sexta-feira, 21 de março de 2014

FAZ DE CONTA QUE...


Vi "Grito de Horror" (1981, de Joe Dante) antes de dormir...
Deitei à 1h30'.
Despertei antes de 6h.
Estou trabalhando.
Numa pausa, aliás.
Pensando no filme.
Pensando nos sorrisos que o filme me proporcionou.
E no excesso de excitação sexual.
Pois há um trauma de estupro no filme.

Wesley PC>

quarta-feira, 19 de março de 2014

UMA PREDISPOSIÇÃO PARA ENTENDER ADEQUADAMENTE O FILME?

De ontem para hoje, estou atrevendo-me a conferir os médias-metragens que, em 1968, foram oportunamente (ou oportunisticamente) reunidos sobre o título "Brasil Verdade". Na manhã de hoje, foi a vez de "Subterrâneos do Futebol" (1965), dirigido por Maurice Capovilla e admirado por muitos de meus amigos masculinos...

De início, é óbvia a admiração: o filme descortina a invenção midiática dos mitos futebolísticos, conforme o seu título deixa bem claro. Porém, como eu tenho problemas duradouros com este esporte (traumáticos, até), irritei-me sobremaneira diante de situações que deveriam ser emocionantes, como a confissão da esposa de um jogador que fica com "traumatismo nervoso" depois que seu marido faz uma excursão de três meses ou o instante em que um homem visivelmente pobre comemora com bravatas e ofensas a outros times a vitória do Santos no campeonato daquele ano (1964)...

Gostei do uso interno da entrevista com o Pelé, curti a abordagem desmistificadora (e quase sindical) da profissão de jogador de futebol e mantive o respeito pela abordagem enfrentadora do diretor Maurice Capovilla, de quem sou fã. Porém, o tema do filme exige um conhecimento mais apurado acerca das nuanças ali investigadas. Não foi o meu caso, desculpa! Talvez revendo o filme, quem sabe?

Wesley PC>

segunda-feira, 17 de março de 2014

QUANDO AS DIFICULDADES PARA DORMIR SÃO OCASIONADAS PELA BELEZA DO MUNDO AO REDOR, PELA CHUVA QUE CAÍA NO TELHADO, PELA LEMBRANÇA DOS SERES QUE AMEI E AMO...

Cria que desgostaria sobremaneira de “Um Alguém Apaixonado” (2012), incursão diaspórica do cineasta iraniano Abbas Kiarostami pelo Japão. Dito e feito: durante a sessão, incomodei-me bastante com um roteiro sobre relações aldeãs em plena metrópole de Tóquio. Ao término da mesma, os virtuosismos da direção e da fotografia ficaram repercutindo enquanto eu tentava dormir. E, nossa, meu Deus, quanta percepção de beleza se instalou sobre mim!

Enviei SMS a alguns amigos (diversos!) e, vendo que não conseguiria adormecer, levantei-me e fui ler algo. No caso, um artigo do comunicólogo Denílson Lopes sobre os pontos em comum entre os cineastas Abderrahmane Sissako e Claire Denis. No texto, fui apresentado ao conceito de “cinema com sotaque”, conforme deslindado por Hamid Naficy. Interessei-me deveras por este conceito. Irei em busca de mais informações sobre ele, ao passo em que o artigo tinha muitíssimo a ver com o que eu sentia naquele instante da madrugada!

 Às 5h15’, levantei-me para ver “Liliam, a Suja” (1981, de Antonio Meliande), que estava sendo exibido no Canal Brasil. Gostei muito desta trama sobre uma assassina serial espontânea, uma vingadora das mulheres exploradas por seus patrões desalmados. O desfecho é inusitado ao extremo! Ao final da sessão, adormeci...

Sonhei que um rapaz interiorano que muito me atrai viera morar com seu irmão mais velho (e católico) na mesma rua que eu. Seu pai era o ator sueco Max Von Sydow, o que me entusiasmou deveras: conversamos tanto! Por mais velho que estivesse o ator, ele ouvia com atenção às minhas perguntas e às minhas declarações de que era seu fã! Tive até coragem de confessar que o achei lindo quando o vi fisicamente despido em “A Fonte da Donzela” (1959, de Ingmar Bergman) – risos. Por falar nisso, em dado momento do sonho, observava o meu objeto juvenil de adolescente ao banho. Como ele havia engordado, a pele de sua barriga cobria a sua genitália. Eu o amava, entretanto. Acordei com torcicolo!

 Wesley PC>

domingo, 16 de março de 2014

QUANDO A NOSTALGIA CEDE LUGAR PARA A HISTÓRIA...


“O cinema é, e sempre foi, ‘business’. Agora, no entanto, as coisas vão ficando meio desproporcionais. Um único filme policial na América custa mais que uma rede de televisão no Brasil. É um produto para multidões. Tem de render explorando o gosto médio, que hoje é um gosto planetário. E nisso, uma vez mais, reside um talento monstruoso. Não só na plasticidade, na fotografia, no ritmo, nos clichês magistralmente costurados. Há muito talento artístico da indústria cinematográfica em acertar, na mosca, o gosto médio de populações tão distantes entre si. [...] O gosto médio – ou o medo médio? – foi premiado com competência extrema”. 

Editorial da extinta revista SET, edição 38 (agosto de 1990), sobre o filme “Duro de Matar 2” (1990, de Renny Harlin), enviado como SMS a vários de meus amigos na manhã de domingo, 16 de março de 2014.


Na tarde de ontem, recebi uma visita dos Correios. Felizmente, a greve que já durava mais de um mês encerrou! Recebi uma encomenda que comprara há duas semanas. O carteiro, ao me entregar o pacote, perguntou se era algo que eu estudo, disse-lhe que sim. Ele sorriu: “é isso mesmo, estás no caminho certo!”. Chuviscava...

No pacote, havia justamente algumas edições antigas da revista SET. Quero completar uma coleção, inicialmente, até a edição 120, que configura exatos dez anos de publicações. Será o escopo de uma monografia. Na edição 112 (outubro de 1996), a propósito, há uma matéria de capa chamada “Os 10 maiores astros de Hollywood – e por que este cara pode ser o próximo da lista”. Ao lado de Humphrey Bogart, Sean Connery, Marlon Brando, Paul Newman, Jack Nicholson, John Wayne, Clint Eastwood, James Dean, Robert Redford e Harrison Ford, estava uma foto de Matthew McConaughey, “ilustre desconhecido” que acabara de estrelar o elogiado “Tempo de Matar” (1996, de Joel Schumacher).

 O tempo, entretanto, parecia lograr esta manchete, tanto quanto as más escolhas do ator, que se tornara astro freqüente de comédias românticas bobocas. Até que, em 2014, ele recebe um merecidíssimo Oscar que premiava não apenas o seu ótimo desempenho em “Clube de Compras Dallas” (2013, de Jean-Marc Vallée), mas todos os audaciosos papéis que defendeu no último triênio, dentre eles a protagonização do ‘kitsch’ porém marcante “Killer Joe – Matador de Aluguel” (2011, de William Friedkin).  Vi este filme anteontem. Gostei muito, mas não tanto quanto alguns de meus entusiasmados amigos. Porém, tenho que levantar a mão (e outras partes móveis do corpo): Matthew McConaughey arrasa!

Wesley PC>