sábado, 7 de fevereiro de 2009

JARGÃO-TERAPIA


"Se o amor é cego, o amor ao Cinema ao menos nos faz abrir os olhos"

Do filme "O Filme Antes do Filme" (1985), do alemão Werner Nekes.

Wesley PC>

TRECHO DO LIVRO QUE AGORA LEIO:


“ – Meu pai é detetive, minha mãe é árbitro numa vara de família, meu irmão mais velho trabalha na marinha.

- Me ferrei. Lá em casa, meu pai é batedor de carteiras, minha mãe é alcoólatra e meu irmão mais velho é um rufião.

- Meu avô é esquimó, minha avó é papua.

- Não diga. Em casa, vovô é um pigmeu e vovó não era sequer um ser humano.

- Tenho oito filhos.

- Nessa você leva vantagem. Tenho três filhos, três netos e um bisneto, num total de sete apenas.

- Sabe, na verdade eu sou lésbica e frígida. Fiquei assim quando o São Bernardo que eu criava se tornou amante de mamãe.

- Não brinca!, aconteceu igualzinho comigo! Tornei-me um homossexual impotente desde o dia em que quebrei o apontador de lápis que eu usava na escola elementar.

A moça se levantou, sorrindo.

- Eu só tenho um seio”


Trecho de “Sayonara, Gangsters”, do japonês Genichiro Takahashi, escrito em 1982. Mais precisamente, nas páginas 106-107 da 1ª edição da Ediouro, lançada em 2006, capítulo I, “Quem Tem Medo de Vampiros?”, da Parte II do livro, “Escola de Poesia”. É pós-pós-moderno ao extremo, mas estou me identificando por demais!

Wesley PC>

O HUMOR QUE ME AGRADA (VIA RAFAEL MAURÍCIO)


O senso de humor do Baiano é de uma singularidade ímpar, se me permite o pleonasmo. Desde que li um ensaio de Henri Bergson, intitulado precisamente “O Riso”, analiso tecnicamente que tipo de componentes me fazem gargalhar diante de uma obra cômica. Percebi que a repetição frasal, que o uso crescente dos mesmos jargões é algo que me cativa deveras.

Não sou de todo fã do diretor, ator, roteirista e sabe-se lá mais o quê italiano Roberto Benigni, mas, diante de “O Pequeno Diabo” (1988), não pude conter um riso maroto e pensar neste menino com cara de indiano que tanto me faz rir... Rir mesmo, por dentro, sendo estes risos acompanhados por um característico gesto de anuência humorística com as mãos...

Em verdade, a trama do filme é boba: um padre vivido por Walter Matthau vive sendo tentado por uma mulher por quem se apaixona, mas, depois de realizar um exorcismo numa senhora obesa, é obrigado a carregar para cima e para baixo o demônio ingênuo que sai da mesma, até que uma diaba sensual (vivida pela maravilhosa Nicoletta Braschi, esposa do diretor e protagonista) chega para carregá-lo de volta ao inferno. É só isso! Mas o personagem central insiste em repetir tantas vezes uma frase tola e inusitada (“olá, é a Glória, esqueci a minha carteira de motorista ao lado da fruteira”) que não pude me esquivar de rir. Certeza que Rafael Maurício ia gostar disso também, ao menos disso, ao menos. [Pleonasmo de novo. Ó, ó...]

Wesley PC>

“SE QUERES TER PODER POLÍTICO, ENTÃO A INTIMIDADE É SEU MAIOR INIMIGO” (HARVEY MILK)


Há certo tempo, conversando com um amigo burguês de MSN, comentei que não tinha interesse de participar da Parada Gay aracajuana porque, ao contrário do que ocorre em outros locais, aqui o evento é um mero pretexto para que bichas loucas e/ou reprimidas possam aparecer numa vitrine popularesca, atraindo consumidores de ânus ao rebolarem freneticamente ao som de lixos industriais como a banda Carcacinha do Pagode e subgêneros. Ele, então, argumentou, em réplica: “pois é, Wesley, é tudo culpa desta pataquada de existir um Dia do Orgulho Gay. Para que ter um dia disso se não existe Dia do Orgulho Heterossexual?”. Ele achava que estava a concordar comigo. Eu me senti inane, como se não pudesse haver mais um diálogo sensato entre nós sobre este assunto a partir dali. Foi aí que percebi algo: nossos inimigos são grandes causas e não somente pessoas, porém, temos que ter cuidado com estas pessoas individuais, mesmo que pareçam nossos amigos, visto que é a cautela com as mesmas que faz com que continuemos a legitimar sub-repticiamente tudo aquilo contra o que lutamos a vida inteira! Exemplo: como eu posso ser radicalmente contra pessoas que fazem barulho no cinema e sentar-me perto de alguém que sente orgulho em deixar o celular ligado, com um toque altissonante, durante a sessão de um filme? É só um exemplo real, mas são atitudes concessivas como esta que podem fazer naufragar todos os nossos esforços militantes longevos.

Por que este drama interrogativo me veio à cabeça? Resposta: porque acabo de ver o extraordinário (mas não excelente) filme”Milk – A Voz da Igualdade” (2008), mais recente produção do genial mestre ‘queer’ Gus Van Sant. Ao contrário de suas obras-primas imediatamente anteriores [“Elefante” (2003), “Últimos Dias” (2005) e “Paranoid Park” (2007)], neste novo filme Gus Van Sant abre Mao de seus experimentalismos singulares no plano formal em favor de uma biografia empolgante, do primeiro homossexual assumido a exercer um cargo público nos Estados Unidos da América. Não pretendo revelar aqui muitos detalhes acerca da trama do filme, visto que, como ele foi indicado a 8 Oscars e está sendo muito bem recebido em seu viés polemista, o ideal é envolver-se passionalmente e ineditamente quando o mesmo for consumido por cada espectador individual, mas é impossível não se sentir tocado pelo jargão que abre a película, quando o protagonista (magnificamente interpretado por Sean Penn) relembra os últimos 8 anos de sua vida, antes de ser assassinado, e lembra quando conheceu um namorado afetuoso (papel do irresistível e prenhe de talento actancial James Franco), para o qual dirigiu estas palavras: “hoje à noite completarei 40 anos e nunca fiz nada de que tenha me orgulhado”. Esta percepção foi o que fez com que ele mudasse de vida, sendo sua rotina anterior sabiamente suprimida pelo roteiro do jovem Dustin Lance Black!

