sábado, 18 de julho de 2009

AINDA QUE SEJA MENTIRA, SAUDADES!


“Da idéia normal do belo, todavia, se distingue ainda o ideal, que se pode esperar unicamente na figura humana, pelas razões já apresentadas. Ora, nesta o ideal consiste na expressão do moral, sem o qual o objeto não aprazeria universalmente e, além disso, positivamente (não apenas negativamente em uma apresentação academicamente correta) . [...] A correção de um tal ideal de beleza prova-se no fato de que ele não permite a nenhum atrativo dos sentidos misturar-se à complacência em seu objeto e, não obstante, inspira um grande interesse por ele; o que então prova que o ajuizamento segundo um tal padrão de medida jamais pode ser puramente estético e o ajuizamento segundo um ideal da beleza não é um simples juízo de gosto”

“17. Do ideal da beleza” IN: CRÍTICA DA FACULDADE DO JUÍZO (Immanuel Kant)

Ou, mesmo que fosse mentira, eu acreditaria!

Wesley PC>

É POR CRIMEPENSAR TANTO QUE EU SEREI PRESO EM BREVE!



Acabei de ver esta fotomontagem de um amigo que estudou Comunicação Social na mesma turma universitária que eu e não resisti: preciso usucaptá-la, por mais criminoso que isto seja! O garoto em pauta, que nunca havia levado à turma a foto infantil da esquerda, era um dos mais meigos da classe. O mais bonito também. Tanto, que as jovenzinhas de lá o apelidaram de “Pelucinho”. Eu, por minha vez, gostava de conversar com ele em virtude sua sinceridade e do modo tímido com que ele se manifestava em relação ao mundo. De repente, seguindo uma tendência que se tornou patente entre os estudantes de Jornalismo da época (ainda hoje, suponho), ele entrou para a Polícia (ou para o Corpo de Bombeiros, não me lembro bem agora). Ele e quase 1/7 da turma. Vejo-o raramente, mas, por ocasião de sua formatura, atendi-o de longe no DAA, por esses dias... E vi a foto hoje, quase um atestado de predestinação. Tremi de medo. Tremi de dor, de vergonha, de exibicionismo, sei lá! Admito que o efeito fotográfico é boníssimo, mas só atesta uma pergunta que eu repeti a mim mesmo, diversas vezes, na manhã de ontem: “o que são os meus problemas comparados às lamentações do mundo?”. Poderia cantar com os Racionais MC’s que “não confio na polícia, raça do caralho!”, mas não resolveria o conflito agora. Quando é para ser, é para ser! E George Orwell estava certo mais uma vez... Longa vida!

Wesley PC>

“POR ISSO, A MAIORIA DE TEUS AMIGOS TÊM 14 ANOS DE IDADE!”


A minha relutância em sentir que estou a competir com alguém faz com que não seja aficionado por jogos eletrônicos. Nem mesmo pequeno, me sentia contente em bater em oponentes virtuais. Por algum tempo, inclusive, meu irmão mais velho adquiriu uma borracharia e incluiu um fliperama no lugar. Eu fui obrigado a tomar conta do local por algumas noites. Meninos (alguns bonitos) gastavam fortunas naquelas máquinas. E eu me encolhia de vergonha, crente que, a qualquer momento, eles podiam parar de espancar seus inimigos computadorizados e me encher de porrada. Sobrevivi, felizmente!

Hoje pela manhã, vi um dos filmes cabais no processo cinematográfico de inserção da realidade virtual: “Tron, uma Odisséia Eletrônico” (1982, de Steven Lisberger), famoso pelo sobejo de efeitos especiais, memoráveis à época. Vi por causa da trilha sonora de Wendy Carlos, mas confesso que depositava algumas esperanças sobre o filme. Elas falharam!

