sábado, 27 de dezembro de 2008

NÃO É PRECISO SER CRÍTICO DE MÚSICA PARA SENTI-LA!


Vamos lá, admito de cara: minha relação com a Música (M maiúsculo mesmo!) é uma comunhão perene entre a apreensão sensória e a possessão anímico-mnemônica. Por isso, não me entristeço tanto por ser incapaz de julgar uma canção como sendo fantástica em virtude exclusivamente de seus componentes instrumentais (tipo: sou destes que não sabem diferenciar adequadamente o som do baixo e o da gaita de foles, mas sei quando é um xilofone, uma tuba ou uma guitarra - risos).

Recentemente, ganhei um DVD de 4.7 MegaBytes de um amigo de trabalho. O dvd continha, segundo um rótulo improvisado, “o melhor do rock nacional”. Dentre as várias bandas que encontrei no tal dvd, deparei-me com uma pasta de arquivos intitulada “2007 – Eu, Você e Uma Garrafa de Vinho”. Artista: Os Leprechauns. Já ouvira maravilhas sobre esta banda. Logo, resolvi escutar as 6 canções constantes da pasta imediatamente.

Faixa 01, título do álbum, em que, a dado momento se pode ouvir “dança, música, poesia/ Você vem de bailarina e eu.../ Sou o maestro louco”: não precisava de mais nada para me apegar violentamente ao impacto emotivo da canção. Uma fofura, em que o coração se abre até mesmo para quem não é tão enológico quanto os cantores e compositores da banda. Sem contar que o ‘riff’ de abertura é extraordinário e os barulhinhos à la “Panis et Circensis”, do influente grupo os Mutantes, no meio da canção, são fascinantes. “Mesmo que ache tudo um vazio...”, começa o refrão, “meu coração se abriu, para abrigar eu, você e uma garrafa de vinho”. Ooooh!

Faixa 02, “Se Você Fosse Louca por Mim”, obra-prima do álbum. Letra da canção: “Se você fosse louca por mim, eu cortava a grama do meu jardim/ Eu te chamava pra tomar um sorvete do sabor de maçã que você quiser”. Não preciso nem falar mais nada! Perfeita! Prova que eles entenderam muito bem o tipo de humor não necessariamente cômico da banda Júpiter Maçã, por exemplo, e que eles amam, eles se apaixonam, eles têm sentimentos... Ooooh!

Faixa 03, “Gosto da Idéia”: uns barulhinhos de teclado pululam em toda a canção, que diz “Acho que encontrei quem tanto esperei/ Eu não vou mais chorar”, logo acrescentando que é complicado assumir um amor sem se magoar... Ooooh! Repito, portanto, o que foi dito sobre a faixa 02, ainda que esta canção não seja perfeita que nem a outra (risos). Tem algo nela que incomodas um pouco (no mal sentido do termo), mas penso que a mesma seja funcional se inserida nestas serestas de beira de estrada, onde costumamos encontrar os verdadeiros apaixonados e sofridos deste mundo (risos);

Faixa 04, “Enquanto eu Olhava as Lagartixas”, segunda obra-prima do álbum, com acordes poli-instrumentais psicodelicamente hipnóticos e uma letra ‘in crescendo’ que narra os diversos genocídios, homicídios e até mesmo suicídios que se dão cotidianamente em nossas casas, mas nem sempre percebemos, principalmente quando empregadas domésticas são contratadas para realizar as atividades assassinas que as donas-de-casa relutam em fazer... É tão genial a canção que nem mesmo minha mãe resistiu ao seu charme denuncista. Ooooh!

Faixa 05, “Astronauta Medieval”: talvez seja a mais convencional do álbum, mais melódica, com uma letra em terceira pessoa (mais cantada como se fosse em primeira), sobre um homem apaixonado que faz tudo para conquistar a sua sonhada princesa (palavra esta que rima com tristeza). É uma canção simples, direta e apaixonada. Conquista fácil, mas só se torna realmente inesquecível quando atrelamos-na a momentos singulares de nossa vida sofrida. Sem contar que esta canção demonstra que os cantores/compositores entenderam muito bem o que deveria ser a Jovem Guarda... Ooooh!

Por fim, “Psicodesconexa”, a faixa que menos gostei, talvez porque fique tão apaixonado pelas canções anteriores que nem sempre tenha tempo de ouvi-la (risos), mas é dançante, é agitada, e fala de alguém, sendo, portanto, muito adequada para ser executada em fins de festa, quando a fossa bate... Ooooh!

Por enquanto, é só o que tenho d’Os Leprechauns em minha casa. Nem preciso dizer que conheço os membros da banda para atestar a qualidade suprema da mesma, mas este dado gnosiológico me é importante no sentido de que, ao já ter conversado bastante com meu “vizinho” Charlisson, muitas vezes assumindo a postura de vocalista da banda, sei que ele é mui verdadeiro em suas posturas de “eu lírico” (risos), podendo eu estar livre para me emocionar à vontade enquanto gemo ao repetir seus versos...

E “eles” nem precisam ser louquinhos por mim para isso (risos – piada interna)

Wesley PC>

PS: não tenho nenhuma foto da banda e, na Internet, só consegui encontrar este ‘site’, onde se podem baixar as músicas dos meninos. Alguém pode me enviar uma foto do CD, fazendo favor?

AGUARDANDO O RELATÓRIO DA VIAGEM...


Não sei sobre o que eu falava nesse instante, mas... Eles chegaram! Eles já estão na casa do Baiano. Deu tudo certo! Nem mesmo a mãe deste último reagiu mal. Levou a aventura na esportiva. Ufa! Falta só a escritura do relatório, da descrição minuciosa do que foi esta experiência que faria Jack Kerouac morrer de inveja e conservadorismo latente...

Wesley PC> (muito bem-acompanhado na foto)

“BEM-VINDOS” (2000). Dir. : Lukas Moodysson


Ontem à noite, eu e alguns habitantes e visitantes de Gomorra assistimos ao filme mostrado na fotografia, sobre uma experiência de vivencia política e coletiva na década de 1970, que degringola depois que crianças burguesas passam a viver no local e exigir o consumo de carne, de Coca-Cola e de presentes natalinos, dentre outras vantagens capitalistas não recomendadas no local. Ao final do filme, pessoas diferentes, com vivências diversificadas, jogam futebol, torcendo pela vitória de ambos os times da partida, enquanto o grupo sueco Abba (mesma nacionalidade do filme) cantarolam a extraordinária “S.O.S.”.