Confesso que, aos 28 anos de idade, já tive esta mesma percepção do personagem principal, mas, ao contrário dele, creio que me sinta orgulhoso das pequenas batalhas que venci no plano individual, na esfera íntima, na demonstração de que a vida privada é pública também, de que “o buraco de nosso cu é publico e revolucionário”, como diria Guyb Hocquenghem, filósofo francês que, em 1968, fundou a Frente de Ação Revolucionária Homossexual, mas viu seus planos políticos ruírem em virtude da promiscuidade de seus companheiros de causa, o que o levou a crer que homossexuais não podiam se juntar para outra coisa que não sexo. Harvey Milk provou o contrário. Numa das cenas discursivas mais empolgantes do filme, o político conservador Dan White critica a luta do homossexual por insistir que eles jamais poderão constituir família, visto que não podem se reproduzir, ao que o ‘gay’ vivido por Sean Penn apenas retruca: “Deus sabe o quanto estamos tentando...” (risos).

Eu, particularmente, não gosto do termo ‘gay’. Sempre enxerguei esta palavra como uma máscara para o acobertamento problemático de problemas maiores, dado que ‘gay’ significa nada mais que “efusivamente feliz” e, mais do que nunca, nós sabemos o quanto esta alegria perenemente fingida pelos homossexuais teve um preço, o quanto foi difícil conservar este sorriso após anos e anos de humilhações, xingamentos, proibições, rejeições gratuitas e, em casos extremos, espancamentos. Como é difícil, aliás, visto que o tempo passa, os valores mudam (ou decaem , para quem prefere), mas os mesmos preconceitos de outrora são conservados. Lembro, aliás, de um particular e infeliz evento que presenciei na adolescência, quando vi pseudo-idólatras do ‘heavy metal’ posarem de alcoólatras ateus até que anuíram com um grupo de evangélicos que criticavam (ou melhor, zombavam com palavras bíblicas) a passagem de alguns afetados pela praça pública em que todos nós nos encontrávamos. Foi o único momento, até então, em que vi pretensos satanistas e pretensos religiosos concordarem numa causa: o ódio contra pessoas que cometem a blasfêmia de se apaixonarem por alguém do mesmo sexo!

Os anos se passaram e, aparentemente, há hoje uma maior abertura no que tange à questão dos direitos pederásticos. É patente que, hoje, os homossexuais gozam de uma expressividade pública absolutamente insuspeita, mas esta ainda é contrabalançada por atitudes pequenas e revoltantes de pessoas que amamos, de familiares, de conhecidos, de nossos vizinhos de seres queridos que temos o indecoroso receio de interromper num ato de preconceito velado, de “violência branca”, como dizem os manuais pedagógicos, como aconteceu comigo ontem, numa sessão de cinema, em que, na trama de metamorfose bissexual do belo protagonista francês, sorrisos eclodiam quando dois homens bonitos se abraçavam, se beijavam e finalmente gozavam nus. O que há de tão engraçado nisso, meu Deus? É por estas e outras que rejeito o rótulo ‘gay’. Chamem-me de homossexual, de viado, de boiola, de afetado, de chupador de taca, de cheira-rola, de bebedor de gala, de queima-ruela (se bem que nunca pratiquei sexo anal em vida), do que quiserem, mas ‘gay’ eu não quero ser! Não devo, não mereço e, sinceramente, cada vez estou com menos força para isso...

Wesley PC>

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

PERGUNTA PESSOAL: AONDE É QUE EU QUERO CHEGAR?


Quando a gente se afasta é que passa a valorizar o que já temos... Quando comparamos algo com outro algo distante é que constatamos o quanto algumas de nossas expectativas são inócuas... Quando sentimos saudades é que percebemos que amamos... Quando... É que...

Wesley PC>

SIM, EU ME APAIXONO PELOS GESTOS SIMPLES!


Diz um dos rapazes: “eu buscava apenas um corpo, alguém que me abraçasse – e, ao invés disso, tu me disseste: ‘eu te amo’”

O outro responde: “posso te abraçar o quanto quiseres e te ofereço meu corpo e minha cama, mas, se quiseres aceitá-los, terás que ouvir também eu dizer: ‘eu te amo’”

Ao que, algum tempo depois, num beijo, um dos rapazes responde: “não me ame tanto, mas me ame por muito tempo”!

Filme: “Canções de Amor” (2007), de Christophe Honoré. Vi no cinema. Tive sorte, acho.

Wesley PC>

UFA, FINALMENTE ME CONTARAM O QUE HOUVE NO CINE-GOMORRA!


Estava cá muito ansioso, querendo saber!

Não sei se é de interesse coletivo relatar aqui uma experiência pessoal de visita a uma praia recifense, mas faço-o: hoje de manhã, passei 2 preciosas horas na Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes – PE e algumas novidades em relação ao banho me chamaram a atenção:

1 – a pletora de placas informativas acerca da presença de tubarões na praia, o que fazia que eu não passasse mais de 5 minutos submerso na água. É incrível, mal eu abaixava a cabeça debaixo daquela água lívida e começava a ouvir os acordes ‘in crescendo’ da trilha sonora de John Williams. Quando via as crianças locais brincando com estas ameaças de elasmobrânquios, não dava outra: saia correndo da água! (risos);

2 – É incrível como águas tão lívidas como aquelas podem acumular tamanha quantidade de algas verdes e marrons. Conseguia ver meus pés no chão debaixo da água marinha, mas compartilhava o ambiente com alevinos, pombos, gaivotas, bichos de todas as espécies. Só faltou eu tomar banho nu. Definitivamente, a Praia de Piedade é um convite ao naturismo!

3 – Por mais que eu dissesse que não estou preocupado com nada, minha anfitriã não pára de me perguntar: “por que tu estás tão triste e introspectivo, Wesley?”. Eu estou bem, mas não consigo fazer com que me acreditem nisso...

Saudades,

Wesley PC>

Cine Gomorra 05.02.09

Vocês podem não acreditar, mas tivemos uma pessoa muy especial em Gomorra nesta última quinta-feira.

Vaneide apareceu. E quem é Vaneide?
Bem, perguntem a Ju, Madruga e a Barba. El@s saberão responder.

E sobre o filme, achei bem ruinzinho. Não gostei mesmo. Não curto os filmes pró-revolução russa que rolaram para divulgar o socialismo.
Eles são sempre valorizados pelas inovações técnica, estética, etc. Mas o enredo é sempre com a mesma temática, sempre valorizando o operário, a consciência de classe, as manifestações. etc.

Mas engraçado foi no início. Como o filme era mudo, nos primeiros minutos o áudio sumiu e ninguém notou. Só depois de um tempão alguém estranhou... auhaauuahauh
Bem, filme era mudo.

feop

- x - x - x - x - x

Atualização:
Esqueci de dizer, o filme foi A MÃE (Vsevolod Pudovkin, 1924). Tínhamos outras opções, mas acabmos ficando com esses.

