sábado, 23 de maio de 2009

Talvez a última invasão


Olá pessoal, estou trazendo até vocês a apresentação do meu blog (www.apenasumbigato.blogspot.com). Este blog vem com intuito de concretizar algumas chapações minhas - experimentações audio-visuais, textos (que um dia finalizarei) e meus "perdidos" mundo a fora.

Espero que gostem. E aproveito para avisar que semana que vem estarei lançando a primeira experimentação audio-visual. Algo que é pura chapação, feito apenas com recursos caseiros e piratas.

Wendell Bigato
[Invasão nº?]

CENAS ANTOLÓGICAS DE MEU CINEMA PARTICULAR – II*


“É triste adormecer. Isso separa as pessoas. Mesmo quando dormimos juntos, estamos, em verdade, separados”

E, assim, uma estória policial se transforma em romance e ficaria para sempre demonstrado que tudo perpassa a intimidade. Pois, como percebe a personagem de Jean Seberg, “algumas pessoas são como os elefantes e se escondem quando estão felizes”. Mas como é bom adormecer ao lado de alguém...!

Fonte: “Acossado” (1959), de Jean-Luc Godard.

Wesley PC>

AS LETRAS REPETIDAS NA PALAVRA ABRAÇO


“Lindo,
(...) Seu olhar
É simplesmente lindo
Mas também não diz mais nada, yeah
Menino bonito
E então quero olhar você
E depois ir embora,
Sem dizer o porquê”


Assim compôs Rita Lee, numa canção que ouço ser comumente executada pela banda de ‘rock’ baiana Penélope, cujos vocais chorosos da graciosa Érika Martins já afagou muitos de meus pensamentos em noites pretensiosamente solitárias. E como “pretensiosamente” é um advérbio de modo que contém a letra que se repete na palavra ABRAÇO, aproveito a oportunidade para alongar aqui uma confissão: nesta semana que passou, fui (quase) feliz. Ou seja, não reclamei de nada que eu já tivesse certeza de que não pudesse ser resolvido por mim (não obstante meus esforços desprendidos em tal tarefa), não enviei mensagens lacrimosas para o grande amor compreensivo de minha vida, não deixei de viver e/ou ouvir boa música e/ou ver bons filmes e/ou interagir entre amigos para ficar em casa me auto-comiserando e, por um momento, senti um profundo de que, se eu permanecesse assim “feliz”, não fosse de todo divertido para com outrem, como se o bem-estar fosse um estado de todo egoísta, que nos fizesse mais e mais centrados em nós mesmos, desdenhando das pessoas que tanto nos ajudaram neste trajeto. Por sorte, constatei a tempo que tal receio era completamente sem sentido, e saí de casa, e vi gente...

Na palavra BEIJO, não há a mesma letra que se repete em ABRAÇO. Por isso, talvez eu mantenha vívido aquele meu velho trauma de criança, quando a minha fodedora de nome Sandra não me deixava chegar perto de sua boca de 14 anos, não obstante meu minúsculo pênis de 6 anos estar enfiado em sua boceta intemporal. Na noite de ontem, por um acidente impretendido, Rafael Maurício assustou-se, pensando que eu fosse beijá-lo. Não faço isso. Nem sei se penso nisso (espaço reservado para especulações íntimas e contraditórias), mas gosto muito de quando estes acidentes acontecem, pois mostram o quanto os medos de algumas pessoas podem estar repousados em idiossincrasias propriamente ditas ou em meras preocupações acerca do que os outros irão falar se nos vissem envolvidos em tais situações. Isto me fez recordar situações “acidentais” como quando flagrei um caminhoneiro de 50 anos, que moira perto de minha casa, enxugando sua genitália molhada e depilada com uma toalha, quando flagrei alguém de Gomorra masturbando-se diante de um filme pornográfico ou quando invadi o camarim de banheiro em que um vigilante da UFS urinava. Em todas estas situações, descobri aspectos personalísticos que me ajudaram deveras a enfrentar o mundo preconceituoso que me rodeia e que, ainda assim, não me ajudaram a compreender o que está sendo praticado neste quadrinho protagonizado pelo fantasma camarada Gasparzinho. Acho que ele é dos meus! (risos)

Wesley PC>

EU ENGULO A VIDA - A MINHA E A TUA (SE QUISERES)!


“A era da revolução é essencialmente passional: portanto, não é anulado o princípio da contradição e, podendo se tornar bom ou mau, seja lá o que for escolhido, o ímpeto da paixão é aquele traço ativo que marca seu progresso ou que o torna perceptível quando uma direção errada é tomada” (Soren Aabye Kierkegaard)

Com este fragmento literário, o autor explica a correlação ocasionalmente percebida entre os conceitos de passionalidade e propriedade. É por este motivo que fico triste quando imagino o sêmen de algumas pessoas que gosto escorrer pelo ralo, ser atirado em pequenos pedaços de papel higiênico ao lixo, quando eu poderia, de muito bom grado, alimentar-me com estas preciosas gotas, vitaminar-me com o suco de sua essência. Não é uma cobrança, é uma mera percepção (quem me dera se neutra) da realidade.

Wesley PC>

O MAIS NOVO INTEGRANTE DE MINHA FAMÍLIA


Há pouco mais de uma semana que, diariamente, preferencialmente nas horas das refeições, somos visitados por uma família de pequenos símios em minha casa. Não sei de onde eles vêm, mas este bichinho gracioso que é visto molhado de chuva na foto comporta-se de maneira extremamente terna conosco, não hesitando em alimentar-se na minha mãe. Na manhã de hoje, inclusive, foi aventada a possibilidade de o animalzinho ser uma reencarnação de meu recém-falecido cão Almodóvar, tamanha a simpatia gastronômica que ele demonstrou por grão-de-bico, algo que quase nunca falta em minha casa. Acho que batizarei o bichinho como Zhang-Ke, nome de um dos cineastas mais geniais da China continental e, por sorte, comemoro o fato de que nenhum dos integrantes oficiais de minha complicada família tenha se demonstrado interessado em capturar o bicho. Afinal de contas, nem precisa: ele está sempre aqui! Eis a lição de moral, portanto: amor não se conquista com aprisionamento, mas, entre outras coisas, com o respeito à liberdade e às vontades dos outros!

Wesley PC>

BREVE CONSIDERAÇÃO SOBRE O PAPEL DO TRABALHO NOS FILMES DE DAVID MAMET


O norte-americano David Mamet é um teatrólogo que eventualmente se aventura por direção e roteiro cinematográficos. Quando assim o faz, ficamos satisfeitos em receber pungentes observações sobre o quão nossas vocações, aptidões ou obrigações profissionais interferem até mesmo nos pequenos detalhes de nossa vida cotidiana. Seja em ótimos filmes como “A Trapaça” (1997) ou “O Cadete Winslow” (1999) ou em produções mais modestas, este cineasta contido renova temas caros a Howard Hawks ou Bertrand Tavernier, interrogando-nos acerca de dilemas como “o quanto a formação advocatícia de uma pessoa interfere no modo como alguém faz cocô?” ou “uma promoção empegatícia faz com que fizemos mais ou menos apaixonado por outrem?”. Garanto que ele responde mui sutil e brilhantemente a tais questões. Mas, por que eu lembrei de David Mamet agora?

Respondo: sexta-feira é o dia em que sinto mais desconforto no local em que trabalho, visto que, não obstante não dispor de muito tempo de sono em virtude das diversões cinefílicas da madrugada anterior, incomodo-me com a modorra de meus afazeres, dado que não são muitas as pessoas agradáveis que visitam setores burocráticos em tardes e noites de sexta-feira. Porém, na noite de ontem, recebo uma surpresa no trabalho, a visita de um jovem que passou a estagiar numa grande empresa recentemente e, com isso, vivencia um cansaço intenso, de maneira que ela se sente tentada a atenuar a euforia que a torna muito característica. Disse eu para ela: “independente de nós abusarmos ou não de nossa necessária vida pessoal, nos sentiremos cansados por causa da pôrra do trabalho. Então, que se dane! Fodamos a madrugada toda, esta merda!”. Ela concordou.

O que me traz de volta a um filme do David Mamet: em “As Coisas Mudam” (1988), um pacato sapateiro é contratado para assumir as responsabilidades pelos crimes de um mafioso, com quem muito se parece, comprometendo-se assim a passar alguns anos na prisão, em troca de uma larga compensação financeira. Nos dias em que transita pelos ambientes caros ao mafioso, porém, este sapateiro conhecerá pessoas submissas, redescobrirá o amor, esquecerá de que é um homem solitário. Em troca, acrescentará preciosas lições de vida a um contexto de extensão familiar em que a rigidez moral é uma condição ‘sine qua non’. Não lembro em detalhes do que acontece a seguir, mas o filme é muito engraçado e emocionante, sendo a frase-título explicado de maneira brilhante: tentando agradar à moça da roleta de um cassino por quem se sentira atraído, o simpático protagonista (vivido pelo velhinho Don Ameche) aposta enormes quantidades de dinheiro. Ganha bastante numa rodada, na seguinte, ele perde tudo. Alguém o interroga: “como tu podes estar tão tranqüilo após perder este dinheiro todo?”. Ele só responde, cheio de razão: “as coisas mudam”!