Sobre o que é a trama: o clichê básico! Um programador jovem de computadores, que se diverte a perder noites e mais noites a criar jogos, é despedido da empresa para a qual trabalha e um rival se apropria de suas invenções, torna-se diretor executivo da empresa e cria um ambiente virtual que logo ganha vida própria e se nutre dos desejos de dominar o mundo, através da invasão simultânea do Pentágono norte-americano e do Kremlin soviético. Porém, o programador é convertido em ‘bits’ e lançado no interior do sistema. Torna-se parte de um jogo eletrônico, sua especialidade. Obviamente, sabemos desde a primeira cena que ele vencerá o jogo e o filme. “Vitória dos humanos”, diz o roteiro, mas, quem quer que tenha o visto o filme na época em que ele foi lançado, só elogiava os efeitos especiais. Quase ninguém lembra que Jeff Bridges atuou ali. Seria mesmo vitória dos humanos? Na última imagem, os personagens de carne e osso do filme sobrem na cobertura do prédio em que trabalhavam e contemplam a paisagem urbana a seu redor: concreto, aço e luzes, muitas luzes e tecnologia. Repito a pergunta: vitória dos humanos?

A minha reação a este filme podia resvalar nos mesmos motivos que me fizeram ter restrições a filmes-marco na luta “vitoriosa” de humanos sobre as máquinas como “Matrix Revolutions” (2003, de Andy & Larry Wachowski), por exemplo, mas perverti tal reação para um âmbito pessoal, já que externei inúmeras vezes os ciúmes que sinto destes jogos, que levam meninos queridos para longe de mim. Ao menos, no plano virtual. É minha sina de auto-vítima balizando meus textos e intentos espectatoriais mais uma vez! Estou condenado: vai-te foder, Wesley!

Wesley PC>

sexta-feira, 17 de julho de 2009

PORQUE PENSAR EM TI É MEU CRIME!


“Na hora do crime, eu estava na cidade, conversando com o Vigário, a respeito da igreja que pretendia levantar em S. Bernardo. Para o futuro, se os negócios corressem bem.
- Que horror! Exclamou Padre Silvestre quando chegou a notícia. Ele tinha inimigos?
- Se tinha! Ora se tinha! Inimigo como carrapato. Vamos ao resto, Padre Silvestre. Quanto custa um sino?”

E assim termina o capítulo 6 do romance clássico que eu comecei a ler hoje. Sou culpado!

Wesley PC>

EU QUERO CHUPAR TEU PAU, LAMBER A TUA BOCETA E VER OS FILMES ANTIGOS DO PAUL VERHOEVEN!


Para ver se, assim, eu diminuo o sofrimento e/ou a vitimização...

Wesley PC>

quinta-feira, 16 de julho de 2009

TUDO O QUE (NÃO) FAZEMOS GERA OUTRAS (IN)AÇÕES!


A campanha acima, da marca indumentária Dolce & Gabbana, conceituadíssima no mundo da moda, gerou polêmica em virtude das acusações de estar glorificando o estupro. Os contra-detratores argumentam que a sensualidade da campanha é voluntária, que o rapaz despido e deitado no chão goza com a situação, o que talvez configure um estado psicológico apelidado de passivo-agressividade, em que é difícil distinguir se a pessoa afligida é realmente uma vítima ou só se sente como tal. Se houver silêncio no futuro, eis a pista.

Wesley PC>

“O ‘POP’ MATA A POESIA!” OU EU TAMBÉM QUERO SER UM CHAROLASTRA!



Acordei hoje me sentindo um nada. Não queria nada, não sentia vontade de nada. Cheguei ao fundo do poço. Era cedo, minha mãe ainda dormia. Não tinha café na cafeteira. Tive que fazer, apressado, chateado. Já acordo pensando na hora de ir para o trabalho. Triste sina de um empregado! Liguei o rádio mecanicamente e escolhi um CD de forma aleatória! Saiu a compilação “Grandes Êxitos” (2002), da Shakira. Foi pitoresco, mas aceitei o contrato do acaso, enquanto lembrava uma conversa de madrugada que tivemos em Gomorra, em que Rafael Maurício estabelecia conexões imediatas entre os videoclipes pretensamente eróticos da colombiana com cabelos pintados de loiro e suas masturbações adolescentes. Era-me suficiente. Faixa 1: “Estoy Aquí”. Clássico! Mas foi somente em “Inevitable” que o recado foi dado:

“Si es cuestion de confesar

No sé preparar cafe

Y no entiendo de futbol


(....)


