sábado, 7 de março de 2009

O PÁLIDO PONTO AZUL

Ao ver no album de JP uma foto da Terra, lembrei de um texto do Carl Sagan que está no seu livro O Pálido Ponto Azul (The Pale Blue Dot). Para mim este texto foi uma lição de humildade, desde então virou o meu “pai nosso”. A imagem abaixo foi de onde surgiu a idéia do livro. Foi tirada pela sonda Voyager, que ao romper os limites do Sistema Solar, a pedido do Sagan, foi virada para a direção da Terra e essa foi a imagem que ela tirou. Um pequeno pálido ponto azul atravessado por um raio de sol (efeito gerado pela lente da câmera). Vale dizer que a Voyager tornou-se a primeira nave interestelar da humanidade. Abaixo à imagem está o texto.



"(...) Nós podemos explicar o azul-pálido desse pequeno mundo que conhecemos muito bem. Se um cientista alienígena, recém-chegado às imediações de nosso Sistema Solar, poderia fidedignamente inferir oceanos, nuvens e uma atmosfera espessa, já não é tão certo. Netuno, por exemplo, é azul, mas por razões inteiramente diferentes. Desse ponto distante de observação, a Terra talvez não apresentasse nenhum interesse especial. Para nós, no entanto, ela é diferente. Olhem de novo para o ponto. É ali. É a nossa casa. Somos nós. Nesse ponto, todos aqueles que amamos, que conhecemos, de quem já ouvimos falar, todos os seres humanos que já existiram, vivem ou viveram as suas vidas. Toda a nossa mistura de alegria e sofrimento, todas as inúmeras religiões, ideologias e doutrinas econômicas, todos os caçadores e saqueadores, heróis e covardes, criadores e destruidores de civilizações, reis e camponeses, jovens casais apaixonados, pais e mães, todas as crianças, todos os inventores e exploradores, professores de moral, políticos corruptos, "superastros", "líderes supremos", todos os santos e pecadores da história de nossa espécie, ali - num grão de poeira suspenso num raio de sol. A Terra é um palco muito pequeno em uma imensa arena cósmica. Pensem nos rios de sangue derramados por todos os generais e imperadores para que, na glória do triunfo, pudessem ser os senhores momentâneos de uma fração desse ponto. Pensem nas crueldades infinitas cometidas pelos habitantes de um canto desse pixel contra os habitantes mal distinguíveis de algum outro canto, em seus freqüentes conflitos, em sua ânsia de recíproca destruição, em seus ódios ardentes. Nossas atitudes, nossa pretensa importância de que temos uma posição privilegiada no Universo, tudo isso é posto em dúvida por esse ponto de luz pálida. O nosso planeta é um pontinho solitário na grande escuridão cósmica circundante. Em nossa obscuridade, no meio de toda essa imensidão, não há nenhum indício de que, de algum outro mundo, virá socorro que nos salve de nós mesmos. (...)"

Carl Sagan


Para quem puder ver no youtube, sugiro que assistam este video narrado pelo próprio Sagan.



Wendell Bigato
[Invasão nº3]

IRMANAMENTO


E, para que o restante do sábado me seja legal, mostro-me ao lado de uma pessoa que, tal como eu, não deseja posar de vítima o tempo inteiro, mas às vezes sofre na pele os efeitos de um mundo que não compreende adequadamente os usos da lascívia em estado bruto.

“Plâncton, ele disse, é um bicho que brilha quando faz amor.

E brilhamos.

Mas vieram vindo, então, e eram muitos. Foge, gritei, estendendo o braço. Minha mão agarrou um espaço vazio. O pontapé nas costas fez com que me levantasse. Ele ficou no chão. Estavam todos em volta. Olhando para baixo, vi os olhos dele muito abertos e sem nenhuma culpa entre as outras caras. (...) Quis tomá-lo pela mão, protegê-lo com meu corpo, mas sem querer estava sozinho, correndo pela areia molhada, todos em volta, muito próximos”...


O final pode ser lido em “Terça-Feira Gorda”, conto do mestre Caio Fernando Abreu, que esta bela mulher da foto me ensinou a amar.Ayalla querida, nós estamos vivos. Para muitos, este é o problema!

Wesley PC>

CONVITE DE LEITURA


Não está muito definido ainda, mas, conversando com Rafael Coelho, pensamos em adicionar mais um evento à programação cotidiana de Gomorra: que tal inaugurarmos também uma reunião semanal para leituras, ás 20h de quarta-feira?

Está tudo muito cru, mas, a fim de impulsionar nossos intentos, planejamos a leitura de alguns trechos de “As Flores do Mal” (publicado pela primeira vez em 1857), clássico do Charles Baudelaire, para a estréia. Eu me interesso deveras pelo livro porque acho que não gosto do poeta que o escreveu. Os meninos escolheram-no por uma afinidade bastante óbvia. Pelo sim, pelo não, fica o convite. Por enquanto, estão definidos os nomes de Wesley, Rafael Coelho, Rafael Torres e Douglas. Agreguem-se ao grupo e somemo-nos nesta moderna experiência alucinógena e literária.

Na foto, as famosas papoulas, flores que fizeram Dorothy adormecer em “O Mágico de Oz” (1939, de Victor Fleming). Sei...

Wesley PC>

UMA EXPLICAÇÃO E UM POEMINHA


Esta pessoinha muito fofa na foto afastou-se de Gomorra nestes últimos dias porque esteve doente, tadinho. Mas ontem ele reapareceu, ressurgiu, nos fez sorrir e ajudou Rafael Coelho a “lavar o banheiro” (risos). Ganhou dois maços de cigarros italianos confeccionados na Suíça do pai do Baiano, aprendeu com Bruno/Danilo alguns fundamentos da dança do Kuduru e prometeu voltar comigo à Gomorra neste domingo. Por isso, dedico a ele agora estes versinhos:

Fica bem, Rafael Torresinho
Porque eu te gosto de montinho
E se estou escrevendo tudo pequenininho
É porque nem o infinito consegue traduzir o quanto gostamos de ti!


Wesley PC>

E EU QUERIA SABER AGRADECER DIREITO...


...para dizer a Bruno/Danilo o quanto eu estou agradecido por ter conhecido este álbum. Caramba, Nine Inch Nails é bom demais! Me faz gritar, chorar, enfurecer-me, lamentar, reclamar, agir, gozar...!

Para quem não conhece o mito, esta “banda de um homem só” é formada por Trent Reznor, cantor, compositor e músico multiinstrumentista que faz tudo nos discos, tudo! Só convida outros músicos quando necessita se apresentar ao vivo, lógico!

As canções são sempre lamentosas, conscientes da perda da historicidade de nossa era, por isso, está sendo muito interessante ouvi-lo enquanto leio Eric Hobsbawm e seu resumo impactante do que foi o século XX, visto que tanto “The Downward Spiral” quanto “Era dos Extremos: O Breve Século XX (1914-1991)” ficaram prontos no mesmo ano cabalístico, 1994, quando eu era um fanático religioso, fugindo das taras sexuais da infância, vivenciando arrependimentos masturbacionais e passando dias e mais dias com o mesmo macacão preto da Petrobrás, a fim de ostentar uma palidez que até hoje eu acho bonita...

