sábado, 29 de março de 2014

PARA QUE CONSTE DOS AUTOS: EU PRECISO DE UMA CHUPADA!

Numa das seqüências mais divertidas do ótimo "O Analista de Taras Deliciosas" (1984, de Fauzi Mansur), um homem que foge do ataque de um vampiro adentra um quarto onde um marido insiste em emprestar a sua mulher para outro homem. Apesar de ser casado, o fugitivo aceita a oferta e faz sexo com a mulher do marido que se masturba atrás dele. Ela ejacula sobre suas costas, ao que o homem reclama: "pôrra, na bunda não!". E eu ri, também sexualmente excitado!

Além de eu ter apreciado deveras o compêndio hilário de fantasias eróticas que o filme acumula, ele também soube injetar sangue e esperma em minha genitália, em instantes como aquele em que um rapaz bonito masturba-se diante de fotos antigos da Elizabeth Taylor ou quando um cara afoito que insiste em se fantasiar de Billy the Kid assume o seu homossexualismo masoquista. Gostei muito do que vi, uau! Estou precisando...

Wesley PC>

CONFISSÃO DE UM SÁBADO, ANTES DO PRAZO FINAL...

Por causa da greve dos Correios, no final de janeiro deste ano, a edição de fevereiro da revista Preview - que assino - foi-me entregue com quase dois meses de atraso. Quando o carteiro chamou-me em casa, há pouco, para entregá-la, não consegui controlar a exclamação: "ah, finalmente!". Ao que ele apenas se defendeu: "não se preocupe, que tudo chega"...

Oficialmente, já tinha recebido um exemplar adicional da revista, pois expliquei para a editora que houve um atraso por conta da greve. Eles foram demasiado solícitos e me enviaram uma revista a mais, como carta registrada. Gostei do que li na edição, mas, agora, tenho um exemplar duplicado (risos).

Na verdade, todo este preâmbulo é uma tentativa de relaxar, pois estou tenso, muito tenso: ontem, por volta do meio-dia, recebi a notícia de que devo entregar três cópias impressas, encadernadas e devidamente corrigidas de minha dissertação até depois de amanhã, segunda-feira. Dispenderei um esforço hercúleo (inclusive monetário), mas atenderei ao que me está sendo solicitado enquanto estudante de Mestrado. Perigo ser reprovado por displicência na avaliação da banca, mas muitas questões alheias à minha vontade precisarão ser consideradas. Como diz um professor bastante conhecido no círculo intelectual italiano, "agora vai!". Definitivamente, agora vai!

Wesley PC>

UMA GRANDE SURPRESA TEATRAL: “ELA ESTEVE AQUI”

Neste final de mês de março de 2014, teve início o IV Festival Sergipano de Teatro, em que diversas produções locais serão exibidas gratuitamente. Faltei à encenação de estréia, pois estava ocupado com planos pornográficos, mas, após convencer alguns amigos de trabalho a acompanharem-me na segunda encenação, fomos prestigiar “Ela Esteve Aqui”, escrita por um recém-graduado em Letras da UFS, Euler Lopes Teles.

Tive o privilégio de encontrá-lo pessoalmente mais de uma vez (além de ajudá-lo em situações burocráticas quando trabalhava no DAA) e, por mais simpático que ele seja pessoalmente, não mentirei: descri que a peça fosse tão boa! Tanto que, quando telefonava para os meus amigos para convidá-los para a encenação da mesma, eu destacava muito mais a gratuidade que as benesses teatrais do evento. Como eu estava enganado! 

Adentrei o teatro alguns minutos atrasado, mas fui logo fisgado pelo que acontecia no palco: dois casais se revezavam na excreção raivosa de suas frustrações maritais. Uma das mulheres gabava-se de ter uma amante urinariamente ativa. Um dos maridos teve um flerte rápido com uma turista italiana no passado. Talvez os dois casais fossem extensões do mesmo par. Talvez as reclamações é que fossem parecidas e os casais diferentes. Seja lá qual for a explicação, o texto da peça era muito bom e os atores fizeram jus na defesa de seus papéis: gritavam, rastejavam-se pelo cenário,  giravam em círculo, atiravam objetos violentamente ao chão, brandiam, amavam!