Como aquele filme nos fez lembrar de Gomorra, como percebemos através desta obra de arte, algumas de nossas próprias contradições, como é imaturo brigarmos por percebermos um leve desvio entre discurso e prática nos comportamentos de algum de nossos amigos, quando o mais recomendado e importante seríamos discutir os problemas coletivamente...

Terminado o filme, fiquei imaginando que as pessoas queridas presentes à sessão ainda estariam comparando as atitudes dos personagens com suas próprias atitudes, visto que, quando o filme estava sendo exibido, brincávamos: “este sou eu! Esta é Charnoski! Olha só, é Ferreririnha daqui a 10 anos (risos)”. Fiquei muito contente com as discussões levantadas pelo filme, no sentido de que, na madrugada anterior, eu, Juliana, Cleidson Carlos e Rafael Torres avaliávamos nossas posições acerca de um dos temas mais complicados no filme: como criar crianças de maneira política sem resvalarmos na ditadura de valores que tento condenamos? Foi por não conseguir responder a esta pergunta, que Juliana até brincou que seria sadismo trazer um bebê a este mundo, por mais que ela sinta o que chamou “de desejo feminino inato de ter um filho”. Fiquei pensando nisto enquanto dormia, visto que sou um destes que também possui o desejo inato de ter um filho.

Revendo ontem aquele filme, deitado na barriga reflexiva de Rafael Torres, o que mais me incomodou no modo como o pérfido diretor Lukas Moodysson conduz o filme é a tolerância (no sentido mais desvirtuado da palavra) com que ele trata o marido violento da loira que vai morar no Coletivo Todos Juntos apenas por não ter para onde ir depois que sai de casa... É irritante o tempo que ele dedica ao sofrimento estereotipado do personagem, que decide parar de beber, que toma a resolução de parar de brigar em restaurantes orientais, que se determina a estar sempre bem vestido para reconquistar o afeto de sua esposa, agora alegando ser socialista e quase lésbica.

Irritante mesmo é quando percebemos que o diretor torce para que as crianças do filme obtenham êxito em seu protesto pró-carnívoro e que trate de forma zombeteira atitudes primárias como fazer com que um menino use sapatos femininos apenas para acabar com a imposição indumentária burguesa de gênero. Irritam-me muitas outras coisas no filme, mas, para além de tudo isso, gostei muito do resultado e da explicação da “teoria de 1 minuto”, tempo de obtenção de ereção que, supostamente seria necessário para demonstrar que um heterossexual resoluto também pode obter prazer através das mãos e boca apaixonadas de alguém do mesmo sexo. É pensando nesta última teoria, aliás, que dedico a música-tema do filme, já citada, ao companheiro Marcos Vicente, presente à sessão, e do qual não consigo apenas gostar como amigo:

“Então, quando tu estás perto de mim, tu não consegues me ouvir? S.O.S.
O amor que tu me deste, ninguém mais consegue me salvar? S.O.S.
Depois que tu te foste, como é que eu posso continuar?
Depois que tu te foste, Como é que posso seguir em frente?”


Na foto, uma das cenas mais legais do filme, quando uma mulher mostra a outra o uso simbólico e político dos pêlos sob a axila (risos)

Wesley PC>

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Gomorra em questão! Seja você também um crític@ da Gomorra

Elaine deixou alguns comentários acerca da nossa festa de Natal. Vejamaê
Aqui é o blog dela -> http://elainecrespo.blogspot.com/

Acho o radicalismo e a ideia imposta a outros o mais puro dos preconceitos!
Pensava que pessoas que se reunem pregando a liberdade para ser o que quizer fosem menos radicais.
Pensei que uma comundade de pessoas que são ALUNOS de História de uma universidade FEDERAL..Tivesem pelo menos a visão histórica da festa que hoje se comemorada.
Mas me parece que nunca vi tanto preconceito em torno de uma data em que se prega fraternidade! Amor ao próximo e que dura só um dia mas este dia serve para se consciêntizar a tanto como o dia da consciêcia negra, o dia que acontece a parada GAY...etc
Comer carne não torna ninguem menos humano que quem não come!
Vamos sim nos preocupar com outros problemas sociais mais urgentes que estão ai para vcs jovens lutar contra...!
Só pq é NATAL não significa que todo mundo católico é composto de assasinos de pequenos animais e que todos os vegeterianos são seres supremos.
Ainda não entendo porque vcs fazem festa de natal como consta neste BLOG!!

FELIZ NATAL PARA TODOS VOCÊS!

E que hoje vcs consigam enxergar o lado bonito desta data.:)

Elaine
24 de Dezembro de 2008 16:08

xxxxx - xxxxx - xxxxx

estranho depois da postagem anterior a esta vcs postarem que estão comemorando O NATAL!!??
ESTRANHO no minimo...!!

Mais parabéns pela belissima festa de NATAL..!!:)

Beijos

Elaine
24 de Dezembro de 2008 16:33

xxxxx - xxxxx - xxxxx

Vocês não fazem história!
Vivem a margem do que acham errado nos outros!Ficar colocndo o dedo na cara da humanidade como se a sua opinião fosse a uníca verdade!

Imagina se to todo hetresexual fosse atacar os homosexuais e afins, por não concordar a atitude deles seria no minimo PRECONCEITUOSO !
E fosse escrever em BLOGS postagens que menospresarsem o que eles acreditam...
Acho uma forma de VIOLENCIA verbal e existe varias formas dela... ..Tacha uma festa cristam sem respeito e menosprezo é agir como os nazista que mataram só por não concorda com a opinião dos judeus!

Você estuda e não sabem utilizar o que aprendem de GRAçA em prol da humanidade ...Mas em benifício própio, com ideologias que não vão fazer diferençã para humanidade!
E se se você acha que não fazemos HISTÓRIA saiba, e eu sei que vc sabe, que a nossa história vem desde o início dos tempos!
Vc sim quer escrever algo que não sai de onde estar!!

Aceito quem não quer comer carne por acreditar realmente que uma crueldade...Mas chamar de assasinos e junto com isso menospresar a comemoração de uma data importante para todos os cristam do MUNDO!É FALTA DE RESPEITO PARA QUEM EXIGE RESPEITO DAS PESSOAS PARA TER LIBERDADE DE MANIFESTAR CARINHO EM PUBLICO A QUEM LHE CONVIER!!!

