quem se interessa por novidades, para quem enfrenta dicotomias contemporâneas barrocas no seu dia-a-dia passional e para quem consegue convencer os pais religiosos de que a lírica “Ave Satania”, de Jerry Goldsmith, é uma canção apologética ao cristianismo... Sou destes!

Wesley PC>

A MÚSICA QUE AGORA OUÇO:


"Por causa de toda esta dor, eu sinto tua falta
Mas estou feliz que tenhas ido
Eu te quero, mas não estou sozinho
Eu sou obcecado por ti
Mas te deixarei ir, caso contrário minha alma é que se vai...

Leve de volta toda a dor que tu me deste
Leve de volta toda a vergonha que tu me legaste
Leve embora tudo isto que não me pertence

(...)

O amor verdadeiro necessita de ti, desista dos outros amores
Quando tu crês que amas mais, o Amor te põe à prova
E somente o amor verdadeiro me trará a felicidade

Leve de volta toda a raiva que tu me deste
Leve de volta todo o ódio que me legaste
Leve de volta esta fúria que quase me matou
Leve embora tudo isto que não me pertence”



Mas não sei se comigo é assim: ensinaram-me a dar sempre a outra face.
Tenho 1,74 m. Tu tens muitos lugares para machucar ainda, interlocutor imaginário.
Não se vá...

“What Doesn’t to Me” (Sinead O’Connor)

Wesley PC>

HALO AUTO-DESTRUTIVO (POIS SOU EU QUEM INSISTE EM FOTOGRAFAR)


E ontem, o céu estava nublado...

E eu esperei pela vinda do Perfeito, que surgiria na bicicleta de um amigo em comum. Esperei em frente a um buraco, numa noite silenciosa, escura e coberta de névoa. E o Perfeito não aparecia, por mais que, ao telefone, sempre ouvisse ele dizer “estou perto!”. De repente, olho para trás. Lá está ele, trazendo um presente solicitado: 15 CDs cobertos de creme de alho, que sujam completamente a camisa que vestia na ocasião. Entro no ônibus para casa completamente imundo, quiçá chateado comigo mesmo: “por que exigir de um muso que ele aja com destreza em atividades caras a seres humanos? Por quê?” A culpa é minha, como sempre! E ele é o Perfeito – e sempre será, mesmo que eu não esteja mais aqui... Talvez esmagado por esta Perfeição com a qual não soube lidar!

E, no interior do ônibus, forçava-me para interessar-me pelas pessoas, mas estava sujo, preocupado com a qualidade dos CDs após o banho de alho... Fica para a próxima, se houver!

Wesley PC>

“EU TENHO QUE CALAR A BOCA!”


Vão me tachar de “chantagista emocional”, eu sei, mas tenho que falar!

No lugar em que trabalho, há uma menina apaixonada por um menino. Ela estuda espanhol, é confusa e desastrada, não me pareceu confiável nos contatos iniciais e tem um namorado que gosta de ‘oxente music’ (vulgo para forró comercial). Ele é inteligente, relativamente autista, muito bem comprometido e possui vida sexual e masturbatória confessadamente intensa. Ele sabe que ela gosta dele, mas não precisa se preocupar muito com isso, pois é “feliz”, disse-me que nunca sustenta motivos que o deixem com raiva. Ela sabe que ele sabe e nós sabemos que ela gosta dele e ela está pouco se lixando para isso, gastando tempo ao enviar indiretas românticas para ele e/ou procurando oportunidade para ficar sozinho ao lado de seu objeto de desejo e elogiá-lo. Outras pessoas acham que é tudo uma brincadeira. Eu não!

Pois bem, ontem à noite fiquei a resolver uns problemas de trabalho num horário posterior ao expediente e, ao sair do setor em que trabalho, deparo-me com ela e ele conversando debaixo de um arvoredo escuro. Como percebi que eu fora percebido pelo casal escuso, brinquei: “estou com a câmera aqui, viu? Vou tirar uma foto”, ao que ele me respondeu, com uma segurança incomum para um flagrante desse tipo: “pois nós estamos justamente conversando sobre minha cônjuge (risos)”. Ambos rimos disso. A garotinha apaixonada e também adúltera não.

Para além de eu estabelecer aqui qualquer julgamento moral sobre o fato, o que me perturbou sobremaneira é que somente eu tenha visto o fato, eu que tenho a boca grande, eu que sou futriqueiro, eu que não sei calar a boca! Jurei a mim mesmo que não comentaria o assunto com ninguém que conhecesse as agruras do caso em questão, mas a vida me obriga cada vez mais e mais e quebrar meus próprios juramentos! Ressalto aqui o meu juramento, mas... Por que logo eu fui ver esta cena? “É um mundo injusto”, repito o famoso ditado do protagonista sul-coreano que virou meu xodó no último mês, ditado este que, coincidência das coincidências, é também repetido várias e várias vezes por dia, com o mais cínico e divertido dos humores pelo menino inteligente e desejado em questão. “É um mundo injusto”, ressalto!

