sábado, 8 de outubro de 2011

E, PARA NÃO PERDER O CONTEXTO DA REFLEXÃO SUPRA-MATEMÁTICA...


Acordei e publiquei numa rede social:

“Infeliz do homem sem Matemática!

Quando pequeno, eu demorei a entender o que os professores queriam me dizer quando explicavam que um conjunto com um zero dentro não é vazio, mas unitário. Às vezes, eu sinto como se houvesse um zero dentro de mim (ou melhor, vários), às vezes, é o vazio que está dentro... Pior: este vazio não raro se intersecciona com outros conjuntos, eventualmente repletos de elementos. O que me faz perguntar: a intersecção entre um conjunto vazio e um finito resulta num novo conjunto vazio? Existe um vazio dentro do próprio conjunto vazio, a ponto de este poder se desmembrar num subconjunto interseccionado e, ainda assim, continuar vazio? Há um vazio no interior do próprio conjunto finito e/ou infinito?

Por essas e outras, amo a Matemática e não consigo deixar de crer num Deus ou algo semelhante, bastante semelhante...”

Tal qual sói acontecer nalgumas situações, concordei comigo mesmo ao reler esse pequeno texto espontâneo, a ponto de eu acrescentar uma conclusão primária em seguida: QUANDO SE PASSA A ESTUDAR E ENTENDER O VAZIO - E NÃO APENAS SENTI-LO - ELE PASSA A SE MANIFESTAR DE FORMAS DIFERENTES DIANTE DE NÓS. Acho que é carência, que estou querendo confessar algo superior à formula truísta e melancólica (ou sobrevivencial) contida em minha mínima reflexão. Que não seja tarde, meu Deus, que não seja tarde!

Wesley PC>

“TUDO O QUE TU CONSEGUIRES COMER!” OU A VAZÃO DO RODÍZIO MIDIÁTICO LEGAL CONTEMPORÂNEO:

PREÂMBULO: conforme destacado por Alindo Machado, na página 19 de um livro em que ele parafraseia Walter Benjamin: “com a desmaterialização do objeto cultural, o conceito de cópia (e, por extensão, o de reprodução) torna-se destituído de significado. A cópia ainda está aprisionada a um objeto único que não é mais o ‘original’, mas a matriz. Para copiar um filme ou uma fotografia é preciso ter acesso ao negativo, que continua sendo um objeto único, embora não mais o ‘original’, visto que não se destina à exibição. A posse da matriz implica o controle das cópias, o que quer dizer que a cultura da reprodutibilidade não corresponde a qualquer desmaterialização plena dos bens culturais”.

Na tarde de ontem, uma de minhas professoras perguntou à turma se seria problemático exibir um documentário em inglês com legendas em inglês. O tema do tal documentário – chamado “Good Copy, Bad Copy” (2007, de Andreas Johnsen, Ralf Christensen & Henrik Moltke – era a “revolução” nos costumes midiáticos contemporâneos, alavancada por contextos como a profusão cibernética dos ‘downloads’ culturais e a já comentada ‘Estética do Remix’. Por mais que eu tenha problemas “paradoxais” com esta tal revolução (tanto que a citei entre aspas, anteriormente) tive que admitir que ver o filme em inglês era absolutamente cômodo, de tal globalizado – em mais de um sentido não-julgamental – que é o seu tema. Dito e feito: a turma inteira compreendeu o que os depoentes defendiam no filme, por mais que um ou outro não concordasse com o que era defendido ali...