As pessoas não estavam em clima de Cine Gomorra. Quase ninguém prestou atenção no filme.

Como estávamos bebendo desde cedo, a maioria foi dormir (ou já estava dormindo) após esse filme. Eu fui uma delas. Não sei se quem ficou acordado viu outro filme.
Bem, acho que agora à tarde poderemos ver mais filmes.
Talvez seja uma pequena extensão do Cine Gomorra = ]

feop

ps: Aproveite aí Wesley! E isso não necessariamente é um voto de felicidades... xD

MPL - Ato contra o aumento da passagem 05.02.09


Ontem (quinta) rolou uma Ato do MPL contra o aumento da tarifa de busão.
Por sinal, teremos reunião amanhã (sábado) às 14h na Sementeira!!

(...)

Quando saí de Gomorra pro Ato já pensei em tirar algumas fotose postar aqui no brog, mesmo achando que a Gomorra (ainda) não tem nada haver com isso.

Só que sem planejar, quando rolou a avaliação do Ato e no início teve a roda de apresentações, eu me apresentei assim:
"sou Kamarov e moro na Gomorra".

Para minha surpresa, um carinha (Urubu) comentou:
"a famosa Gomorra"...
Putz!! Ele nunca veio em Gomorra, mas já sabe de alguma coisa. Não perguntei, mas fiquei interessado em saber o que ele sabe.
E saibam - ou lembrem-se - que não é o primeiro "ser externo" a comentar sobre nossa casa.

feop

ps: algumas matérias sobre o Ato
http://www.infonet.com.br/educacao/ler.asp?id=82406&titulo=educacao

http://www.jornaldacidade.net/2008/noticia.php?id=25342&hoje=2009-02-05%2008:14:15

http://www.cinform.com.br/noticias/42200914245187214

Projeto Verão Gomorra \o/


Parece que a pova está em clima permanente de Projeto Verão.

Assim como aconteceu na Cauêra e em Pirambu, também em Gomorra bebemos Pitu no início da tarde.
Isso porque já tínhamos bebido na noite anterior.

Resultado, Ferrerinha e Chá dormiram a tarde toda.

Na banda tinha Ferrerinha no Chocalho, Chá na percursão, usando os suporte de copo que pegay emprestado do xops, Madruga na viola e Max na betera.

feop

Procura-se!!!


Cadê o fósforo?
Cadê a vasilha?
Cadê a água?
Cadê a irmã de Max?

Cadê o vinho?
cadê a lapada?
cadê a cueca?
Cadê o cu?
Cadê a pica?

feop

Quem disse que não se estuda em Gomorra?


para quem não sabe, foi estudando assim que Chá passou no vestibular.
Algumas noites ela ia para o quarto mais cedo dizendo que ia estudar. Minutos depois, quando luisinho entrava no quarto estava Chá fazendo palavras cruzadas...

Agora a idéia é passar em algum concurso.
\o/

feop

Solidão em Gomorra é possível?


Terça feira passada (03.02.09), chegay do trabalho em casa por volta das 12:40h. E não havia ninguém em Gomorra.
Comecei a fazer o almoço e dae chega Wesley. Veio apenas dar uma última passada na casa antes de ir para Recife.

Daí, pela segunda vez ele fez algo que eu faço sempre com as pessoas: me fez uma pergunta nada haver e me deixou com jeito de bobo. Bem, achei super divertido porque eu sei o que é isso por fazer sempre com os outros. Mas caí na brincadeira por não estar acostumado a ver alguém fazendo isso. Mas agora já estou previnido.

A pergunta foi mais ou menos assim: Tudo certo fora aquilo?
Putz, pensei: aquilo o quê?
E respondi: tá falando de quê?
Wesley riu e dae eu saquei.
Ele retrucou algo assim: estás bem com sua felicidade?
E eu entrei no clime: A casa está vazia, eu estou sozinho, só posso estar feliz!


Ferrerinha também teve seu momento sozinho, foi num final de semana, creio que uns 10 dias atrás.
Ele ficou do sábado à tarde até o domingo à tarde sozinho, se remexendo no chão e curtindo a maratona Almodovar que ele fez.

É isso aí. É raro, mas à vezes Gomorra fica vazia.

u.u
feop

Doação de Colchonete!!


Tod@s que vão à Gomorra já devem ter percebido o estado dos colchonetes. Olha esse aí!!

Todos os dias pela manhã, depois que alguém dorme neles ou que rolou uma sessão de cinema, pela manhã varremos os pedaços que soltam deste e do outro colchonete.

Lamentável...


Mas já tivemos doações e este aí dá gosto de deitar.

\o/
feop

O fósforo da discórdia!!



A falta de fósforo causou tumulto em Gomorra hoje (sexta, 06.02.09) pela manhã.

Chá acordou cedo para ir trabalhar e na hora de fazer o café da manhã não tinha fósforo. E aí? Como cozinhar o ovo e fazer o café?

Eu estava dormindo e não vi, mas parece que ela culpou os fumantes que teriam acabado com os fósforos sem se preocupar com a galera que cozinha.

E aí, o que isso quer dizer??

Bem, não me preocupando em julgar a situação, vejo o que isso nos ensina:
Da mesma forma que aprendemos a comprar açúcar sempre que saímos para comprar cachaça, agora é incluir o fósforo nessa conta.

No mais, vamos tacar fogo na BABILÔNIA, irmãs e irmãos!!

feop

Filtro: lavar sempre!! Vela nova de vez quem quando...

Existe algumas tarefas que qualquer pessoa que visita Gomorra pode fazer, uma delas é encher o filtro d'água.
E lavar também! É só sacar quando o filtro tá meio vazio, jogar a água fora e limpar a vela.

Ok, amiguinh@s?

E falando em vela, quem puder comprar uma nova seria uma ótima ajuda. A atual já tem uns 7 meses!!
E para não ser injusto, foi doação da galera.

E fica aqui a pergunta:
cês acham que a vela nesta foto está limpa ou suja?? õ.O'

Valeus pipow's!!!

feop

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

É IMPORTANTE INSISTIR NOS MESMOS ERROS DE VEZ EM QUANDO?


Porque talvez eles sequer sejam erros!

Neste último ano, aprendi um descompasso inevitável em minhas pesquisas íntimas sobre ética: ás vezes, por mais que não consideremos errado algo que façamos, temos que nos desculpar e/ou respeitar vontades alheias, que talvez não se sintam bem com estas atitudes. Eu demoro em aprender as coisas, mas... Um dia eu chego lá!