Na foto, o quadro “Horário da Refeição nas Trincheiras” (1924), de Otto Dix, o qual eu dedico a Wendell Bigato (que muito me ajuda neste tipo de reflexão culposa) e a Rafael Maurício, meu muso particular, que muito me causa este tipo de reflexão culposa... Desculpem-me por existir desse jeito, mas é o único que eu possuo!

Wesley PC>

FAIXA 08: “LISBELA” (por Los Hermanos)


“Eu quero a sina de um artista de cinema
Eu quero a cena onde eu possa brilhar
Um brilho intenso, um desejo, eu quero um beijo
Um beijo imenso, onde eu possa me afogar
Eu quero ser o matador das cinco estrelas
Eu quero ser o Bruce Lee do Maranhão
A Patativa do Norte, eu quero a sorte
Eu quero a sorte de um chofer de caminhão
Pra me danar por essa estrada, mundo afora, ir embora
Sem sair do meu lugar
Pra me danar, por essa estrada, mundo afora, ir embora
Sem sair do meu lugar
Ser o primeiro, ser o rei, eu quero um sonho
Moça donzela, mulher, dama, ilusão
Na minha vida tudo vira brincadeira
A matinê verdadeira, domingo e televisão
Eu quero um beijo de cinema americano
Fechar os olhos fugir do perigo
Matar bandido, prender ladrão
A minha vida vai virar novela
Eu quero amor, eu quero amar!


Juro que, a fim de não entrar em conflito com a discrição “intimista” do moço da foto, tentei encontrar outra pessoa para homenagear com esta canção, mas... Não deu! Sabendo o que ele anda ouvindo enquanto conversa conosco no MSN, conhecendo alguns de seus proto-segredos e sentindo a sua ausência física enquanto comemoro seu êxito viandante e físico, pertence ao cândido Wendell Bigato a matinê de hoje!

Wesley PC>

O Código de Hamurábi

Amanhã (sexta-feira) estarei mais uma vez no Escola Estadual Petrônio Portela, na função de estagiário de História no 1º ano do Ensino Médio.
O conteúdo a ser explorado será A Mesopotâmia, o qual será necessário citar O Código de Hamurábi, que foi elaborado por um dos primeiros governantes babilônicos, e é considerado por muitos historiadores como o primeiro código de leis da história, havendo divergências.

Como todos sabemos através das nossas aulas do Ensino Médio, o Código de Hamurábi consiste na lei do "olho por olho", "dente por dente", "bateu - levou" e por aí vai. Tal forma "lógica" de lei pode ser contemplada pelos mais "valentes". Já eu, acho perigosa, sabendo que julgamentos podem ser precipitados e errôneos, e mesmo sendo cautelosos e acertados, implicam numa "Atrocidade por atrocidade" sem fim.

Diante disso, ainda prefiro o pacifismo de Gandhi:
"Olho por olho e o mundo acabará cego"(Gandhi).


Leno de Andrade

Propaganda

hey galerinha, amigos do coração, quanto tempão!

Eu escutava essa música do grupo germânico 'Propaganda', nos flashbacks da vida, e sempre achava bacaninha... Mas sempre esquecia depois de pesquisar, então recentemente escutei e pesquisei no youtube- o youtube é bacano né?- ae vi o clip, e achei 'tosco-massa' como muita coisa dos anos oitenta...
Aliás a maioria de nós nasceu nos anos 80... Mas somos só massa né? ehueehueheeu, será?


O nome da música é 'Duel', duelo.
fala de amorrrrrrrr, mas de uma forma bacana, qual seria ? Ahhh e o refrão não sai da minha cabeça:

The first cut won't hurt at all
The second only makes you wonder
The third will have you on your knees
You start bleeding i start screaming


Uma citação da comunidade deles no orkut:

*breve resumo:
"propaganda foi uma das primeiras bandas eletrônicas a estourar no mundo inteiro, cujas letras fazem referência ao combate do capital, numa luta contra o egoísmo, cinismo e ganância. a banda que talvez mais propagandeie o ultra-romantismo em oposição ao amor e ao dinheiro que domina muitas das cabeças no mundo. o nome da banda surgiu exatamente desta idéia de propaganda mesmo: propaganda anti-capital, anti-inveja, ganância e todos os sentimentos que destróem a humanidade. esta banda é a expressão nítida do ultra-romantismo, declarando a paz e o amor ao mundo."



E voi là the clip:



Achei muito massa, XD, a parte das viagens... wow
E eu percebi também que há uma referência ao filme 'Repulsion' ( Repulsa ao sexo)do Polanski, aquele com a Catherine Deneuve... Na parte do corredor cheio de mãos. Wesley deve ter esse filme, lol. Tá bom vou parar com o papo cultzzzz, e dormir, vejo vocês por aeee.