E, por mais que Marcos ainda pareça estar numa fase boa em relação a mim, é impossível não lembrar de Rafael Maurício durante o refrão de “Closer”, depois que eu descobri que sua glande é azul (risos):

“Eu quero te foder como um animal
Eu quero te sentir por dentro
Eu quero te foder como um animal
Minha inteira existência é defeituosa
E tu me colocas mais perto de Deus”


Wesley PC>

“DISTANTE” (2002), de Nuri Bilge Ceylan


Sim, eu sei, a imagem parece bastante um daqueles cartões de auto-ajuda, tipo: “fique bem. A vida parece estar te dando uma rasteira agora, mas depois tu terás muitas oportunidades de dar a volta por cima”. Mas não é, parece, mas não é só isso! Trata-se de uma das imagens finais do filme turco “Distante”, a que acabo de ver e me surpreender.

Pouca coisa eu sabia deste filme, além de que ele havia recebido a Palma de Ouro de Melhor Direção no Festival de Cannes em 2002 e que figura na página 908 da bíblia intitulada “1001 Filmes para Ver Antes de Morrer”. Vendo-o hoje, encontro uma história tragicômica sobre dois amigos que se encontram depois de muito tempo. Eles viviam no mesmo povoado no interior da Turquia. Um deles emigra na frente e arranja trabalho como fotógrafo. O outro emigra depois e tenta arranjar trabalho num barco. Não consegue. O restante do filme, portanto, é focado nas divergências de convivências entre os dois, o que me fez pensar demais em Gomorra, visto que situações similares já aconteceram lá, me envolvendo, aliás. Destaco duas situações:

- Em dado momento, os dois amigos estão na sala, vendo um filme existencialista e lento do russo Andrei Tarkovsky. Quando um deles se cansa do filme, o outro logo se prontifica a pôr uma fita pornográfica no videocassete e fazer o que acompanha este tipo de audiência. O desempregado volta de supetão e flagra-o com as calças arriadas. Envergonhado, resta-lhe mudar o canal rapidamente e deixar a TV num programa qualquer. O desempregado, porém, não percebe que está sendo inconveniente e fica em pé, atrás do fotógrafo, visivelmente irritado e querendo encerrar a masturbação. Ele, então, retruca: “está muito tarde, é hora de desligar a televisão” (risos).

- A segunda cena digna de menção pessoal é quando o desempregado acorda com um chiado, que parece de um rato moribundo. Levanta e depara-se com um roedor com o corpo dilacerado por uma ratoeira, gemendo de dor. O fotógrafo também acorda e ambos ficam contemplando, inertes, esta imagem cruel. Um deles se pronuncia: “coloque-o numa sacola e jogue-o no lixo, senão ele vai ficar chiando a noite inteira”. O desempregado o faz e, quando vai pôr o lixo fora, percebe vários gatos cercando a lixeira. Ele tenta abrir a sacola rapidamente e disponibilizar o cadáver do rato para os felinos, que correm, assustados.

Grande sensibilidade turca, grande filme!

Wesley PC>

sexta-feira, 6 de março de 2009

SUGESTÃO PARA O CINE-GOMORRA DA SEMANA QUE VEM...


Foi sugerido por acaso, mas eu acatei a idéia de imediato: alguém se opõe que, na próxima quinta-feira, vejamos “Os Dez Mandamentos” (1956), épico colossal do Cecil B. DeMille? O filme tem 3 horas e 40 minutos de duração e tem sim uma forte conotação religiosa, mas, acima de tudo, é um extraordinário e belíssimo espetáculos cinematográfico, possui excelentes interpretações, efeitos especiais e pontos de discussão discursiva e é obrigatório para toda e qualquer pessoa que se interessa pela História do mundo ou que já tenha sofrido qualquer admoestação religiosa em qualquer minuto de suas vidas. Por isso, insisto: alguém se opõe?

Wesley PC>

ATENDENDO AO CHAMADO...


Ao contrário do que me ocorre naturalmente todos os dias, hoje não sinto que preciso entupir o ‘blog’ com textos. O Cine-Sodoma de ontem foi tão surpreendente, tão agradável, tão reflexivo, que necessito de um pouco mais de silenciosa digressão.

Na noite de ontem, vimos uma obra máxima do Pier Paolo Pasolini, fiz as pazes com o (corpo do) Baiano – supondo que alguma vez tivéssemos brigado (risos) – , contemplamos a amplitude da bunda de Aline Aguiar de camarote, ouvimos uma reclamação justa de Eliane Charnoski (falávamos todos muito alto quando faltou energia!) e vimos Cleidson Carlos peidar compulsivamente enquanto tentava explicar algo relacionado à teoria einsteiniana da relatividade e os socos na parede. Rimos bastante, o filme causou a comoção que esperava e pessoas novas ou raras visitaram Gomorra (Carlos Henrique, José Fernando Gramoza, Aline Cruz, etc.).

Foi uma noite tão agradável para mim, uma alvorada tão graciosa, que resta-me utilizar aqui as palavras cantadas do Chico Buarque, que ouvi quando estava indo para casa, às 5h30’ da manhã, paar justificar como eu me sinto agora (talvez não somente eu, aliás)...

“Pra se viver do amor
Há que esquecer o amor
Há que se amar
Sem amar
Sem prazer
E com despertador
- como um funcionário

Há que penar no amor
Pra se ganhar no amor
Há que apanhar
E sangrar
E suar
Como um trabalhador

Ai, o amor
Jamais foi um sonho
O amor é feroz
Faz em nós
Um estrago medonho

É por isso que se há de entender
Que amar não é um ócio
Se precaver
Que amar não é um vício
Amar é um sacrifício
Amar é um sacerdócio
À luz do abajur

É por isso que se há de entender
Que amar não é um ócio
Se precaver
Amar não é um vício
O amor é um nobre ofício
O amor é um bom negócio”



São por estas e outras que Gomorra sobrevive!

Wesley PC>

quinta-feira, 5 de março de 2009

Trilha Sonora

Música nova. Essa tem uma levada meio hiponga, uma coisa tipo Secos & Molhados, e rock brasuca da década de 70.



Trilha Sonora


Quero te ver caminhar
Pela trilha sonora de Amélie Poulain
Te captar em som estéreo
Emitir sinais em fluído etéreo
Colher tangerinas numa chuva cítrica
Para melhorar o dia
Vai fazer girar meu disco
Me perder em teu pomar desconhecido
Sei que os dias vão passar numa fila harmônica
Vou ouvir teus passos e seguir a tônica
Um coração que bate
Sabe improvisar um fim de tarde
Degustar simplicidade
Condensar o invsível
Materializar verdade
A canção será tangível


Leno de Andrade - 05 de março de 2009

E, SE TEM ALGO QUE EU SEI FAZER, É ESPERAR...


Se isto resolvesse, quão feliz eu estaria agora...
Mas, como podem perceber por aí, a culpa é minha!
E Marcos está de volta ao Diretório Acadêmico Livre de História.
Viva!

Wesley PC>

NÃO VOU FALAR MUITO. ESCUTEM KARNAK!