La verdad es que también

Lloro una vez al més

Sobre todo cuando hay frío


Conmigo nada es fácil
Ya debes saber, me conoces bién

Y sin ti todo es tan aburrido

El cielo está cansado

Ya de ver la lluvia caer

Y cada día que pasa

Es uno más parecido a ayer

No encuentro forma alguna de olvidarte

Porque seguir amandote es inevitable”

Eu sei preparar café. Estava fazendo-o no momento em que ouvia e cantarolava a canção, incluseive. Preparava-me para ver o terceiro filme da cinessérie com o perosnagem da J. K. Rowling. Cria que odiaria, nao obstante confiar no diretor Alfonso Cuarón, que me enternecera cruelmente há alguns meses com a revisão do estupendo “E Sua Mãe Também” (2001). Paguei a minha própria língua. Achei o filme ótimo. Não bom, não mediano, nao aprazível nem suportável. Òtimo! Assim mesmo: com estas cinco letras, O’s repetidos e acento agudo.

Na primeira cena, o protagonista levanta a sua varinha de forma interdita. Debaixo dos colchões, com as luzes apagadas, deitando-se e fingindo dormir sempre que seu tio abre a porta, metaforicamente Harry Potter descobria a masturbação! E eu percebia que iria gostar do filme a partir daí. À medida que a trama avança, percebo um tom de desesperança reinante, aliado a uma causalidade ausente dos péssimos filmes anteriores. Aqui, os atos dos personagens não só geram consequências, como também parecem ter sentido, em especial, durante o terço final da projeção, em que uma fenda no tempo ser abre e acompanhamos aos mesmos eventos vistos anteriormente através do ponto de vista duplicado dos personagens. Além disso, personagens que eram considerados “ruins” são reabilitados, com destaque para Severus Snape (magnificamente vivido por Alan Rickman), meu estereótipo favorito. Ao contrário dos desfechos anteriores, aqui o sorriso de Harry Potter é congelado, mas seus olhos mantêm a infelicidade. Pena que já vi o quarto filme da série e sei que é péssimo. Esta terceira edição deixará saudades!

No intervalo da sessão, recebi um telefonema de Rafael Coelho. Conversamos por cerca de 15 minutos e eu relutava em repassar as más notícias que me corróem. Sorríamos, conversávamos empolgados. Volto a dizer: realizo-me através da viagem dele. Foi bom ouvir a sua voz. Foi bom... Me senti alguma coisa!

Wesley PC>

quarta-feira, 15 de julho de 2009

DEPOIS DIZEM QUE ANNE RODRIGUES É DOIDA!


Há muito que leio comentários de Charlisson de Andrade e alguns de seus companheiros de História elogiando a banda que Anne K. apelidou de “cretina”: Gang 90 & as Absurdettes. Até a semana nunca tinha ouvido nenhuma de suas canções, não obstante ter surrupiado o álbum de estréia da banda do ‘pendrive’ de Rafael Maurício. Tive uma verdadeira epifania durante a execução da primeira faixa, a famosíssima “Nosso Louco Amor”, que chegou a ser tema de novela da TV Globo e a qual eu imaginava que fosse executada pela Blitz. A faixa 3, “Telefone”, foi citada na canção mais famosa da banda baiana Penélope, “Holiday”, e a faixa 7, “Perdidos na Selva”, composta por Júlio Barroso e Guilherme Arantes, consolidou o nome da banda na discografia brasileira. Mas nada se compara aos versos da primeira canção e é a Anne Rodrigues que eu os dedico agora: “Sem perdão não há como aprender e errar”. Tenho certeza que ela sabe do que estou falando...

Wesley PC>

E, POR ENQUANTO, NADA DE CONCESSÕES ANUENTES!