Pois é, as coisas mudam – e, enquanto o muso de minha existência gozará de folga e disponibilidade nesta tarde de segunda-feira, eu trabalharei, submisso à modorra de meus dias institucionais. Algumas coisas talvez não mudem tanto assim...

Wesley PC>

DICAS PARA O CINE-GOMORRA QUE VEM...


Durante a sessão de horror clássico nesta última quinta-feira, sugeriram-me que dedicasse a programação da vindoura quinta-feira, 28 de maio, à exibição de grandes clássicos da comédia, a fim de que a despedida de nossos amigos rafaéis Coelho & Torres seja mais divertida. Aceitei de muitíssimo bom grado a sugestão, mas confesso que comédia é um gênero difícil de escolher, dada a facilidade de sua banalização. Porém, tentarei trazer para Gomorra mais um grande exemplar do cinema iconoclasta, anárquico e genial do grupo inglês Monty Python, com o hilário filme em fragmentos de auto-ajuda sarcástica “O Sentido da Vida” (1983, de Terry Jones & Terry Gilliam), que contém cenas preciosas como o musical sobre a sacralidade do esperma, os diálogos filosófico-existenciais e esta inigualável seqüência bizarra da foto, em que os personagens desafiam os espectadores a encontrarem um peixe. Juro que tentarei. Este filme precisa ser (re)visto! Pelo sim, pelo não, aguardo novos pedidos e sugestões...

Wesley PC>

A TÊNUE LINHA ENTRE O ÓBVIO E O (IM)PREVISÍVEL NO PROCESSO DE CONTEMPLAÇÃO PASSIONAL


Só para cumprir um desafio pirracento, eis-me cá a falar do Baiano. Disse para ele que o faria e disse-lhe também que o faria pela via do não-feito, disfarçando minha compulsão em falar bem de seu corpo e de sua alma com um texto pseudo-metalingüístico e propositalmente esvaziado, que, mesmo assim, se pretende a uma sincera reflexão anunciada: por que motivo, nós, seres humanos, sentimos prazer e/ou necessidade de olharmos para estas partes do corpo que seriam fisiologicamente normais se não estivéssemos socialmente predispostos a depositar sobre as mesmas nossos desejos eróticos? Pouco antes de pensar nisso, ele reclamara que eu estava a tentar alisar sua bunda. O que há de interessante numa bunda? Já me perguntei antes diversas vezes e não obtive uma resposta. Por que é acalentador admirar a silhueta de um pênis por debaixo de blocos de pano? Ensinaram-nos a projetar nestas regiões o desejo ou o processo é mais instintivo do que possamos perceber? Juro que eu não sei... E, por mais que eu evite, por mais que eu garanta que não é nestas regiões que está o interesse da perfeição requerida, volta e meia é para lá que as lentes de minha câmera se viram... Que coisa, máquinas são mesmo burras!

Wesley PC>

sexta-feira, 22 de maio de 2009

PORQUE EU SOU PROIBIDO DE ME DESAPAIXONAR!


Quais são as possibilidades freqüentes de um filme incomum (e ótimo) ser comentado à meia-voz às 3h da manhã e, no dia seguinte, o mesmo ser exibido ostensivamente, num programa de interação prototípica entre exibidores e espectadores televisivos? Quais? Quem não quiser estipular uma resposta estatística (e assim preservar o brilho de minhas fantasias telepáticas), sofrer de insônia e não tiver tanta ojeriza de filmes dublados exibidos com interrupções comerciais na TV aberta que se arrisque a ver “Louca Obsessão” (1990), clássico de suspense dirigido por Rob Reiner, no qual a solitária personagem de Kathy Bates (que ganhou um Oscar pelo papel) aprisiona o escritor de sua série literária favorita (eu diria viciosa) e o mantém sob intensa tortura psicológica até que este seja convencido a modificar o final de seu mais novo romance, no qual a personagem principal seria morta. Recomendo fortemente – e qualquer semelhança com a vida deste que vos escreve é mera coincidência... ou sinal?

Wesley PC>

HISTÓRIA FICCIONAL


Se ele não achasse que tinha contas a prestar com o amigo que segurava o rádio no chão, teria jogado o martelo na testa do filho-da-puta. Se ele acreditasse que atirar martelos em testas de filhos-da-puta resolveria o problema, ele já o teria feito. Mas antes de crer que esta ferramenta volante seria a solução de seus problemas pessoais, pensava ele em problemas gerais, na paz mundial, no bem-estar dos tanzanianos que se sentiam órfãos do Freddie Mercury, nas moças evangélicas que resolveram disponibilizar sua virgindade em leilão, nas pessoas vivas que aguardam o momento de serem atendidas na fila. “Por que ninguém intercede?”, pensava ele, com raiva e tristeza. Ao invés de hipóteses, ele falava sobre outros assuntos com o rapaz de camiseta branca que acenava do outro lado da grade. É tarde! No mundo, há quem goste e quem não goste. Talvez tudo seja uma questão de escolher o lado certo...

Wesley PC>

FILME A SER EXIBIDO NA TV CULTURA, NA NOITE DE HOJE


“Bom Dia, Noite” (2003), do italiano Marco Bellocchio. Na trama, o seqüestro do líder democrata cristão Aldo Moro e uma jovem que, ao ingressar num grupo de esquerda radical, substitui a monotonia de seus dias pelo medo de ser destruída pela força martirizante que acomete seus novos colegas. Desde pequeno que tenho certeza que, se eu me vincular a qualquer movimento de defesa de causa política, adotarei o suicídio urgente como medida política imediata. Numa conversa de madrugada, Luiz Ferreira Neto falou que está buscando uma causa para se matar em público. O filme sugerido será exibido às 23h40’ da noite de hoje. Será um bom incentivo. Deixo a dica a quem interessar possa...

Wesley PC>

HOMONÍMIA


Início do texto: “a promessa Rafael Maurício de 17 anos, que atua nos juniores, foi vendido a preço de banana para o Porto – PT”. Na foto, o talzinho distribui autógrafos. O mundo é cheio de aparências. Consolemo-nos com a essência!

Wesley PC>

MINHA EXPERIÊNCIA HODIERNA COM OS ENGENHEIROS DO HAWAII


Nunca duvidei que a banda fosse boa. Por mais que o vocalista Humberto Gesisnger comporte-se de maneira um tanto prepotente nas entrevistas que concede, ele tem suficiente arcabouço inteletivo para tal. As canções do grupo são comumente permeadas por referências filosóficas e/ou culturais, conforme me confirmou Rafael Maurício na noite de ontem, que cantarolava as inspiradas canções do grupo, enquanto aguardávamos que um dado cd fosse executado, a fim de que penetrássemos em nossa sessão de filmes de horror. Tão bonitinho ver ele cantando... Tão bonito ver ele fazendo qualquer coisa...

Que seja! Por mais uma daquelas coincidências das coincidências, o cd que ouvi aleatoriamente enquanto me banhava para ir ao trabalho na manhã de hoje foi justamente um desta ótima banda gaúcha oitentista. Porém, por causa de um erro de gravação, não pude ouvir a faixa inicial, que transcrevo aqui. Quando encontrar novamente com Rafael Maurício, perguntarei se ele conhece e gosta da referida letra. Eu, obviamente, me identifiquei:


“Um dia me disseram
Que as nuvens
Não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos
Às vezes erram a direção
E tudo ficou tão claro
Um intervalo na escuridão
Uma estrela de brilho raro
Um disparo para um coração...

A vida imita o vídeo
Garotos inventam
Um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez...

Somos quem podemos ser...
Sonhos que podemos ter...

Um dia me disseram
Quem eram os donos
Da situação
Sem querer eles me deram
As chaves que abrem
Essa prisão
E tudo ficou tão claro
O que era raro, ficou comum
Como um dia depois do outro
Como um dia, um dia comum...

A vida imita o vídeo
Garotos inventam
Um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez...

Somos quem podemos ser...
Sonhos que podemos ter...”


Descobri em seguida que possuo a discografia completa do Engenheiros do Hawaii salva em meu computador. Que maravilha! O papa é pop! Na foto, a extraordinária capa do álbum “Simples de Coração” (1995).

Wesley PC>

PIADA BAIXA


“Uma bicha sai da igreja ao lado de sua amiga e fala pra outra:
- ‘Miga, tu sabias que Jesus é gay?
A outra responde, orgulhosa:
- Deus é mais!”


Algumas pessoas tiveram a sorte de ouvir Lucas Cobra usando sua locução afetada muito peculiar dignificando esta piada. Quero ter a honra de receber o mesmo. Ri demais ao ouvir isso!

Wesley PC>

A REFLEXÃO DESPROIBITIVA (E CÔMICA)


Na semana passada, o Perfeito foi a um desses estabelecimentos de Internet paga e esqueceu a sua senha ativa num dos computadores do local. Um pseudo-‘hacker’ com a alcunha de Sophia Group invadiu, então, o seu Orkut, de maneira que, vasculhando o celular do mesmo, encontrei uma mensagem deste sítio de relacionamentos de origem finlandesa, onde a palavra significa orgasmo. Na madrugada de ontem, um menino depositou sua perna sobre mim. Eu achei bom e, incapaz de conter o gozo, disse isso em voz alta, ao que o jovem masculino prontamente desfez o seu gesto, reclamando que sua intenção não era me causar prazer. Choraminguei: “ah, quer dizer então que teu objetivo nesta casa é me causar desprazer?”. Mamei: a perna pesada e agradável voltou a ser depositada sobre meu corpo. Lembrei, então, de uma garota que estudou comigo em 1997 e vivia repetindo o jargão “amo a vida, mas a morte me namora”. Encontrei-a por acaso, num ônibus, ano passado. Acham que ela estava viva? Acham que já havia tentado suicídio? Sim para a primeira resposta, não para a segunda. O tempo passa e muda nossos planos... Na foto, um vulto dançante em frente a uma funerária.