Por mais que eu tenha me desagradado em relação ao complemento musical do espetáculo – malgrado as canções selecionadas como trilha sonora não serem ruins (duas executadas pela banda Plástico Lunar e outra do ótimo compositor Alex Sant’Anna), as mesmas foram inseridas de forma inadequada, rompendo o clima intenso da confissão de fracasso matrimonial – fiquei embasbacado com a engenhosidade do móvel básico que servia de cenário: projetado por uma elogiada estudante de Arquitetura, o emaranhado de pedaços de madeira que prendia e libertava – através de movimentos ora sutis ora bruscos – os personagens foi um incremento genial à pujança do texto. O mesmo sendo dito sobre o momento em que os interlocutores de cada sexo sobrepunham as suas vozes, descompassadas, enquanto narravam uma mesma situação, quando as esposas encantavam-nos ao cantarolar uma canção do Bon Jovi. Mais tarde, cada um dos quatro personagens subia numa espécie de púlpito e, enquanto os demais giravam no palco, narravam a gênese psicanalítica de seus medos e cacoetes. E foi aí que eu tive certeza do quanto Euler Lopes estava ótimo em cena: sim, não apenas ele teve uma excelente atuação como o seu texto me deixou particularmente afetado. Identifiquei-me sobremaneira com o seu personagem defensor da repetição dos dias, irritado com as pessoas que dependem de irrupções imaginárias de algo que seja “novo”. Novo por ser “novo”, apenas...

Os demais personagens eram um rapaz traumatizado por ter sido abandonado num ‘shopping center’ quando criança (Cícero Junior), uma rapariga perdulária que sentia pavor de ser tachada de frágil e uma moça que eventualmente se percebia diante da tela em branco do computador, que não queria lhe dizer nada... O mote para a peça e para todas as discussões que se entrelaçam era a visita da amante de uma das esposas à sua casa, onde o marido estava ausente e o banheiro disponível para o seu jorro de mijo. Afinal, percebe-se que era tudo uma provocação. E, pouco antes, as duas mulheres (Inês Reis e Marina Franca) passaram batom uma na boca da outra. Fantástico!

Gostei muito do que vi, ouvi e senti em “Ela Esteve Aqui”, a ponto de fazer questão de cumprimentar o autor ao final do espetáculo. Ele estava suado, claro, extenuado, mas muito feliz por perceber que fora tão exitoso em comunicar à platéia o que pretendia. Parabenizei-o pessoalmente, mas, por medo de não ter sido suficientemente compreendido, refaço-o aqui: parabéns sinceros, Euler. Gostei muitíssimo do que vi!

Wesley PC>

terça-feira, 25 de março de 2014

"TU ÉS MELHOR DE BRIGA DO QUE ÉS DE FODA!"

Me recuso a acreditar que fui tão indulgente com esta atrocidade cinematográfica: como eu posso ter dado 4.7 para "300: A Ascensão do Império" (2014, de Noam Murro)? Como?!

Vou crer que o fato de eu ter sido pego de surpresa antes de adentrar a sessão teve muito a ver com isso: não o vi no cinema, mas na casa de um vizinho, que aprecia deveras este tipo de superprodução anti-histórica. Não sei se ele gostou do filme, já que permaneceu um tanto reticente ao final da sessão, mas... Ouso crer que a culpa foi disso: interliguei-me em excesso com o público-alvo doméstico e, sem que eu percebesse, estava a me divertir, perigosamente...

Mas amanhã eu corrijo este problema, este erro apreciativo: já tenho um pungente filme brasileiro antigo ansiando para ser devorado por minha alma sequiosa. O resto é o que não está dito...