Améeeeeeeericoooooo.
That's my name.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

ACONTECEU EM 27 DE MARÇO DE 2007!


Solicito que a notícia abaixo seja lida com cautela:

“Duas pessoas de Coromandel morreram em um acidente na manhã desta segunda-feira (26) no quilômetro 82 da MG 190, perto de Nova Ponte. A caminhonete D 20 verde, de placas GPY 4367 de Coromandel carregada de queijo, dirigida por José Pereira Maia, bateu de frente com um caminhão Volskvagem azul de placas HZQ 6258 de Nossa Senhora do Socorro (MG) carregado de galinhas. José Pereira Maia e o passageiro Wesley Pereira de Castro (filho do motorista) morreram na hora. O condutor do caminhão Rodrigo de Castro Oliveira de 20 anos e seu ajudante Marcelo Inácio da silva de 22 anos, tiveram apenas ferimentos leves e foram encaminhados por terceiros ao hospital de Nova Ponte. O acidente aconteceu por volta de 07h30m. A ocorrência foi atendida pelo Corpo de Bombeiros de Patrocínio. Atendeu a ocorrência os sargentos Calixto, Luiz e os cabos Andrade e Elton”

Fonte:
http://www.midia4online.com.br/read2.php?nid=574


Por essas e outras, é que sou fã do Krzysztof Kieslowski! Na imagem: a bela Irene Jacob em cena do clássico “A Dupla Vida de Veronique” (1991), em que duas mulheres idênticas e homônimas (uma vivendo na Polônia, outra vivendo na França) sentem... Basicamente isso, sentem!

Wesley PC>

PRO CASO DE O “PERFEITO” APARECER MORTO QUALQUER DIA...


“Qualquer que seja a distância que separa as belezas terrestres da Beleza verdadeira, aqueles que a viram brilhar com um esplendor incomparável no meio de todas as idéias do mundo supra-terrestre, esses saberão reconhecê-la nas belezas deste mundo, que são a sua imitação longínqua e degradada” (Pierre-Maxime Schuhl – “Platão e a Arte de Seu tempo”)

Wesley PC>

TRÊS PERGUNTAS:


1- Vale a pena suportar a programação repetitiva e para-pornográfica (no mau sentido do termo) se quiserdes praticar sexo oral?

2- Mallu Magalhães é perdoável enquanto rememoradora de paixões duplicadas?

3- Que estranha força explica o porquê de olharmos para bundas alheias enquanto índices de aprovação sexual?

Aguardo respostas,

Wesley PC>

AQUI SE FAZ, AQUI SE PAGA!


“Ria e o mundo rirá consigo. Chore e estarás sozinho”

Já admiti várias vezes neste ‘blog’ que não sou necessariamente um fã do Park Chan-Wook. Porém, ao rever “Oldboy” (2003) num dia desses, com intenções muito definidas em relação ao meu acompanhante da sessão, prestei atenção em especificidades tramáticas que, da outra vez em que vi o filme, me passaram batidas em virtude de minha discordância moral em relação a ele. Explico de outra forma: por mais que eu rejeite veementemente as práticas de vingança, sei que elas “vêem a cavalo” em situações definidas, dado que tudo o que fazemos, de uma forma ou de outra, volta-se contra nós ou a nosso favor – no caso dos seguidores da doutrina ‘wicca’, triplicado. Tendo em vista, portanto, tal certeza recém-adquirida, já estou a esperar o martelo que lacerará a minha cabeça, porém só espero que o mesmo me atinja pelos motivos certos. Não fugirei das conseqüências de meus atos (e escritos). Estou esperando...

Quanto ao filme: ele tentou! Vale-me de consolo... Mas não sei se me convence o discurso de agradecimento do diretor no Fetsival de Cannes, quando agradeceu aos moluscos que foram sacrificados na cena do restaurante, em que o casal protagonista se encontra. Preferia que o sacrifício elogiado fosse voluntário – e não tenho certeza se aquelas lulas queriam morrer daquele jeito... Na boca de outrem... Numa sessão de sadomasoquismo midiático alheio!

Wesley PC>

ELE NÃO É O ÚNICO!


Desculpas mais uma vez, peço eu... Com um pouco mais de sinceridade, espero!

Wesley PC>

FAIXA 07: “OH, CAROL!” (por Caetano Veloso & Jorge Mautner)


“Darling, there will never be another
'Cause i love you so
Don't ever leave me
Say you'll never go

I will always want you for my sweet heart
No matter what you do
Oh! Carol
I'm so in love with you!”