Pelo que percebo em alguns comentários, falar dos homens por quem me apaixono (ou algo parecido) e transcrever as letras de muitas canções em inglês são dois de meus pecados bloguísticos recorrentes. Entretanto, saudoso como estou de Gomorra (estou apenas dois dias longe, mas me parece uma imensidão!), preciso fazer isso de novo, dedicando a quem quer que seja a tradução livre (como sempre) da bela canção “Free Bird”, do Lynyrd Skynyrd, ouvida num filme tolo hoje à tarde, mas que me trouxe muitas e muitas lembranças positivas à mente:

“Se eu partisse amanhã,
Tu irias se lembrar de mim?
Por eu estar viajando agora,
Pois há muitos lugares que eu devo ver...
Mas se eu ficasse aqui contigo,
Talvez as coisas não fossem as mesmas
Porque eu estou livre como um pássaro agora
E este pássaro tu não consegues mudar.
Deus sabe: eu não posso mudar”


Traduzindo aqui esta letra, tantas e tantas vezes já cantada por mim em inglês, é que percebo o quanto ela me diz respeito, o quanto ela reitera o débito que eu tenho com Gomorra e o quanto preciso agradecer a este menino divino que me acompanha na imagem, em meio a estas belas amendoeiras percebidas por Anne Rodrigues num dia estafante de trabalho para mim. Como eu mudei e aprendi graças a todos os meus amigos de Gomorra!

“Adeus, querido. Tem sido um amor tão doce,
Apesar deste sentimento que eu não consigo mudar
Mas, por favor, não leve tão a mal
Porque Deus sabe: eu me culpo!
Mas se eu ficasse aqui contigo,
As coisas não seriam as mesmas.
Porque eu me sinto livre como um pássaro agora
E este pássaro tu não conseguirás mudar
Deus sabe que eu não posso mudar.
Deus me ajude, mas eu não posso mudar!”


Amo-vos, àlguns mais do que outros... Infelizmente!
Wesley PC>

A (NÃO)MUDANÇA (DES)CONFORTÁVEL


Durante pelo menos 20 anos de sua vida, minha mãe foi empregada doméstica. Passei a chamá-la pelo nome justamente por causa disso: não podia chegar no portão da casa de seus patrões e gritar: “mãe!”. Conclusão: não a tive por perto em momentos decisivos de nossas vidas, visto que o trabalho sempre a obsedou. Até que, em virtude das estripulias criminais de meu irmão caçula, fui obrigado a tirá-la do emprego: “fica em casa vigiando Rômulo, Rosane! Deixa que eu trabalho sozinho e mantenho a nós todos. Teoricamente, não preciso de nada mesmo!”. Minha mãe, então, conseguiu se aposentar depois disso.

Hoje, enquanto tomava banho num banheiro completamente fechado, entendi não somente porque meninos ricos costumam masturbar-se no chuveiro, mas escutei também um diálogo alarmante entre as duas empregadas da casa em que estou hospedado, que se conheceram hoje:

“ – Tu és evangélica?
- Por quê?
- Tens a aparência de evangélica.
- Ah, não, mulher! É por causa da roupa. É que tem casas que não querem nosso trabalho se a gente não estiver vestida decente...”


Minutos depois, quando fui usar o banheiro para urinar, a mulher que proferiu esta última frase estava lavando o banheiro, usando uma saia ‘jeans’ e uma calcinha preta completamente à mostra. Pedi para utilizar o vaso sanitário alguns minutos, enquanto percebi que, há poucos anos, era minha própria mãe que estava naquela situação. Foi estranho perceber-me, de repente, num extremo oposto de minha classe social, convivendo entre pessoas abastadas financeiramente, sendo obrigado a constatar diferenciações tão marcantes entre pessoas, não por causa do que elas são necessariamente, mas por causa de quanto elas têm no banco. Toda a falibilidade do pensamento marxista atual corroeu minha cabeça nos minutos seguintes...

Como me consolar depois disso? Como? Só mesmo recebendo uma ligação carinhosa de minha própria mãe, preocupada com meu bem-estar lá em Sergipe, e relembrando o impacto social que me causou o filme “Belíssima” (1951), dirigido pelo aristocrata socialista Luchino Visconti. Na trama, uma mulher favelada (vivida pela inesquecível atriz Anna Magnani) ignora todos os problemas de sua vida pobre para concentrar-se na beleza de sua filha, que participaria de um concurso de simpatia infantil. Quem sou eu para criticar ou negar este tipo de ilusão?

Wesley PC>

Última exposição

Última Exposição


Eu tenho as cores dos quadros da última exposição
Que se misturam às notas da última canção
Dentro da claridade da última luz
Luz do último sol
Eu tenho a altura da última montanha escalada
E a largura da última estrada
Eu tenho a eufonia do último mar
E a euforia da última criança a brincar


Leno de Andrade - 05 de fevereiro de 2009

Quem inventou em mim essa dor

música nova...


Quem inventou em mim essa dor


Quem inventou
Em mim essa dor
Agora deixa
Quero senti-la sem desdém
Ensina-me de qualquer maneira
Para que quando inventarem
Em mim meus sonhos
Eu saiba senti-los também


Leno de Andrade - 05 de fevereiro de 2009

SEM NOMES, POR FAVOR!


“Oh Aeon
Meu menininho
Oh, Aeon vai tomar conta de mim

Sustente o meu pai
Pois para mim,
Sem ele, eu não existiria
Oh, Aeon,
Ame o meu pai
Pois meu pai sou eu mesmo

Segure aquele home
Na sua terna embreagem,
Segura aquele homem que eu amo tanto”


Faixa 08 de “The Crying Light” (2008), nova obra-prima musical do Antony and the Johnsons. Não sei se me faço compreender com esta tradução livre da letra, mas… É isso: se for do consentimento de todos, seguirei à risca o que está escrito nesta parede, artificialmente limpa.

GENTE, DESCULPE...

Wesley PC>

POR QUE NUNCA ESTAMOS SATISFEITOS?


Vi ontem “Crepúsculo” (2008), péssimo filme adolescente da hipócrita diretora Catherine Hardwicke, que começou sua carreira com um filme moralista sobre uma menina de 13 anos que se revolta contra o mundo através das drogas e sexo (ooooh, que inusitado!), segue com mais uma versão sobre o nascimento de Jesus e agora engendrou esta adaptação de um livro que seduz milhares e milhares de adolescentes a cada dia... Por que, meu Deus, por quê?