Wesley PC>

SE PARA UMA ÚNICA PESSOA, A INFORMAÇÃO É IMPORTANTE, PARA MIM PASSA A SER IMPORTANTE TAMBÉM!


Nesta madrugada, enquanto assistíamos em Gomorra ao clássico austero de terror “Hellraiser – Renascido do Inferno” (1987, de Clive Barker), um dos audientes tecia elogios demorados à atriz Ashley Lawrence, que, no filme em pauta interpretava Kirsty, a enteada da assassina que vive em função de uma grande foda do passado. O referido audiente chamava-a de “perfeita” e torcia para que fosse verdade a informação de que ela tivesse trabalhado em filmes pornográficos, a fim de que pudesse conferir seu corpo nu e em atividade. É mentira! Ashley Lawrence, depois deste filme, trabalhou apenas em continuações de filmes de terror, transformando-se numa potencial sucessora do título de “rainha do grito”, outrora pertencente á talentosa Jamie Lee Curtis. O que é engraçado nesta pesquisa sobre tal atriz bonita e obscura é que, coincidentemente, no dia 28 de maio próximo, quinta-feira, ela completará 43 anos de idade. Espero que o audiente interessado possa bater palmas em sua homenagem, à distância. E, venhamos e convenhamos, por mais que o lastro da perfeição mereça ser aplicado por mim a outro audiente da referida sessão, a moça é mesmo muito bonita. Acrescento foto de seu currículo para confirmar...

Wesley PC>

quinta-feira, 21 de maio de 2009

NUMA PALAVRA: CARALHO!


Vi finalmente o novo clássico da animação lisérgica japonesa “Paprika” (2006, de Satoshi Kon) na manhã de hoje e ainda estou impressionado com o que o filme me causou. A trama é quase impossível de ser resumida, mas sempre extraordinária. Na primeira cena, um palhaço realista diz que “o espetáculo vai começar”. Um detetive passeia pela platéia de um número de mágica. É aprisionado numa jaula e perseguido pro vários sósias, alguns deles femininos. Quando o tocam, ele se transforma numa espécie de Tarzan e zanza pelos galhos de uma floresta, até ser atingido por algo e encontrar-se enforcado por um bandido. Um novo golpe e ele se vê imerso num clássico cinematográfico de William Wyler. Acorda e depara-se com um desfile de sapos e bonecos falantes, oriundos da mente de um cientista invejoso e adepto da pornografia homossexual. Nem 5 minutos de filme se passaram neste resumo. Imaginem o restante. Meu diálogo favorito do filme: quando alguém liga para a personagem título e ouve a seguinte gravação “o setor de assistência às crianças desamparadas não pode atender agora pois o Oceano Pacífico está repleto de pneus a partir das 19h31’”. Pausa. É genial!

Wesley PC>

A METONÍMIA ROMÂNTICA DA DESCOBERTA


“Tengo que confesarte ahora
nunca creí en la felicidad
a veces algo se le parece
pero es pura casualidad”


Assim canta a mexicana por ‘voluntad’ Julieta Venegas em “Limon Y Sal”, primeira faixa de seu “Acústico MTV”. Até a tarde de ontem, nunca havia ouvido sequer falar desta cantora. Na tarde de hoje, descubro que a linda garota que me presenteou com este álbum tem até o DVD desta intérprete, que é apenas mediana, mas quando quer chegar ao paroxismo do romance, consegue!

Quero, inclusive, aproveitar a oportunidade para estabelecer uma relação entre a descoberta deste CD e um encontro estranhíssimo e necessário numa viagem de ônibus na noite de ontem. Descrição: estava eu e meus amigos de Gomorra (o Perfeito entre eles) a divertimo-nos no interior do referido veículo. Amava e divertia-me, como de praxe. De repente, percebo que um colegial deveras familiar entra no ônibus. Este chamava-se Ramon e tornou-se célebre em minha vida por ser o primeiro de meus amores a demonstrar um infinitésimo de recepção. Em dado momento de 2005, este jovem quase se permitiu retribuir o que sentia por ele. Três meses se passaram e seus amigos metaleiros e homofóbicos zombaram de nós. Ele se deixou levar, irritou-se e me irritou. Nunca mais quis falar comigo. Até que ontem, no tal ônibus, me dirigiu a palavra, “sem ressentimentos”. Quando os meus amigos desceram, fui conversar com ele, que pegou meu número de celular e me telefonou na madrugada, de maneira que conversamos deveras, sorrindo e gaguqejando como se fôssemos dois amigos envergonhados. Foi bonito!

Comentando o assunto com alguns amigos virtuais na manhã de hoje, recebi um estranho conselho: “não faça isso com teu atual amor, Wesley! Não aja de modo a sofrer futuramente. Não machuque quem está ao seu lado!”. Ele não conhecia o Perfeito. Entendera errado toda a situação (risos). Vou lá, portanto, explicar que tudo é muito diferente do que ele está pensando (risos), mas, só por precaução, dedico ao Perfeito o refrão da faixa 03 do álbum recém-descoberto:

“El presente es lo único que tengo
El presente es lo único que hay
Es contigo mi vida con quien puedo sentir
Que merece la pena vivir”


Voltando ao telefonema na madrugada: Ramon mostrou-se disposto a ser meu “amigo” novamente, desde que eu “me comportasse”, desde que eu não “confundisse” as coisas, desde que eu não “exagerasse”. Conhecendo-me como vocês me conhecem, não é difícil imaginar de que tipo de “exagero” ele está falando. Talvez ele tenha razão (risos)... E, não por coincidência, a faixa 09 do álbum da Julieta Venegas, “Lento”, fala justamente sobre uma situação similar. Repeti esta canção enésimas vezes nesta minha manhã de folga:

“Si quieres un poco de mí
Me deberías esperar
Y caminar a paso lento
Muy lento

Y poco a poco olvidar
El tiempo y su velocidad
Frenar el ritmo, ir muy lento, más lento.

Sé delicado y espera
Dame tiempo para darte
Todo lo que tengo”


Mas a melhor faixa do álbum é uma parceria entre esta cantora e a talentosa brasileira Marisa Monte. O nome da canção é “Ilusión” e diz o seguinte:

“Uma vez eu tive uma ilusão
E não soube o que fazer
Não soube o que fazer
Com ela
Não soube o que fazer
E ela se foi
Porque eu a deixei
Por que eu a deixei?
Não sei
Eu só sei que ela se foi

Mi corazón desde entonces
La llora diario
No portão
Por ella no supe que hacer
y se me fue
Porque la deje
¿Por que la deje?
No sé
Solo sé que se me fue

Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque não me deixei tentar
Vivê-la feliz

É a ilusão de que volte
O que me faça feliz
Faça viver”


Repetindo a frase de início: tenho que confessar que não acredito na felicidade, mas, às vezes, tudo se parece mera coincidência. Acho que boas coincidências me ocorreram nesta última semana. Fui feliz. Tive medo, mas foi bom. Que venham novas e boas coincidências!

Wesley PC>

Também sou hype

Ontem eu e a galerinha fomos ao lançamento de um curta- metragem chamado: " A maldição do cacique Serigy" exibido na Sociedade Semear. Provou-se que a maldição do mesmo recaiu sobre o filme também... Mas esse não é o ponto da minha postagem.

Enquanto esperávamos pelo começo do filme começamos a perceber o 'visu' das pessoas, inclusive dos realizadores do filme, dae então começaram a surgir apelidos como: pra frentex, pós modernos e finalmente: hype.

A palavrinha mágica que nos fez relambrar na hora o hit do 'grupo paulistano' Também sou hype. Cantamos a letra toda ( eu, Nino e Uyara), enquanto Wesley ficou uma cara de 'hã quê que isso, wtf?', e falou que precisava aprender também, então resolvi postar eles aqui, uai, pra da próxima vez que houver alguma festa hype, todos cantarmos em uníssono!
XD




E eles também fizeram um clip da música 'Sniff'! heueheueheueheue


Vamos cantar todos juntos, ihuuuuu:

Miniminiminimi Low!
Birubirubirubi Uow!

Lesbian fucking lesbian power.
I hate to take a shower!

I'm so hype I'm so happy.
I sniff Cocaina.
I like boys I like gays.
Mas hoje eu vou catar uma mina!

(...)

Uni duni tê.
Salamê minguê.
Adoro biscoito Piraquê!

Cola velcro, cola velcro!
Cola velcro, cola velcro!
Cola velcro, cola velcro!
Cola velcro, cola velcro!
Cola velcro, cola velcro!
Cola velcro, cola velcro!

Adoramos colar velcro! (Bis)



Ah, e qualquer semelhança, é mera coincidência:




Inté mais ver galerinha, ihuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu
XD


Améeeeericooooo.

“ALEGRAI-VOS, SERGIPANOS!”