Mas Wesley responda na minha pagina do BLOG!
Fica mais direcionado a mim...!
Sei que muito de vcs não tem nada a haver com sua opinião mas quem posta é o BLOG desta comunidade e signica todos, já que ele representa todos vocês!!

Podem responder no meu BLOG!!!!

Elaine
25 de Dezembro de 2008 04:46

xxxxx - xxxxx - xxxxx

Segue minha resposta.

Opa Elaine, preciso discordar não do que você falou, mas da lógica utilizada.
Vamos por partes:

a) Como o convite do Natal da Gomorra dizia, Jesus não estava convidado. Isso não é uma afronta de ateus ou anti-Cristão, isso é uma crítica aos nossos dias: o Natal é a festa de Papai Noel e não do nascimento de Cristo.
http://gomorra69.blogspot.com/2008/12/natal-da-gomorra.html

b) Natal da Gomorra foi só nome da época (dezembro), nós não comemoramos de fato o Natal que seria o nascimento de Cristo. Nós acompanhamos o desvirtuamento da festa e fizemos do Natal mais um dia de beber cachaça. A troca de presentes seguiu o também disvirtuamento ao se ter como título Gomorra Secreto e não o Amigo Secreto.

c) Não é questão de impor, mas por princípio matar não é certo. Assim como não aceitamos matar outros seres humanos, alguns estendem esse direito aos animais. Então falar de fraternidade quando se mata animais pode ser entendido como hipocrisia, como falsidade, e também como superioridade, uma vez que aceitamos matar os animais inferiores - já que somos tão superiores que a natureza existe para nos servir.

c) O comentário de Wesley sobre a comercialização do Natal me parece inegável. Inclusive ano passado alguém da Igreja Caólica escreveu um arigo num jornal local sobre isso, lamentando que o Natal hoje é de Papai Noel.

d) Sobre liberdade. Acusar de assassinos quem mata animais é defender a liberdade dos animais. Dedender a liberdade de matar animais é defender a falta de liberdade dos animais. Contradiório?

e) Historicamente falando, a figura de Jesus Cristo não está comprovada, uma vez que apenas na Bíblia é citada a sua pessoa.

f) a data é uma festa Cristã. Quem não acredia em Cristo não tem porque defender a data comemorada. Mas não permite atacar a comemoração. Por outro lado, podemos apontar as contradições da comemoração. Quantas famílias não são felizes no Natal porque no Natal TEMOS de ser felizes e unidos. Amanhã voltamos à velha e boa brigas de familia.

g) E não estudamos de Graça. A sociedade paga por isso e nosso comprmisso é dar retorno à ela. Quando você for professora ou pesquisadora estará retornando à sociedade invesimento que ela lhe fez. Nada é de graça no mundo. Tudo é pago por alguém.

Desculpe me alongar.

Abraços rumo ao norte
feop
26/12/08 12:02

O lema de Gomorra para 2009


É isso aí,

PUTARIA E BROCAÇÃO!!

Idealizado pelo incrível Greg e reafirmado pelo insuperável Ferrerinha!!!

feop

Aberta a primeira filial da Gomorra


Essa menina chama-se Chiara. Ela é a responsável pela primeira filial aberta da Gomorra. E é justamene no Rosa Elze.

Em breve teremos a inauguração da casa que eu tive o prazer de ajudar a montar.

Então, preparem-se tod@s que a Gomorra tem novos espaços a preencher.

feop

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOH!


E, a cada dia, regularmente, pelo menos 12 novas fotografias no perfil de Gomorra no Orkut!

Wesley PC>

“GRACIAS A LA VIDA/ QUE ME HA DADO TANTO” (VIOLETA PARRA NA TRILHA SONORA)


Acabo de rever “Mala Noche” (1985), de Gus Van Sant, um dos mais energéticos e ao mesmo tempo impotentes filmes homossexuais que já vi na vida. A trama é bem simples: um intelectual que trabalha como atendente de loja de bairro pobre se apaixona por um imigrante ilegal mexicano heterossexual, que meio que se insinua para ele, pede dinheiro e tal... mas nada de sexo, nada de beijos, nada de carícias se não tiver maconha envolvida na estória, nada de contato mais íntimos, por mais que os dois passem muito tempo se divertindo juntos... Até que um dia, o tal intelectual balconista tem um caso sexual de uma noite com um amigo igualmente mexicano de seu objeto de desejo, que nada fala sobre o assunto... E a vida passa, a polícia intervém, o desejo permanece reprimido, a paixão permanece viva... Tudo a ver com a minha imersão passional em Gomorra (risos), dividido entre a pureza inacessível de um e a sensualidade proibitiva de outro... Mais um filme que preciso, preciso, preciso ver em Gomorra (risos)!

Wesley PC>

PLANTÃO - VIAGEM DE COELHO E BAIANO (edição extraordinária)


Sexta-feira e parece que a viagem de nossos estimados amigos está indo de vento em popa, por mais que os dois tenham sido obrigados a realizar inúmeras modificações de planos no caminho (risos). Ontem à noite, eles ligaram para mim. Estavam acompanhados numa praia, em Costa do Sauípe, rindo e comemorando à luz do cânhamo, contentes por já estarem próximos da cidade-natal do “homem de minha vida”. Hoje pela manhã, o celular dos dois estava desligado, mas, por volta das 13h, recebo a mais bem-aventurada das ligações: “estamos chegando, Wesley!”, gritou Coelho, que estava numa aldeia ‘hippie’, na qual foi revelado que meu adorado Baiano estava banhando-se nu à sua frente. Como lamentei o fato de que o celular através do qual eles falavam não possuísse uma câmera fotográfica (risos). Mas, que seja, eles estão chegando, deu tudo certo! Falta agora esperar a reação enraivecida/assustada da mãe de Rafael Maurício, enquanto aguardamos o relatório de viagem a ser redigido e publicado pelos dois, aqui mesmo no blogue. Dão-lhe, ciclistas!