Ainda estou no segundo filme da cinessérie baseada nos livros de J. K. Rowling (os quais não li e nem tenho vontade) e continuo detestando-os. Porém, em “Harry Potter e a Câmara Secreta” (2002, do acéfalo Chris Columbus), há um personagem interessante: este da foto, o elfo Dobby, que serve a uma família arrogante de bruxo há séculos. A servidão está tão impregnada em seu âmago que todas as pessoas que conheço que viram o filme disseram que ele parece bastante comigo. O modo como ele estapeia a própria cabeça depois que revela algum segredo ou comete alguma gafe tem tudo a ver com a minha eterna síndrome de culpa. Pena que o péssimo roteiro de Steve Kloves, que nada mais faz do que acumular clímaxes deletérios e esvaziados, desperdiça este bom personagem, bem como o ótimo desempenho de Alan Rickman como um sombrio professor de poções. Ainda faltam 3 filmes, os quais minha mãe está a apreciar deveras. Tomara que eu sobreviva à mediocridade dos demais, não obstante confiar no talento erótico de Adolfo Cuarón.

Wesley PC>

DESAPONTAMENTO


No local em que trabalho, uma colega estava me relatando que, quando tentava ensaboar os pés durante o banho, levou uma queda tremenda e permaneceu desfalecida por alguns minutos debaixo do chuveiro, até que alguém a resgatou. Conclusão: por ser perigoso, não devemos ensaboar os pés? A mesma colega insiste em ensaboar os pés até hoje e convidou-me para uma festa eletrônica em sua casa, no próximo sábado. Torço para que eu não conheça as pessoas nesta festa. Preciso do desconhecido. Pintarei as unhas de vermelho e me aventurarei, tal qual fez o personagem de Brendan Fraser na cena do filme acima, “Paixões na Floresta” (1995, de Philip Ridley), um pequeno ‘cult movie’ em que masturbação e fanatismo religioso se amalgamam violentamente. É só o que me resta...

Wesley PC>

terça-feira, 14 de julho de 2009

EU TENHO UMA DOENÇA!


“Feels like you made a mistake
You made somebody's heart break
But now I have to let you go
I have to let you go”
No domingo, eu precisei trabalhar. Como a Universidade estava fechada, estávamos nos terrenos da mesma somente os funcionários do DAA. Um cachorro com calazar encasquetou em deitar na porta de atendimento, que estava fechada, mas que precisávamos atravessar quando saíamos do recinto. O cachorro era lindo, uma graça, muito simpático e ficou todo contente quando eu me dediquei a conversar com ele por alguns minutos. Percebi um carrapato imenso no corpo do animal, retirei-o com a mão, mas, como não posso assassinar animais, atirei-o, ainda vivo, longe de onde eu e o cachorro estávamos. Ao fazer isso, fui acusado de ser um disseminador da leishmaniose que infectava o cachorro. Assumo a culpa e pergunto a mim mesmo: é preferível a infecção patogênica à morte?

Segui em frente, fiz de conta que vivia. Ao chegar ao meu local de trabalho hoje, vestindo uma camiseta azul inusual, notaram que estava muito magro. Muito magro mesmo! “Sempre fui assim”, contra-argumentei, mas os meus interlocutores insistiam em dizer que estou ainda mais magro que o normal. “Estás doente?”, perguntavam nervosos. “Sentes-te mal?”, perguntavam outros. Eu sentia que sim, mas talvez não viesse ao caso responder. “Sempre fui assim”, insisti.

“I got a disease deep inside me
Makes me feel uneasy, baby
I can't live without you, tell me
What am I supposed to do about it
Keep your distance from it
Don't pay no attention to me
I got a disease”

Preciso traduzir a canção do Matchbox 20 (co-composta pelo Mick Jagger)?

Wesley PC>

ARREGANHA O CORAÇÃO, BJÖRK!