No dia em que Wendell partiu, eu e Rafael Torres ficamos ouvindo inúmeros cds que eu tinha trazido no bornal, por acaso. 80% do que escutamos, porém, desagradou a audição de nosso exigente amigo barbudo, que só chegou a um consenso extremado comigo em duas situações. A segunda delas foi esta obra-prima do cancioneiro cínico brasileiro que atende pelo nome de “Estamos Adorando Tókio” (2000), da genial banda Karnak, liderada por André Abumamra.

Este álbum é o que contém as maravilhosas e já canônicas “Juvenar”, “Zoo”, Sósereiseuseforsó/ Nuvem Passageira” e “Maria Inês”. Falarei delas em contexto futuros, mas, hoje, em virtude de problemas pessoais, taco aqui a letra do ótimo petardo cognominado “Mediócritas”:


“A gente faz o que é infantil
Vai pra puta que o pariu
Vai pra puta que o pariu

Não se meta na vida dos outros
Você é um espírito de porco
A sua cabeça é oca
A sua memória é pouca

A gente escuta o nosso coração
A gente escuta o nosso coração
A gente escuta o nosso coração
A gente escuta o nosso - o amor é importante! - coração

A gente escuta o nosso coração
A gente escuta o nosso coração
A gente escuta o nosso coração

Ninguém quer te ver feliz
Todo mundo quer que você quebre o nariz
Ninguém quer te ver contente
Todo mundo quer que você quebre os dentes

Ninguém quer te ver com alegria,
Pra muita gente isso é a morte
‘Vocês viram a mulher do Onofre?’”


E que a carapuça sirva a quem couber...
Wesley PC>

CONVOCAÇÃO INSTITUCIONAL


Em “Matrix Reloaded” (2003), filme de Andy & Larry Wachowski, é lançada a tese de que os rebeldes e vírus lançados no Sistema são, na verdade, estratagemas do próprio Sistema para que este possa renovar-se continuadamente. Ou seja, o personagem Neo (vivido por Keanu Reeves, num auge de sensualidade) era, na verdade, uma invenção do próprio sistema vilanesco do filme, que, através de profecias enganadoras, mantinha os supostos rebeldes em estado de esperança, o grande sentimento preocupante dos tempos modernos. Na terceira parte da saga, aliás, o plano é revelado: só não o conto aqui para não estragar a surpresa de quem ainda não viu os referidos filmes...

O que importa é que esta introdução analítica é apenas um pretexto para convocar os interessados em submeter-se a uma fila quilométrica na SETRANSP, a fim de renovar obrigatoriamente as carteirinhas de passe, para irmos todos no mesmo dia, carregando violão, bongô, garrafas alcoólicas e tudo mais o que for possível para nos divertir, a fim de que não nos entediemos nesta submissão forçosa ás exigências do Sistema que rege os meandros de nossas vidas...

Mais detalhes, procurar informações com Rafael Coelho. De resto, pelo que entendi, a caravana sairá de Gomorra ás 10h desta terça-feira, dia 10 de março de 2009. Quem é que vai?

“Quem é que vai, nesta barca de Jesus, quem é que vai?”

Wesley PC>

ATENDENDO A PEDIDOS (OS MEUS, INCLUSIVE), HOJE “SALÒ OU OS 120 DIAS DE SODOMA” (1975) EM GOMORRA!


Se existe um filme prenhe de razão para ser exibido e reexibido em Gomorra, este é, sem dúvida, o clássico, o doloroso, o infernal “Salò ou os 120 Dias de Sodoma” (1975), de Pier Paolo Pasolini.

Para quem não sabe, este filme é uma resposta do controvertido diretor italiano à recepção equivocada ao erotismo de suas obras anteriores. Segundo o diretor, o público não reagia adequadamente aos seus filmes de forte conteúdo erótico e contestador. Deixava-se levar pela superficialidade das sensações de prazer e não refletia acerca de quanto estas atrelam-se a situações de poder. “Sexo é poder!”, dizem os foucaultianos, cobertos de razão, e Pier Paolo Pasolini insiste nisso melhor do que ninguém. Até então, o filme que hoje exibiremos é o único que contém uma indicação de “Bibliografia Elementar” nos créditos de abertura. Obra-prima!

O filme é adaptado da obra-prima do Marquês de Sade que leio e é divido em quatro partes: o Ante-Inferno, o Círculo das Taras, o Círculo da Merda e o Círculo do Sangue. Não sei qual deles é pior, mas o que me incomoda é que, vendo ou revendo o filme, sempre me identifico com os fascistas, tenho certeza que a crítica do cineasta é direcionada a mim. E, na mesma semana em que fui repreendido pelo excesso de “grude” e que precisei pagar R$ 72,50 por uma felação (antes de sucumbir a uma verdadeira miséria no plano fiduciário), tenho certeza que esta sessão deixar-me-á arrasado, destruído, culpado... Peço desculpas de antemão, portanto! E precisamos de discussão após o filme, urgente! A imagem de baixo explica o porquê (risos).

Wesley PC>

‘HAKUNA MATATA’!


“Os seus problemas, você deve esquecer!
Isso é viver, e aprender!
Hakuna matata!
Hakuuuuuuuuna matata!”


Sabe aqueles dias em que tu achas que não sobreviverás ou, se assim o for, preferia que não tivesse sobrevivido? Pois bem, quem tem amigos enfrenta-os!

Muito obrigado, Juliana Aguiar, Zé Ramalho e Rafael Coelho por salvarem a minha vida... E a todas as pessoas de Gomorra por existirem!

Wesley PC>

quarta-feira, 4 de março de 2009

SE FOR A TUA VONTADE...


Todos sabem que sou fã do Antony Hegarty, vocalista da banda infeliz Antony and the Johnsons. Poucas pessoas entendem tão bem este vício em vitimização que tanto me acomete, esta necessidade sadomasoquista de se exibir aos prantos para um mundo ocupado, quanto este gênio britânico que transita entre as cenas musicais nova-iorquina e canadense, este quase travesti que geralmente canta em falsete, cujas letras transpassam a perfeição lacrimosa. Às vezes, porém, Antony Hegarty resolve cantar músicas de outras pessoas. Suas escolhas são minimalistas e acertadas: vão de Nina Simone a Angelo Badalamenti, passando por Bob Dylan, Björk, Lou Reed e Edgar Allan Poe.

Numa destas sensacionais escolhas, ele regravou “If it Be Your Will”, do bardo canadense e depressivo Leonard Cohen. É dela que me sirvo agora, supondo que esteja disposto a vestir uma máscara preventiva:

“Se for a tua vontade,
Eu não mais falarei
E minha voz ficará quieta como era antes
Eu não mais falarei
Devo suportar até que possa novamente falar
Se for a tua vontade
Se for a tua vontade”...


A música segue além, mas creio que o recado já tenha sido compreendido. Na foto, uma imagem crucial dum filme do erudito ‘queer’ Todd Haynes. Porque é nisso que tenho que me concentrar daqui por diante: erudição! Quem nos mandou amar errado, Antony?