Wesley PC>

segunda-feira, 24 de março de 2014

ANTI-RESENHA DE UM DISCO QUE AINDA NÃO OUVI ADEQUADAMENTE...

Na madrugada posterior à noite em que ouvi “De Graça” (2013), segundo disco do cantor paulistano Marcelo Jeneci, excretei o maior toloco fecal deste ano de 2014. Poderia ser uma mera associação escatológica se, numa primeira audição, eu não tivesse considerado o referido disco “uma bosta”. Na verdade, o que aconteceu foi uma decepção concernente ao tom “pra cima” do novo disco, visto que o álbum anterior – “Feito Pra Acabar” (2010) – é, em minha opinião, um dos melhores e mais coesos lançamentos da última década. O novo disco, entretanto...

De ontem para hoje, ouvi “De Graça” pelo menos três vezes na íntegra. Por mais inicialmente irritantes que sejam a faixa-título (a segunda do álbum), “A Vida é Bélica” (faixa 06), e “Julieta” (faixa 10), demonstrei-me, desde já, encantado pela cantilena otimista da faixa de abertura, “Alento”: tem tudo a ver com o meu estado de espírito atual! Quem me vê por aí, até crê que eu sou empolgado daquele jeito (risos). Nada é por acaso! 

“Se a grana apertar e o prazo vencer 
Seu copo tombar, seu time perder 
Se alguém se foi, não tente entender 
O que se passou segue com você 

Nossa música que lhe faz bem 
Você pode descer desse trem
 Olhe um pouco pro lado 
Não tem cadeado, no seu pensamento 

Olhe o mundo girando no chão 
Olhe a pipa no céu, avião 
Olha a sombra da árvore 
Se oferecendo pra dar um alento”... 

Vale lembrar que a minha relação com o Marcelo Jeneci tornou-se deveras pessoal desde que o disco anterior tornou-se a trilha sonora do rompimento provisório com um grande amigo (mais detalhes, aqui). Em relação ao novo disco, aprovei de imediato as parcerias do artista com a cantora de voz doce Laura Lavieri. Vide o que ela faz em “Tudo Bem, Tanto Faz” (faixa 04)... Uma fofura! Excetuando-se por isso, o disco ainda não funcionou comigo, mas gosto do conselho contigo em “Nada a Ver” (faixa 05), sobre “andar com quem te quer bem”... Eis o que mais tento! Digo mais: “O Melhor da Vida” (faixa 07) é uma canção linda! Por essas e outras, continuarei a ouvir o disco... Enquanto defeco, inclusive.

Wesley PC>

“MAIS CEDO OU MAIS TARDE, TU TAMBÉM VAI CAIR”...

Assim diz a cafetina interpretada por Wilza Carla ao traficante ambicioso e analfabeto interpretado por Roberto Bonfim em “O Rei da Boca” (1982, de Clery Cunha). A ameaça é certeira: ele vai cair! Porém, até agora, eu ainda não pude conferir tal desfecho, visto que a cópia do filme de que dispunha enganchou justamente no final... Mas pude ver cenas de impacto, como o instante em que uma prostituta (Zilda Mayo), após trepar com um cliente desagradável, limpa a boceta com álcool e esbraveja: "estou puta da vida!". O filme é muito interessante!

Ao narrar a epopéia de um bandido (quiçá real), o que mais prejudica o filme, por mais paradoxal que isto seja, é a sua persecução por qualidade épica: obrigados a serem tecnicamente mal-feitos como os filmes apressados da Boca do Lixo, o roteiro deste filme é ambicioso e a abordagem muito séria, o que redunda num leve enfado na metade final. Mas é um filme que, se fosse exibido hoje, mereceria todo o sucesso de bilheteria que recebesse. Não me canso de lamentar o quanto estes filmes são injustiçados!

Wesley PC>