“Um filme que traz à tona a estória de um mito. Um mito que se confunde com a própria história”, diz a divulgação do filme. Será mesmo?

Criticar o curta-metragem “A Eterna Maldição do Cacique Serigy” (2009, de Alessandro Santana, Bruno Monteiro & Mauro Luciano), visto ontem ao lado de meus amigos historiadores de Gomorra, será uma trabalho fácil ou difícil? Conheço e gosto pessoalmente dos três realizadores envolvidos e, se por um lado, foi-me difícil confessar de imediato que desgostei da obra, por outro, já fora advertido por um deles que eu não gostaria mesmo. Não somente conheço pessoalmente os tais realizadores, como também conheço algumas de suas idiossincrasias e discordo de algumas delas. Ou seja, o filme não me surpreendeu em nenhum momento. Sabia o que ia encontrar... e encontrei!

Antes, uma pequena sinopse: numa terra ainda inexplorada pelos comerciantes brancos europeus (supostamente, no século XVI), vemos personagens representando indígenas. Estes respeitam a natureza, ingerem fumos oriundos de plantas nativas e interagem ponderadamente entre si. Até que, um dia, surge um estrangeiro, montado num cavalo. Este prova do doce pecado da gula na terra que agora considera “um novo Éden” e estupra (ou inaugura a prostituição especular?) uma nativa ao som do hino sergipano, que logo se converte numa marchinha de carnaval. Ao saber do acontecido, o iracundo personagem-título consulta o pajé de sua tribo, a fim de saber como agir, como vingar a desonra de seu povo. Depois de uma luta vã com o invasor estrangeiro, o cacique revoltado lança uma terrível maldição sobre a terra em que vivera até então, dizendo que, a partir de então, nada mais prestará naquele lugar, que se tornará opaco, infértil, provinciano. Na trilha sonora, “O Cordão dos Puxa-Saco”. Na tela, uma indagação conclusiva: “é o fim!”

Aspectos a serem investigados a partir desta sinopse: conhecendo os realizadores como eu conheço, lamento reconhecer mais uma vez nesta obra um aspecto que pode ser prenhe de sentido, mas com o qual eu não concordo: esta tendência insistente em difamar a precariedade e a auto-desvalorização (cultural e socioeconômica) de Sergipe, num ímpeto que parece crítico, mas que, ao ser repetido ‘ad extremis’, torna-se vicioso e inocuamente rabujento. Não sei se minha sujeição pós-pós-moderna faz com que eu submeta-me ao pauperismo típico da “terra atrasada” em que vivo, mas não creio que as intenções dos autores ao despejarem suas reclamações em forma estética pós-cinemanovista funcionem a contento. Motivo 1 (detectado na pré-estréia de ontem): o público-alvo do filme está muito mais interessado em reconhecer seus amigos e conhecidos na tela do que entender que ali se tratam de personagens (quiçá alegóricos em relação à História de nosso Estado). Motivo 2: as citações a filmes clássicos de Joaquim Pedro de Andrade e Glauber Rocha não surtem efeito em audientes cujos arcabouços referenciais repousem num “presente contínuo” infelizmente consentido. Motivo 3: se pensarmos direito, nada do que foi visto na mal-projetada tela da Sociedade Semear é novo: misturar Mozart, Carmen Miranda, colorido tropicalista e História sumária é talvez uma fórmula em desgaste, que instaura efeitos cômicos involuntariamente disfuncionais, conforme detectados nas reclamações de pessoas na platéia acerca da má sincronização sonora, de uma montagem academicista e pretensiosa e de outros “defeitos” técnicos-formais que, conhecendo as aventuras ‘udigrudi’ dos realizadores, podem e devem muito bem serem intencionais.

Supondo que eu encontre novamente com Alessandro Santana e este me pergunte agora o que eu achei do curta-metragem, direi o seguinte: valorizo a sua produção, no sentido wellesiano de que “toda obra é boa, na medida em que exprime o caráter do homem que a concebeu”, mas arriscar-me-ia a sugerir, no âmago de minhas mais sinceras boas intenções, que ele seria muito mais fecundo se levasse à frente o que pretendeu no título de uma obra prévia e realmente desconfortasse a platéia. Afinal de contas, nos dias acríticos de hoje, não há mais espaço para crítica sem perturbação verdadeira – e, com certeza, usar óculos escuros na escuridão de noites chuvosas não é um recurso sinceramente aliado à constatação!

Wesley PC> (prototipicamente)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

COMO É QUE EU NÃO FALEI DESTA BANDA AQUI ANTES?!


Revendo os meus arquivos, percebi que nunca havia traçado nenhuma resenha desta banda maravilhosa e revoltada de Recife chamada Textículos de Mary. Como todos já sabem (de tanto que eu faço questão de repetir), os integrantes de “Chupeta e sua Gangue” são recém-formados em História e de comportamento ostensivamente homossexual. Numa tarde qualquer, estive ouvindo uma de suas antológicas canções em minha casa e um vizinho perguntou que diferença havia entre a vulgaridade deles e o baixo nível de barbaridades como “Lapada na Rachada”. Respondi de várias maneiras:

a) A qualidade musical e referencial da banda é muito extensa, citando e reverenciando desde cânones do ‘rockabilly’ e ‘punk-rock’ até ‘reggae’, ‘ska’ e canções infantis da Xuxa;

b) A suposta vulgaridade da banda é defensiva, eles acreditam no que falam, eles se comportam daquele jeito, eles se assumem enquanto “bichas baixas” e, ao contrário das mulheres que lotam os espetáculos de atrocidades como Cavaleiros do Forró (que reduzem as mesmas ao nadir em subprodutos depravados, em que o karatê é transformado em “o cara ter” numa letra que fala sobre “o esporte favorito da mulher”) e depois se dizem respeitadas, podemos muito bem flagrar os membros do Textículos de Mary voluntariando-se a praticar boquetes nas ruas antigas de Recife;

c) Eles simplesmente sabem do que estão falando, no plano histórico-crítico-analítico do termo, conforme podemos perceber na brilhante biografia que atende pela alcunha de “Entradas e Bandeiras”, reproduzida abaixo:

“Beth fascista
puta safada
não gostava de negros
até ser currada
as 3 da manhã
na encruzilhada
por ‘vinte negão’
na semana passada...
semana passada!

Beth saiu toda arrombada
se sentindo mulher e realizada
pois agora encontrou a rola adequada
pra botar no seu cu...
"cabra safada"... "cabra safada"...

Integralista, conceituada
percorrendo afoxés atrás da negada
renegou a família e sua vida passada
assumindo que é vira-lata atacada...
vira-lata atacada”


Acho que deu para entender, não obstante eu entender o desconforto imaginário de minha mãe ao me ouvir entoar refrões como "eu não gosto de michê, mas o meu cu gosta" (risos). Bem que poderia ser verdade...

Wesley PC>

PATACOADA NOSTÁLGICA


A piada é barata, mas é sincera: “Howard, o Super-Herói” (1986, de Willard Huyck) é um dos clássicos de minha infância. Vi este filme umas 15 vezes antes de completar 19 anos, a tal ponto de saber os diálogos de cor! Na trama, um pato alienígena e roqueiro cai na terra e se mete numa daquelas típicas tramóias contra o domínio do mundo por um vilão poderoso e traiçoeiro. Até que ele se apaixona por uma bela humana e o roteiro muda de rumo, mesclando romance, efeitos especiais primorosos e aventura de qualidade aprazível. Ai que saudades desse tempo que eu tanto odiei, em que precisava das televisões de vizinhos para ver estes filmes e, muitas vezes, era obrigado a interromper a sessão para tocar em partes do corpo alheio que, à época, não me eram de todo apreciáveis, mas, que seja! Um doce de carambola para quem adivinhar o porquê de eu falar deste filme agora (risos)...

Wesley PC>

EU QUERO APRENDER!


Salvo em casos de diarréia prolongada, nunca passei mais de 5 minutos acocorado na privada. Sim, sou desses que se acocoram. Sim, a excreção fecal ainda é o grande tabu de minha vida. Sim, desgosto de sexo anal (tanto em vias ativas quanto passivas). Sim, merdas acontecem, conforme diria um célebre personagem de filme dirigido pelo Robert Zemeckis. Todo o resto é inter-relacionado! Uma vez, durante uma apresentação de seminário na Universidade, um dos 3 meninos que me odeiam até à morte por causa de paixonites mal-administradas disse-me que tudo o que eu fazia era merda. Consolei-me ao entender a merda como sendo parte de um processo digestivo, em que as impurezas filtradas de uma larga quantidade de produtos consumidos eram postos para fora, com vias de incineração ou humificação da terra. Não é mais ou menos assim que se dá com o pós-modernismo? Por via das dúvidas, recruto adeptos e/ou simpatizantes da arte coprofágica. Alguém se habilita a me ensinar do que se trata? Na manhã de hoje, disseram-me que um homossexual que não pratica sexo anal desperdiça o melhor da vida. Eu perguntei se doía. Meu interlocutor disse que sim, mas que esta dor era subsumida pelo prazer. Não é mais ou menos assim que se dá com o pós-modernismo?