Tentei apenas ser literal, no sentido de que, ultimamente, tudo o que escrevo ou incomoda a alguém ou é mal-entendido e me causa problemas. Definitivamente, reitero aqui minhas supostas boas intenções ao listar estas homenagens com base na trilha sonora do filme hipócrita do Guel Arraes – e, como todos sabem e devem concordar, os participantes deste casal se encontraram muito bem um ao lado do outro. Tanto que, desejando falar com eles dois ontem à noite, não pude: estavam juntos, se mereciam... Observação: Coelho não parece um coelho de nariz duplo nesta foto? Como a homenageada é ela (e não ele), vai esta foto mesmo (risos)...

Wesley PC>

terça-feira, 12 de maio de 2009

EU PRECISO DE UM ANTI-HELMÍNTICO OU DE UM REMÉDIO CONTRA SUICÍDIO PASSIONAL (O QUE VIER PRIMEIRO)


“Preciso urgentemente encontrar um amigo
Pra lutar comigo
Pra lutar comigo

Quero ver o sol nascer
E a flor desabrochar
E no mundo de amanhã

Quero acreditar
Quero acreditar
Quero acreditar e a paz que eu tanto quero
Eu consiga encontrar

Preciso urgentemente encontrar um amigo
Pra lutar comigo
Pra lutar comigo”

(Roberto Carlos & Erasmo Carlos, em versão d’Os Mutantes)

Pela primeira vez em muito tempo, o resultado de um exame de fezes a que fui submetido acusou que estou infectado por lombrigas. Ou seja, há parasitas vivos no interior de meu corpo neste exato momento!

Pela enésima vez em muito tempo, o resultado de minha paixonite hodierna me leva a pensar em suicídio, ato extremo este que sou impossibilitado de cometer por pelo menos 3 fatores: a) não resolve problema nenhum; b) sou religioso; c) existem pessoas que dependem de mim neste mundo. Ou seja, sou um parasita vivo de mim mesmo neste exato momento!

Wesley PC>

ANTES DE OLIVER STONE UTILIZAR A COCAÍNA COMO ELEMENTO ESTÉTICO...


...Ele realizou um filme de terror chamado “A Mão” (1981), que é muito interessante em sua proposta temática: um famoso cartunista perde a sua mão direita num acidente de automóvel (vide foto) e, a partir daí, as crises de ciúme e de estresse que vivenciara até então são hipertrofiadas, ao passo que, aparentemente, sua mão decepada ganha vida e passa a ajudá-lo a livra-se fatalmente de seus desafetos. É pena que o filme recaía nas obviedades da maquiagem e dos efeitos especiais, mas o estudo de caso psicanalítico ao final e a demonstração dos efeitos moralmente carcinogênicos do ciúme na vida de pessoas comuns são elementos positivos do filme, que vale ser recomendado nem que seja por curiosidade, a fim de que saibamos o que ex-gênio cocainômano fazia antes de chafurdar na mesmice atual do cinema megalomaníaco hollywoodiano. É pena, é pena...

Wesley PC>

UM JULGAMENTO PRECIPITADO É ANULADO PELO CONHECIMENTO DE RAZÕES POSTERIORES?


Por mais que me tachem de prepotente, possuo lapsos perceptíveis de baixa auto-estima, em especial no plano fisionômico. Isto, portanto, me transformaria num consumidor adequado de música ‘pop’. Não é de se estranhar, portanto, que eu ouça Avril Lavigne, Linkin Park ou Gilliard em meio a Richard Wagner, Villa-Lobos ou Chico Buarque de Holanda. Mas Juanes era alguém que não conhecia. Recusava-me a conhecer, aliás. Principalmente quando soube que este colombiano era o artista favorito de um jovenzinho que trabalhou comigo, homossexual extremamente afetado que insistia que era “discreto” em seus comportamentos, mas que, a qualquer oportunidade, paquerava rapazes de forma vulgar. Até que, um dia, sua mãe morre. Em minha pseudo-ingenuidade, achei que oferecer favores sexuais disfarçaria um pouco de sua dor. Ele recusou de imediato, alegando que eu era muito “explícito”, mas, pouco mais de uma semana posterior a esta rejeição, ele tentou me agarrar e, após uma concessão impensada, ele disse que meu pênis era bonito. Fiquei feliz com este inusitado elogio!

Na semana passada, vendo um filme bobo sobre futebol na TV, escutei uma canção chamada “La Camisa Negra” na trilha sonora. Fiquei impressionado com a beleza da canção, com seus versos tristes e dançantes, com sua efetividade ‘pop’. Fui pesquisar o intérprete da canção e, para minha surpresa, não era outra pessoa senão o colombiano Juanes. Baixei o álbum “Mi Sangre” (2004), que contém a referida canção. E não consigo parar de ouvi-la, o que se torna ainda mais patente quando descubro que a canção foi proibida de ser executada na República Dominicana, em virtude de suas conotações sexuais sub-reptícias, e em outros países foi rechaçada por uma suposta menção apologética ao fascismo (o que, em minha opinião, é infundada).

