quinta-feira, 2 de julho de 2009

“RELAXA E PEIDA!” (E ALGUNS ÍNDICES DE YASUJIRO OZU)


Parece que é perseguição: quanto mais eu quero fingir que a pornografia comercial (e a subseqüente necessidade de admitir à submissão pessoal à mesma) não me incomoda ideologicamente, mais ela se manifesta em locais onde não era esperada!

Ás 12h30’ de hoje, sentei-me numa cadeira semi-confortável onde tencionava assistir a um elogiado filme de terror. De repente, gemidos artificiais de atriz pornográfica irrompem o auditório. Sem querer, o funcionário técnico do setor disparara o som do filme a que estava assistindo na surdina, o que obviamente lhe causou um constrangimento ostensivo, dado que algumas pessoas da platéia começaram a sorrir e eu reclamei em voz alta de minha eterna insatisfação com este tipo de situação.

Depois de reclamar, fiz de conta que nada tinha acontecido. Vi o filme, me emocionei, comi pão com goiabada e casca de acarajé e voltei ao trabalho. Lá, participei de um debate sobre peidos, em virtude de um mal-entendimento auditivo sobre o verbo “coisar”. O tal debate, que consistia em sabermos em que momento específico de nossas vidas aprendemos a eliminar flatos, encerrou-se quando meu chefe pronunciou o lema que intitula esta postagem.

Aprofundando-me no assunto, cada vez mais recorrente em comédias escatológicas e bem-sucedidas de público, tentei me lembrar de filmes de que gosto e que contivessem alguma cena de peido. “Meninos de Tóquio/ Eu Nasci, Mas...” (1932, de Yasujiro Ozu), clássico definitivo do cinema japonês, em que meninos peraltas e ignorados pelos pais realizam um concurso para saber quem tem o peido mais fedorento. Evidentemente, o filme é bem mais interessante que isso, mas deixo aqui a deixa: falarei sobre Yasujiro Ozu muitas e muitas vezes enquanto estiver em meu juízo (a)normal, principalmente se levar em consideração que este filme absolutamente magistral foi regravado pelo próprio Yasujiro Ozu em 1959, num filme igualmente excelente chamado “Bom Dia” (1959), em que as crianças protagonistas recusam-se a falar com os adultos pois percebem que eles mentem a qualquer oportunidade. Ah, se eles soubessem...

Wesley PC>

2 comentários:

Unknown disse...

Também tenho essa de comer a casca do acarajé, pois quase todo vatapá tem camarão,tem gente põe camarão no bolinho também, aí complica. rsrsrs

Vou relaxar um pouco!

Gomorra disse...

Devagar com o relaxamento, tio! Tire o pessoal da sala antes!

E, pois é, qaundo eu compro acarajé só para mim, é fácil, mas quando é coletiva, só mesmo me deliciando com a casca (risos)

WPC>