Wesley PC>

UM LIVRO


Chama-se “O Colecionador”, escrito em 1963 por John Fowles e transformado em filme 2 anos depois pelo brilhante William Wyler. Na trama, um homem simplório e que se diz loucamente apaixonado seqüestra a mulher que ama e a mantém prisioneira em sua casa, com o intuito de fazer com que ela se apaixone por ele, dado que o mesmo ganhou muito dinheiro na loteria e compromete-se a cumprir até mesmo os seus desejos materiais mais ridículos. Mas amor pode ser mais (ou menos) do que isso.

“Mais tarde, conheci a sua verdadeira personalidade. Um psiquiatra disse-lhe que ele nunca poderia fazer o amor. Calibã contou-me que costumava imaginar-nos deitados na mesma cama. Só deitados, nada mais. Ofereci-me para fazer isso, mas ele não aceitou. Bem no fundo do seu ser, lado a lado com a bestialidade e o ressentimento, há uma tremenda inocência, uma inocência que o governa e que ele procura proteger. Disse que, mesmo assim, continuava amando-me. Eu respondi-lhe: ‘o que você ama é o seu próprio amor. Não é amor, é egoísmo. Você não pensa em mim, mas no que sente por mim’.

‘Não sei o que é’, respondeu ele.

E então cometi um erro. Pensei que fora tudo um sacrifício em vão. Pensei que devia fazê-lo compreender o que eu fizera, que deveria deixar-me partir – enfim, tentei dizer-lhe tudo. Foi então que a sua verdadeira personalidade veio à superfície. Tornou-se quase animal. Nem sequer me respondeu”
(p.205).

Emprestarei a Rafael Maurício. O personagem do Calibã, que aterroriza sua pessoa de desejo com o grau obstinado de sua obsessão, tem muito a ver comigo. O filme é melhor que o livro! Na foto, Terence Stamp, intérprete solitário. Recomendo!

Wesley PC>

DE MANHÃ, EM FRENTE AO RÁDIO, DENTRO DO MEU ESQUEMA TÍPICO DE ESCOLHER CDS ALEATORIAMENTE...

...Saiu-me o acústico do Kiss, lançado em 1996 sob a chancela da MTV. Segundo o que li ‘a posteriori’, este é o segundo álbum mais procurado desta linha “Unplugged”, ficando atrás somente do clássico premonitório do Nirvana. Ao ouvir as canções deste álbum, senti que não gostava o suficiente da banda nova-iorquina e, ao contrário do que pregam por aí, não os achei iconoclastas por debaixo de toda aquela maquiagem pesada. As músicas pareciam tradicionais demais (no sentido mais norte-americano típico), mas não eram ruins. Acalentaram meu banho frio, me transportaram ao fim de uma era de glória, em que Gene Simmons e seus parceiros já não pareciam tão felizes quanto outrora, quando serviram de base para diálogos românticos num belo filme da Sofia Coppola. Entretanto, uma faixa em especial me tocou o coração. Faixa 10, para ser mais preciso, “I Still Love You”, que me fez lembrar uma estória pitoresca, transcrita no parágrafo abaixo.

Ao chegar em casa na noite de ontem, percebi que meu amigo Rafael Torres havia ligado para meu celular, cuja bateria descarregava. Liguei para sua residência, de imediato, e, durante a conversa, ele interrogou-me sobre como tinha sido o cotidiano do Perfeito nesta terça-feira. Achei engraçada a pergunta, mas disse que não tinha como saber se tinha acontecido algo de mais com “ele”, visto que, quando o encontrei, por volta das 13h30’, ele estava “inodoro”. O que quer dizer este termo? Que eu e ele estávamos com pressa para irmos aos nossos respectivos locais de trabalho, o que só demonstra o quanto estes vínculos empregatícios contemporâneos destroem nossos elos humanos sentimentais mais básicos. Rafael aproveitou a oportunidade para brincar: “ah, quer dizer que está acabando o amor, né?”. Eu sorri, mas, no íntimo de minh’alma, precisava responder adequadamente àquela questão chistosa. Uso a supracitada canção do Kiss, que tencionei repetir várias vezes, enquanto penteava os cabelos:

“Now, people tell me I should win by any cost
But now I see as the smoke clears away, the battle has been lost
I see it in your eyes, you never have to lie, I'm out of your life
Tonight I'll dream a way that you can still be mine
But I'm dreamin' a lie, dreamin' a lie, makes me wanna die
'Cause I still love you, I love you
Baby, baby I love you, I still love you”


Sou destes que amam, mas isto não precisa ser uma imposição para ninguém!

Wesley PC>

HINO DE TERROR


Acabei de descobri que “A Hora do Pesadelo” (1984), obra imortal do gênio do terror Wes Craven, será regravada em 2010. A pujança aterrorizante do matador de adolescentes interpretado por Robert Englund e as teses primárias de defesa contra monstros que até hoje repercutem em minha rejeição tácita a dormir demais serão substituídas por um jorro ignominioso de efeitos especais e concessões monetifágicas. Pena, pena... Por isso, nesta quinta, exibiremos com orgulho o primeiro exemplar desta ótima franquia cinematográfica. Interessando a alguém...

“1, 2, Freddy vai te pegar”...


Wesley PC>

FAIXA 13: “LISBELA” (versão 2, por Trio Forrozão)


(...)

E, com esta faixa, se encerra o CD. Conforme antecipado quando da primeira vez que falei desta canção, ela reverencia as pessoas que querem amar, as pessoas que põem o pé mundo afora, as pessoas em cuja vida “tudo vira brincadeira”. Este registro de um momento em que não estive presente é, portanto, em minha opinião, paradigmático em relação ao que diz a canção. Afinal de contas, foi nesta viagem a Palmares (AL), que aconteceram fatos importantes: Juliana e Rafael Coelho reconciliaram-se espontaneamente, após um estranho desentendimento que durava meses; Max Vieira assumiu a sua disposição em ser tachado também de gomorrense; Carlos Henrique pisara novamente os pés firmes na terra do Estado em que nascera; André Sérgio banhara-se de mar e, com certeza, rememorara a urdidura de paixões incompletas que vivencia cá em Sergipe, uma jovem que não reconheço se destaca na foto, ao lado de meus amigos... Foi um dia importante. Dentre os momentos em que não estive, um dos mais importantes ara a consolidação dos sentimentos atualmente externados em Gomorra – sem contar que a fotografia é muito divertida! Até a próxima compilação musical de homenagens sinceras...

Wesley PC>

PERGUNTA: MINHA SÍNDROME DE SERVIDÃO VOLUNTÁRIA E MEU HISTRIONISMO EFETIVO BANALIZAM UM AGRADECIMENTO SINCERO?


Ontem eu caminhava com um envelope de papel nas mãos. Chuviscava, o que fez com que o envelope derretesse um pouco. Alguns dos papéis que serviriam de rascunho e que estavam contidos no referido envelope caíram no chão. Ouvi alguém desconhecido me chamar, mas desdenhei. Estava com fones no ouvido. Pensava noutros assuntos. Segui em frente. 15 minutos depois, uma jovem de bicicleta me pára: “ei, moço, tu deixaste este papel cair lá na rua em que estava!” (era longe!). Eu surpreendo-me: “e tu vieste lá de longe só para me entregar isto?”. E ela: “só vim porque era importante!”. O papel fora importante em 2006. Hoje, era apenas lixo. Achei prudente, portanto, não revelar tal fato à garota e aceitei seu favor com muita cordialidade, dizendo 800.000.000 de obrigados e tentando fazer a maior cara de surpreso disponível. Aí fiquei pensando: “será que isto pagou o esforço dela?”. Continuei pensando nisso até o fim do trajeto.

Ao chegar em casa, vi um documentário sobre filmes baseado em histórias em quadrinho e lembrei do clássico moderno “O Máskara” (1994, de Chuck Russell). Lembrei do que senti quando vi este filme pela primeira vez. Lembrei do quando me enternecera pelas injustiças vivenciadas pelo personagem do Jim Carrey, lembrei do quanto ficara encantado pela personagem da Cameron Diaz, lembrei do quanto a seqüência em que policiais bailam ao som de “Cuban Pete” havia me enfeitiçado... Lembrei. E refleti que falo tanto palavras como “obrigado” e “desculpe-me” que suponho que as pessoas não mais me creditem quando eu assim o faço. É uma pena! Tenciono ser tão sincero quando pronuncio tais palavras... Acho que é tudo culpa desta máscara de euforia que eu visto o tempo (quase) inteiro e que não sei mais como tirar!

Wesley PC>

terça-feira, 19 de maio de 2009

TRÍVIA PARA O PRÓXIMO CINE-GOMORRA


Muita gente confessou aqui no ‘blog’ que tinha medo de palhaços quando criança. Um dos melhores filmes a abordar este assunto (ainda que de forma tangencial) é este mostrado na foto, que será um daqueles que exibirei nesta sessão aterrorizante do próximo dia 21 de maio. Quem reconhece de que filme se trata? Garanto que todos sabem, garante que a maioria já viu, garanto que é ótimo... De que filme se trata? Dica 1: é um clássico da década de 1980.