Estranho foi reconhecer os acordes tristes de meu músico cinematográfico atual favorito, Carter Burwell, nesta cena, quando menino e menina conversam sobre as condições complicadas de seu namoro: ele, um vampiro “vegetariano” (só come carne de animais não-humanos: esta é sua definição do termo); ela, uma humana com cheiro de vagina sanguínea em voga. Na trilha sonora, canções misturadas do Linkin Park, do Paramore, do Muse, do Radiohead e do ex-vocalista do Jane’s Addiction, Perry Farrell. Terminei curtindo a seleção de canções, mas isto não é suficiente para que eu me convencesse que este filme tem qualquer serventia no mundo. Ainda assim, filas e mais filas nos cinemas, o livro-base da Stephenie Meyer continua a ser vendido que nem camisinha do Estado, crianças se apaixonam vendo o filme... Por quê?

Para quem não sabe do que se trata (e eu recomendo que assim continue), o filme é sobre uma menina que tem que mudar de casa depois que sua mãe se casa com um jogador de beisebol e precisa viajar bastante. O pai da mesma é policial e, na escola nova, ela se apaixona por um moço bonito, clicheroso e de pele fria. 5 minutos depois, ela descobre automaticamente que ele é um vampiro (que comum!). Ainda assim, ela está irrevogável e perdidamente apaixonada por ele (como eu sei o que é isso!). Arrisca tudo para ficar a seu lado... Até que... Puxa, de novo esse tipo de historinha?

Que seja, esse texto todo é apenas um pretexto para que eu pergunte algo: se estou me divertindo tanto, comendo bem, esquecendo de meus problemas familiares sergipanos, vendo bons filmes (longe deste, é claro), conhecendo pessoas maravilhosas, sendo feliz e “diferente” como o xodó da família pernambucana que me acolheu, por que eu não paro de pensar em... Ops, sem nomes, Wesley! Pára de macular este ‘blog’ com teus delírios pessoais!

Saudades de tod@s,
Wesley PC>

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Destinos me pescam

música nova...


Destinos


Distante navegar
Sonhos que me levam
Espalham-se ao mar
Destinos me pescam

Deuses permaneçam agora!

Espalho-me ao sol:
Minh'alma exposta
Espalha-se no céu
Prata gaivota

Nova rota a desvendar
O que sou posso lhe dar

Traí fantasmas
E neles confio
Abra-me suas asas
Preciso de abrigo

Ossos encharcados de lágrimas
Em varais a balançar

Nova rota a desvendar
O que sou posso lhe dar


Leno de Andrade - 4 de fevereiro de 2009

(IN)DIRETA


“ – Tu passaste quanto tempo fora?
- Quatro anos.
- E tu achas que foi muito tempo?
- Para uma criança de quatro anos, é metade da vida”

Wesley PC> (reverenciando o Wim Wenders de outrora)

ENTENDIMENTO CONTEXTUAL


“A cidade se encontra
prostituída
por aqueles que a usaram
em busca de saída
Ilusora de pessoas
de outros lugares,
a cidade e sua fama
Vai além dos mares

No meio da esperteza
internacional
a cidade até que não está tão mal
E a situação sempre mais ou menos
Sempre uns com mais e outros com menos”


(Chico Science & Nação Zumbi)

E esta é a visão do quarto em que me encontro hospedado. Nada como vivenciar uma experiência na pele para entendermos o que as geniais canções de protesto deste saudoso músico querem dizer: praticamente não há fronteiras entre o espaço predial e as praias infestadas de tubarões, em virtude do mau gerenciamento na construção de um porto. O pernambucano falecido é quem tinha razão:

“A cidade não pára
a cidade só cresce
O de cima sobe
e o de baixo desce”


Wesley PC>

NÃO SEI SE VAI SER PESSOAL DEMAIS, MAS EU CHEGUEI BEM A RECIFE!


Pelo sim, pelo não, tem gente que se preocupa comigo e aqui é um bom lugar para se comunicar com os amigos. Gente, cheguei em Recife! Estou bem, amo vocês e estou vivo de saudades! Mais tarde, eu volto e escrevo algo de “coletivamente interessante”... Beijo!

Wesley PC>

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O Monstro: Uma Metamorfose Ambulante


"Eu quero dizer
Agora o oposto
Do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo...
[...]
Do que ter aquela velha, velha
Velha, velha, velha
Opinião formada sobre tudo..."


Infelizmente, a muito, tenho visto um espaço coletivo como este (Blog da Gomorra) sendo usado como se fosse um blog individual, um espaço pra que Wesley posse de bom moço, um espaço pra que seja exaltada cada vez mais a imagem de monstro de Marcos, ou seja, EU. Como sou bruto, retribuir uma tentativa de abraço com uma tentativa de espancamento. É quando lembro que falei com Juliana que nunca tinha brigado na vida. E ela me respondeu: “caralho, até eu já briguei”, não sei se foi exatamente com essas palavras... Mas qual a diferença entre forçar uma pessoa a fazer o que não quer e uma tentativa desesperada de tentar se livrar desta situação, ameaçando com um murro? A diferença é que não há diferença. O murro, se dado, é tão violento quanto forçar-me a fazer o que não quero... Só que diferentemente de mim, que não dei o murro, você sempre me força. Pra mim, violentar é isso, como também está no dicionário Aurélio, exercer violência sobre; estuprar; forçar, arrombar; DESRESPEITAR; constranger-se; desrespeitar-se.
Em nenhum momento pressionei ninguém a tomar partido sobre nada. Interessante, lembro que você dizia pra eu fazer com que as pessoas mudem o que pensam sobre mim eu lhe respondia que não tem importância alguma o que os outros pensam, pode pensar o que quiser... Porque eu faria com que alguém tomasse minhas dores?? Diferentemente de você que por muito tempo tentou colocar Luiz e outros contra mim, coisa que não aconteceu, pelo menos com ele.
Em primeiro lugar, o meu orkut não tem bloqueio algum, você pode mandar 11 recados se você quiser, como o fez. É só ir lá aos meus recados e comprovar, ou mesmo perguntar a Ninão, que viu e me disse pelo msn. Quanto ao msn, eu realmente lhe bloqueei, e logo depois eu lhe excluir. Mas eu enviei outro convite, que hoje, eu posso dizer que ainda bem que não deu certo!!!
Quanto ao celular, estou dormindo muito pouco, por isso, depois do almoço, peguei um soninho. O telefone tocou e meu irmão levou pra mim, pra fazer igual em Pirambu que pra me acordarem ligaram pra mim. Ai eu acordei e nem vi quem era, mesmo porque não tenho o seu telefone na agenda do celular, desliguei. Voltou a tocar, ai eu desligue o celular. Como falei pra Minha Mãe (Aline), as piores coisas pra mim, é fila de qualquer coisa, esperar qualquer coisa ou alguém e a pior, me acordar, odeio que me acordem!! “Quer posar de reconciliador e continua a me bloquear...” Cara, olha só, esses dias eu estou sem tempo mesmo, vou viajar e tenho que colocar tudo nos eixos antes disso! É tanto que deixei Luiz esperando por mim uma tarde inteira, não lembrei que tinha marcado por isso nem liguei pra desmarcar, coisa que não fiz contigo, pois liguei dizendo que não daria... Mesmo porque, mais cedo eu tinha tomado uma bronca de Luiz por isso! Desculpa ai mais uma vez Luiz, foi mal mesmo! Infelizmente imprevistos acontecem... Mas faz assim, finge que eu não disse nada em Pirambu, e continua tudo como estava antes, pois pensei que pudesse tentar uma reaproximação, mas acho que isso não acontecerá. Por isso, esquece tudo que lhe falei, desculpa por qualquer coisa, mas não foi por falta de tentativa...

