sábado, 23 de março de 2013

O GAROTO COM QUEM SONHEI HOJE...


Depois explico quem é este rapaz da foto...

Por ora, limito-me a dizer que sou um admirador secreto (não tão mais secreto agora), que ficou imediatamente encantado quando o percebeu compenetrado no trabalho, silencioso, olhar de rapaz sonhador, sorriso inocente, não se deixando levar por meus gritos de pessoa transloucada tentando chamar a sua atenção. Por conta de um clichê envolvendo o curso que ele estuda (Geografia), finalmente consegui trocar uma ou outra palavra com ele, mas os destinos divergem, as diferenças se sobrepõem, as impossibilidades se elencam... Nada que me impeça de contemplá-lo eventualmente, mas... Mas...

Depois de despedir-me dele e de suas companheiras de trabalho, na noite de ontem, encontro um grande amigo e passeio pelas localizadas da UFS, onde estava havendo um 'show' adolescente (no pior sentido do termo) de 'heavy metal'. Estava me sentindo um tanto macambúzio, mas as minhas companhias conduziam-me a um sorriso sincero. Um moço que conheci pessoalmente ontem quis me beijar. Eu não consenti, fugi, tenho traumas osculares. No ônibus, pensei sobre o assunto: estava agradecido pela ótima noite. E, ao dormir, sonhei com o lindo guri da foto... Lindo! Mas, infelizmente e mais uma vez, não é para mim!

Wesley PC>

quinta-feira, 21 de março de 2013

MAL TERMINEI DE VER O FILME, PUBLIQUEI ALGO SOBRE ELE NO FACEBOOK:


"- Ai que susto tu me deste! Quase que o meu coração pula pela boca...
 - Oh, que pena que ele não caiu... Se ele tivesse pulado, eu pegaria ele todinho para mim!"


 Ou de como fechar os olhos pode deixar de ser um gesto simbólico e legitimar por omissão aquilo que é propositalmente vendido como vulgaridade, para assustar os compradores de boa moral, e, na verdade, escamoteia a legitimação do que de mais ofensivo existe em matéria de normatividade monogâmico-sexual-classista... 

 Lembro que, quando este filme estava em cartaz nos cinemas, eu senti curiosidade de vê-lo, com a desculpa de que, mesmo sabendo se tratar de um filme carioca produzido pela Globo Filmes, houvesse algo ali que tentasse usurpar a (má) fama das antigas pornochanchadas, com intuitos bastante diversos, mas igualmente bem-sucedidos no que tange à hipnose moralista da audiência chauvinista. Tendo visto o filme na manhã de hoje, surpreendi-me ao confirmar que as minhas impressões não apenas estavam corretas como o filme pretende dar um passo além nesta intenção: é um filme de conversão matrimonial quase religiosa! 

 Por mais que os diálogos vulgares (porém absolutamente verossímeis) do Marcelo Rubens Paiva conduzissem a minha experiência espectatorial para um viés repulsivo, a ótima trilha sonora de Plínio Profeta, os bons desempenhos do elenco e as diferenças efetivas (porém homogeneizadoras, ao final) entre os personagens principais me fizeram valorizar o filme enquanto bom produto cinematográfico, por mais deletério que ele seja moralmente (melhor seria dizer moralisticamente) e estilisticamente. 

Não sei até que ponto este filme reproduz uma tendência "nacional", mas é um interessante registro de época, um espelho sobre a classe média executiva carioca, em que o excesso de masturbação e a promiscuidades são apenas passos para a felicidade inevitável de um casamento tipicamente nuclear, ainda que este seja o sexto ou o nono na vida do indivíduo (obviamente masculino, pois mulheres aqui são apenas "extensões"). Impressionado com o que vi e ouvi neste filme, só me resta diferenciá-lo radicalmente daquilo que insistem em batizar como 'pornochanchadas', por medo de investirem numa comparação mais profunda, orgânica, até mesmo genital. Fechar os olhos, neste caso, equivale a um estratagema previamente agendado pelos produtores do filme.

 Por tudo isso, eu recomendo E AÍ... COMEU?. É um filme que merece discussão sobre a decadência de nossos valores. Ou não? É tudo delírio meu, o filme é um lixo absolutamente inaproveitável e talvez eu tenha sido enfeitado por ele, dada a associação com pessoas reais muito assemelhadas aos protagonistas? São perguntas que o tempo (e talvez a minha dissertação de Mestrado) apenas se preocuparão em aumentar...

