quinta-feira, 11 de setembro de 2014

A MÚSICA QUE EU OUÇO REOUÇO E TREOUÇO...


"Ouvi dizer que o nosso amor acabou.
Pois eu não tive a noção do seu fim!
 Pelo que eu já tentei, 
Eu não vou vê-lo em mim: 
Se eu não tive a noção de ver nascer um homem. 

E ao que eu vejo, tudo foi para ti 
Uma estúpida canção que só eu ouvi!
 E eu fiquei com tanto para dar! 
E agora?

 Não vais achar nada bem que eu pague a conta em raiva!
 E pudesse eu pagar de outra forma!"

Sendo assim, eu continuo a ouvir...
E ouço, e reouço e treouço!

Força, Wesley, força!

Wesley PC> 

‘IPSIS LITTERIS’ FACEBOOQUIANO

“Depois de dez excessivos dias, o peso daquela tristeza, que pode soar relativamente pequeno se você não é alguém que tem que pensar no assunto ou está sendo forçado a lidar com ele, mas tem proporções quase épicas se você é essa pessoa, já era considerável”. 

Tão logo abri a minha caixa de ‘e-mails’, pela manhã, deparei-me com a recomendação de um conto de uma escritora escocesa que eu não conhecia, Ali Smith. No conto em pauta, o que era narrado era justamente uma discussão metalingüística sobre as (des)vantagens do conto em relação ao romance, numa perspectiva que tomara as dores do primeiro como mais urgentes em relação ao segundo. Como quase tudo com o que venho me deparando na última semana, a recomendação veio a calhar, bem como o trecho destacado. Minha mãe, que vira um programa televisivo supostamente destinado às mulheres burguesas, pela manhã, preocupa-se que eu esteja assolado por germens depressivos. Alegou que vitamina de abacate com manga e banana e alface e manga e maracujá e goiaba e morango e jaca e o que mais tiver na geladeira é um excelente remédio (ou paliativo, que seja). Aceitei a sugestão multi-frugal. Comi algo e fui para o quarto de meu irmão, assistir a um curta-metragem sobre um semideus que se sente um nada que passeia pelas zonas de prostituição cariocas. Gostei muito do que vi...

 “Parece que depois que lhe privam da possibilidade de falar como quisesse, e de ser capaz de zelar pelos amigos, não lhe sobra mais nada em termos de narrativa além de se apaixonar por um rapaz tão apaixonado por si próprio que passa o dia inteiro curvado sobre um lago que é o seu próprio desejo e que acaba se deixando quase morrer de sofrimento (e aí se transforma, em vez de morrer, numa florzinha branca)”.

 O resto é sobrevivência, história, continuidade, interação, persistência, vida!
Eu continuo:sou desses que tentam, desses que amam...

Wesley PC> 

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

DOS CLICHÊS PERSECUTÓRIOS E/OU AS COISAS QUE EU (NÂO) SEI...


Não sou especialista, mas, enquanto senciente, creio que posso opinar que a distinção não é tão simples assim. Pelo sim, pelo não, em meus estágios de tristeza (com ou sem razão), esforço-me para compreendê-la,para dotá-la de algum sentido gnoseológico. O problema é que, tal qual a fome, nem sempre se consegue. Quando se sente, o entendimento fica à mercê de inúmeros fatores germinativos. Sigo tentando...

Wesley PC>

terça-feira, 9 de setembro de 2014

TÃO BOM, QUE EU DORMI NO FIM...

As pessoas acostumadas às atividades sexuais mútuas tendem à constatação de que o sexo é relaxante. Mesmo inexperiente nesta prática, admito que isso é verídico. Não por acaso, muitos adormecem após a foda, ou se sentem mais tranqüilos depois dela...