E ela o faz, no videoclipe de “Jóga”, do esotérico Michel Gondry. Ela arreganha seu coração e descobre uma pedra no lugar, uma ilha, “cercada de água por todos os lados”, como fiz com que um amigo dissesse durante um jogo de mímica, uma vez. “Estado de emergência”: ela grita várias vezes, mas está sozinha na tal ilha, cujas placas tectônicas movem-se aceleradamente e constituindo novas “paisagens emocionais”, tão desoladoras quanto a inicial. E ela põe a culpa em alguém... Culpa dela!

Wesley PC>

AS COISAS SÃO DIFERENTES DO LADO DE CÁ...


Semana passada, nosso amigo Wendell libertou uma pomba. Foi um gesto simbólico que, dentre outras coisas, o remeteu ao poeta uruguaio Mario Benedetti (que também morreu este ano!). Ele me enviou uma carinhosa mensagem de celular, comentando o gesto, ao que eu imediatamente retornei, dizendo que, em minha casa, acontece o inverso: a cada dia, minha mãe e meu irmão mais novo descobrem novas estratégias para aprisionar pombos. E eu sou um cúmplice mudo. Aconteceu novamente há algumas horas. Enquanto eu reassistia ao execrável “Harry Potter e a Pedra Filosofal” (2001, de Chris Columbus), um desagradável exercício de estímulo à competição desmedida, uma columbiforme cinza era aprisionada. E eu calado, mais uma vez. De repente, batem no portão: minha ex-cunhada chega, disposta a fazer sexo. E eu calado. E no meu quintal há um quelônio que não se alimenta de aves vivas – e eu calado!

Wesley PC>

QUASE NINGUÉM ME FALOU QUE O LUX INTERIOR MORREU...


Eu sabia disso, mas não tinha dado muita trela, até que peguei novamente o “Big Beat from Badsville” (1997) para ouvir, na manhã de hoje. Para quem não sabe, Lux (abreviação de Luxury) Interior é o pseudônimo de Erick Lee Purkhiser, vocalista da banda/dupla de rock ‘psychobilly’ The Cramps, que, inspirados pelos filmes B da década de 1950, cantavam sobre fetiches, sexo livre, monstros e temas de ficção científica e coisas do gênero. Ouço agora “It Thing Hard-On”, sobre uma coisa que endurece e endurece e endurece...

Só completando a manchete lá de cima, o Lux Interior morreu dia 4 de fevereiro deste ano, aos 62 anos de idade. Problemas em sua aorta causaram a morte. Lembro quando me passaram a banda, em 2002, dizendo que tinha tudo a ver comigo. E como tinha! Se o vocalista se sujeitasse a um reducionismo sexualista qualquer, não obstante dedicar inúmeras canções safadas a sua amada esposa e companheira de grupo Poison Ivy, poderíamos dizer que esta banda é uma das principais influências da extraordinária banda ‘punk’ recifense Textículos de Mary. O som de muitas canções é parecido. Recomendação musical imediata: “Queen of Pain”, que é o que estou a ouvir agora!

“Queen of pain, queen of pain
What will I use to clean that stain?
Queen of pain, queen of pain
This is a strain up on this crane
Queen of pain, queen of pain
I’m spinnin' like a weather vane
Queen of pain, queen of pain
What you gonna do with that cane?!”


Wesley PC>

As inadequações cotidianas "normais"

segunda-feira, 13 de julho de 2009

INSERÇÃO SENSO-COMUNAL FORÇADA

Espero que esta vergonha não soe de todo convencional, mas, na semana passada, minha mãe fez um pedido que, em qualquer outra situação eu recusaria, mas, diante de seu aniversário recente, resolvi abdicar de meu orgulho de “pimba” e ceder um pouco ao clichê solicitado, atividade que, com certeza, estará sendo realizada nesta mesma semana por milhares de pessoas ao redor do mundo (incluindo, os idiotas): ver todos os filmes até então lançados em DVD da cinessérie do Harry Potter.