Ps1:Mais uma coisinha, quando for pra falar de você e do que diz senti, faça no seu blog individual, pois não tem porque ter um blog individual e ficar falando sobre você no coletivo!!!

Ps2: Desculpa a tod@s @s citad@s, mas achei necessário cita-l@s.

Ps3: Esta é a última vez que posto alguma coisa pra falar sobre isso!!


Do monstro sem coração que não segue o que escreve...

CANÇÃO DE DESPEDIDA:


“Se o Senhor me for louvado,
Eu vou voltar pro meu cerrado
Que por ali ficou
Quem temperou o meu amor
E semeou em mim
Essa incrível saudade
Se é por vontade de Deus,
Valei...
Valei-ieiei-ieiei-ieiei.

Se pedir a Deus pelo meu prazer
Não for pecado
Eu vou rezar pra quando eu voltar a rever
Todas brincadeiras do passado
Cortejar meu cerrado
E em dia feriado
Viva o cordão azul e encarnado

Eu seeeeeeeeeeeeei
Serei feliz de novo
Meu povo, deixa eu chorar
Por você, serei feliz, feliz de novo
Meu povo, deixa eu choraaaaaaaaar
Por vocêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêê!”


Composta pelo alagoano Djavan, mas interpretada pelo afetado pernambucano Fênix, através do qual eu lembrarei carinhosamente do Baiano e de todos os nossos maravilhosos amigos em comum de Sergipe...

Wesley PC>

O LADO BOM DO MASOQUISMO?


Ontem à tarde, estive num ônibus, onde li numa placa: “crianças com altura igual ou inferior á catraca são isentas do pagamento da passagem” (pensamento refratário: desde quando tamanho é documento?); hoje quando voltava para casa, deparei com uma mulher evangélica alegando que ia dar de pau no filho porque este esquecera a Bíblia numa boutique (pensamento refratário: a Bíblia que ele esqueceu e ela achou não prega justamente o perdão?); pela manhã, tentei ligar para um moço com quem tinha um encontro agendado, mas este desligou o celular em minha cara, ainda no primeiro toque de chamada (pensamento refratário: é assim que procede a comunicação entre os seres?)... Em todos os locais por que passo, pequenas atitudes de ódio como esta são perpetradas.

Conversando comigo no MSN, tio Charlão exalou um chiste inteligentíssimo acerca de meu tumultuado relacionamento com Marcos: “uma nova Guerra Fria se instaura em Gomorra!”. Eu ri, achei muito engraçado, ao passo que lembrei da quantidade de filmes geniais que foram lançados durante este período negro de ódio tácito entre capitalistas e comunistas. Tomara que ninguém assuma o papel de Joseph McCarthy nesta pendenga (risos)!

Wesley PC>

TALVEZ A CULPA NÃO SEJA SÓ MINHA, AFINAL...


[ADVERTÊNCIA: este será mais um largo texto lamentoso sobre minha relação problemática com Marcos Vicente. Quem não suportar mais ouvir/ler sobre este assunto, que volte daqui mesmo. Prometo escrever sobre algo coletivamente interessante mais tarde. Obrigado!]

Aos 13 anos de idade, vi “Lua de Fel” (1992, de Roman Polanski) pela primeira vez. Nesta época, eu era um fanático católico e tentava a todo custo esquivar-me de meus vícios sexuais adquiridos na infância. Crente de que era um pecado mortal “pecar contra a castidade”, evitava pôr em prática as atitudes eróticas envolvendo outras pessoas que me acostumei a vivenciar desde que tinha 5 anos – a não ser quando os amigos de meu irmão chantageavam-me: “se tu não fizeres safadeza comigo agora, conto tudinho para Rômulo”. Minha sorte era essa: graças a estes favores sexuais forçados, não perdi a prática, ainda hoje sei fazer um boquete compensatório de todas as minhas invirtudes...

Voltando ao filme: vendo-o, soube de cara que era a “definitiva estória de minha vida”, ao menos no plano sexual. Sei que vivo falando isso de tudo quanto é filme, mas, para quem me conhece e já viu este clássico sexual do Roman Polanski, não há dúvidas: o tipo de amor que sinto é tão verdadeiro e destrutivo quanto aquele mostrado no filme. Não tenho limites, não vejo obstáculos, não penso em voltar atrás. Se comecei, somente a morte me pára – e olha lá!

Onde Marcos entra na história? Vamos lá: como todos sabem, ele não faz o tipo de menino por quem me apaixone. Sempre preferi meninos de pele quase transparente, brancos de dar nojo, com o único requisito de que sejam infantilizados. Abobalhado, Marcos é, mas não satisfazia meu padrão melanínico. Por mais que ele seja um verdadeiro colosso erotógeno (que corpo, meu Deus, que corpo!), isto nunca me foi prioridade, portanto, desdenhava de seu charme natural hiperbólico. Até que, um dia, numa reunião de Diretório Acadêmico, no meio de uma discussão, ele retrucou com Cleidson Carlos que, sempre que marcavam qualquer reunião, ele era o único a chegar cedo, o único a prezar pela pontualidade. Disse Cleidson: “não sei por que marcam 8 horas. Ninguém chega no horário mesmo...”. Marcos ergueu sua voz fina e cativante e disse: “eu chego!”. Foi o suficiente”! neste momento, ouvi sinos esquisitos, ouvi músicas estranhas, fui tomado por um fulgor quase psicodélico: ali eu passei a amar este menino, violentamente, irrestritamente, patologicamente, verdadeiramente, acima de tudo!