Wesley PC>

“QUAND VOUS MOUREZ DE NOS AMOURS” E MEUS CABELOS AO VENTO


No caminho para o trabalho, imaginei quantas pessoas estavam a ouvir a mesma canção que eu naquele momento. Minutos depois, encontrei um ser que me fez retirar os fones de meu ouvido. Conversar com ele e ouvir a sua edulcorante voz em resposta é um bálsamo superior (ou, melhor dizendo, substitutivo) a qualquer experiência que eu pudesse vivenciar naquele momento. Ao chegar ao meu local de trabalho perguntaram onde eu estava e o que estava a fazer. Motivo: meus cabelos estavam demasiadamente assanhados. Respondi que havia lavado o cabelo hoje. Mas a canção que ouvia não me saía da cabeça:

“Quando você morrer dos nossos amores,
Plantarei no jardim flores para desabrochar de manhã cedo
Metade metal, metade papel, para ferir um pouco meu pé
Morrer de morte bem tranqüila, assim cresce uma flor

Quando você morrer dos nossos amores
Então farei sobre o ar desse tempo
Uma canção cantada por sete anos
Você ouvirá, você aprenderá
E seus lábios ficarão gratos
Morrer de morte bem cansada, assim eu faço

Quando você morrer dos nossos amores
Então farei dois livros tão belos
Que te servirão de sepultura
E me deitarei nela na minha vez
Pois morrerei no mesmo dia
Morrer de morte bem suave, esperando por eles

Quando você morrer dos nossos amores
Vou me prender com chave
No gancho da felicidade aprisionada
E os caminhos por nós conquistados
Ninguém saberá por quem
Morrer de morte rara, assim eu digo

Quando você morrer dos nossos amores
Se pouco demais restar de mim
Não me pergunte porquê
Nas mentiras que se seguirão
Nós não seremos nem bonitos nem verdadeiros
Morrer de morte bem viva, assim eu te sigo”.

(Gilles Vigneault)

Pergunto: amores matam?

Wesley PC>

PARA QUEM JÁ VIU UM GRANDE AMOR PASSAR...


Hoje eu tomei banho ao som do “Nevermind” (1991), do Nirvana. Faz tempo que eu não ouvia este disco tão juvenil, tão cheio de frescor. O curioso é que puxei este CD depois que conversei com um fã longevo da banda, Fábio Barros. O mais interessante ainda é que puxei o CD de forma completamente aleatória. Enquanto ouvia a faixa 02, “In Bloom”, escrevi algo sobre Rafael Maurício em minha agenda. Algo piegas, algo característico de minha personalidade. Depois que escrevi este algo, resolvi fazer um adendo: Rafael Maurício não é o primeiro, nem tampouco o único a receber este tipo de comentário pessoal elogioso, mas, em minha mente, isto não torna o referido comentário menos importante. Coração de gente é largo mesmo!

A situação por completo me fez lembrar uma pungente, brilhante e muito rápida cena do filme “Beijos Proibidos” (1968), dirigido por François Truffaut, o “cineasta do amor difícil”. Este filme, em verdade, trata-se do terceiro episódio da pentalogia protagonizada por Antoine Doinel, personagem interpretado pelo ótimo ator Jean-Pierre Léaud entre os anos de 1959 e 1979. Na cena em questão (vide foto), ele encontra a jovem que conheceu e amou no segundo filme da cinessérie. A jovem se chama Colette (Marie-France Pisier) e está bem-casada e com filhos quando encontra seu amor de adolescência. Ele, por sua vez, enfrenta todos os tipos de crises românticas, mas jamais conseguiu retirar Colette de sua memória, desesperando-se quando ela vai embora, cordial e indiferente. É uma cena rápida, mas desconcertante, pois sabemos o que ela vai causar no protagonista, que se casa, tem casos extraconjugais e se separa dali por diante, nos dois filmes que restam. Ele amará Colette até o fim de sua vida – e isso de nada adiantará, nada mudará em sua vida prática, que segue em frente, aos erros e atropelos, por mais melancolia e saudade que isto lhe cause eternamente...

Voltando a mim, o tempo vai passar.. Talvez eu sobreviva, talvez não. Mas tanto o Nirvana quanto o François Truffaut serão lembrados até o fim da existência dos humanos na Terra por terem criado obras-primas imortais...

Wesley PC>

O QUE É A PROMISCUIDADE?

Segundo a normativa culta, promiscuidade s.f. que pode ser uma mistura confusa e desordenada ou uma reunião confusa de pessoas em que predominam as de baixa classe. A questão reflexiva aqui não é apenas o que é a promiscuidade, pois a frase acima poderia responder essa questão, no sentido restrito; mas sim, o que constitui a promiscuidade.
Sempre quando falamos em promiscuidade remetimos a situações de cunho estritamente sexual. O julgo do pejorativo deixo por conta do juízo de cada um. Então, se é uma mistura desordenada confusa, seria um sexo de mal gosto, pois sexo preciso de uma boa coordenação motora para poder receber a qualificação bom/ótimo.
Porém, o que questionasse para responder a pergunta tema, é como e quais fatores elegem uma ação promiscua. Se remete sempre ao sexo vamos começar por ele, e didaticamente fazendo comparações e ações.
Se um indivíduo transa com duas pessoas, ele é promiscuo?!
Se esse mesmo ser gosta de sexo em locais publicos e é adepto do voyerismo ele é promiscuo?
Mas, se uma menina prefere castrar sua sexualidade, optando o sexo anal para manter sua virgindade, ela é promiscua?!?
Mas, pq ela é promiscua?!?!Por conta do sexo oral, ou pela promiscuidade humanamente imoral, digo no conceito filosófico de moral e humano, de optar castra-se sexualmente?!
Continuando...se alguns setores e instituições da sociedade e do Estado veem no homossexualismo e bissexualismo o epiceno de seus preconceitos, são as bixas, as gobis, as bi, que são promiscua ou a sociedade e o Estado com a promiscuidade do desrespeito moral a liberdade?!
O mais interessante que esse seguimentos públicos(Estado e Sociedade)têm uma promiscuidade ideológicos pela falta idoneidade de suas ações vossos caráter, que uma suruba chega ser uma ação pudica. Eis um ponto da questão...
a suruba ou a corrupção?!
a violencia ou vouyerismo?!
solidaeriadade burguesa ou sexo descomprometido?!
Seguindo nesta linha, questiono onde se aloja a promiscuidade...
Na corrupção de ideias fortes em detrimento a benéficios próprios?
Na castração sexual ou na liberdade de amar sem poder?!
Naquele que vende seus ideais por não ter argumentos fortes e teoricamente fundamentados, ou nos sonhadores revolúcionários que acreditam sempre que é possível?!
Naquele que divide, a mulher ou bofe, ou naquele que divide a verba desviada da merendas de crianças famintas?! ONDE ESTÁ A PROMISCUIDADE?!

FAIXA 12: “O AMOR É FILME” (versão 2, por João Falcão & André Moraes)


(...)

Ontem, problemas trabalhistas impediram de publicar a faixa devida. Hoje, eu penso que seja melhor modificar meus planos. Conforme antecipado quando da publicação da primeira versão (supostamente feliz, cantada por Lirinha), tencionava aqui mostrar casais “que não deram certo”. Utilizaria imagens de Marcos ao lado de Juliana, de Rafael Torres ao lado de André Sérgio, de Ayalla sozinha e com a expressão melancólica, de Wendell ao lado de trocentas pessoas (ou de trocentas pessoas ao lado de Wendell, que seja), de pessoas que amam ao lado de pessoas que são amadas. Porém, ultimamente as reações a minhas “homenagens” e reflexões não têm sido as melhores. Por isso, talvez prefira me poupar, talvez por isso, prefiro utilizar esta belíssima versão instrumental de uma bela canção para falar sobre outro assunto, para mostrar que o que eles chamam de “não dar certo” talvez não passe de um disfarce oportunista para “esperar de outrem o que eles não podem oferecer”, para “desejar daquele que é amado um tipo de reação que vá além de suas forças e espontaneidade”. Talvez eu seja um dos culpados desse tipo de atitude, talvez ainda dê tempo de remediar.


Na foto, Wesley deitado no colo de Rafael Maurício, conforme costumou acontecer. Na foto, ambos sorrindo. Ele porque achou algo divertido. Eu, porque não precisava de mais nada neste momento. Ele, porque estava vivo. Eu, porque ele me fez sentir vivo. Ele, porque ele era ele. Eu, porque ele estava perto de mim. Ele, porque sim. Eu, por causa do “sim” dele. Aí, eu me pergunto: “tenho o direito de exigir ou esperar algo além disso?”. Eu mesmo me respondo: “O que existe após o Infinito?”. Porque é isso que está atrelado à Perfeição: o Infinito!

Na tarde de ontem, insisti duzentas mil vezes para que Rafael Maurício me dissesse se ele se sentia incomodado, prejudicado ou desrespeitado pelo sobejo de frases, imagens e textos que eu dedico a ele durante a extensão de meus dias. Ele apenas respondeu, com seu brilhantismo cínico de praxe: “de boa, ‘man’!”. Espero, portanto, que ele não se incomode com mais esta enésima homenagem, espero que ele entenda a necessidade que tenho de tornar público o que sinto por ele e o bem que ele me faz, mesmo que aparentemente não faça nada, mesmo que, do jeito dele, só basta que ele exista!