Nunca que eu me imaginasse um dia elogiando Juanes, mas a canção é belíssima e, noutro dia, usá-la-ei em propósito próprio. O detalhe é que, ontem de madrugada, no MSN, tentei puxar assunto com o menino afetado e órfão de mãe em questão, dizendo que agora estou a ouvir o artista que ele curte, mas, nem bem duas frases foram escritas, depois de muito tempo sem conversarmos, e o menino “discreto” insistiu em marcar um encontro sexual. Não sou desses. Desliguei o MSN, despedi-me de outros amigos e fui dormir. Mas a canção permanece recorrente em minha cabeça e corpo apaixonados:

“Tengo la camisa negra
hoy mi amor está de luto
Hoy tengo en el alma una pena
y es por culpa de tu embrujo

Hoy sé que tú ya no me quieres
y eso es lo que más me hiere
que tengo la camisa negra
y una pena que me duele

Mal parece que solo me quedé
y fue pura todita tu mentira
que maldita mala suerte la mía
que aquel día te encontré

Por beber del veneno malevo de tu amor
yo quedé moribundo y lleno de dolor
respiré de ese humo amargo de tu adiós
y desde que tú te fuíste yo sólo tengo…

Tengo la camisa negra
porque negra tengo el alma
yo por ti perdí la calma
y casi pierdo hasta mi cama”


Da próxima vez, publicarei a letra desta canção traduzida em português, ao lado de uma foto minha, apropriadamente usando uma camisa negra. Quem mandou eu me apaixonar?

Wesley PC>

EXISTE MUITO SEXO EM MINHA VIOLÊNCIA! (OU SERIA O CONTRÁRIO?)


Sonhei com um garoto conhecido e saudoso tomando banho em frente a mim hoje – e acordei com a lembrança deste filme na cabeça: “A Marca da Pantera” (1982, de Paul Schrader), uma das coisas mais eróticas que já vi na vida!

No filme, a imigrante Irena (Nastassja Kinski, mais linda do que nunca) foge de encontros com rapazes, pois sabe que, quando sexualmente excitada, transforma-se numa instintiva e selvagem pantera, que estraçalha completamente seus parceiros. Por esta razão, ela é perseguida por seu malévolo irmão (Malcolm McDowell), que vê no incesto a concretização de um ideal mutante longevo. Ela, porém, se apaixona completamente pelo pesquisador de felinos que trabalha num zoológico local. A derradeira cena de sexo, “em que ela é amarrada patinha por patinha”, é uma das mais preciosas defesas da espontaneidade a qualquer custo que já vi na vida!

Dedico este filme, portanto, a mim mesmo, a Alinny Ayalla, e a Wendell Bigato, que foi a “vítima” de meu sonho. Repito: procurem este filme, que é uma maravilha!

Wesley PC>

PIADINHA DE SERIADO NORTE-AMERICANO (PARA QUE EU DURMA TRANQÜILO)


Dois espiões seguem um malévolo agente hipnotizador de papagaios. A mulher percebe que o homem ao seu lado faz muito barulho quando anda. Pede que ele tire os sapatos:

- Agente 86, teus sapatos estão a fazer muito barulho quando tu andas.

Ele retira os sapatos, mas o barulho continua.

- São as meias!

Ele retira as meias, mas o ruído continua.

- E tu não retirarás as tuas meias?, pergunta a rapariga.
- Não. E se forem meus pés a fazerem o barulho?

Eu tomava sopa de legumes ao ouvir isso – e achei engraçado.

Mais uma vez, beijo para Alinny Ayalla!

Wesley PC>

FAIXA 06: “A DEUSA DA MINHA RUA” (por Geraldo Maia & Yamandú Costa)


“A deusa da minha rua
Tem os olhos onde a lua costuma se embriagar
Nos seus olhos, eu suponho
Que o sol, num dourado sonho, vai claridade buscar

Minha rua é sem graça
Mas quando por ela passa
Seu vulto que me seduz
A ruazinha modesta é uma paisagem de festa
É uma cascata de luz

Na rua uma poça d'água, espelho da minha mágoa
Transporta o céu para o chão
Tal qual o chão da minha vida
A minh'alma comovida
E o meu pobre coração
Espelho da minha mágoa
Meus olhos são poças d'água
Sonhando com seu olhar

Ela é tão rica e eu tão pobre
Eu sou plebeu, ela é nobre.
Não vale à pena sonhar”


Porque ela está sendo bombardeada no Ataque Soviético, mas mantém a pose altiva e olha para a esquerda com expressividade laudatória. Porque ela é linda. Porque ela conhece os meus mistérios e porque, acima de tudo, com ela, vale muito à pena sonhar!