Conhecendo o comportamento arredio de Marcão, não é difícil imaginar como ele passou a me tratar depois disso: com toda a repulsa possível, com todo o nojo e violência verbal a que ele tinha acesso, mas, admito, talvez ele só estivesse agindo defensivamente, visto que sou mesmo muito insistente. Grudo mesmo! Nessa época, agosto de 2007, deitei-me no colo de Rafael Maurício e ouvi-o contar estórias sobre sua família, deixar escapar alguns lapsos de tristeza em meio a sua chapação contínua. Confundi-me: “será que eu não lucraria mais por este garoto, muito mais tolerante e extraordinariamente bonito?”. Repito: confundi-me! Rafael Maurício é um excelente amigo e, por mais que eu exagerasse em certos zelos cobiçosos, ele sempre me tratava como pessoa, me entendia. Deixava que eu tocasse em qualquer parte de seu corpo (salvo na genitália, óbvio!), mas deixava claro quais eram os limites, reprimia meus abusos com cautela e tolerância sobrevalentes. Mas era Marcos que eu queria, é Marcos que eu quero!

Com o passar do tempo (no final do ano passado, para ser preciso), entendi o que Rafael Maurício representava para mim, saquei que o amo de verdade também, mas a relação é outra: amo-o como a um irmão, com o qual daria um braço para cometer incesto, mas... um irmão! Alguém com quem eu posso contar e com quem posso conversar sem nenhum prejuízo de minha suposta inteligência...

Voltando a Marcos: brigávamos cada vez mais. Ou melhor, ele brigava comigo e eu continuava a persegui-lo irrestritamente. No começo deste ano, chegamos às vias de fato e quase nos esmurramos na comemoração do aniversário de meu amigo Rafael Coelho. Aliás, ele ameaçou me esmurrar. Eu ameacei abraçá-lo. Quase a mesma coisa, não é?

Percebi, então, que a minha obsessão por ele chegou a níveis preocupantes: tinja que evitá-lo, a fim de que não nos destruíssemos mutuamente. Porém, um clima muito ruim se hospedou em Gomorra: parecia que fazíamos parte de torcidas concorrentes, que pressionávamos pessoas a tomarem partidos por um dos dois lados. Ferreirinha, inclusive, veio me dar o maior sermão, dizendo que eu não mereceria mais a torcida dele, que eu passei dos limites, que se as coisas continuassem como estavam, deixaríamos de ser amigos... Ok, quando Marcos estava presente, eu me escondia, eu me virava de lado. Eu sofria!

Até que, naquele sábado em Pirambu, Marcos me puxou para o canto e falou o que precisava falar. Falou que desejava reconciliar-se comigo, pois fora criado numa ambiente evangélico, sendo, portanto, proibido de sentir ou demonstrar ódio pelas pessoas. Exultei de felicidade! Ele perguntou se eu também queria dizer algo, mas não estava preparado para tal. Havia ensaiado mil e uma formas de evitá-lo e não tive como fazer isso no dia. Ao invés, divertimo-nos como se nada tivesse acontecido antes, como se estivéssemos a nos conhecer ali mesmo... De manhã, inclusive, na praia, ele chegou a ajeitar seu pênis na sunga branca em minha frente, vi pedaços daquele belo órgão sexual que tanto cobiço, visto que, pela primeira vez em toda a minha vida, apaixono-me por alguém por quem também, sinto atração sexual! Antigamente, quando em apaixonava, escrevia: “te amo da cintura para cima!”. Com Marcos não. Tudo vale!

Chegando em casa, crente de que Marcos voltara a falar comigo normalmente, iludido e feliz que eu estava, tadinho, liguei o computador: mas os bloqueios no Orkut e MSN continuavam! Tentei ligar para ele, mas, como sempre, o menino não atende as minhas ligações. Insisti no Orkut e ele me atendeu. Disse que precisava conversar com ele, apresentar meu lado da estória e ele aparentemente consentiu. Marcamos um encontro na segunda-feira, mas ele precisou desmarcar. Marcamos outro nesta terça-feira, hoje, e eu agarrei-me a esta promessa como um leproso diante de um copo de água benta. Passei a noite imaginando o que dizer para ele. Arranjei três presentes, como forma de pedir perdão por tudo o que eu não consigo deixar de sentir por ele: uma caixa de bombons de chocolate, pois sei que ele gosta; o filem “O Segredo de Brokeback Mountain” (2005, de Ang Lee), outra de minhas alobiografias emocionais; e o livro “O Cortiço” (1890, de Aluísio Azevedo), que acabei de ler e que tem tudo a ver com a agonia passional que me aflige agora. Planejava entregar-lhe os presentes, despedir-me e pronto. Mas, então, recebo um telefonema: “Wesley, não vou poder ir, estou arrumando o quarto”. Como estava conversando com Rafael Maurício, com quem acabara de encontrar, e não processei bem a informação. Dei de ombros e fui a casa de meu amigo-muso, conversar sobre coisas simples, ser alguém...

Feito, pus mais R$ 12,00 no celular e liguei novamente para Marcos, que não atendeu. Insisti, já me desesperando, precisava falar com ele antes de viajar (por sua causa, aliás) e ele não atendeu, desligou o celular. Insisti mais 15.000 vezes, mandei mensagens, insisti mais um pouco e... nada! Marcos não quer conversa comigo! Por mais que, dessa vez, eu estivesse disposto a negociar com ele sobre minha retratação: “estou errado”, cria, “faço o que tu quiseres, Marcos”. Mas ele não quer acordo! Quer posar de reconciliador e continua a me bloquear... Ok, ok, entendi o jogo! Mas, infelizmente, não consigo entender sem agir – e quem viu o filme sabe do que estou falando...

Não é uma ameaça, é uma confissão: estou com medo! Marcos monopoliza todos os meus pensamentos e supostas atitudes planejadas! É para ele que me volto agora, é com ele que preciso falar, é ele quem me cega! Por causa dele (mas não só por isso, óbvio), parto hoje. Mas vou voltar – e, suplico a clemência de todos os amigos que se dispuseram a ler este texto até o fim, porque, digo: estarei descontrolado. Fiquem sem falar comigo quem quiser, mande me internar quem achar que sou uma ameaça, converse comigo e me entenda, quem é meu amigo. Amo obcecadamente, vivo em função disso e, repito: sozinho, não sei lidar com este problema!

Wesely PC>

Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha...

Cecília Meireles



@line

RESUMO MASTURBATÓRIO SENSACIONALISTA PARCIAL


Um dia, um deles perguntou: “O que tu gostas de fazer para te divertires? A que lugares tu sentes ganas de ir?”. A resposta veio de pronto: “a muitos lugares, mas, contigo, a nenhum”. Era a verdade!

“E, no entanto, adorava o amigo; tinha por ele o fanatismo irracional das caboclas do Amazonas pelo branco que a escravizavam, dessas que morrem de ciúmes, mas que também são capazes de matar-se para poupar ao seu ídolo a vergonha de seu amor. O que custava àquele homem consentir que ela, uma vez por outra, se chegasse para junto dele? Todo o dono, nos momentos de bom humor, afaga o seu cão”... [capítulo XVIII]

Tardiamente, vendo uma foto alheia, um deles admitiu, na solidão lúgubre de seu lar: “a culpa é minha! Deveria eu ter mais o que fazer”...