A fim de que eu não pareça um viado ressentido ao ser aqui obrigado a mudar meus planos iniciais com a publicação desta faixa 12, publico aqui o fragmento 477 dos “Pensamentos” de meu filósofo favorito, Blaise Pascal (1623-1662): “É falso que sejamos dignos que os outros nos amem: é injusto que o queiramos. Se nascêssemos razoáveis, indiferentes e conhecendo a nós e aos outros, não daríamos essa inclinação à nossa vontade. Nascemos, no entanto, com ela: nascemos, portanto, injustos, pois tudo tende para si mesmo. Isso é contra toda ordem: é preciso tender para o geral; e a tendência para si é o começo de toda desordem, na polícia, na economia, no corpo particular do homem. A vontade está, pois, depravada”. Tendendo à perfeição em forma de ser humano, tendo também ao geral, tendo ao Deus em que ainda creio, tendo à Estética materializada em vida, tendo ao bem-estar que vivencio quando estou entre amigos. Tendo – e me basta, por ora!

Repetindo a sentença: O AMOR É FILME!

Wesley PC>

PARA FERREIRINHA


Suplico-te, implore-te, quando tiveres tempo, ouça esta canção:

“Ele então renascerá
Direto de um filme pornô dos anos 70
Usando polainas com estilo
E um sorriso tão inocente

Melhor rezar pelos seus pecados
Melhor rezar pelos seus pecados
Por que o Messias gay está vindo

Ele cairá das estrelas
Studio 54
E aparecerá nas areias
Da praia da Ilha do Fogo

Melhor rezar pelos seus pecados
Melhor rezar pelos seus pecados
Por que o Messias gay está vindo

Não, não serei eu
Rufus Bastista eu sou
Não, não serei eu aquele
Batizado com semêm

O que acontecerá ao invés
Alguém irá exigir minha cabeça
E então eu cairei de joelhos
E darei a eles olhando para baixo

Melhor rezar pelos seus pecados
Melhor rezar pelos seus pecados
Por que o Messias gay está vindo”

“Gay Messiah” (Rufus Wainwright)

Enquanto descendente de católicos, a música te fará mais do que bem, juro!

Wesley PC>

segunda-feira, 18 de maio de 2009

PARA QUEM ACREDITA EM SINAIS...


Hoje de madrugada, às 3h da manhã mais ou menos, na TV aberta, “Conta Comigo” (1986), clássico de Rob Reiner sobre amizades que resistem a tudo, mas que o tempo leva... É um dos mais belos filmes que qualquer um já viu sobre o sentimento gregário da amizade e, não obstante causar uma inevitável melancolia, é uma obra muito bem-interpretada, modifica brilhantemente o argumento original do espetaculoso Stephen King e utiliza magistralmente a canção homônima, “Stand by Me”:

“When the night has come
And the land is dark
And the moon is the only light we'll see
No, I won't be afraid
No, I won't be afraid
Just as long as you stand
Stand by me
And darling, darling,
stand by me”


Faço minhas as palavras desta canção!

Wesley PC>

QUANDO O MELHOR A DIZER É O QUE JÁ FOI DITO!


“E agora, o fim está próximo
E eu encaro a cortina final
Meu amigo, eu te digo claramente
Irei expor o caso do qual tenho certeza

Eu vivi uma vida que foi completa
Eu viajei por cada uma de todas as estradas
E mais, muito mais do que isto
Eu fiz do meu jeito

Arrependimentos, eu tive alguns
Mas, uma vez mais, poucos o suficiente para não serem mencionados
Eu fiz o que tive que fazer
E vi tudo, sem excecão

Eu planejei cada detalhe de minha rota
Cada passo cuidadoso ao longo do mapa
E mais, muito mais do que isso,
Eu fiz do meu jeito

(...)

Eu amei, eu ri e chorei
Tive minhas falhas, minha parte de derrotas
E agora como as lágrimas descem
Eu acho tudo tão divertido
De pensar que eu fiz tudo
E, devo dizer, nao de uma maneira tímida
Oh não, não eu
Eu fiz do meu jeito

E o que é um homem, o que ele tem?
Se ele não é ele mesmo, ele não é nada
Para dizer as coisas que ele sente de verdade
E não as palavras que ele deveria revelar
Os registros mostram que eu recebi as desgraças
E fiz do meu jeito”


Na letra, canção eternizada por Frank Sinatra, que deveria ser meu epitáfio.Na imagem, uma curiosidade sobre a cena final de “O Alucinado” (1953), de Luiz Buñuel.
Amo vocês!

Wesley PC>

LIBERDADE DE EXPRESSÃO X DESRESPEITO


Onde começa um e onde termina o outro? Como todos já devem saber, sou incapaz de distinguir ambas as categorias. Aliás, recuso-me a distinguir. Mais aliás, ainda, a liberdade de expressão perpassa justamente a necessidade de incutir certo desrespeito em situações discordantes. Assim penso eu, uma pessoa só.

Pois bem, nesta tarde de segunda-feira, recebi uma reclamação por parte de Lucas Cobra, acerca da fotografia que utilizei para ilustrar uma de minhas reflexões sobre uma experiência festiva em sua casa. Segundo ele, eu deveria ter perguntado antes de usar a tal foto, que agi de forma desrespeitosa e que eu tenho a obrigação de retirar a mesma aqui do ‘blog’. Digo bem alto: EU NÃO VOU FAZER ISSO! A senha é pública, ele que o faça. Não te preocupes que novas fotos substitutivas é o que não me falta para pôr no lugar, contanto que ele não exclua também o texto. Só por precaução, portanto, gostaria de perguntar aqui quem tem alguma restrição sobre que imagens ou assuntos eu não posso comentar, a fim de evitar problemas similares. Brigas vis e desnecessárias (no sentido mais burguês e inimigo de ambas as palavras) como esta não fazem parte de meus ideais vitalícios. Tenho lutas muito mais importantes para empreender, não obstante concordar com o cineasta Jean-Luc Godard: “não acredito em direitos autorais, mas em deveres autorais” – e garanto que faço o possível para cumprir à risca estes deveres!

Observação: só para que conste dos autos, com todo o ódio e/ou repulsa que Marcos Vicente já demonstrou por qualquer coisa que eu faça, ele nunca pediu que eu excluísse nada do que aqui foi escrito. Nada!

Wesley PC>

NÃO SOLETRANDO A PALAVRA “PROVÍNCIA”...


Três observações iniciais: a) Nasci em Sergipe; b) Moro na mesma casa há 26 anos; c) Tenho uma relação muito complicada com o que chamam de “cultura local”.

Ainda há pouco, atendi uma senhora aqui no trabalho que, ao saber que havia um campus universitário público em Itabaiana, comentou: “menino, que chique!”. Minutos antes, ela havia me perguntado: “um curso presencial é à distância, menino?”. Eu simplesmente respondi, sem qualquer alteração específica em minha expressão facial: “não, curso presencial é em presença mesmo”. As minhas colegas de trabalho todas sorriram depois que a senhora em questão saiu do local em que trabalho. Eu fiquei pensando que “tenho orgulho de ser sergipano”, mas que, se morasse noutro lugar, sentiria orgulho do mesmo jeito. Pensei, em seguida: “orgulho é algo inato ou se ganha com o tempo?”. Não respondi, voltei ao trabalho, enquanto sorria ao lembrar que a senhora atendida perguntou se ganharia uma vaga gratuita se desse um beijo no reitor...

Wesley PC>

“E, ASSIM, COMO ERA NO PRINCÍPIO”...


Insistindo na tecla: uma imagem de (re)começo.

Fica o pedido.

Nada de guardar rancor...

Wesley PC>

CINE-GOMORRA DE QUINTA-FEIRA QUE VEM (A QUEM INTERESSAR POSSA)


Supra-intencionalmente, um dos papéis que desempenho em Gomorra é o de co-implementador cultural. Ou seja, para além dos 400.000 problemas que estão ocorrendo ao redor de freqüentadores habituais ou ocasionais desta residência coletiva amada por uns e odiada por outros, nossos dias de quinta-feira continuam destinados à exibição aberta e solícita de bons filmes. Quinta-feira que vem, por exemplo, planejo exibir alguns filmes de terror, em minha opinião, um dos gêneros mais políticos que existem. Talvez assim nossas discussões que se tornam problemáticas e/ou beligerantes do lado de fora tornem-se resolutivas e/ou esclarecedoras do lado de dentro.

Dentre os filmes que planejo exibir nesta quinta-feira, encontramos “Hellraiser – Renascido do Inferno” (1987), do homossexual assumido Clive Barker, uma reflexão impressionante sobre o masoquismo na vida de pessoas comuns. Creio que o mito em torno do personagem da foto (o famoso PinHead) seja por demais conhecido, mas, para quem não sabe ainda do que se trata, ele é um cenobita, enviado satânico com a missão de demonstrar a alguns humanos que a dor extrema é também indício de prazer. Quem quiser que caia nessa...

Convite estendido, portanto!

Wesley PC>

PARA QUEM TEM SAUDADES DO SKANK DE OUTRORA...