Wesley PC> (exclusivamente para a Comunidade Gomorra)

A úlima virgindade em Gomorra


Uma coisa que @s morador@s oficiais (entenda-se, quem paga as contas) não têm é moral. Ou para ser mais exato, não conseguimos impor nada na casa.
Seja porque a Gomorra é mui dinâmica, seja porque só queremos impor as coisas quando estamos sóbrios e longe de festas. Principalmente nos momentos pós-Gomorra.
A exemplo disso essa parede. Lá no início, há muito tempo atrás, avisamos que era para riscar apenas as paredes brancas, mas por que isso não foi seguido? A resposa é simples como um peido. Quem começou a escrever na parede verde não sabia que não podia escrever - era novo na Gomorra. Ou seja, FUDEOOOO!!!

Agora só nos resta a trincheira da cozinha. Que por sinal um bêbado desiludido amorosamente (redundante, lembra alguém) já tentou ultrapassar.

feop

É a Gomorra se expandindo pra Baêa!!


Além de nossos colegas Coelho e Baiano que inspirads pelo espírito da Gomorra foram pra Baêa de bici, agora é a Baêa que veio pra Gomorra.

Esse figuraê é o Helder Han. Mora em Feira de Santana numa república chamada "No Fundo do Mar" que é tão aberta quanto a Gomorra. E parece que literalmente, pelo que ele disse a porta está quebrada.

Han também falou que está se sentindo em casa, pois No Fundo do Mar é igualzin à Gomorra.

Bem, como ele chegou à Gomorra? Ele conheceu uma galera de Sergipe n CFPBIO, dentre elas Vaneide, Pel e Cleidinho. Dae quando ele chegou em Aracaju procurou Cleidinho que estava na UFS, dae pra Gomorra foi um pulo.

Ah, quem quizer ir pra Baêa, em Feira de Santana já temos casa, no melhor esilo Bob Espaonja, No Fundo do Mar.

feop

Pousada???



Nossos intrépidos aventureiros terem dormido em pousada já está registrado nas paredes de Gomorra.

feop

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

A DÁDIVA DA IMUNIDADE!


Passei a tarde e a noite de ontem com amigos e a noite com minha solitária mãe, que não ficou tão triste quanto nos anos passados. Meu irmão chegou cansado e sozinho, fumou um pouco de maconha e foi dormir. Trancamos os portões cedo, enquanto faziam muito barulho na rua. Tentei dormir, mas as queimaduras de praia não permitiram. Sentei-me no sofá, à 1h da madrugada, e vi um emocionante filme argentino. Recebi alguns telefonemas, conversei e percebi que tive amigos. Para que um programa natalino melhor do que este?

Ao contrário do que acontece há 27 anos de minha vida, hoje eu decidi não alimentar o ódio do inimigo e ignorar esta data de ojeriza que é santificada por muitas igrejas hipócritas e pelo comércio. “Hoje é um dia como qualquer outro”, repeti comigo mesmo. Deu certo. Aprendi a lição. Ano que vem, já tenho com o que lutar (risos).

Tendo eu sobrevivido, careço explicitar os planos futuros: hoje é quinta-feira, logo, dia de CineGomorra. Algumas pessoas queridas já confirmaram presença. Tenho muitas e muitas idéias de filme, exibições polêmicas para pôr em prática, mas creio que nenhuma será mais adequada hoje que este filme da foto, “Cannibal Holocaust” (1980, de Ruggero Deodato), clássico ‘gore’, obra-prima antropofágica, quiçá o melhor instrumento contra os especistas que crêem que os seres humanos têm o direito indébito de alimentarem-se de outros animais. Voltarei a falar sobre este filme aqui. Estou torcendo para que a discussão após a sessão seja bem-sucedida. Enquanto isso, antecipo: enquanto eu não encontrar carne humana sendo ostensivamente vendida nos açougues e supermercados, jamais porei um naco de vida animal em minha boca novamente!

Wesley PC>

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

PLANTÃO – VIAGEM DE BAIANO E COELHO (1ª edição)


Quem ama, excede o zelo: esta é a única explicação para a necessidade que tenho de acompanhar minuciosamente os passos de meus amigos Rafaéis Maurício e Coelho de bicicleta até a Bahia. Ontem, eu pelejei para falar com ambos ao telefone, mas descobri posteriormente que o celular estava desligado propositalmente para retenção de bateria. Hoje, quarta-feira de véspera de Natal, consegui comunicar-me com os viandantes em pelo menos quatro momentos. Ei-los, em primeira mão:


• 8h38’: Rafael Maurício me dá sinal de vida pela manhã. Sua voz estava cansada, baixa, mas estava firme. Disse-me que ainda estava em Estância, visto que a bicicleta de seu companheiro de viagem havia quebrado. Ele estava cansado, repito, mas nada que impedisse a sua determinação de cumprir a aventura até o fim. Dão-lhe ciclistas!;

• 9h40’: Desta vez, quem usa o celular para se comunicar comigo é Rafael Coelho, que, mesmo com a bicicleta quebrada, exalava empolgação. Reclamou, sorrindo, que o Baiano não é um companheiro de viagem lá muito responsável, visto que não se habilita sequer para trocar um pneu, mas que ia dar tudo certo. Em breve, eles partiriam de onde estavam. Dão-lhe, ciclistas!;

• 14h23’: Dessa vez, início da tarde, barriga cheia, ambos estavam igualmente empolgados. Rafael Maurício (lindo, lindo!) atendeu ao telefone brincando: “plantão! Plantão!” (risos), enquanto Rafael Coelho fingia gritar por socorro ao fundo. Pediram que eu guardasse panetones para ambos, para que comêssemos juntos quando eles regressassem. Segundo Maurício, já estavam perto da fronteira com a Bahia. Dão-lhe, ciclistas!;

• 20h21’: Após um bom tempo com o aparelho de telefonia celular desligado, eles dão sinal. Tento desesperadamente falar com eles, mas, em virtude do congestionamento natalino, eles não conseguiam ouvir a minha voz. Somente às 21h11’ é que eu, Rafael Torres e Glauco conseguimos falar com eles. Ooooh! Estavam dormindo numa pousada, em Cumbe, pelo que entendi. Estavam ambos banhados e cheirosos, juntos, de barriga cheia, no município de Cumbe, se eu entendi direito. Ficamos todos contentes pelo progresso da viagem, mas... Pousada? Aaaaah! (risos) Tínhamos que zombar disso (risos)! Mas eles merecem e precisam descansar com um pouco mais de conforto. A viagem atrasou, mas, se tudo der certo, na sexta-feira, eles chegam à casa rica de Rafael Maurício. Dão-lhe, ciclistas! Torcemos por vocês!