 No que tange à recepção espectatorial, adormecer pode ser um indício de enfado. Adormeci ao final do curta-metragem “O Rei da Montanha” (2000, de Duncan Tucker), mas, ao contrário de ter me frustrado com o filme – conforme aconteceu com muitas pessoas – achei-o deveras apreciável. Na trama, um rapazola abobalhado senta-se numa praia e lê. Um rapaz bonito aproxima-se dele, banha-se completamente despido e, em seguida, o convida para ir a uma casa estonteante. Confessa que trabalha como michê e que cobra quarenta dólares por uma transa. O rapazola escandaliza-se, mas deixa evidente que está interessado na oferta. Paga, aceita, trepa, goza. Quer mais. Com o dinheiro, o michê compra cocaína e divide com ele. A segunda custa apenas cinco dólares e, mais tarde, um relógio furtado. Adormeci a final. Gostei do filme...

 Em verdade, por mais que a composição do personagem abobalhado não seja das melhores, o michê vivido por Paul Dawson é apetecível. Creio que, se fosse eu no lugar do paspalho, também pagaria. Recusaria a cocaína, mas aceitaria a oferta sexual. E, quem sabe, dormiria contente ao final. Quem sabe? Eu estou precisando... Eu mereço!

 Wesley PC>

domingo, 7 de setembro de 2014

NÃO SERIA MAIS FÁCIL TER PAPOCADO A MINHA CABEÇA DE UMA SÓ VEZ?!


"Talvez seja, mas não é isso o que eu quero fazer. Eu gosto muito de ti e, ainda que eu prefira estar confortável, preocupo-me com teu bem-estar, no momento certo, tudo se ajeitará..." 

Obrigado!

Wesley PC>

DEPRESSÃO DOMINICAL PÓS-ONÍRICA E PRÉ-FÍLMICA:

Não vi o filme ostentado no cartaz, não o conhecia até pouquíssimo tempo, aliás. Mas hoje me sinto triste, ele vem a calhar. Pena que seja tão difícil de encontrar...

No meu sonho de hoje, Terry Gilliam dirigia um filme que se assemelhava a uma dessas pornochanchadas brasileiras. Eu tinha um namorado adolescente, sendo que, se não me engano, eu também era adolescente, apesar de a minha conjuntura física ser a atual. Era 1992, ou algum ano similar. Eu estava na rua 53, e o meu pretenso namorado tinha os cabelos ensebados e escorridos para a frente. Utilizava aparelho ortodôntico e era muito bonito. E gostava de mim. Fomos ao cinema, vimos algo de mãos dadas, comemos uma tapioca de queijo e outra doce (cada uma delas custou R$ 1,10. Eu paguei as quatro!) e, quando acordei, eu me sentia levemente feliz. Passava um desenho animado francófono na TV. Dublado. Eu amo!

Se alguém conseguir este filme antes de mim, favor repassar, compartilhar...
Obrigado!

Wesley PC>

A NOTÍCIA QUE EU NÃO QUERIA DAR...

O rapaz que faleceu no acidente mostrado na foto era alguém que eu conhecia bem. Considerava-o, em vida, uma excelente pessoa e, como tal, conservarei dele esta impressão perpétua, agora que ele está lamentavelmente morto. Deparei com esta foto tétrica por acaso, enquanto vasculhava algumas notícias antigas e, caramba, como me irritei ao encontrá-la: hoje em dia, o percurso que transfigura um retrato individual num esboço mercadológico sensacionalista é muito tênue. Ou seja, enquanto o corpo do rapaz jazia no asfalto quente, ele era registrado por inúmeros desconhecidos, que gozavam diante de sua dor fatal. O rapaz morreu, seus fotógrafos permanecem vivos, tudo vale em nome da noticiabilidade?

Juro que pensei muito antes de vir redigir estas linhas. Na verdade, sigo pensando ainda se devo prosseguir com esta confecção blogueira ou não. O que eu quero dizer com este desabafo? Não estaria eu legitimando justamente aquilo que desejo condenar? O limite entre a reverberação e a reclamação é ainda mais tênue, mas o fato é o que o rapaz está morto. Uma excelente pessoa, muito bonito e espirituoso, mas morreu, sangrou, deixou esposa e parentes sentindo a sua falta... Isso é notícia? 

Wesley PC>