“A princípio, (...) tentou resistir com coragem àquela viuvez pior que essa outra, em que há, para elemento de resignação, a certeza de que a pessoa amada nunca mais terá olhos para cobiçar mulheres, nem boca para pedir amores; mas depois começou a afundar sem resistência na lama de seu desgosto, covardemente, sem forças para iludir-se com uma esperança fátua, abandonando-se ao abandono, desistindo de seus princípios, do seu próprio caráter, sem se ter já neste mundo na conta de alguma coisa e continuando a viver somente porque a vida era teimosa e não queria deixá-la ir apodrecer lá embaixo, por uma vez”. [capítulo XIX]

Identificava-se com as personagens sofridas de “O Cortiço” (1890), clássico naturalista de Aluísio Azevedo, sentia-se abandonado como aquelas mulheres, precisando acumular forças para pedir desculpas coletivas pro ser tão inconseqüentemente insistente, garboso por ter conseguido dinheiro para comprar uma passagem de ônibus e fugir... Acreditar que se pode fugir, ao menos.

A culpa é minha! Sou eu quem traz a dor... e entro no MSN como “o lado bom do masoquismo”... Podem me punir! A culpa é minha!

Wesley PC>

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Rodízio de Pizza no Rosa


Eu e Ferrerinha ouvimos a propaganda do carro de som na semana passada.

Toda sexta-feira rodízio de pizza por R$ 3,00.

Só não fomos na sexta passada porque era o Projeto Verão Pirambu. Mas creio que esta semana está certo.

Fica aqui o convite a tod@s!!

feop

Projeto Verão Pirambu 30, 31.01 e 01.02.09 - Lagoa Redonda


Ao ser acordado na manhã de Domingo (01.02.09) por Madruga reparei que não havia mais ninguém além de nós dois. Eh! A galera foi embora na surdina. Bem diferente da Cauêra em que esparamos tod@s acordar e decidimos o que fazer. Bem, a graça da vida são as mudanças.

Logo cedo, umas 7h, fomos na borracharia cuidar da minha bicicleta que tava com o pneu furado. Umas 8h fomos tomar café. Além do melhor tempero que existe - a fome - os sandubas estavam muito bons mesmo! E foi aí que os planos começaram a mudar.


Vi uma amiga indo embora e falei com ela. Eis que me diz onde @s outr@s amig@s estavam. E lá fomos nós, eu e Madruga. Conversa vai, conversa vem, descolamos carona de carro para ir pra Lagoa Redonda.
Ainda bem que fomos de carro. Se tivéssemos ido de bike como Marcos planejava estávamos lascados!! A estrada é horrível, chei de ladeira e muito cabulosa. E pior, o lugar não tem nada de interessante...

Até a praia que fica perto da Lagoa Redonda é sem graça. Os únicos pontos de sombras ficam longe do mar, ou seja, pra ver o mar é preciso sofrer no sol. Trágico...

O lugar legal que valeu a pena foi a Lagoa Profunda.

Eu e Madruga ficamos bem à margem do ritmo da galera, pra se ter uma idéia o almoço lá era de R$ 28,00. Mas como sempre acontece, comemos o excedente (alguns chamam de resto) e ainda chepamos um pratão de pirão do vizinho que foi embora sem comer. Show de bola!


feop

Projeto Verão Pirambu 30, 31.01 e 01.02.09 - Clandestino







Para quem não sabe, Ferrerinha exercitando seu dom de polemizar entrou pro clube dos clandestinos.






Aqui era a torcida organizada aguardando a chegada triunfal do polemista. Enquanto ele não chegava ficamos nos divertindo, fazendo o que sabemos de melhor: beber e falar bobagem. \o/


Quando ele chegou estava em lágrimas. E ainda conseguiu proferir uma pérola que ficou sendo repetida a noite toda: "e agora, como vou fazer concurso público?" que loco!

Rolou até um tchuthcu e uma prévia do show de Mano Chao.
Ferrerinha - Clandestino
Ferrerinha - Ilegal

feop

Projeto Verão Pirambu 30, 31.01 e 01.02.09 - A ida em duas rodas

Não vou detalhar o Projeto Verão de Pirambu como fiz com o da Cauêra porque a galera toda estava lá. Aqui vão apenas algumas coisas.

Saimos de bicicleta eu (feop), Marcos e Madruga. Para minha surpresa consegui levar a viagem sem maiores cansaços.
Diferente da viagem da Cauêra (que eu não participei), o caminho para Pirambu é bem atrativo e muito servido de frutas. Bebemos muita água de côco e comemos manga. Marcos por sinal deixou a manga dele cair logo depois de tê-la descascado. Tadinho... = ]
Logo depois que passamos pela Barra dos Coqueiros paramos num bar para pedir informação. Na verdade não tínhamos nada para perguntar, paramos por parar, mas valeu a pena. Conversamos com um tiozinho que nos ofereceu cerveja e a Marcos tubaína. Marcos não aceitou, mas eu e Madruga bebemos a cerva. Só não bebemos mais porque tínhamos a estrada pela frente.

O tio ainda tirou onda. Quando perguntamos quanto tempo faltava até Pirambas ele falou 10min. Poxa, parecia incrível, mal começamos a pedalar a já estávamos chegando. Foi quando ele gargalhou e falou como quem diz "Vocês tão fudidos!": ainda falta 1 hora e meia. A bicicleta de vocês não aguenta... eu levo vocês por 20 reais. Rimos, recusamos e seguimos em frente.

Quando passamos próximo ao Porto, decidimos mudar o trajeto e visitar o local. Não pudemos entrar, apesar de eu ter passado direto aproveitando a distração do guarda, Marcos não fez o mesmo e perguntou se podia entrar. Coitado, pra sua surpresa foi muito mal tratado e fizemos meia volta.

Depois de muita estrada com uma paisagem aconchegante houveram duas mudanças significativas. Primeiro o acostamento que até então era inexistente surgiu e é asfaltado. Isso foi ótimo, pois estava muito perigoso. Por outro lado, a paisagem ficou quase desértica, o que desanimou muito.

Ainda tivemos a sorte de encontrar um vendedor de pão no caminho. Sim! Compramos pão na estrada. Pão doce. = )

E mais legal ainda foi chegar junto com o por do sol*. Não sou tão româtico e bucólico assim, mas foi bem legal.

feop

* 1. Não sei se na regra nova retirou o hifén. 2. Para @s desavisad@s o por do sol está do lado oposto à foto.