Mais notícias a qualquer momento,
Wesley PC>

Nesta foto temos Diego e Lucas.

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É estranho, mas bem compreensível, o fato de algumas pessoas se afastarem da Gomorra por questões pessoais.
No fundo existe a hierarquização dos relacionamentos. Não que seja imposta, mas de certa forma construída.
Por outro lado, temos também as questões pessoais-ideológicas. Alguns se afastaram por não concordar com o caminho traçado por Gomorra. Mas também não falam isso abertamente.
Seria muito interessante se pudéssemos fazer uma avaliação coletiva da Gomorra. Uma terapia de grupo. Mas me parece improvável.

feop

Show dos Mutantes na Sementeira 13/12/08



Talvez as duas pessoas que mais se divertiram no show


Os contrastes da galera da Gomorra. Uns sorriem, uns trocam carinhos e outros choram. Às vezes estamos todos reunidos numa pessoa só.

Na ordem de quem aparecem:
Cledinho: sumiu da Gomorra por compromissos ideológcos
Rafael Barba: fica um dia sem ir na Gomorra e parace que sumiu.
Coelho: neste momento está indo pra Baêa de bike. Preocupando a tod@s, mas levando o espírito da Gomorra a mil.

Henrique merece um destaque especial, é um dos poucos Gomorrenses que não está nas noites ativas e passivas da Gomorra.
Ps: ele é o da lado direito abraçado com Leno.

feop

Festa na Gomorra



Acho que essa foto representa bem o clima de Gomorra. Muitas vezes chegamos a esse ponto onde a falat de foco da foto representa bem o nosso estado de consciência.
Mas para não haver enganos, não são todos da Gomorra que ficam assim.

Lembrando que alteração de consciência não se dá apenas através da química do álcool. Certas emoções, situações ou momentos conseguem alterar não só a consciência do momento, mas como a a nós mesmos. (bunito isso né? =D)


feop

A Gomorra não pára de crescer



Ess@s são @s nov@s gomorrenses. Não sei exatamente de onde vieram, quem são e para onde vão, mas espero que frequentem a casa.

Conversei bastante com el@s durante a madrugada e o alvorecer do aniversário de Luisinho. Foi muito legal.

A se eu não estiver enganado, os nomes são Jorge e Iara.

feop

O moralista do Bar da Vera



Nas últimas postagens me referi ao responsável pelo Bar da Vera como moralista. A explicação encontra-se nesta foto turva como a consciência de Luisinho naquele momento.

Luis e Cobra começaram a dançar no cano e para nossa surpresa recebemos o recado - através de Marcelino - que o cara do Bar tinha pedido para parar de dançar. Ficamos surpreso, mas respondemos com gritos acusatórios chamando-o de moralista!

A sorte dele é que ele vende cerveja. Ou seja, ele foi um mal tolerável, ao menos naquele instante.
A proposta que fica é bebermos no Bar em frente, uma vez que a cerva é mais barata. Pelo menos beber até @ responável nos censurar, se é que isso acontecerá.

feop

Quando o extraordinário vira cotidoano é a revolução (Che Guevara)



Não duvidem do conteúdo do copo. Sim, MARCOS BEBEU VINHO.
Mas como isso foi possível. Bem, em Gomorra tudo é possível.

Na comemoração de sexta do Aniversário de Luis, fomos para o moralista bar da Vera. Nosso querido amigo e consultor cultural Marcelino sugeriu que brincássemos de apertadinho. A brincadeira consiste em digitar um número entre 1 e 100 no celular e as pessoas têm de adivinhar o número, quem adivinhar bebe. O nome apertadinho vem do fato que a cada número dito é dado uma dica se é menor ou maior.
Foi assim que Marcos bebeu. No meio de tanta gente logo ele... justamente ele, perdeu umas três vezes.

feop

Vejam as fotos de Gomorra

Acessem as fotos no e-mail da comunidade:
comunidadegomorra@yahoo.com.br
Senha: sodoma69

Aqui vão umas amostras




O bom e velho miojo, pros íntimos Kinojo!! ^^
Sem dúvida a "comida" típica da Gomorra





Será que alguém lembra que filme fodástico era esse que deixou Leno e Wesley boquiabertos, Cleidinho tão concentrado, Baiano tão compenerado e Coelho e Nino sérios?




E aqui no Bar da Vera. Onde um moralista é capaz de deixar jovens inocentes bêbados, mas não permite dançar na frente do Bar...

Feop

Natal da Gomorra



O primeiro Natal da Gomorra aconteceu no dia 18/12/08 e foi muito ducariuUUU!!
Não imaginei que fosse aparecer tantas pessoas. E também não imaginei que seria tão bom.
Como todo pessimista imaginei o óbvio: a troca de presentes seria sem graça, teria diversos problemas e as pessoas sairiam resmungando chateadas. Por sinal, esse é um grande problema em Gomorra, as pessoas não falam das coisas que lhe incomodam, apenas resmungam, reclamam para os amigos. Tomara que possamos superar isso...

Bem, voltando ao Natal não sei se rolram os filmes programados. Na verdade não me lembro muito bem. Só sei que tenho a certeza de que foi uma das melhores noites que passamos na Gomorra. Realmente era a reunião de uma grande família feliz.

feop

Ps: como toda reunião de família, faltaram algumas pessoas. Mas estas são lembradas por aqueles que lhe querem bem.

“NATAL É CARNIFICINA, MORTE E CARNIFICINA!”


O grito acima é proferido pelo pato Ferdinando, quando vê uma de suas amadas servida como prato principal na ceia natalina em “Babe, o Porquinho Atrapalhado” (1995), preciosidade cinematográfica dirigida pelo australiano Chris Noonan. Poucas vezes vi um filme de sucesso realizar tão acirradamente uma defesa dos ideais vegetarianos, dos básicos preceitos acerca da defesa da vida de todo e qualquer ser vivo existente nesta terra. Além de ser um filme muito divertido e emocionante, “Babe, o Porquinho Atrapalhado” sempre me consolou, no sentido de que é sub-repticiamente impiedoso no que diz respeito à bondade suposta dos fazendeiros, contra a hipocrisia familiar que reina sempre que se comemora esta falácia vendida comercialmente como “o dia em que o Cristo nasceu”... Queria estar com este filme em mãos para exibi-lo em Gomorra.