Wesley PC>

segunda-feira, 11 de maio de 2009

PARA QUEM ACREDITA QUE O TEMPO É BENÉFICO, UMA SURPRESA E UM POEMA:


Sabem quem é este simpático senhor que interpreta o oferecido tio Fester (ou Tio Chico, no Brasil) no antigo (e ótimo) seriado “A Família Addams”? Ninguém mais, ninguém menos que Jackie Coogan, que, aos 5 anos de idade, protagonizou a obra-prima de Charlie Chaplin, “O Garoto” (1921). Todos nós envelhecemos. Portanto, como diria meu poeta erótico português favorito:

“A quem não foder bem cá neste mundo:
Tremei, humanos, deste mal profundo,
Deixai essas lições, sabida peta,
Foda-se a salvo, coma-se a punheta:
Este prazer da vida mais jucundo.

Se pois guardar devemos castidade,
Para que nos deu Deus porras leiteiras,
Senão para foder com liberdade?

Fodam-se, pois, casadas e solteiras,
E seja isto já; que é curta a idade,
E as horas do prazer voam ligeiras!”


(Manuel Maria Barbosa du Bocage – 1765-1805 - SONETO DO PRAZER EFÊMERO)

Estou fazendo a minha parte...

Wesley PC>

A BENÇÃO PRESSUPOSTA DA INDIFERENÇA

Para alguns, saber se os húngaros são ou não descendentes dos hunos é um dilema. Para outros, decorar a pronúncia da canção japonesa que aparece nos créditos de “Kill Bill: Volume 1” (2003, de Quentin Tarantino) é uma meta fugitiva. Para um terceiro tipo (quiçá mais seguro) de pessoas, pouco importa quem está dançando à frente ou quem está debandando por trás. Gosto das manhãs de chuva. Já tive piolhos, mas nunca eliminei uma lombriga por vias anais. A letra M é a segunda da palavra “amor”. Sou um imbecil. Eu me importo!

Wesley PC>

EU TENHO MAIS É QUE LEVAR TAPA NA CARA!


“Por que me ensinaste a viver desta forma, te quero
Por que antes de ti não senti um amor tão sincero
Por que nada me dá a ternura que ao teu lado encontro
É por essa e por muitas razões que eu tanto te quero

Porque nunca na vida encontrei um amor verdadeiro
porque estando ao teu lado eu enfrento o mundo inteiro
porque contigo aprendi que a vida é melhor
e ao teu lado eu encontro ternura e amor
e é por essa e por muitas razões que eu tanto te quero”.


Pra ver s’eu aprendo!

Wesley PC>

UM PROGNÓSTICO DE MINHA INFÂNCIA


“O Último Americano Virgem” (1982, de Boaz Davidson) é um daqueles filmes vulgares e felizes que eram freqüentemente exibidos no SBT quando eu era pequeno e me consolava com a exibição de bundas masculinas desenxabidas se assim quisesse satisfazer algumas curiosidades erotógenas exordiais. Porém, por detrás de todas as peripécias cômicas e sexuais deste filme, havia um jovem, o protagonista, que permanecia virgem, não importa quanto os seus amigos fizessem sexo. Um dos motivos para tal: ele era destes que se apaixonavam! No conflito mais importante do filme, aquele que meus vizinhos mais detestavam por atestar a imbecilidade do protagonista (assim eles diziam!), este jovem virgem vende seus eletrodomésticos para pagar o aborto da garota que ama, que engravida de um de seus fúteis amigos. Ciente de que ela estaria agradecida e que talvez retribuísse 1/7 de seu amor, ele não mede esforços. Faz de tudo para conseguir dinheiro e dar à mulher amada todo o conforto que ele cria que ela merecia. Na cena seguinte, onde a encontramos? Nos braços do mesmo canalha que a engravidara e a abandonara. Acham que ela chegou a dizer um simples “obrigado” para o nosso virgem? Quem quiser que veja o filme...

Wesley PC>

IMPRESSÕES INICIAIS SOBRE AS 6 MÚSICAS DE UM ‘EP’ BRITÂNICO


Recebi o ‘EP’ da banda supostamente britânica The Gadsdens graças a um amigo defensor do universo ‘pop’ de cunho ‘gay’. Por mais que as canções possam ser estendidas a pessoas apaixonadas de todas as classes etárias, sociais e genéricas, admito que há um forte componente de sofrimento homoerótico nas mesmas. A faixa 6, por exemplo, uma regravação do clássico dançante “I Only Wanna Be With You” confirma isso, ao passo que a faixa 01 (“The Sailor Song”) e a faixa 04 (“The Confessional”) transmitem as lamúrias típicas de quem sofre por insistir em situações românticas fadadas ao fracasso. Aliás, tal impressão é recorrente na meia dúzia de canções ouvidas, em especial na extraordinária “Stalker’s Tango”, que, servindo-se de acordes facilmente reconhecíveis para quem já entrou em contato com esta sensual manifestação dançante dos ‘calientes’ argentinos, grita algo que eu não concordo tanto, mas que, no caso em questão me fez sentido: “you’ll never meet another me!”. E, depois de repetir muitas e muitas vezes que o receptor da canção jamais iria conhecer alguém similar ao emissor da canção, este último corrige-se e diz: I’ll never meet another you”. OK, estou com ele!