O filme em si, formalmente defeituoso por confiar demasiado em seus atrativos forçosos de ambientação (vide o momento em que o controverso DJ Girl Talk comenta sobre a escolha do molho que porá em sua comida ou um plano em que é mostrada a chuva caindo sobre o estúdio de um produtor musical paraense), também é incipiente em sua argumentação conteudística. Apesar de contar com preciosos depoimentos dos defensores mais verazes do Criative Commons (Lawrence Lessig e Ronaldo Lemos, este último brasileiro), o assunto central do filme não me pareceu tão seguro quanto o é no (quase) ótimo “RiP! A Remix Manifesto” (2009, de Brett Gaylor), visto na aula passada da mesma professora. De minha parte, incomodou-me deveras as confusões valorativas entre os elogios a iniciativas como o Tecnobrega, aqui no Brasil, e a indústria de filmes caseiros Nollywood, na Nigéria, e o entusiástico panorama de um novo diagnóstico acerca da “economia da cultura” contemporânea. Deve ser um problema muito pessoal, visto que, a cada novo contato com este tipo de mixórdia midiática, eu me sinto mais purista em relação a ideais “vencidos” de arte mediada pela Eletrônica. E, nesse sentido, é também um objetivo do filme que eu me sinta assim. Conclusão: tenho muito mais o que pensar – e me afetar – sobre o assunto!

Mas, venhamos e convenhamos: na apreciação particular deste filme, é ou não é mui elucidativo que os adjetivos “bom” e “mau” estejam se digladiando (ou se mancomunando) em seu título? Apesar de tematicamente relutante (no que tange a uma adesão defensiva mais pragmática), estou aberto ao debate, visse?

Wesley PC>

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

“HOJE É DIA D’‘A MORTA-VIVA’!”

Assim gritei quando fui abordado por alguns amigos queridos na saída da UFS, na noite de ontem: estava ansioso para chegar em casa e ver aquele que talvez seja a obra-prima do genial cineasta Jacques Tourneur. Antes disso, no trabalho, fiquei chocado com a estória real da aluna cuja mãe fora rebatizada em sua certidão de casamento. Acrescentara um “Falecida” ao sobrenome da mesma no referido documento. Para tornar a estória ainda mais veemente, o marido da tal aluna conhecia a lendária graduada em Medicina com sobrenome Boamorte que, por motivos óbvios, solicitou permissão judicial para alterar o seu sobrenome. Tudo se interliga, meu Deus!

Vendo o filme, ao lado de minha mãe, fiquei estupefato diante de uma beleza e qualidade técnica e enredística ainda muito superior ao que eu já esperava, tamanha a quantidade de elogios que precedeu a sessão. O filme é absolutamente perfeito: cada segundo de projeção exala magia e beleza, sendo que um dos personagens masculinos do filme associa esta beleza a morte e putrefação. E, caramba, calhou de haver um Wesley no filme. Um Wesley que ama. Um Wesley que ansiava para se reunir à sonâmbula zumbi que amava, por mais pecaminoso que fosse sua comunhão adúltera e post-mortem com a esposa de seu cunhado. Obra-prima: estou apaixonado, sou apaixonado, beleza faz isso comigo!

Wesley PC>

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

E, PARA O CASO DE EU TER ESQUECIDO DE DIZER ALGUMA COISA...

Como não pensar no direito inalienável de aquelas pessoas ordinárias serem felizes? Como? Vendo “Pacific” (2009, de Marcelo Pedroso), uma miríade de idéias e perspectivas discursivas explodem e implodem na mente do espectador: o filme clama por uma discussão pública, por um embate de impressões. Para mim, que me vi diante do mistério no que tange à adivinhação dos intentos discursivos do diretor, montador e “roteirista”, trocentas interrogações se enumeram: o que está sendo pretendido neste registro crítico sobre a classe média, composto a partir de imagens captadas acriticamente pela mesma classe média retratada? Esfacelar a noção de autoria é suficiente? Haverá um juízo de valor aqui? Ou vários juízos de valores, que se misturam, se negam, se somam e constituem o paradoxo atroz que é apelidado de contemporaneidade por quem desistiu de tentar entender o desentendimento basilar da mesma? É difícil posicionar-se unidimensionalmente diante de um filme como estes e diante deste filme em particular. Tenho que rever “Pacific” assim que possível – e, se for ainda mais possível, acompanhado!