Como não estou, transmito a minha mensagem através desta poderosa imagem, atribuída ao gênio Alejandro Jodorowsky. E não, não desejo “Feliz Natal” a ninguém, mas amo-vos, amo-vos de verdade, pessoas de Gomorra!

Wesley PC>

PORQUE EU SOU DESTES QUE SE PREOCUPAM!


Acabo de ver um filme recente do Gus Van Sant sobre dois amigos que, ao empreenderem uma viagem por um local desértico, perdem-se, brigam, reconciliam-se, um morre e o outro pega carona rumo a um destino desconhecido. Em outras palavras, eles erram por um deserto, enquanto nuvens indicam que tudo é transitório. Evidentemente, não pude deixar de me preocupar com meus amigos Rafaéis Coelho e Maurício, que erram em direção à Bahia. Estarão eles bem? Terão eles água, comida e abrigo? Estarão fazendo cocô com regularidade? Liguei inúmeras vezes para o celular do Baiano, mas este se encontrava desligado. Conclusão: não tenho notícias de nenhum dos dois e, por mais que eu creia piamente no êxito errante de ambos, estou preocupado! Não devo ser o único...

Wesley PC>

DICA DE FILME Nº 4.376:


Na cena inicial, antes dos créditos de abertura, um casal faz sexo. Ele, ajoelhado sobre a cama, por trás da mulher, olhando-se no espelho enquanto realiza violentos movimentos com a pélvis. Ela, prostrada em frente ao homem, pondo travesseiros diante de seu colo para ficar mais confortável. Uma cena de sexo tão inusual que ninguém suspeitaria que se tratam de marido e mulher. Eram. Depois que eles gozam, dormem juntos. Ao acordar, o homem, satisfeito, olha para o rosto de sua esposa e diz: “isto deve ser o mais próximo possível do rosto de Deus”. Nome do filme: “Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto” (2007, de Sidney Lumet).

Ouvi tanta gente comentando que este filme estava sendo superestimado pelos críticos que o assisti sem tantas expectativas, crente de que era pouco mais de um filme policial em que, no intuito de conseguirem dinheiro, dois irmãos em crise provocam a morte acidental da mãe, dona de uma joalheria. Aos poucos, porém, o roteiro se deslinda como um potente melodrama familiar, em que o irmão mais velho (Phillip Seymour Hoffman) é descoberto como corrupto na firma em que trabalha e recorre ao uso da heroína como estratagema para não ver os problemas, o irmão mais novo (Ethan Hawke) sofre com a indiferença da ex-mulher e os crescentes pedidos monetários de sua filha, a esposa do irmão mais velho (Marisa Tomei) tem um caso com seu cunhado para que não se sinta tão “ruim de cama” como dizem, e o pai dos dois irmãos (Albert Finney) erra como ser humano capaz de demonstrar sentimentos, ao passo que ama verdadeiramente a sua mulher, morta a tiros num assalto equivocado programado por seus próprios filhos. O desenlace de todas estas tragédias será devastador!

Para tornar a dramaticidade do filme ainda mais válida, a trilha sonora do filme é de autoria de um dos meus músicos favoritos, Carter Burwell, que utiliza repetitivos acordes ‘in crescendo’ para comentar o fracasso preponderante na vida de uma família, metonímia direta da sociedade mundial neste século XXI. O final do filme é de uma crueza tão dolorosa e previsível quanto arrebatadora. O diretor Sidney Lumet, comprova com este filme que está envelhecendo muito bem, portanto.

PS: a grandiosidade do título do filme merece um texto à parte!
Wesley PC>

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

SE ALGUÉM QUISER REALMENTE SALVAR-ME NESTE NATAL, BAIXEM ESTE ÁLBUM E DÊEM-ME DE PRESENTE. EU AGRADEÇO!


“Eu conheço um homem que amaldiçoa seu irmão
Eu conheço um homem que não vive por ninguém
Sempre perseguindo dinheiro
Crendo que um homem pobre é engraçado
É difícil, é difícil acreditar que ele é um filho de Deus

Eu conheço uma mulher que rouba de sua mãe
A mesma mulher que se embebeda de um dia para outro
Chuta seus filhos nas ruas
Existe outro homem debaixo do cobertor do pai deles
Eu acho difícil, eu acho difícil, eu acho difícil acreditar que ela é uma filha de Deus

Eu conheço algumas pessoas que vão para a igreja no domingo
As mesmas pessoas que vestem um lençol na segunda
Que falam sobre justiça e serem livres
Enquanto observam linchamentos tão tranqüilamente
Eu acho difícil, eu acho difícil,
Eu acho difícil crer que estas pessoas são filhas de Deus”


Esta é a letra traduzida da canção “Children of God”, uma das mais bonitas do grupo neo-barroco Antony and the Johnsons, liderado pelo quase transexual Antony Hegarty, que realiza dois duetos com Björk no álbum “Volta” (2008) e é o tipo de música que mais ouço nestes últimos dias. Possuo a maravilha de álbum intitulada “I Am a Bird Now” (2005) em minha casa e sempre me emociono quando ele começa a cantar “Hope There’s Someone”, primeira faixa do álbum:

“Eu espero que haja alguém para tomar conta de mim
Quando eu morrer, quando eu me for
Eu espero que haja alguém que possa deixar meu coração livre
Tranqüilo para se apoiar, quando eu me for

Existe um fantasma no horizonte, quando eu vou para a cama
Como eu posso dormir à noite?
Como eu posso descansar minha cabeça?

Existe um homem no horizonte
Desejando que eu vá para a cama
Se eu cair a seus pés esta noite, ele permitirá que eu descanse minha cabeça
Então, eu espero que eu não me afogue
Ou paralise em sua luz
Enviado de Deus, eu não quero ir
No momento crítico dos selos

Eu espero que haja alguém para tomar conta de mim quando eu morrer”...


Do álbum anterior, lançado em 1998 e homônimo da banda, só possuo algumas canções tristes esparsas. Gostaria muito que alguém me desse de presente as demais canções, bem como as faixas já disponibilizadas na Internet do vindouro e precioso “The Crying Light” (2009). Façam-no, por favor. Eu suplico! E ouçam Antony and the Johnsons, que é sublime.