Assim publiquei em meu perfil pessoal, ansiando menos por respostas que por mais perguntas. Ter visto este filme após analisar "O Gosto do Pecado" (1980, de Cláudio Cunha) me deixou pensativo: não apenas porque ambos os filmes debatem a questão do divórcio (o que traz à tona um desagradável personagem real), mas porque o segundo mente muito mais do que o primeiro. "E Aí... Comeu?" (2012, de Felipe Joffily) é pura enganação, apesar de não ser tão ruim enquanto filme. Como pode este paradoxo se sustentar? Preciso de perguntas (e de mais lembranças)!

Wesley PC>

quarta-feira, 20 de março de 2013

“COMO PODE A GENTE AMAR UM HOMEM E, DE REPENTE, NÃO SENTIR NADA POR ELE, NEM AMIZADE?”


É uma pergunta dura, mas eu próprio já me flagrei diante da mesma... Por mais que eu não acredite em desamor, a constância do divórcio me faz deduzir que ele existe...

Pensando nisso, submeti-me, na tarde de hoje, ao filme “O Gosto do Pecado” (1980), uma das obras menos inspiradas do ótimo diretor Cláudio Cunha, responsável por uma das obras mais consistentes do cinema brasileiro, no que tange à sua versatilidade genérica. Apesar disso, a imprensa demeritória da época insistia em taxonomizar todos os seus filmes como prefixalmente pornográficos. Assim sendo, atribuíram-lhe a feitura de uma pornochanchada [sua estréia como diretor no equivocado “O Clube das Infiéis” (1974)], um ‘pornothriller’ [o irregular “Snuff, Vítimas do Prazer” (1977)], alguns pornodramas [o encantador “Amada Amante” (1978), um 'pornodisco' [o localmente inovador “Sábado Alucinante” (1979)] e o interessantíssimo “Profissão Mulher” (1984)] e um porno-sabe-se-lá-o-quê [“Oh! Rebuceteio” (1984)], o melhor de todos – e até então, o último – que ele fez de propósito, para esculhambar.

Dos oito filmes que o diretor realizou, não vi apenas o convidativo “O Dia em que o Santo Pecou” (1975), protagonizado por Selma Egrei. “O Gosto do Pecado”, ‘pornodrama’ que eu não tinha visto até a tarde de hoje, completa a filmografia, não obstante eu ter achado este um dos filmes menos elaborados do diretor, visto que, apesar de uma equipe que conta com Inácio Araujo e Jean Garrett como co-roteiristas, com Carlos Reichenbach como fotógrafo e com Jairo Ferreira como consultor musical, a aparência de desleixo formal é dominante. Mas nada que invalide por completo a qualidade enredística da trama.

Bastante antenada às questões morais do início da década de 1980, a trama deste filme inicia-se focada no executivo Júlio (Jardel Mello), recém-separado de sua esposa Regina (Maria Lúcia Dahl). Ainda muito apaixonado por ela, ele tenta de todas as formas se reaproximar, alegando a felicidade de seu filho pequeno, inclusive, mas, apesar de não terem brigado de forma irreconciliável, ela recusa as investidas do ex-marido, salvo por uma ou outra transa eventual. Gradualmente, somos apresentados aos dilemas da secretária Vânia (Simone Carvalho), que, endividada, aos poucos se apaixona pelo patrão. Quando ela a flagra com a saia esvoaçada, enquanto troca uma lâmpada do escritório, ele percebe que pode se aproveitar sexualmente dela e finge corresponder ao seu amor, mesmo ela estando noiva de um rapaz bastante ciumento e pobre chamado Celso (Fábio Vilalonga, vencedor de um prêmio paulista de Melhor Ator Coadjuvante por este filme). O desfecho do filme impressiona!