Wesley PC>

INTUIÇÃO (como parte do processo de falar doutras coisas)


Só conheço uma pessoa que tenha visto o filme “Cargo” (2006, de Clive Gordon). Não é um filme a ser lembrado, mas, desde que li sobre ele na revista de TV a cabo, fiquei com uma curiosidade estranha em vê-lo. Talvez o chamariz do belo ator juvenil alemão Daniel Brühl destaque-se, mas algo me fez gostar do inusitado da trama: “um mochileiro europeu entra como clandestino num navio que transporta pássaros raros contrabandeados na África e descobre algo de errado na viagem”. A sinopse era mais ou menos essa, boba, mas ainda assim sedutora.

Vi o referido filme há poucos minutos e, ao contrário da única pessoa que conheço que tenha visto o filme, gostei. Ela deu nota 1,0. Eu dei 7,2 (sou destes que dá nota para filmes). Em verdade, o que me seduziu no filme, para além de seu clima de aventura verossímil, foi uma cena inusitada, logo nos minutos iniciais: depois de roubar algumas pessoas na cidade africana em que se encontrava, o protagonista do filme invade um navio e flagra um loiro imenso masturbando-se nu em frente a um espelho. Dizia ele: “eu sou uma máquina, eu sou um animal”. Quando percebe que está sendo observado por um clandestino, a primeira coisa que ele ameaça é: “se tu contares isso para alguém, eu te mato!”. E o filme segue...


(Insosso não quer dizer necessariamente ruim)


Wesley PC>

ENTÃO, VAMOS BRINCAR DE FALAR DOUTRAS COISAS?


"Felicidade não precisa de culpa
Felicidade é fome de amor
Felicidade é a temperatura
Da febre que eu sinto
Eu sei que amanhã pode ser tarde
Pra recuperar o tempo que eu passo sonhando acordado
Com a felicidade"


Então, Cine-Gomorra amanhã. Quem vai?
Wesley PC>

“ORGIA” (PAULO MIKLOS)


Eu mesmo me ensinei que, por mais que eu seja “destes que se preocupam”, ninguém tem culpa de meus mal-estares. Por isso, cabeça erguida e sorriso na cara são artifícios que sempre carregarei comigo. Por mais difícil que seja de vez em quando, visto que:

“Eu tenho fome
Eu tenho em mente
Uma grande orgia

Tudo o que eu mais quero
Você não tem
O que você tem
É só do que eu preciso
Tudo o que você sempre quis
Eu não sou
Do que você precisa
É só o que eu sou

Não tenho rosto
Nada do que possa
Se lembrar depois”


Pelo jeito, vou ter que parar de ouvir música! Tudo me faz lembrar a mesma coisa. Esquecer de tudo e lembrar da mesma pessoa, a mesma pessoa...

Wesley PC>

COMO SE FAZ PARA SER INSIGNIFICANTE HOJE EM DIA?


Parece fácil, mas não é!

Acordei às 6h30’ de hoje. Com dificuldades, mas acordei. Ferreirinha estava se montando na cozinha, enquanto eu me recuperava da madrugada conflituosa, seja por causa do filme do afetado George Cukor, seja por causa da reclamação do Perfeito, seja por causa de minha incapacidade de deixar Marcos em paz (fiquei enviando mensagens para ele às 3h da manhã).

Tive algum pesadelo esquisito e decidi ir calado para a minha aula de Química I. O professor faltou. Conversei um pouco com Henrique lá em Gomorra e fui em direção à UFS. Como não tive aula, resolvi passar no DAA, lugar a que dediquei 6 anos de minha vida (em tempo integral). Incluí mais 3 matérias em meu horário, matérias que eu não consigo ter interesse em estudar, mas que tento, tento... Quando fui falar com minha chefa acerca de qualquer definição sobre minha volta ao trabalho, ela relutou sequer em me olhar nos olhos. Entendi a mensagem: acho que não vai ter como renovar meu contrato. Me lasquei!

Por algum estranho motivo, por mais que esta péssima notícia tivesse me baqueado, não conseguia me concentrar nesta dor. Fui mecanicamente em direção à Didática I, onde teria aula de Cálculo Numérico. No caminho, cabisbaixo, ouço sons de uma bicicleta descendo a escada. Olho para cima e... Quem era? Quem era? Como se não me bastasse... Ele sorriu, eu retribuí, tímido, envergonhado. Marcelino me cumprimentou. Marcos sentiu a necessidade de apertar a minha mãe. O fiz com um prazer desesperado, mas tinha que correr, tinha que assistir à aula. Pensamento cheio, pesaroso...

Na aula, tinha sono, cochilava. O professor (mau-encarado, mas parecendo boa pessoa) tinha um sotaque espanhol e inventou de falar comigo: “Qual seu nome? Qual seu curso?”. Respondi ambas as questões e tentei ficar quieto, inane, prestando atenção. Em dado momento, ele me interpela novamente: “Estás com sono?”. Dei de ombros. Ele insistiu: “Estás cansado?”. Fiquei envergonhado, queria emudecer. Tentei. Escrevia a lição com a cara quase enfiada no caderno. Quem disse que adiantava?


“Quando a paixão é surda e muda, é cega, não sossega
Fica no corpo até morrer”
(Haroldo Barbosa)

Wesley PC>

“WITH A LITTLE BIT O’ LUCK”


“O Senhor fez a bebida para que fôssemos tentados
Para ver se o homem seguiria o caminho do Pecado
O Senhor fez a bebida para a tentação, mas
Com um pouco de sorte, com um pouco de sorte
Quando a tentação chegar, você irá direto para ela!”


Assistir a esta bela apresentação musical com o peso de uma repreensão moral na mente só me fez sentir ainda mais incomodado com o machismo do filme do afetado George Cukor, “My Fair Lady – Minha Bela Dama” (1964). Não que o filme seja ruim (longe disso!), mas não acho que a ordem indireta “onde diabos estão os meus chinelos?” não seja a melhor resposta reativa para um olhar apaixonado. Vindo esta frase de um clássico hollywoodiano, legitimador comportamental por excelência, a situação fica ainda mais delicada. Depois de receber uma mensagem de celular me tachando de egoísta, à meia-noite, só declínio. Agora carregar nas costas uma reclamação de Rafael Maurício de que eu estava o agarrando demais é fatal!

Não sei o que deu nele ou em mim na noite de ontem, mas ele alegou que eu estava grudado em seu corpo de uma forma que só fazia quando o conheci, ou seja, quando talvez não o respeitasse como a pessoa maravilhosa (leia-se PERFEITO) que ele é. Achei estranho, visto que, quando ele está presente, não me lembro de nenhuma situação em que não lute para ficar grudado em partes de seu corpo, salvo quando Marcos está na sala. Sofrer esta esquisita repreensão (branda, obviamente, Rafael Maurício está a léguas infindas de ser indelicado!) me fez repensar algumas de minhas atitudes erotógenas, de carência sexual, de clemência afetiva e, caramba, de que me adianta insistir nisso? Sem as carícias mauricianas a que me acostumei, não sou ninguém! (risos)

O chato nesta má coincidência repreensiva é que, antes de chegar para ver o referido filme de George Cukor, vinha pensando no assunto, vinha lamentando a minha permanência e/ou insistência nalguns vícios, nalgumas atitudes que podem (ou merecem, sei lá) ser tachadas de “egoístas”... Perceber um eco desta reflexão através das palavras assustadas de meu muso baiano e depois enxergar tudo o que não quero me tornar num ótimo filme musical só pioraram a situação. Talvez eu esteja apenas exagerando, como sempre, mas a madrugada desta quarta-feira assumiu-se de pronto como uma das piores deste ano, cujo terceiro mês acaba de se iniciar...