Wesley PC>

“SOU FORMADO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL!” – OUTRO COELHO EM MINHA VIDA E O ASPECTO NÃO-NEGATIVO DISSO


Na noite de ontem, no meio de uma discussão sobre pós-modernismo e o que viria depois enquanto categoria histórica (resposta: por enquanto nenhuma, visto que a Idade Contemporânea parece abarcar tudo!), disse, em tom de chiste sincero, que “eu sou uma farsa”, no sentido intelectual do termo. Meu amigo Rafael Coelho concordou sem titubear: “eu sei, já havia percebido isso”. Sofri um golpe egocêntrico: “meu Deus, por mais que eu saiba que seja verdade, por que me incomodei tanto ao ouvir isso da boca de outra pessoa, que tanto respeito?”. Resposta: porque é verdade – e isto basta para doer! “A verdade dói”, diz, com razão, o senso comum...

Tentando me consolar, Rafael Coelho disse que eu tinha o hábito de “saber pouco sobre tudo”, o que talvez eu faça de propósito. Percebendo que eu ficara chocado com a pecha, meu interlocutor acrescentou, sorrindo: “mas tu és inteligente, Wesley, fique tranqüilo”. Eu sorri. O que é ser inteligente? Ter boa memória? Ter capacidade de raciocínio e/ou crítica? Fiquei sem saber...

Pelo sim, pelo não, esta conversa psico-avaliativa toda começou quando Rafael Coelho mostrou-me um belo quadro realista do pintor francês Gustave Caillebotte (1848-1894), que eu não conhecia, mas do qual já virei fã. O quadro que ele mostrou chama-se “Raspando o Assoalho” (1875) e é simplesmente impressionante, mas, como planejo falar dele noutra situação, apresento outro, de linha impressionista: “Homem no Banho”, datado de 1884. Repito: virei fã do Gustave Caillebotte!

Wesley PC>

“SOU FORMADO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL!” – UM COELHO EM MINHA VIDA E O ASPECTO POSITIVO DISSO


Nas duas primeiras semanas de meu curso de Comunicação Social na Universidade Federal de Sergipe, li um livro de bolso fundamental, intitulado “O que é Indústria Cultural?”, escrito por Teixeira Coelho. Neste livro, além de ser apresentado ao clássico debate existente entre “apocalípticos” e “integrados” no que diz respeito ao uso dos meios de comunicação de massa, descobri que um dos principais argumentos para o declínio proposital da qualidade nos produtos culturais massificados é que, ao estarem se sentindo cansados, os trabalhadores não dispõem de tempo para pensar e, por este motivo, preferem obras de arte mais “leves”, consumíveis... Por mais que isto seja verificado em alguns diálogos senso-comunais, discordo desse argumento. Querendo ou não, eu também faço parte da classe proletária e, ao chegar em casa, o que menos espero são filmes mastigados, por mais cansado que eu esteja, da mesma forma que, ao me perceber com dor de cabeça, não é “música de elevador” que busco, mas petardos sonoros ao nível de bandas como Rammstein, Atari Teenage Riot ou Discarga.

Qual não foi a minha surpresa ontem à noite quando, ao ver o bom filme de terror japonês “2LDK” (2003, de Yukihiko Tsutsumi) – em que duas atrizes digladiam-se até suas mortes simultâneas quando passam a viver juntas – percebi que uma delas remediava cefaléias com a audição de músicas muito barulhentas. Ah, nada como identificação para valorizar uma obra de arte para valorizar uma obra de arte digna de reverência, porém recheada de equívocos...

Wesley PC>

CONTINUAÇÃO ILUSTRATIVA


“Eu amei um menino chamado Jesse
Mas Jesse não me amou
Ele quer beijar e ir para cama mas ele não quer conversar
Eu amei um menino chamado Jesse
Mas Jesse não me amou

Ele diz que não é ‘gay’ e que esta coisa toda só está na minha cabeça
Só na minha cabeça

Tudo o que eu puder esconder
Eu estarei fazendo muito bem

Mas cada vez que ele sorri pra mim
Eu sei que nós somos o mesmo
E sinto que ele mudaria o mundo dele por mim
Se ele apenas soubesse o meu nome”


Videoclipe de “Jesse”, do Ivri Lider.



Wesley PC>

FAIXA 05: “ESPUMAS AO VENTO” (por Elza Soares)


(...)

Porque “o amor deixa MARCOS que não dá pra apagar”!