Conhecido por ser um dos cineastas da Boca do Lixo mais respeitosos em relação às condições femininas, Cláudio Cunha, neste filme, concebe uma das cenas de rompimento de hímen mais impressionantes que eu já tive o prazer de ver (e de me identificar)! Sem contar que o estratagema radiofônico que escancara as fontes realistas da trama também é boníssimo, o mesmo podendo ser dito sobre a citação de Santo Agostinho no crédito final. É um filme menor do diretor, mas, ainda assim, impactante e muito relevante, em nível pessoal inclusive, visto que ele me fez lembrar de alguém tão repugnante quanto o protagonista falsamente apaixonado, que, num momento confessional, jacta-se de testemunhar a destruição amorosa alheia. Cláudio Cunha é realmente um cineasta autoral: parabéns!

Wesley PC> 

"BELEZA ADORMECIDA" (2011). Direção: Julia Leigh.

Talvez nem seja um filme tão bom assim, mas é tão original e veio tão a calhar que me socou no rosto, na genitália, em mais de uma parte de meu corpo: por mais que a sua sinopse fosse convidativa ao extremo em sua misteriosa explicação do título, a pletora de empregos bizarros a que a protagonista vivida por Emily Browning se submete impressiona, de modo que a sua subsunção à prostituição não-penetrativa da segunda metade do filme é apenas um corolário do tipo de exploração empregatícia de que ela já estava impregnada desde a primeira cena do filme. Por isso, ela queimava o dinheiro que recebia sendo garçonete vestida em 'lingerie'; por isso, ela mente quanto perguntada se ingeria algum tóxico além de maconha; por isso, quando um homem diz que, ao contrário dos homens que fingem a própria morte, ele finge a sua própria vida, ela se oferece para fazer sexo oral nele. Em mais de um aspecto, o virgem abstêmio e burocrata que sou foi espelhado no filme: impactante e surpreendente em sua originalidade reprodutiva!

Wesley PC>

terça-feira, 19 de março de 2013

SE ESTE DISCO FOSSE UMA DOENÇA, EU SERIA UM PACIENTE TERMINAL: NÃO CONSIGO PARAR DE OUVI-LO!

Há alguns domingos, comentei com um conhecedor atencioso da carreira do cantor australiano Nick Cave que não gostara muito de “Dig, Lazarus Dig!!!” (2008), visto que não apenas achava o disco irregular como parecia uma tentativa de dialogar (no sentido mais comercial do termo) com platéias maiores. Não apenas ele concordou de imediato comigo como questionou se as suas colaborações cinematográficas com o cineasta John Hillcoat não teriam algo a ver com isso? Apressei-me em responder que não, muito pelo contrário: os roteiros escritos por Nick Cave são ótimos!

 Pois bem, foi graças justamente a este John Hillcoat, diretor de “A Proposta” (2005) e “Os Infratores” (2012), ambos filmes roteirizados por Nick Cave, que tive acesso ao videoclipe de “Jubilee Street” na MTV e me interesse rapidamente pelo novo disco do artista, “Push the Sky Away” (2013), recomendado de forma cautelosa e não muito empolgada pelo amigo ‘connaisseur’ mencionado na primeira linha desse texto. A ótima surpresa: achei o disco excelente!

 Desde que o adquiri, no último final de semana, até hoje, não consigo parar de ouvir este disco repetidas vezes na íntegra. Faço-o agora pela enésima-segunda vez, quando a antológica “Water’s Edge” (faixa 03) está sendo executada em meu aparelho de som. É uma de minhas faixas favoritas do álbum, junto àquela que já mencionei (faixa 04, belíssima em seu elogio tipicamente lúgubre à prostituição) e a soberba “Mermaids” (faixa 05), cuja letra me leva a acompanhá-la empolgadamente:

 “I believe in God
 I believe in mermaids too 
I believe in 72 virgins on a chain (why not, why not)
 I believe in the rapture 
For I've seen your face 
On the floor of the ocean 
At the bottom of the Ray” 

 Mas, além de toda esta beleza, o disco mais recente de Nick Cave and the Bad Seeds ainda nos lega clássicos natos como: a abertura ao som de “We No Who U R” (faixa 01), cuja letra eu dediquei a alguns de meus amigos mais queridos, assim que acordei na madrugada de ontem [“Tree don’t care what a little bird sings/ We go down with the due in the morning light/ The tree don’t know what the little bird brings/ We go down with the due in the morning/ And we breathe, in it/ There is no need to forgive/ Breathe, in it, there is no need to forgive”];“Finishing Jubilee Street” (faixa 07), que acrescenta mais quatro belíssimos minutos de versos aos mais de seis minutos inebriantes da elegia anterior; e o desfecho súbito ao som da faixa-título (09). Digo súbito, porque eu queria mais, muito mais: o disco é tão impactante – o melhor deste o antológico “No More Shall We Part” (2001) – que não consigo parar de ouvi-lo à exaustão. Tem tudo a ver com o meu estado platônico hodierno de amor pelo mundo que me rodeia (para não citar nomes, claro)!