Wesley PC>

Quando chego

Toc Toc Toc
ainda há lugar para os sonhadores?



Leno de Andrade

terça-feira, 3 de março de 2009

“TRATADO DE BABA E ETERNIDADE” (1951) Direção: Jean-Isidore Isou


É agonizante ver um filme que ninguém mais viu e que não sei se mais alguém terá curiosidade em ver, mas, na manhã de hoje, assisti a um daqueles pretensiosos filmes vanguardistas franceses, vinculado a um tal de movimento Letrista, que mistura Surrealismo, Situacionismo e Dadaísmo de qualquer forma, para demonstrar que alguns tipos de amores podem muito bem sucumbir à similaridade burguesa. Assim é “Tratado de Baba e Eternidade”, um filme cujo título tenta explicar o quão complicado é a distância visível entre “a poeira do discurso e o peso de seu poder”...

Possuo este filme numa cópia horrenda, legendada em inglês, em letras alvas, que volta e meia desaparecem em meio ao branco das imagens disformes, que, por outro lado, rendem espaço muitas vezes a poemas guturais, que parecem uma coleção de interjeições eslavas. Apesar do excessivo pedantismo de sua narração, este filme não é ruim, possui validade e o esquecimento a que foi relegado comprova que o diretor teve certo êxito em suas propostas involuntárias (pois o que ele queria, de verdade, era ser tão respeitado quanto Luis Buñuel ou Charles Chaplin no panteão dos grandes cineastas). A vanguarda mais efetiva, em minha opinião, é aquela que, depois de seus exageros ostensivos, consegue obnubilar-se, até ser resgatada pelos verdadeiros amantes. Nesse sentido, sou um amante de Jean-Isidore Isou.

Um dos aspectos que mais me incomodou no discurso fílmico é a propensão de seu autor a tachar quase todas as outras pessoas do mundo de “idiotas”. Em dado momento do filme, inclusive, ele adverte que vaias e assovios não serão mal-vistos enquanto recepção à sua obra de arte e que quem não gostasse do filme poderia muito bem quebrar as cadeiras do cinema em que estivesse sendo exibido. “Afinal de contas, as cadeiras não são minhas”... Isso me fez lembrar de uma reprimenda que ouvi (olha só, que surpresa!) de Marcos Vicente, que, num dia de domingo, disse que um dos meus maiores defeitos era chamar as pessoas de idiotas o tempo inteiro. “Eu?”, redargüi. “Sim, tu”, disse-me ele. Pensei no assunto e, desse dia em diante, sou muito cauteloso antes de adjetivar negativamente quem quer que seja... Espero, portanto, ter um dia a oportunidade de apresentar este filme ao moço que obseda meus pensamentos. Quem sabe o efeito também não será tão salvaguardador?

Wesley PC>

SOBRE O QUE OS DOIS MOÇOS EM PRIMEIRO PLANO ESTÃO CONVERSANDO:


a) Sobre a capa do disco de estréia de João Gilberto?
b) Sobre o estilo falacioso dos filmes de Darren Aronofsky?
c) Sobre a reprise da telenovela de Manoel Carlos na TV Globo?
d) Sobre a última gripe que um deles adquiriu em Salvador?
e) Sobre a órbita do planeta Netuno?
f) Sobre este moço complicado de vermelho sentado à porta?
g) Eles não estão conversando. Trata-se de uma fotomontagem?

Wesley PC>

HISTÓRIA SUBJETIVA DOS BRITÂNICOS DO THE VERVE:


“History” é o nome de uma canção que o grupo britânico The Verve gravou em 1995. Consta do álbum “A Northern Soul” e, em minha opinião, é uma das melhores canções do grupo, que, após diversas brigas e três ótimos álbuns solo do vocalista Richard Ashcroft, seus integrantes voltaram a se reunir em estúdio no ano passado, quando lançaram o álbum “Forth” (2008).

Neste álbum mais recente, encontramos a canção “Love is Noise”, que é executada frequentemente no rádio e na MTV. É uma bela canção, mas ainda está bastante aquém das obras-primas do grupo, a maior delas constante de “Urban Hymns”, pérola lançada em 1997, no qual conhecemos novos clássicos como “Bittersweet Simphnony”, “Lucky Man”, “Sonnet” e “The Drugs Don’t Work”.

Mas, como estou aqui no ‘blog’ para fazer “piadas internas”, segue um trecho traduzido de “History”, canção que remete às poesias de Anthony Blake e que foi repetida umas 5 vezes, na madrugada de ontem, no aparelho de som da minha casa:

“Eu tenho que te contar minha história
De como eu amei e como eu errei
Espero que entenda,
Esses sentimentos não deveriam estar no homem

(...)

Talvez possamos achar um quarto
Onde podemos ver o que faremos
Talvez você saiba, é verdade
Viver comigo é como sustentar um idiota

Em todo homem, em toda mão
Em todo beijo você entende
Essa vida é para outros
Eu espero que você saiba que eu sou eu
Então venha

(...)

Eu quero te contar minha história
Como eu me apaixonei e pulei minha fiança
Você entende?
Há mais em um sorriso do que em uma mão

(...)

Isso é um crime?
Isso é um crime?
Essa vida é minha”


Parece tolo assim escrito, mas cantado é uma belezura!

Wesley PC>

DICA CINE-GOMORRA (parte II)


Ainda esperando sugestões do que exibir nesta quinta-feira, pensei num daqueles clássicos inquestionáveis, que todo muno deve ver pelo menos duas vezes antes de morrer: “Ladrões de Bicicleta” (1948), obra-prima singularíssima do neo-realismo italiano, dirigida pelo católico Vittorio De Sica.

Já vi umas 8 vezes e possuo uma lembrança epifânica deste filme, quando exibi-o para o filho de um caminhoneiro que mora na mesma rua que eu e, no dia seguinte, quando fui observá-lo tomara banho (havia furado um buraquinho oportunista na porta do banheiro de sua casa!), surpreendo-o no chuveiro com seu primo, conversando sobre o filme. Foi lindo. Uma das grandes experiências eróticas de minha vida (até porque o primo do meu vizinho resolveu masturbar-se durante este banho – risos)!

Voltando ao assunto: acho este filme extraordinário e, como dois dos Rafaéis que conhecemos costumam valorizar deveras seus passeios ciclísticos, acho que a sessão será muito bem-aventurada. Sem contar que o filme é cômico, dramático e socialmente denuncista nas medidas certas e, até então, não encontrei ninguém que não tenha gostado dele. Deixo a dica anotada, portanto!

Wesley PC>

DICA DE MÚSICA ELETRÔNICA:


A dica vai especialmente para Anderson Luís e Wendell Bigato, mas garanto que Rafael Coelho também vai se interessar muito pela primeira canção deste álbum, chamada “Thieves”.