(...)

E, como diria Soren Aabye Kierkegaard, em sua análise crítica do romance “Duas Eras” (1845), da dinamarquesa Thomasine Christine Gyllembourg-Ehrensvärd, “uma pessoa experimentando a paixão esquece a externalidade do objeto de sua paixão. A pessoa mais feia pode me fazer esquecer completamente de sua aparência exterior através do fascínio advindo da manifestação de seu ser interior. (...) Alguém realmente apaixonado pode ser incapaz por um longo tempo de descrever seu amado; a paixão predominante que ele sente faz esquecer para quem ele olha quando não está olhando para si, pela simples razão de que, assim, ele rememora o seu próprio amor” (Capítulo II: “Uma Interpretação Estética”). Tomara que eu jamais me esqueça de seu rosto. Por isso, tantas e tantas fotografias...

Wesley PC>

domingo, 10 de maio de 2009

DICA DE FILME DOMINICAL: “JAMES E O PÊSSEGO GIGANTE” (1996, DE HENRY SELICK)


Um menino ama seus pais. Passam belos dias observando as nuvens, até que um rinoceronte devora dos dois. O menino é enviado para morar com suas duas tias diabólicas, mas não deixa de ser bondoso, não obstante ser tocado sem trégua pela tristeza. Um dia, ele encontra um homem mágico, que lhe mostra línguas de crocodilo que lhe permitem chegar a um mundo encantado e sonhado. Entretanto, ele deixa cair os órgãos animais mágicos no chão. Um pêssego imenso floresce numa arvore ressequida, que as tias do menino triste logo se aproveitam para ganhar dinheiro. Ele, porém, ao comer um pedaço deste gigantesco pêssego, transforma-se em desenho animado e penetra num mundo encantado em que interage com uma centopéia malandra, uma aranha bondosa, uma minhoca cega e assustada, um gafanhoto erudito, uma joaninha procriadora e uma fêmea cristã de vaga-lume. O roteiro pode não ser lá grande coisa, mas que o filme é uma belezura, ah, é! Ideal para ser assistido ao lado de mães com incontinência urinária!

Wesley PC>

A NUDEZ QUE ASSUSTA, INCOMODA E ENVERGONHA...


Sujas, imundas, todas aquelas judias aguardavam o momento exato de tomarem banho, de se sentirem um pouco limpas (ao menos no plano externo) novamente. Os soldados nazistas pedem que elas tirem toda a roupa e fiquem enfileiradas à beira de um chuveiro. Ao invés de água, sai um gás letal. Elas são mortas! 65 anos depois, eu estou na sala de um rapaz sujo, que também precisa tomar banho. “Saia daqui, Wesley. Eu não confio em você – ainda!”. Fico preso do lado de fora, contando moedas que não me interessam, enquanto a vizinha do lado banha um bebê. É o destino que eu mesmo cavei, fazer o quê?

Wesley PC>

POR QUE SERÁ QUE ESTOU A OUVIR ESTE DISCO AGORA?

Tudo bem que as incursões cinematográficas de Dado Villa-Lobos enquanto músico sejam interessantes [vide o bom “Bufo & Spallanzani” (2001, de Flávio R. Tambellini) e o sofrível “Podecrer!” (2007, de Arthur Fontes)], mas as minhas intenções ao ouvir o seu projeto-solo, conforme apresentado em disco da MTV são bem outras. O que me fez perguntar: quem nunca fez isso? Quem nunca decorou uma música ou poesia a fim de agradar alguém? Quem? (risos)Digamos que eu ainda esteja numa primeira audição, mas a canção-título é realmente agradável, os acordes são originais e a participação de Paula Toller nos vocais é digna de elogios. Não será uma tarefa de todo difícil, portanto, decorar este disco com finalidades “terciárias” (risos)!

Se alguém quiser ouvir, procure o disco dentre os pertences de fãs da banda brasiliense Legião Urbana...

Wesley PC>

REFLEXOS NUM OLHO DOURADO


Num filme, ele rasga a camisa suada e nos faz suspirar. Noutro, ele chora ao lembrar-se de braços infantis decepados. Num filme, ele imortaliza um dos sotaques italianos mais célebres de toda a História do Cinema. Noutro, ele é mostrado gordo e apaixonado, aprendendo com o jovem sedutor que deita em seu divã. E em “O Pecado de Todos Nós” (1967, de John Huston), filmado num esquisito tom sépia, ele chora, após espancar um cavalo e demonstrar interesse sexual por um soldado inferior que perambula nu pelas redondezas de sua casa e erotiza-se ao cheirar as roupas de sua esposa. Longa vida a Marlon Brando, nascido em 1924 e morto 80 anos depois.

Na foto, o ‘trailler’ do clássico “Uma Rua Chamada Pecado” (1951), do vira-casaca Elia Kazan.

Wesley PC>