Para quem não sabe do que se trata, “Pacific” é um filme pernambucano sobre um cruzeiro luxuoso realizado entre a cidade de Recife e as praias de Fernando de Noronha. Neste trajeto, os turistas registraram eventualmente o que lhes pungia (sendo eventualidades relacionadas ao consumo abusivo de cerveja e os pareceres sobre festas os assuntos preferidos dos videografistas amadores), de maneira que, findo o cruzeiro, a equipe do filme abordou os participantes e solicitou que estes cedessem as imagens captadas para o documentário em si, agora constituído como a montagem “direcionada” de um material extremamente aleatório e múltiplo. Parecendo uma versão anárquica de “Babilônia 2000” (2001, de Eduardo Coutinho), o ‘réveillon’ captado pelas lentes deste filme assume as vezes de uma radiografia extremada do que é a classe média brasileira hoje em dia e, para além dos desafetos que esta classe média nos causa, não há como não ficar admirado (e agradecido) pela coragem surpreendente de entrega e exposição a que os personagens/indivíduos se submeteram aqui. Estou impressionado não apenas com o filme (no sentido mais genericamente conteudístico-formal do termo), mas com os sentimentos concorrentes de apreciação moral que ele me fez depositar sobre aquelas pessoas e o direito de serem felizes de uma maneira que me envergonha pessoalmente. Nalguns momentos, os viajantes são mostrados aprendendo ridículas coreografias de ‘axé music’; noutros, participando de brincadeiras bizarras à beira da piscina. Perto do final do filme, crianças são captadas em toda a sua inocência e potencial crueldade, ora desfazendo os desenhos de areia dos irmãos na praia, ora segurando indebitamente pequenas tartarugas que tentavam correr para o mar. Faz sentido imaginar que aquilo era felicidade? Talvez eu seja “infeliz” e sub-classista demais para responder...

Wesley PC>

terça-feira, 4 de outubro de 2011

WHAT THE FUCK MEANS ‘UNHAMPERED’?

Segundo consulta de um colega de trabalho, ‘unhampered’ significa ‘desembaralhado’ – ou algo parecido. Descobri esta palavra num trecho do livro “Servidão Humana”, petardo melodramático escrito por W. Somerset Maugham e ainda não lido por mim, não obstante eu já tenha entrado em contato pessoal com a trama através do filme norte-americano “Escravos do Desejo” (1934, de John Cromwell). Vi este filme faz tempo, mas tive a oportunidade de baixá-lo recentemente, de maneira que, em breve, estarei novamente vendo a garçonete pérfida interpretada por Bette Davis espezinhar o apaixonado personagem de Leslie Howard. Como eu me identifico com esta trama, meu Deus! Por precaução, vem a calhar que eu leia o livro original na primeira oportunidade disponível... Alguém pode me emprestar?

Relendo o trecho literário acima, isolado do contexto tramático mais geral, sinto-me particularmente atingido por esta declaração elogiosamente equivocada do dinheiro como “sexto sentido, através do qual não se pode fazer um uso completo dos outros cinco". Discordo disto, mas sou sou eu quem dita as regras deste mundo. Glupt!

Wesley PC>

“O REI CAGA, A MÃO LIMPA”!


Acabo de ver o nono episódio de “Game of Thrones” (2011) e, por mais que me tivessem estragado uma revelação essencial acerca do desfecho desta temporada, não consegui esconder a interjeição de espanto e afetação diante da situação em pauta: por mais que o seriado tivesse caído um pouco em meu interesse empolgado quando se rendesse aos clímaxes bélicos, ainda assim, este é um dos mais excelentes produtos televisivos anglofílicos já vistos por mim: extraordinário, tecnicamente irrepreensível e sempre surpreendente. Juro: dá vontade de ficar com um caderninho de anotações a postos em cada seqüência, de tão geniais que são os provérbios e ditos espirituosos citados no seriado. No episódio 9, portanto, nomeado “Baelor”, alguém explica que “o amor é morte do dever”, querendo, com isso, explicar que, quando se ama, não se cumpre adequadamente as exigências honoríficas atreladas a um dado indivíduo. Ousaria eu dizer o contrário? A cena final do episódio me deixou estupefato, literalmente estupefato. Magnífico este seriado!