Admito que sempre detestei tais filmes e que nunca li nenhum parágrafo de nenhum dos livros, mas, assim mesmo, arrisquei-me e vi o primeiro e o quarto filmes da série. O primeiro deles, “Harry Potter e a Pedra Filosofal” (2001, de Chris Columbus) eu assisti quando uma amiga locou e me emprestou e incomodei-me com a vacuidade no uso da magia e com o excesso de estímulos competitivos. O quarto, “Harry Potter e o Cálice de Fogo” (2005, de Mike Newell), eu vi no cinema, graças a uma paixonite problemática. Foi um dos piores filmes que já vi em minha vida. Deplorável! Os problemas do primeiro filme foram elevados à enésima potência, mas foi engraçado que eu tenha aproveitado aquela sessão para ficar aos beijos e agarros com outro rapaz, enquanto a sala estava cheia de crianças (risos). Ainda lembro daqueles rostos de pais espantados, bem como da surpresa do funcionário do Cinemark quando eu exigi ver os intermináveis créditos do filme até o final. Trágico ano de 2005...

Mas, deixemos de lamentações: a partir de hoje à noite, a família Pereira de Castro dedicar-se-á à nojosa revisão dos cinco filmes até então disponpíveis da cinessérie, sendo que o sexto exemplar estreará nos cinemas neste fim de semana. Talvez o mesmo moço com quem vi o filme em 2005 me convide para acompanhá-lo, já que ele está voltando para minha vida... Talvez eu seja forte e me recuse a esta submissão execrável. Talvez (de novo esta palavra!). O que importa é que o Daniel Radcliffe foi muito esperto ao aparecer nu na versão teatral de “Equus”, peça de Peter Schaffer que foi magnificamente levada aos cinemas, por Sidney Lumet, em 1977. Nunca tive a sorte de ver o filme completo, mas a abundância de cenas de nudez frontal masculina e as menções recorrentes à cegueira traumática de cavalos marcaram aqueles relances no canal fechado MGM, onde vi o filme passando da última vez... Não disponho deste canal em meu pacote de TV por assinatura, mas garanto baixar o filme assim que possível. Tenho que preparar a limpeza mental antes de me submeter a estes filmes horrorosos, infelizmente despejados frente à sensibilidade cadente das crianças contemporâneas! Abaixo à mitologia escrita por J. K. Rowling!

Wesley PC>

“I’LL ALWAYS BE WAITING FOR YOU, FOR YOU…”


“Então, eu olho em tua direção,
Mas tu não prestas atenção em mim
Eu sei que tu não me ouves,
Pois tu mesmo afirmas que vê através de mim, não é?”

Quando “Parachutes”, ótimo álbum de estréia da banda britânica Coldplay foi lançado, a crítica da época achou estranho que, em pleno e decadente ano 2000, alguém, ainda se dispusesse a cantar que “vivemos num mundo maravilhoso”, conforme consta da canção de abertura “Don’t Panic”. Eu, de minha parte, não achei nada de estranho no trecho. Podia muito bem ser um estratagema disfarçado de ironia melancólica, muito cara às referências pessoais do esnobe vocalista Chris Martin. Porém, num álbum que contém pérolas como “Yellow”, “Trouble” e “Everything’s Not Lost”, é a segunda faixa, “Shiver” que me destrói. Por mais que o tempo tenha passado, por mais que o Coldplay tenha composto músicas melhores e piores que aquelas contidas neste disco (um dos primeiros que gravei em CD na minha vida!), por mais que eu não escute tanto este álbum quanto eu escutei até algum tempo atrás, “Shiver” ainda continua me destruindo. E ontem de madrugada, eu dei de cara com este CD, e escutei a mesma faixa diversas e diversas vezes antes de dormir, e escutei-a novamente assim que acordei, e o efeito destrutivo não passa...

“Mas continua e continua,
Desde o momento em que acordo até o momento em que durmo
Eu estarei aqui ao teu lado,
Até que tu tentes me parar.
Eu estarei esperando na fila,
Apenas para ver se tu te importas”...