 Wesley PC>

segunda-feira, 18 de março de 2013

NESTE ‘BLOG’, AS MENÇÕES AO SERIADO TELEVISIVO NORTE-AMERICANO “THE WALKING DEAD” EVENTUALMENTE IMPLICAM NUM EUFEMISMO PARA “ACABO DE CHUPAR O PAU DO TEU NAMORADO!”

Digo isso metaforicamente, mas também realisticamente: há poucas horas, tal qual aconteceu no dia 17 de janeiro e no dia 18 de fevereiro do ano em curso, eu ingeri sêmen alheio, num contexto de estimulação masturbacional e felacional engendrada por minhas mãos e boca. Deitado em seu sofá, um ser humano por quem me encanto mais e mais a cada dia – por mais rechonchudo e beberrão que ele esteja se tornando – foi lambido, beijado e amado por mim, enquanto preparávamo-nos para assistir ao décimo terceiro e décimo quarto episódios de “The Walking Dead”, sendo o primeiro decepcionante e o último surpreendente. Empolgado e carente que estava, antes de receber a glória de poder manipular o pênis de alguém que amo (Domingos Oliveira tinha muita razão quando afirmou que “o amor é um dos efeitos colaterais do sexo”), excedi-me na empolgação e permiti que ele ejaculasse cedo demais, de modo que sujou o seu calção vermelho, esfregado em meu rosto a fim de diminuir as manchas de gala na roupa. Precisei sair por alguns instantes e, quando voltei, percebi que ele molhara a área suja de esperma em seu ‘short’. Fôssemos outras pessoas, talvez conversássemos sobre o assunto, evitaríamos que isso acontecesse, mas contento-me em exultar quando sinto ele pôr suas mãos sobre a glande, numa advertência simbólica de que o gozo está vindo. Gozo junto, num sentido extensivo, ainda que, hoje em particular, tenha ficado tão excitado após o ato que precisei masturbar-me duas vezes, uma delas no banheiro de sua residência. A vida também é feita de compensações!

 Wesley PC>

UMA FRASE E/OU UM ECO:


Assim disse um zagueiro de futebol americano recém-evangelizado. Num contexto diferente - e, ao mesmo tempo, muito parecido - é mais ou menos nisso que eu penso agora...

Wesley PC>

domingo, 17 de março de 2013

SOBRE A MINHA PRÓPRIA VOLUBILIDADE...

Dormi muito bem na madrugada deste sábado para domingo: estava gripado e com fome, mas os abraços inusitados que troquei com um rapazola afetado e pernóstico que, há alguns dias, não queria sequer que eu o tocasse, deixaram-me afetivamente excitado. Sei que o rapaz em pauta desagrada à maioria dos meus amigos – por causa de seu caráter dúbio, de seu pseudo-niilismo contumaz e de suas declarações infelizes mal-disfarçadas de ironia intelectual – mas, ainda assim, há algo nele que me atrai. Não sei se posso categorizar isto como uma paixonite precipitada, mas, se eu conseguir driblar as suas alegadas resistências epidérmicas, quem sabe?

 Pensando na delicada situação acima descrita, deparei-me com um videoclipe remasterizado da canção “Bom Senso”, faixa 03 do disco “Racional – Vol. 1” (1975), de Tim Maia, em que o cantor e compositor elogia o livro (ou melhor, conjunto de livros) “Universo em Desencanto”, cujos mais de mil exemplares foram redigidos por Manuel Jacintho Coelho a partir de 1935. Não sei onde posso encontrar este(s) livro(s), mas fico curioso em conhecê-lo(s), visto que ele teve tanta influência na sonoridade setentista deste gênio da música brasileira. Fiquei pensando em dedicar a referida canção ao rapazola que abracei, mas ele periga ignorar e/ou se irritar com o meu gesto de carinho. Fico cá, portanto, a ouvir o disco sozinho... E não acho ruim!

 Wesley PC>