Possuo “The Mind is a Terrible Thing to Taste” (1989), clássico da banda Ministry em minha casa faz tempo, mas pouquíssimas vezes passei da primeira canção. O restante do álbum pode até ser interessante e muito dançante, mas a primeira faixa é uma verdadeira obra-prima eletrônica e metaleira, cuja letra apenas enumera as piores facetas da raça humana, ao passo que os acordes violentos da canção. Por isso, repito e repito e repito. Sou destes que repetem...

Acho que aproveitarei o ensejo e levarei este álbum para desencantar neuroses nos intervalos de Cine-Gomorra desta quinta!

“Thieves! liar!
Inside, outside, which side, you don't know
My side, your side, their side, we don't know
Which side are they? which side are they?
Which side of their mouth do you suppose that it came?
Which side are they? which side are they?
Which side of the grass is greener?
Inside, outside, which side, you don't know
My side, your side, their side, we don't know”


Wesley PC>
(tentando falar sobre assuntos mais gerais)

EXISTEM REMÉDIOS CONTRA A OBSESSÃO?


Acho que não é surpresa para ninguém que eu me confesse aqui como um ser obcecado. Em mais de um sentido, gosto de levar a vida ao extremo. Se hoje eu não bebo álcool e não uso os “estimuladores do músculo cerebral” convencionais é porque tenho um ‘leitmotiv’: se um dia eu chegar a usar qualquer coisa que o povo chame de “droga”, garanto que terei uma overdose proposital no primeiro dia. Comigo é assim, sou que nem o personagem do Jean-Paul Belmondo em “Acossado” (1959, de Jean-Luc Godard): extremo! “Comigo é tudo ou nada”!

Ultimamente, tudo o que escrevo bate numa mesma tecla, o que talvez já esteja irritando quem não é de todo acostumado com meu modo deveras almodovariano de conduzir a vida. Isso me fez lembrar de mais um daqueles pitorescos “causos” da vida real: sabiam que, no começo do século passado, ovos de solitária eram vendidos em farmácia, como opção para quem quisesse emagrecer rapidamente? Repito: germes de tênias eram comercializados como opção anoréxica!

Na foto, vê-se um acúmulo destes ovos num pedaço de carne bovina, que, felizmente, eu não como. Nunca conheci alguém que tivesse sofrido de teníase, mas garanto que não compensa o emagrecimento repentino. Por outro lado, sofri de oxiuríase na adolescência e tive barriga d’água aos 12 anos de idade, pois vivia buscando sexo nos açudes do lugar em que morava. E nunca pus uma lombriga para fora, ao contrário de meu irmão, que deposita ‘ascaris lumbricoides’ no chão até mesmo quando vomita! Perguntem se eu confio na comida que ele prepara...

Wesley PC>

segunda-feira, 2 de março de 2009

PAGO O PREÇO QUE FOR NECESSÁRIO!


Graças a uma sugestão singular de nosso correspondente em Campinas-SP, comecei a ler a obra máxima do Marquês de Sade. Em breve, publico aqui os resultados, enquanto antecipo que, sim, aquele tipo de orgias sadomasoquistas me causa ereções. Disse a Marcos que isso era uma doença. Ele, ostentando uma estranha e bem-vinda tolerância, disse-me: “não, Wesley, não é doença não. Sei bem o que é não poder fazer o que se quer perto de quem se gosta”. Ok, recado anotado!

Wesley PC>

SERÁ QUE EU VOU TER QUE PARAR DE OUVIR MÚSICA?


“Eu daria a minha vida
Para te esquecer
Eu daria a minha vida
Pra não mais te ver

Já não tenho nada
A não ser você comigo
Sei que é preciso esquecer
Mas não consigo

Eu daria a minha vida
Para te esquecer
Eu daria a minha vida
Pra não mais te ver

Digo a todo mundo
Nunca mais verei
Aqueles olhos tristes
Que eu tanto amei

Mas existe em mim
Um coração apaixonado
Que diz
Só pra mim

Que eu daria a minha vida
Pra você voltar
Que eu daria a minha vida
Pra você ficar”


Roberto Carlos tirou as palavras de minha boca!

Wesley PC>

O MARACATU DELE PESA UMA TONELADA!


Esqueci de contar esta estória: em setembro, quando viajei a Pernambuco pela primeira vez, estava sentando na sala de minha anfitriã, tranquilamente, ás 23h, vendo um filme de terror. De repente, ouço ruídos um tanto festivos. Era tarde, um dia qualquer, por isso estranhei a razão da folia. Como era época de eleição, pensei se tratar dalgum candidato político mais rebelde. Fui à janela e, que surpresa: vi um caboclo de lança, sozinho, percorrendo ruas, cantando, comemorando, festejando. Pelo que entendi, ele fazia isso sempre que desejava conseguir dinheiro para beber. Não resisti: pedi à irmã da minha anfitriã para ver de perto a cena.

Descemos apressados e conseguimos alcançar o caboclo, que estava caindo de bêbado, mas ainda frenético, cantando e dançando, ciente de que o que ele fazia era mais do que parte marcante de uma tradição estadual: era uma paixão, era algo que urgia em seu peito musical. Fiquei emocionado. Foi lindo! Só assim eu entendi o que Cláudio Assis quis dizer no final maravilhoso do filme “Baixio das Bestas” (2007). Ah, vocês não viram o filme? Então, pode ser esta a primeira sugestão para o Cine-Gomorra desta quinta-feira?

Wesley PC>

PIADA INTERNA (COM UMA LAGRIMINHA NO CANTO DO OLHO)


A piada interna seria satisfeita através da simple stranscricao do nome deste álbum decisivo da Cássia Eller: “Com Você... Meu Mundo Ficaria Completo”, datado de 1999. Direto e simples.

12 faixas, apenas. Cássia Eller não gostava de compor, pois disse que se sentia incomodada ao se imaginar desnudada através de canções pessoais. Porém, fazia isso tão bem com as composições alheias que quase não foi necessário que ela legasse ao mundo interpretações de canções próprias. O que ela faz com as letras de Nando Reis, Renato Russo, Itamar Assumpção, Cazuza e criaturas do gênero é avassalador!

O álbum se inicia com “O Segundo Sol”, cuja interpretação já se tornou um clássico da cantora, mas o que me inebria mesmo neste álbum são as versões da intérprete para “Palavras ao Vento” (de Marisa Monte e Moraes Moreira) e “Maluca” (dum tal de Luiz Capucho), ao passo que a faixa-título, composta por Nando Reis, é o que me trouxe até este blog agora:

“O problema é que eu te amo
Não tenho dúvidas que eu queria estar mais perto
Juntos viveríamos por mil anos
porque o nosso mundo estaria completo”


Êta refrãozinho que gruda. Ah, se o mundo fosse assim...

Wesley PC>

Parceria musical, extra musical e coincidência

Desde Dezembro eu estava com muita vontade de compor algo com Roger, um antigo parceiro de banda, meu primeiro grande amigo, que conheci quando eu tinha 10 anos de idade, e com 14 experimentamos nossas primeiras parcerias musicais que hoje está repleta no repertório d'Os leprechauns. Mas o tempo foi passando e nada...