Wesley PC>

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O BANHO DO FILHO D’EROS COM AFRODITE


Nesta terça-feira, esta preciosidade exibida na imagem estará regressando para Salvador, montado numa bicicleta, sem cueca, acompanhado pelo amigo com quem tem mais afinidade. Sentiremos falta dele, mas ele estará muito bem acompanhado por sua sortuda família, pelos compatriotas, pelos abençoados seres que moram na terra em que Macabéa cria que só moravam macumbeiros. Sei que a primeira impressão que nos abate é que ficaremos órfãos do paroxismo da beleza terrena, da supremacia masculina em forma de moço terno, da epigênese carnal dos mais gloriosos sentimentos passionais, mas, não, ele regressará, ele voltará para nos fazer felizes e, mesmo distante, continuará a nos encantar, a enviar toda a sua grandiloqüência humana e sua concomitante simplicidade baiana. Sentiremos falta de sua presença quando ele se for, mas é pensando em Arthur Schopenhauer que consolar-nos-emos:

“A busca zelosa e apaixonada da beleza e a escolha cuidadosa a que se procede não se referem ao interesse pessoal de quem escolhe, embora este assim o suponha, mas se referem ao fim verdadeiro, ao ser futuro, no qual deve ser mantido o tipo da espécie da maneira mais integral e pura possível.” (“Metafísica do Amor”)

È uma tese embrionária e repleta de hipertrofias de cunho genético, da qual Rafael Maurício é apenas um coadjuvante forçado, mas serve para refletir...

Wesley PC> (não mais obsessivo que saudoso)

FAZENDO DE CONTA QUE POSSO MUDAR DE ASSUNTO...


Alguém aqui já ouviu falar em “Feliz Ano Velho”, clássico literário autobiográfico do Marcelo Rubens Paiva que virou filme em 1987, nas mãos do estreante, porém competente, Roberto Gervitz? Pois bem, acabo de rever este filme na tv e, puxa, como eu queria que todos os visitantes de Gomorra vissem-no. Cheguei a contatar algumas pessoas (Marcos Vicente, Luiz Ferreira Neto, meu irmão Jadson e Rafael Maurício, para ser mais preciso), mas estavam todas cansadas ou dormindo ou algo parecido...

O porquê de meu desejo espectatorial: o filme, tal como livro, limita-se a mostrar o que aconteceu na vida de Mário (vivido por Marcos Breda), depois que sofreu um acidente e ficou tetraplégico. Pulou de uma encosta e bateu a cabeça numa pedra. No hospital, querendo morrer, relembra aspectos importantes de sua vida: as primeiras masturbações, a entrada na universidade, a participação em movimentos de política estudantil, os sonhos perdidos da juventude, a banda de rock oitentista, o namoro complicado com a linda personagem da Malu Mader, o relacionamento com os companheiros de república universitária... Tudo o que vivencio em Gomorra desde que passei a freqüentar esta autoproclamada República do “Sem Limites: Vale Tudo”. Tomara que, além de mim, mais alguém tenha visto o filme, pois vivenciá-lo, na prática, já fazemos há tempos...

E que novos assuntos venham, disfarçando o monopólio pensamental citado noutro texto... Ai, ai!

Wesley PC>

domingo, 21 de dezembro de 2008

PORQUE NÃO SOU O ÚNICO A SOFRER POR AMOR...


“Tu gentilmente fala as palavras,
libertando meu inteiro desejo
Completamente não-negado
(...)
Por debaixo de teu toque terno,
Meus sentidos não podem se dividir...
Oh, é tão forte o meu desejo!
(...)
Agora que eu te encontrei,
E posso ver através destes olhos,
Como eu posso continuar?

Porque é tão desprotegido o meu coração,
Eu não posso esconder
Aonde, então o meu coração pertence
Pertence, pertence, pertence...”


(“Undenied” – Portishead, livremente traduzido por mim)

Tenho poucos amigos homossexuais. Não chegam a 15, se eu contar direito e, com exceção de um deles, nossos assuntos são predominantemente o mesmo: homens. Problemas com homens, fantasias com homens, desejos não-realizados com homens, coisas do gênero, o tempo inteiro. Afinal de contas, como bem dizia uma canção da banda cômica sergipana Please No!, “quem gosta de homem é viado, pois mulher só gosta de dinheiro e carro” (risos).

Sempre me incomodei com esta prioridade andromaníaca concedida ás minhas conversas com amigos ‘gays’, mas, analisando isso sob a luz do que vi na festa de ontem á noite, quando Ferreirinha declarava, aos prantos, o seu amor incorrespondido por Jailton Jr., que, igualmente sincero e choroso, apenas dizia que não podia atender aos seus clamores, que ele estava em seu coração, “mas não da mesma forma”, eu entendi o porque de falarmos tanto sobre este mesmo assunto obsedante e justifiquei o motivo: carências previsivelmente não saciadas são que nem as sinapses de um portador de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): não se completam, voltam e voltam e voltam e atormentam o seu hospedeiro por toda a eternidade... Sou mais um destes, portanto!

Lembro que, ao perceber que só aperto as mãos de pessoas por quem nutro sentimentos de cunho afetivo-sexual, João Paulo, o conquistador da “gostosa do Orkut” (risos), proporcionou-me os melhores momentos deste sábado à noite, fazendo-me sorrir bastante com uma idiossincrasia sobrevivencial que me acompanha desde que tinha 11 anos (conheci o sexo aos 5 – risos). Em dado momento da conversa, quando falava sobre a beleza dos elogios que eu destino incomedidamente ao “Perfeito”, ele lamentou: “pena que não é mútuo”...

Não é mútuo! Não é mútuo? Em meus quase 28 anos de vida, após 273.000 paixonites mal-resolvidas por meninos, meninas e animais de todas as espécies (risos), nunca recebi tanta atenção quanto esta que me é dada por Rafael Maurício, nunca obtive tanto respeito e atenção de alguém por quem nutro os mais violentos sentimentos possíveis, nunca fui tão bem-compreendido e “pago” em minha necessidade de interação responsiva. Nunca! Por estes e outros motivos, me sinto muito mais do que “saciado” em relação àquele guri e, se não paro de endeusá-lo, é porque o que eu sinto é infinito e só cresce e cresce a cada dia...