Quando a banda mineira Skank surgiu, lá pelos idos de 1993, chamou a atenção da crítica brasileira, em virtude de sua bem-vinda mistura de gêneros como o ‘ska’ e o ‘pop rock’. Faixas como “O Homem Q Sabia Demais”, “In(dig)nação”, “Pacato Cidadão” e “Jackie Tequila” marcaram a adolescência daqueles que compartilham a minha geração etária. Em 2003, porém, esta banda mudou radicalmente de estilo (definitivamente, não para melhor) e lançou um álbum de nome “Cosmotron”, recheado de canções românticas melosas, ao estilo do ‘rock’ inglês contemporâneo de bandas como Oasis e Take That. Fui lá e gravei, pois gostei bastante da letra da canção de abertura, nomeada “Supernova”. O álbum, entretanto, me decepcionou deveras. Por mais que eu seja um vendido passional, achei o referido trabalho formulaico em excesso, mas, como gostei da canção supracitada, eis cá sua letra:

“É nítido, direto e inquietante
Eu diria totalmente extravagante
Nosso amor é agressivo no seu ímpeto lascivo
De amizade escarnada no desejo

Não tem calma o forte sim da tua presença
Fecundando minha mente e o fundo desse poço
Onde me jogo simplesmente por esporte boêmio
Mas é tão sério e maluco tá por um fio de tensão

Nosso amor é agressivo no seu ímpeto lascivo
De amizade escarnada no desejo
Obtém aquele máximo poder de um casal
Que é só mesmo destino de um pro outro

No universo das paixões
Amor assim é supernova
Certeiro na veia da carne
Da alma, na carne d’alma”



Sou desses que amam, repito!


Wesley PC>

A REFLEXÃO PRETENDIDA OU DE COMO O SEXO DOS OUTROS É DIFERENTE DO MEU E ISSO NÃO AUTORIZA CONDENAÇÕES DE NENHUMA DAS PARTES


A fotografia acima faz parte de uma coleção de imagens pornográficas que foram enviadas a alguns funcionários da Universidade Federal de Sergipe. Motivo: a vagina da moça acima pertence a uma estagiária da referida instituição, de maneira que o nome da jovem, o curso que ela estuda e o local em que ela estagia vieram minuciosamente discriminados no título da mensagem enviada. Ou seja: alguém teve a intenção massiva de estragar a vida pública desta jovem, única e exclusivamente porque ela decidiu que poderia ter prazer sexual na intimidade de alguma residência e ser fotografada durante este ato. Por que este gente que transforma isto num crime, oh, meu Deus?

Analisando estas imagens (que voltarão a ser comentadas no parágrafo final deste texto), pensei numa situação problemática que envolve alguns de meus amigos gomorrenses no exato momento em que escrevo estas linhas: por causa de comunicações e acusações periclitantes no que diz respeito ao conceito de “traição”, amigos queridos que compartilhavam um relacionamento amoroso se separaram ou poderão se separar. Lástima! E eu, como sempre, divulgador imediatista dos eventos pessoais que me circundam e me preocupam, estou cá a me meter no que pode não ser de meu respeito direto, mas que me causa reações emocionais legítimas. A fim de não parecer um simples fuxiqueiro, transferirei a reflexão aqui pretendida para minha própria alçada: para mim, traição é igual a mentira e não a trocas promíscuas de fluídos corporais!

Um caso pessoal que talvez sirva de exemplo (e/ou de julgamentos externos): ontem à noite, estive conversando com alguns vizinhos. Um deles, comprometido, costuma se envolver em atos proto-sexuais comigo há mais de 8 anos. Porém, isso aparentemente não criou nenhum trauma em sua vida (heterossexual) pública. Ele trabalha, vai a festas, tem amigos e namora jovens por quem se sente realmente apaixonado. Em dado momento da noite de ontem, ele precisou levar seu irmão à rodoviária, pois este precisava viajar a trabalho para a capital de Pernambuco. Eu fiquei só na casa de sua mãe, com a jovem por quem ele está atualmente apaixonado. Em dado momento, precisei comprar um cd virgem e a moçoila me acompanhou até uma bodega. Chovia. Demo-nos as mãos e conversamos no caminho, como se fôssemos íntimos. Ela me falou sobre o falecimento do pai, comentou que sua mãe trabalha num motel, falou sobre suas esperanças e ideais de vida e eu percebi que, aos 18 anos de idade, ela era uma moça bonita e determinada. Algumas horas depois, o namorado dela pediu que eu mostrasse as fotografias acima citadas. Nos 15 minutos seguintes, eu estava praticando sexo oral. Sinto que traí alguém neste processo? Não, não sinto. Se o assunto polêmico e/ou vinculado a mentiras é porque envolve um contexto de retroalimentação de preconceitos muito mais amplo e que, definitivamente, não me impinge de culpa. No dia seguinte, eu, o vizinho e a sua namorada acordamos os três felizes. Eles se amam e eu ingeri sêmen. Cada um teve o que merecia ou precisava. Que mal há nisso?

Que cada carapuça sirva a quem precisar... Concentrem-se no que é importante!

Wesley PC>

domingo, 17 de maio de 2009

CENAS ANTOLÓGICAS DE MEU CINEMA PARTICULAR – I* (MAIO):


“- Tu partiste, meu coração. Tu partiste meu coração!”

Não dá para explicar muito o que está acontecendo nesta cena, transcorrida no Ano Novo cubano de 1959, sem estragar o filme precioso de que ela faz parte. Deixo, apenas, o meu sincero desejo de que as pessoas que, tal qual o Michael Corleone (Al Pacino), sintam que alguém partiu seus corações por causa de atos supostamente imprensados, reconciliem-se de alguma forma. É fácil, é bonito, é dignificante e é infinitamente agradável entender e perdoar. O final do filme em pauta mostra um contra-exemplo. Sugiro, imploro, suplico que busquem-no. Amo sinceramente a todos!

Fonte: “O Poderoso Chefão – Parte II” (1974), de Francis Ford Coppola. Perfeito como Rafael Maurício!

Wesley PC>

“SUBMETA-SE! HAJA O QUE HOUVER, FIQUE VIVA...”


Assim diz Nathaniel Hawkeye (Daniel Day-Lewis) à sua amada Cora Munro (Madeleine Stowe) em “O Último dos Moicanos” (1992), filme do Michael Mann que eu faço de tudo para desgostar, mas não consigo. Pelejo para não me seduzir por aquela trama romântica, por aquela trilha sonora fabulosa e competitiva, por aquele revisionismo histórico-ideológico de veras problemático, mas não consigo. O filme me seduz por completo!

Depois que eu o revi pela enésima vez nesta noite de sábado, fui defecar. Tinha medo de eliminar lombrigas, visto que estou tomando um remédio anti-helmíntico, mas nada saiu de anormal de meu cu, salvo uma quantidade exorbitante de merda. Estava segurando este momento fecal há um bom tempo, de maneira que a quantidade de merda excluída foi tão assustadoramente grande que fiquei preocupado com alguma infecção interna e me enchi de soro caseiro, à base de água potável e filtrada, uma colherada de açúcar e uma pitada de sal. Deu certo!

Enquanto limpava a região externa de meu sistema excretor traseiro, percebi uma lesma no lixeirinho do banheiro. Fiquei me imaginando como seria viver como um molusco, enquanto contemplava o animal. Meu celular toca. Chamaram para passar a madrugada em Gomorra, vendo filmes. Aceitei prontamente o convite. Queria que Rafael Maurício estivesse lá, mas ele precisou dormir em casa. Tentei falar com ele por quase 10 horas interruptas, mas ele não atendia o celular. Fiquei desesperado, até que ele me dá um retorno algumas horas depois, quando finalmente percebeu a minha busca. Fiquei tranqüilo.

Aí eu voltei a pensar nesta cena do filme, quando Cora é intimada a permanecer viva, mesmo que fosse estuprada, mesmo que fosse obrigada a casar com quem não ama, mesmo que seu amado semi-indígena fosse morto, mesmo que ela fosse feita prisioneira de guerra... “De que vale a pena viver nestas condições?”, pensei por alguns minutos. “Eu suportaria viver assim?”. Pergunto-me agora: “talvez eu já não viva? E, do meu jeito pessoal de me conformar com o mundo ‘injusto’ ao meu redor, não é bom?”. Pelo sim, pelo não, no interesse de uma resposta mais objetiva, recomendo o filme a quem interessar possa. Eu acho lindo, eu acho ótimo, eu sou desses que amam!

Wesley PC>

FAIXA 11: “O BOI” (por João Falcão & André Moraes)


(...)

“O Boi” é uma faixa instrumental de apenas 51 segundos e tem dupla função no filme de que faz parte: no plano sintagmático-linear, ela está relacionada à cena em que o herói-protagonista precisa segurar a fúria de um boi desembestado (metáfora de seu desejo irreprimível) que aparece no meio da rua, a fim de provar sua valentia à amada-título; no plano paradigmático-hermenêutico, a faixa tematiza a trajetória paradoxal do matador Frederico Evandro (magnificamente tipificado pro Marco Nanini), que, apesar de sua aparência cruel, é loucamente apaixonado por sua esposa Inaura (papel da talentosa Virginia Cavendish) e é repetidamente traído por ela. Por esses dois motivos, portanto, não vou pensar muito em quem dedico esta música. Dedico a mim mesmo e ao romance que comecei a ler esta semana, do qual escolho uma citação completamente aleatória, enquanto espero a oportunidade adequada para revelar seu título:

- Quanto tempo terei de ficar aqui?
- Não sei. Depende.
- De quê?

Não lhe respondi; não sabia o que dizer.
- Dependerá de eu me apaixonar por você?
Fiquei calado.
- Se for isso, ficarei aqui até morrer.
Não lhe respondi”.

Escolha justificada?

Wesley PC>