No entanto, encontrei Roger no projeto verão de Aracaju e ele disse que estava querendo compor comigo e que tava com uma idéia de uma música que já tinha título, ele logo me disse que o nome seria "Dêiticos para Debora", eu pensei "que porra é essa", fiquei sem entender, aí ele me explicou que estava ficando com uma menina que se chama Debora e que também mora no Orlando Dantas, aí eu disse "que bom! a música vai me servir também". Então dias depois fui na casa de Roger e criamos a tal música.

Como Wesley falou em sua postagem, minhas composições estão/são de caráter intimista, muito personalista, mas nessa aqui tem um co-autor, então nem todos os versos são meus.

A pedido de Roger eu fiz uma melodia folk, mas daquele tipo mais rapidinho que o Bob Dylan passa a tocar lá pra depois do 4º ou 5º disco.




Dêiticos para Debora
(Leno de Andrade / Roger Soares)


Todo mundo sou eu
Todo lugar é aqui
Todo momento é agora
Não importa o que decora

Dêiticos para Debora

Sou eu quem bate na porta
Sou eu o telefone que toca
Substantivo masculino
Masculino titular

Dêiticos para Debora

Eu sou a sua sede de vodka
Eu sou a sua coluna torta
Eu sou quando pergunta "quem é?"
E ainda te respondo que sou

Dêiticos para Debora

Eu tenho habilitação pra dirigir filosofia
Linguística, sociolinguística etc e tal
O telefone toca mais uma vez
Estudo zapeando canais



É isso pessoal, um abraço especial pra Uerlinho que me cobrou presença no Blog.


Leno de Andrade

“INÚTIL PAISAGEM” (TOM JOBIM)


“Mas pra que...
Pra que tanto céu?
Pra que tanto mar?
Pra quê?
De que serve esta onda que quebra?
E o vento da tarde?
De que serve a tarde?
Inútil paisagem
Pode ser...
Que não venhas mais
Que não voltes nunca mais
De que servem as flores que nascem pelo caminho?
Se o meu caminho sozinho é nada?
É nada”!


Tenho que prestar mais atenção e buscar consolo neste carioca burguês...

Wesley PC>

TRÊS INDÍCIOS DE QUE ME TORNAREI UM VELHO INVEJOSO (e que, portanto, não existe “inveja positiva” para mim, conforme prega Luiz Ferreira Neto):


a) Tio Charlão está cada vez mais desaparecido. Está se formando este período, precisa escrever a monografia de conclusão de curso, mas, para além disso, encontrou a sua variante de Yoko Ono. Conclusão: dedica-se mais e mais a composições de caráter intimista, agradece diuturnamente a comunhão entre se amor (extra-)físico, que atende pela doce alcunha de “tia safada”, e a existência de vinho no mundo. Tudo bem que ele ainda possa ter problemas depois disso, mas dispõe de todos os poderosos baluartes para enfrentá-los. Sentirei saudades dele durante este período de “afastamento sacrificial”, mas estou feliz pelo titio...;

b) Fui penetrado pelo filme “Crônica de Anna Magdalena Bach” (1967, de Daniele Huillet & Jean-Marie Straub, vide foto) na manhã de hoje, e puxa, quedei-me deveras apopléctico frente à austeridade patente do roteiro, que mostra nada mais nada menos que o compositor cristão Johann Sebastian Bach dedicando-se sobremaneira à música, por mais que sua resoluta mulher esteja sempre a seu lado, narrando e acompanhando os principais eventos de sua vida pública. Antes de morrer, o compositor fica cego. Depois de morrer, sua esposa ainda o amava muito...;

c) Perguntas simples como “Já está furioso comigo de novo?” permanecem sem resposta, ao passo que são demonstradas na prática com a atitude personalística que mais me apavora: o silêncio. Por isso, estrebucho recorrendo a um aforismo pessoal do William Faulkner: “entre a tristeza e o nada, escolho a tristeza”.

É por isso!

Wesley PC>

ENQUANTO ISSO, A GENTE TENTA...


...e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta e tenta...

Mas resposta que é bom, nada!
As aulas na UFS voltam hoje, Marcos está vivo e a estrada é longa, longa...

Wesley PC>

“NÃO FORAM OS AVIÕES. FOI A BELA QUE MATOU A FERA!”


Acabo de ouvir esta frase ao ver “King Kong” (2005, de Peter Jackson) na tv aberta. Achei o filme absolutamente odiável. Não somente por ser uma regravação (algo que considero completamente abominável), mas por gastar um precioso tempo de nossa atenção com uma acumulação de perigos que sabemos ser superável pelos protagonistas. Nesse sentido, a pletora de dinossauros, insetos gigantes, monstros marinhos e demais abominações da natureza que aparecem na primeira metade do filme simplesmente me convidou a não prestar atenção ao que estava acontecendo com os personagens. Insistindo num respeito comparativo, porém, com as versões de Merian C. Cooper & Ernest B. Schoedsack (1933) e John Guillermin (1976), vi o filme até o final. Não me arrependi!

Por mais que tenha detestado o filme, não pude deixar de submeter-me emotivamente à beleza extrema daquela seqüência em que o gorila gigante do título desliza por um lago congelado com sua amada loira (vivida pela bela Naomi Watts) em mãos. É um amor platônico entre o gorila e a mulher, um amor que já fez parte das outras duas versões do filme, mas que, aqui, é levado a conseqüências mais demoradas. A meia hora final do filme é extraordinária, quase redimindo a ojeriza e a previsibilidade do restante do roteiro. Não sei se foi pura identificação, se foi pura catarse, mas não pude conter certo ímpeto lacrimal quando aquele primata imenso é cravejado por balas, enquanto observa o olhar impotente da criatura dimensionalmente inferior por quem se apaixonara. Ele morre, desde o começo do filme que sabemos disso, mas... A que preço!

O filme é um lixo, mas o desfecho me fez lembrar por que já cheguei a admirar o Peter Jackson num momento áureo de minha vida... De quem é a culpa? Não sei, mas são filmes como estes que me fazem pensar que seria plenamente capaz de um suicídio chantagista...

Wesley PC>

GUTEN NACHT!


E, antes de dormir, eis o que ouço: a revolução dodecafônica que atende pelo nome de “Pierrot Lunaire” (1912), composição melodramática de Arnold Schoenberg, em que sexo, violência e religião misturam-se numa música completamente atonal, desesperada, violenta, que causa dores de cabeça nos habitantes de minha casa por ser demasiado aguda. Não me sinto apto a comentar minuciosamente os meandros desta obra-prima musical (deixo o trabalho a Henrique), mas que estou a vivenciar um transe possessivo mui intenso diante deste estranho álbum, ah, isso eu estou!