E, seu hoje eu comemoro por não precisar sentir inveja da maravilhosa compreensão etílica de Jailton Jr. em relação ao desespero amoroso do polêmico aniversariante Luiz Ferreira Neto, é porque já tive o egrégio orgulho de participar na vida real de um diálogo literalmente coadunado ao que me fez chorar no desfecho do brilhante filme cubano “Morango e Chocolate” (1993, de Juan Carlos Tabío & Tomás Gutierrez Aléa). Quem não viu o filme ainda que volte daqui:

Sentados na mesma sorveteria em que se conheceram, diz Diego, um homossexual apaixonado, a David, o seu grande objeto de desejo, um moço com quem ensinou e aprendeu a ser amigo: “tu és tão lindo. Teu único defeito é não ser ‘gay’”, ao que David simplesmente responde: “ninguém é perfeito”!

Obviamente, presenteei Rafael Maurício com este filme e, numa madrugada de inserções canhamiças qualquer, ele virou-se para mim e, no mesmo contexto, disse-me que “não era perfeito” (risos). Retruquei de imediato: “mesmo sem ser ‘gay’ que nem o moço do filme, caro Baiano, és tu perfeito, sim. O perfeito, para lhe ser mais franco”. E o resto da conversa foram sorrisos... É o preço que se paga, assevero, com um pouco de conformismo natalino!

”Now that I’ve found you
And seen behind those eyes,
How can I carry on?”


Wesley PC>

Nem sei se este é o local mais adequado agora para isto, mas preciso perguntar: “ei, o que é que me faz gente também?”

Wesley PC>

“QUAL A PAZ QUE EU NÃO QUERO CONSERVAR PRA TENTAR SER FELIZ?”


Não gosto muito do rumo que a carreira neo-populista do grupo O Rappa vem seguindo, mas gosto muito do que ouço em “Lado A, Lado B” (1999), disco que me senti violentamente compelido a ouvi desde que cheguei da festa muito ruim a que fui ontem... Muito ruim talvez seja um julgamento precipitado, que seja! Não estava com vontade de ir, tinha maus pressentimentos, que se confirmaram de forma piorada. Voltemos ao álbum:

Logo no começo, “Tribunal de Rua”, uma faixa-revolta de primeira qualidade, a música que mais reverberou em minha mente na tal festa, não conseguia tirar aquele “peita, peita, peita” da minha mente, enquanto eu ficava tentando me concentrar nas pessoas não-gomorrentas da festa, mas, puxa, achava todo mundo tão feio, ou, quando achava as pessoas bonitas, tão estéreis, tão incapazes de desfilarem a placidez mauriciana pela casa (recuso-me a admitir que estou obcecado ainda!):

“Era só mais uma dura
Resquício de ditadura
Mostrando a mentalidade
De quem se sente autoridade
Nesse tribunal de rua”


Fiquei sentado na janela, tentando achar uma música que me agradasse e voltasse à festa, respondendo aos carinhos de Lucas Cobra, à atenção verbal de João Paulo, às polêmicas de Ferreirinha, que me fez mijar em sua frente duas vezes...

Faixa 2: “Me Deixa”, tudo a ver com Rafael Coelho, que está de férias, uma canção que eu não gostava por achar muito ‘pop’, mas, sempre que ia para o trabalho e ela aparecia nos meus ouvidos, que vontade de voltar para casa, de ser capaz de mentir, de abandonar toda aquela sujeição pequeno-burguesa (ai, ai...). E eles dois vão viajar na terça, só vão voltar ano que vem... Coelho e sua voz terna, Maurício e sua perfeição ambulante...

“Eu ia explodir, eu ia explodir
Mas eles não vão ver os meus pedaços por aí
Eu ia explodir, eu ia explodir
Mas eles não vão ver os meus pedaços por aí”


Faixa 3: “Cristo e Oxalá”, mais divertida, mais polivocal, mais previsível... Escuto pouco, se bem que gosto muito do verso responsivo “minha fé, minha cultura”...

Faixa 4: “O que Sobrou do Céu”. Ótima! Tudo a ver com o momento, com uma festa de Biologia em que se faz churrasco na madrugada, em que meninos que se divertiam com maconha são obrigados a parar porque havia um carro de polícia na entrada...

“O chá pra curar esta azia
Um bom chá pra curar esta azia
Todas as ciências de baixa tecnologia
Todas as cores escondidas nas nuvens da rotina”


Um videoclipe, uma letra subjetiva muito direta, sempre peito esta faixa, sempre penso um pouco mais nela. Aí eu ficava pensando: “já que estou aqui nesta bendita desta festa, acho que não cometerei nenhuma heresia se deixar claro que não estou me divertindo...” Depois eu fiquei me questionando acerca do que seria o próprio ato de se divertir... Vi Rafael Maurício passeando pelas localidades com óculos escuros maiores que sua testa e ri... “Oh, Deus, lindo, lindo!”. Mas não queria monopolizá-lo não, voltei a procurar as pessoas bonitas e não-estéreis da festa. Gostei do modo como o vocalista da Cabedal cantava. Tão sorridente... Tão entrosado... Uma camisa tão verde...

Faixa 5: “Se Não Avisar, o Bicho Pega”, narrativa demais, ao menos explica a capa do CD (risos), ma sé bacana, é dançante. Na faixa 6, é que a porca da Perfeição torce o rabo, com “Minha Alma (A Paz que Eu Não Quero)”, que, por mais que tenha se desgastado ao longo dos anos, permanece egrégia, íntima, do tipo de canção que eu canto com uma lágrima no canto de olho...

“Me abrace e me dê um beijo
Faça um filho comigo
Mas não me deixe sentar na poltrona num dia de domingo
(Domingo!)...”


E foram lágrimas o que mais vi nesta festa: lágrimas justas, lágrimas injustas, lágrimas ruidosas, lágrimas de aniversariante, lágrimas que não me fizeram bem e são delas que falarei depois, quando tiver processado todas as informações... Interrompo até o comentário sobre o álbum, deixando de falar o quanto gosto da faixa 8, “Favela”, por exemplo, mas... como diz a letra, “faltou luz, mas era dia”...

“Procurando novas drogas de aluguel
Neste vídeo coagido
É pela paz
Que eu não quero seguir admitindo...”


E a execução do álbum termina e eu fico repetindo, repetindo...

Wesley PC>