Wesley PC>

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

ENQUANTO O ÔNIBUS NÃO PASSAVA, EU CANTAROLAVA – POR MAIS QUE ESTIVESSE A OUVIR OUTRA CANÇÃO...

Hoje eu acordei cedo, mas, mesmo assim, inventei de ir para o trabalho de ônibus. Saí de casa antes das 8h10’. Peguei o ônibus após as 8h40’. Mas não me dei por vencido. Cantei muito, ah, cantei... E estive com minha tia safada Debora Cruz no pensamento, durante o tempo inteiro. Porque ela é que nem eu e que nem uma personagem do Chico Buarque, filmada pelo Ruy Guerra: ela ama demais!

"Pra se viver do amor
Há que esquecer o amor
Há que se amar
Sem amar
Sem prazer
E com despertador
- como um funcionário
Há que penar no amor
Pra se ganhar no amor
Há que apanhar
E sangrar
E suar
Como um trabalhador
Ai, o amor
Jamais foi um sonho
O amor, eu bem sei
Já provei
E é um veneno medonho
É por isso que se há de entender
Que o amor não é um ócio
E compreender
Que o amor não é um vício
O amor é sacrifício
O amor é sacerdócio
Amar
É iluminar a dor
- como um missionário"


E hoje eu estou arrotando sêmen e afeto de novo, ao mesmo tempo.
Isso é bom!

Wesley PC>

domingo, 2 de outubro de 2011

EPISÓDIO 5 DE “GAME OF THRONES”, “O LOBO E O LEÃO”, E A PERPLEXIDADE ELOGIOSA QUE SE SEGUE...

Na tarde última de quinta-feira, um dos alunos que passam corriqueiramente diante de mim no balcão de atendimento da Universidade presenteou-me com um DVD com a primeira temporada completa da série televisiva “Game of Thrones” (2011), produzida pela HBO a partir de uma ambiciosa série literária do escritor norte-americano George R. R. Martin. Relutei um pouco antes de começar a ver esta série, mas, de ontem para hoje, não consigo mais retirá-la de minha mente: ouso antecipar que é o melhor produto serial essencialmente televisivo com que entro em contato há décadas. É impressionantemente perfeito!

É cedo para eu revelar detalhes sobre a trama – ou melhor, sobre as múltiplas tramas – deste brilhante seriado. Porém já é demasiado tarde para eu me confessar impressionado com os magníficos desempenhos de Sean Bean como o honrado protagonista Ned Stark, de Emilia Clarke como a exilada e inicialmente cândida Daenerys Targaryen, de Michelle Fairley como a obstinada e servil Catelyn Tully Stark, e, principalmente, do magistral Peter Dinklage como o sarcástico e literato anão Tyrion Lannister, que pronuncia os diálogos mais exuberantes do seriado, daqueles que dá vontade de estar com o caderno de anotações a postos o tempo inteiro, se as reviravoltas da trama não nos mantivessem em absoluta suspensão espectatorial...

“ – Por que tu lês tanto?
- Olhe para mim e diga-me o que vês.
- Isto é um truque?
- O que tu vês é um anão. Se eu fosse o filho de um camponês, ele teria me deixado na lenha para morrer. Entretanto, como eu nasci um Lannister, coisas são esperadas de mim. (...) E eu devo fazer a minha parte para honrar a minha casa, não achas? Mas como? Bem... Meu irmão tem a sua espada, eu tenho a minha mente. E uma mente necessita de livros tanto quanto uma espada precisa de uma pedra para afiar. Eis o porquê de eu ler tanto.”
(episódio 02 da primeira temporada).

Glupt! Depois de ter ficado bastante impressionado com o diálogo acima, segui em frente no acompanhamento do seriado e, no quinto episódio, deparei-me com a decapitação violenta de uma égua no cio, com uma tentativa quase bem-sucedida de assassinato ao protagonista, com uma cena de felação homossexual, com uma cena de nudez frontal masculina, com tramóias e conspiradas cada vez mais inesperadas, por mais ansiadas e suspeitas que as mesmas sejam, tudo neste seriado é genial e espetacular, incluindo-se aí a ótima direção de arte e sua combinação minuciosa com os diretores de fotografia, a esplendida trilha sonora de Ramin Djawadi e os inteligentes estratagemas roteirísticos comandados por David Benioff, incluindo-se aí os insistentes enfoques instintivos dos personagens, sempre vistos defecando, fodendo ou mijando, às vezes em situações deveras inusitadas e ambientes inóspitos. Estou mais do que ansioso para assistir aos demais cinco episódios desta primeira – e, até então, única – temporada!