Wesley PC>

A MÚSICA MAIS EXECUTADA EM NOSSO RETIRO DE GOMORRA:


Svetozar Cvetkovic talvez seja uma figura bastante conhecida na Iugolásvia. Participou de dezenas e dezenas de filmes, mas, até a noite de sábado, nunca tinha ouvido falar dele. Foi então que assisti ao delicioso e esquisitíssimo filme “Montenegro ou Porcos e Perolas” (1981, de Dusan Makavejev), em que ele interpreta um estranho personagem, que vende um cachorro a uma dona-de-casa sueca absolutamente entediada. Quando esta é detida num aeroporto, depois de ameaçar perder a razão e enxergar sua vida como “um filme em que a vida se desenrola de forma previsível”, entra em contato com refugiados ilegais da Sérvia e se apaixona, descobrindo os prazeres eróticos e catárticos que advêm de um assassinato. A história é real e me deixou encantando, sentindo que deveria mudar de vida...

Mudar de vida... Enquanto isso não acontece, eu e as pessoas que me acompanharam no retiro na cidade de Malhador cantamos inúmeras canções de apelo romântico brega, como “Nuvem de Lágrimas” (na voz de Chitãozinho & Xororó), “Entre Tapas e Beijos” (na voz de Leandro & Leonardo) e alguns arremedos do grupo Roupa Nova. Mas nenhuma canção foi mais executada que esta abaixo transcrita, (i)mortalizada na voz de Paulo Ricardo (em sua fase RPM) e Renato Russo (em sua fase Legião Urbana):

“Havia um tempo em que eu vivia
Um sentimento quase infantil
Havia o medo e a timidez
Todo um lado que você nunca viu

Agora eu vejo,
Aquele beijo era mesmo o fim
Era o começo e o meu desejo se perdeu de mim

E agora eu ando correndo tanto
Procurando aquele novo lugar
Aquela festa o que me resta
Encontrar alguém legal pra ficar

Agora eu vejo,
Aquele beijo era mesmo o fim
Era o começo e o meu desejo se perdeu de mim...”


Pra quem será que eu dedico “A Cruz e a Espada”? Para aquele vibrador rodante que participa de uma tourada improvisada numa das melhores cenas do filme do Dusan Makavejev? Para Henrique “Batalha”, que desenterrou este lamento interminável a duas vozes? Como se todos nós não conhecêssemos a resposta...

Wesley PC>

domingo, 1 de março de 2009

Eletrogroove



Olá gomorrenses! Primeiramente deixo claro a saudade que estou de vocês. Enfim, estou aqui nessa segunda invasão, direto de Campinas-SP, distrito de Barão Geraldo, Moradia Unicamp, casa C4-A, para falar-vos da experiência alucinante, sinestésica, prazerosa, eufórica que foi o show em que fui neste sábado, um dia após chegar a Campinas. Eletrogroove é o nome da banda, da qual sou muito fã desde que cheguei aqui e só perdi o show de Janeiro, pois estava aí com vocês.

Eletrogroove é uma banda de eletro-rock, algo que apenas ouvindo vocês poderiam imaginar que se trata de dj's com suas pick-ups, mas não! Pasmem, é um banda tocando um som altamente vanguardista. Além das músicas que fazem seu espírito quase sair do corpo, a iluminação e costumização dos integrantes tem melhorado exponencialmente, dando mais ênfase a sinestesia som-cores.

A banda surgiu de um trabalho dos estudantes do Instituto de Artes da Unicamp para o FEIA (Festival do Instituto de Artes) em 2004 com o objetivo de criar um som inovador, original e experimental. Para os interessados aqui está o myspace da banda, confiram, vejam os videos e ouçam as músicas: http://www.myspace.com/eletrogroove

Durante o show expressei um pouco de alguns gomorrenses. Fiz várias caras safadas à Baiano e Barba, dancei freneticamente como o Wesley, fiquei bêbado para polemizar que nem o Ferreirinha, peidei várias vezes que nem o Feops e institui aqui com os amigos que foram comigo a expressão mais usada pelo nosso grupo no decorrer do show: “O movimento é frenéticooooo! Uaaaaahhhh!” em homenagem ao digníssimo Cueio.

Chapação e surrealidade definiram esse show! Em breve farei mais invasões, pois me sinto um correspondente gomorrense no sudeste do país. Trarei algumas fotos daqui da C4-A e dos lugares que ando pela Unicamp.

Até mais pessoal.

Bigato
[Invasão nº2]

ALMANAQUE DO CHICO BENTO – Janeiro de 2009 – página 48.

Algumas vezes na vida, vivenciamos descobertas que explicam frustrações marcantes de nossas vidas. Desinteressadamente, eu lia um gibi na chácara em que estive neste fim de semana e... Não pude conter o espanto diante desta página:

Juro que não mudei uma letra da página da revista. O original é assim mesmo! O coitado do Chico Bento erra por aí, crente de que algo vai mal em sua vida. Até que ele monta num jegue e vem a surpresa: a onomatopéia de extremo cansaço que o animal exala revela bem o enfado ou mal-estar que acmete muitos dentro e fora de Gomorra: Maurício de Souza é um talento crítico a ser redescoberto! (risos)

Wesley PC>

ANEDOTA ANTI-ERÓTICA DA VIDA REAL...


Não sei quem está à parte do assunto, mas, na última sexta-feira, eu e Rafael Coelho viajamos para a cidade de Malhador, onde passamos o fim de semana na chácara de um professor amigo de Henrique. Glauco e Max chegaram no sábado, mas, na sexta-feira, estivemos somente eu, meu amigo semi-luporídeo, Henrique e os dois filósofos que põem comida em seus pratos na imagem. Num dos jantares, em meio a dispensáveis piadas contra minhas idiossincrasias vegetarianas e conversas sobre um dado aluno de História que não me sai do pensamento, ouvi uma estória real que me deixou intrigado.

Segundo Jorge, nosso anfitrião, lá em Rio de Janeiro, onde ele vive, há um conhecido que, durante toda a sua juventude, renegou com violência paqueras homossexuais, recusava qualquer contato com as práticas pederásticas, mesmo que de forma tangencial. “Sou macho!”, fazia ele questão de gritar aos quatro ventos. Homens se apaixonavam por ele, mas desapareciam iludidos. Até que, aos 45 anos de idade, aparentemente bem-casado, o conhecido de nosso anfitrião embriaga-se e, sabe-se lá como, faz sexo com outro homem. Daí por diante, sua vida muda. Apaixonou-se completamente pelo referido parceiro sexual, larga mulher, suas obrigações convencionais e adverte a família que quer viver com alguém do mesmo sexo. Compra uma casa afastada e começa uma vida nova ao lado de seu amado.

Até que, um dia, seus vizinhos flagram-no clamando por socorro em frente a sua casa. Gritava ele que havia matado alguém. Quando os vizinhos penetram na residência, a fim de conferir o acontecido, descobrem o parceiro sexual do conhecido de nosso anfitrião jazendo morto na cama, completamente nu. Ele havia estrangulado por acidente seu amante, enquanto praticava sodomia. Levado a julgamento, aos prantos, o protagonista desta surpreendente estória real fora perdoado pelo crime de homicídio sem dolo. Fora inocentado, mas enlouqueceu. Desperdiçara boa parte de sua vida alimentando preconceitos desnecessários...

Só por esta estória, a viagem para a qual Coelho me convidou já valera muito a pena. Mas vem muito mais por aí... Deixa só eu me recuperar do impacto!

Wesley PC>