Desde que passei a me servir deste ‘blog’ para finalidades, reclamações e lamúrias pessoais, já ouvi admoestações de diversos amigos sobre o excesso de traduções de músicas estrangeiras aqui publicadas. Segundo tais admoestações, as pessoas a quem eu desejo me dirigir pouco se importam com o que escrevo e aquelas a quem não me dirijo diretamente têm coisas mais importantes para ler ou pensar. Talvez eu não esteja dirigindo-me a ninguém especificamente, ou talvez esteja mas contento-me com as surpresas na trajetória de recepção da mensagem, não importa quem seja o receptor, talvez eu mesmo, relendo. Talvez eu me importe tanto que não agüente mais me justificar, explicar a mesma coisa, no mesmo tom autocomiserativo. Talvez eu suplique nas entrelinhas para que uma ou duas pessoas determinadas lessem e entendessem as mensagens explícitas. Talvez eu dependa muito do “talvez”...


"Então, tu sabes o quanto eu preciso de ti?
Mas tu nunca me vês,
E esta é a minha oportunidade final de te alcançar?
(...)
Oh, tu queres que eu mude?
Bem, eu mudei para melhor
E eu queria que tu soubesses que eu sempre estarei do teu lado,
E eu queria dizer que...
Eu sempre esperarei por ti,
Sim, eu sempre esperarei por ti”


Em verdade, considero “The Scientist”, contida em um álbum posterior, a melhor música do Coldplay. Mas os lamentos de “Shiver” continuam aqui reverberando em minha cabeça. E, sim, eu sempre, sempre, sempre esperarei por ti!

Wesley PC>

BAIXO-ASTRAL PADRÃO


Rafael Coelho agora está se comunicando com certa freqüência e enchendo de emoção os aracajuanos, alagoanos e baianos saudosos! Numa das mensagens responsivas, ele disse que “meu baixo-astral é entendível”. E eu fiquei pensando no que isso quer dizer e no quanto isso vai de encontro à gana hiponga de meu amigo leporídeo querido. Eu tenho mais é que esquecer estes meus vícios melancólicos e enviar as vibrações mais positivas possíveis para este que agora se refere a mim como “irmão cósmico”, o que me enche de honra, mas não, eu insisto em alimentar tragédias íntimas pseudo-imaginárias. Vi hoje à noite um filme de terror sueco chamado “Deixe Ela Entrar” (2008, de Tomas Alfredson) no qual uma vampira de 12 anos diz que não é mais monstruosa que o menino por quem ela se apaixona, alvo de chacotas no colégio, que gradualmente se torna um ser vingativo e decepa a orelha de um desafeto com um bastão. Numa das cenas finais, há um massacre infantil numa piscina. Tinha tudo para ser um filme ótimo. É mais um filme triste. E eu sinto saudades de Coelhinho. Mas estou feliz porque a jornada dele está dando certo... Flores astrais para os rafaéis que estão distantes de mim! Que os bons vermes passeiem na lua cheia!

Wesley PC>

domingo, 12 de julho de 2009

Saga Gomorrense (Rio de Janeiro) Feop pt16

Segunda, 06/07, penúltimo dia no Rio de Janeiro

Como havíamos marcado, eu e meu colega da Maré fomos almoçar com a pova do curso do Observatório de Favelas - a velha xepa.

Depois ficamos no OF e vimos uma palestra do Jorge Barbosa (um dos coordenadores do OF) falando de favela, território e territorialidade.

Nem fiquei até o final, fui agilizar a noite que prometia.

Confirmei com a galera e ficamos de ir pro Olimpo ver o show de Exaltasamba \o/

Bem, a noite foi ducario, mas pra chegar lá que foi complicado.

Primeiro o chuveiro queimou a resistência quando eu estava tomando banho. Não sei bem porque, mas a armengação do chuveiro deixariam Coelho, Madruga e Chá de boca aberta auhauhauha.

Depois ao sair vimos uma movimentação suspeita, muita movimentação e muito suspeita. Demos um tempo dentro de casa. Ouvimos tiros. A vida num tá mole não, jaum! Depois de um tempinho parou e preferimos sair logo. Arriscado, mas ficar preso dentro de casa não me agrada mais que fazer uso da liberdade. =)

Chegando no show ainda tinha um problema previsto e muito arriscado. Talvez não deixariam eu entrar porque estava de havaianas. ¬¬ Mó embasso.