Wesley PC>

“GOZEI EM TUA HOMENAGEM” < “NÃO QUER DAR, NÃO DÊ. UM BOM LUTADOR SABE A HORA DE PERDER” < “QUERO UM HOMEM QUE NÃO SEJA BROXA DA CINTURA PARA CIMA"...


Em outras palavras: "VOCÊ É BROXA DA CABEÇA, É UM BROXA DE PAU DURO!” - Uau!

Quando minha amiga Ninalcira insistiu comigo que “S.O.S. Sex-Shop/ Como Salvar Meu Casamento” (1984, de Alberto Salvá) era um bom filme, eu acreditei piamente nela. Comecei a ver o filme ao lado de uma pessoa que queria apenas um pretexto para justificar a sua subsunção pífia a um estímulo homoerótico secundário e não gostei muito inicialmente do que vi na tela, por não corresponder às expectativas erotógenas então em xeque. Levei o filme para vê-lo na íntegra ao lado de um amigo casado e com problemas típicos de casamento e, puxa, não deu outra: tive que enviar uma declaração emocionada de amor, em plena madrugada, a minha amiga Ninalcira, visto que ela estava com a razão nesta recomendação elogiosa o tempo inteiro!

Eu já deveria suspeitar da qualidade positiva do filme quando, durante os créditos iniciais, reconheci o nome do consagrado cineasta Carlos Reichenbach como diretor de fotografia. Além disso, a existência de uma subtrama ético-economicista em meio aos dilemas orgásticos da personagem de Matilde Mastrangi indicava que o filme não era meramente destinado à excitação superficial. Havia ali o retrato sincero de uma mulher tipicamente oitentista, que reivindica os seus mais básicos direitos constitutivos, inclusive, o de gozar quando faz sexo...

No filme, há um preâmbulo genial em que o casal Cláudio (Carlos Capeletti) e Elisa (a própria Matilde Mastrangi) vê sua vida matrimonial declinar radicalmente nos 7 anos em que convivem como marido e mulher. Com o tempo, a rotina dos dois fica cada vez mais enfadonha, o que só piora quando ele deixa de prestar atenção às necessidades dela durante o ato sexual, até que, por um mero acaso pós-empregatício, ele visita uma loja de produtos sensuais e ganha uma língua com espinhos de borracha, que causa um prazer bem-vindo à mulher entediada. Daí por diante, se sentindo “trocado por uma língua”, o marido passa a sofrer de disfunção eréctil, inclusive numa orgia com prostitutas, envolvendo o seu empregador e outro colega de trabalho. A mulher, por sua vez, passa a ser assediada nas ruas e ensaia um caso com outra mulher. Até que uma conversa inevitável chama todos os personagens para o enfrentamento de seus problemas, incluindo entre estes personagens, além de marido e mulher, a ex-esposa dela, a sogra dela, o vizinho afetado de ambos e outras pessoas, todos tridimensionais em suas composições cinematográficas. Conclusão: saí da sessão mais do que impressionado com a acachapante coerência feminista do roteiro!

Quase ignorando que o filme tornou-se ainda melhor e mais providencial por causa da ótima companhia durante a sessão – que, em vários momentos, viu alguns de seus problemas recorrentes espelhados na tela – me senti intimamente contemplado diante de diálogos e aforismos tão dignos quanto a progressão valorativa que intitula esta postagem. Assim sendo, não somente recomendo este filme como um bom exemplo de pornochanchada inteligentíssima como me sinto ainda contente por minha amiga Ninalcira existir e ter insistido para que eu visse este filme. Muito obrigado mesmo por isso, amiga!

Wesley PC>