De fato o primeiro segurança tentou me segurar. Eu jogay um caô dizendo que estava de visita e ia embora no outro dia. Dae ele disse que eu podia tentar entrar, mas que na frente os outros seguranças iriam me barrar. Quando chegamos perto desses seguranças meus colegas fizeram uma barreira e eu fiquei no meio de forma que as pessoas não poderiam ver as sandálias. Não sei se foi isso, mas consegui passar.

A noite estava livre, agora era só curti.

O local hoje é legal. Pra mim é lugar de pleibas. Foi 15 pratas preu entrar. Mulheres de graça. Mas meus colegas acharam ruim quando disse que era de pleibas. auhauhauh Orgulho da favela, sacam?

Antes não o Olimpo não tinha muita segurança, dae os meninos ficavam agarrando as meninas na porta do banheiro. Os meninos tiravam a camisa (uia!). Bem, pelo que me falaram era meio baixaria auhauhah Deveria ser bom entao o.O zueira

Agora não pode entrar de chinelo, não pode tirar a camisa, segurança nas portas e dentro do banheiro.

O interessante foi que não precisamos ficar em fila pra comprar cerva, tem uma garçon que fica circulando e vendendo baldes de cerveja. Dae compramos e ficamos diboas \o/

O primeiro show da noite foi massinha. Um cara desconhecido, mas ativo na noite carioca. De cara rolou uma homenagem a MJ (introcução instrumental de uma canção), mas ele mesmo reconheceu que seria a última, ninguém aguenta mais...

Mas a melhor homenagem, para mim, veio do Jornal Meia Hora. =)


Depois veio o show de Exaltasamba que meu colega sabia cantar todas as músicas e cada um delas lembrava-lhe uma história de amor. = ]

Ao final chegou um DJ que começou a tocar Funk. Apesar de algumas pessoas dançando, não me pareceu de grande interesse do público ali.

Eu mesmo acabei saindo com a galera e ficamos de bobs porum tempo na rua pensando pra onde iríamos. Uma parte foi pra casa, outra se juntou a outra galera e eu fiquei pelo centro do RJ de bobs. Até amanhacer. No dia que surgia não teria tempo pra mais nada. Era só pra ir embora.

Lembrando da canção, as portas e as janelas sempre estiveram abertas, mas desta vez vi o sol nascer. E isso lembrou outra cançãonzinha.





Me despedi da galera.

Quando sai pro show, pensei nesses dias vi que fiz tudo que queria fazer e muito mais. Conheci todo mundo que queria conhecer e outras pessoas mais.
Pensando no que não fiz, percebi que não havia virado a noite com minhas amigas, principalmente. Por mais que eu tivesse planejado, intencionado. Mas não me importei com isso.
O bom foi que sem planejar, acabamos virando. E lá veio o sol.

=)

feop

“POR ISSO, TU ESTÁS MAGRO DESTE JEITO! FICA VENDO ESTE TIPO DE FILME O TEMPO INTEIRO!”


Acho que não preciso explicar este comentário de minha mãe quando eu a convidei para ver “As Idades de Lulu” (1990), clássico erótico do catalão Bigas Luna comigo, ontem à noite, né? Quando percebeu que o filme seria repleto de curras anais, grunhidos pronográficos, masturbações com “flautas americanas” (ou seja, vibradores literais), pênis de travestis e coisas do gênero, ela desistiu. Nem sei se ela perdeu muita coisa... Este filme era um de meus delírios infantis, sempre quis vê-lo, dado que a propaganda androfílica do mesmo sempre fora alardeada em excesso, mas, ao vê-lo, achei modorrento, conforme havia me antecipado um historiador de cinema. O filme está mais para terapia sexual de casal, dado que é muito românico (não que isso seja o problema, que fique bem claro) e apresenta a protagonista como sendo uma mulher confusa em seu universo de certezas definidas desde a infância. Tenho certeza que a tia Débora gostará do filme. Vou ver se consigo passar para ela depois...

Wesley PC>