sábado, 23 de fevereiro de 2013

“ÀS VEZES, UMA PEQUENA MENTIRA VALE MAIS QUE TODAS AS VERDADES DO MUNDO”...

Quando eu penso que o Fauzi Mansur já havia me surpreendido de todas as maneiras possíveis, deparo-me com umas das obras mais potencialmente impressionantes da Boca do Lixo paulistana: “Promiscuidade – Os Pivetes de Kátia” (1983), cujo cartaz já nos deixa em pleno estado de absorção e choque.

Considerando-se as preciosidades conduzidas por este cineasta egípcio radicado no Brasil que eu já comentei entusiasticamente aqui, não seria nenhum exagero que eu me apressasse em tachá-lo de gênio, mas, apesar de ser um filme fraco e mal-desenvolvido, “Promiscuidade – Os Pivetes de Kátia” é tão surpreendente em sua proposta que não vejo como não elogiá-lo sobremaneira. Pena que, como a maior parte dos espectadores que não tiveram o prazer de descobrir esta jóia subversiva nos cinemas, tive acesso a uma versão apinhada de cortes, tantos e tão desnecessários que chegam mesmo a dificultar o entendimento da complexa trama.

A maioria dos cortes recentes do filme está obviamente relacionada às cenas de sexo entre a protagonista e a fila de crianças que ela alinha para ensinar-lhes “algo melhor do que peixe”, mas não apenas a estes flagrantes verossímeis de uma época pedofílica transitiva: até mesmo as cenas de sexo entre adultos pareciam que foram cortadas, o filme exibido pelo Canal Brasil estava inexplicavelmente retalhado! Como pode?

Seja como for, apesar de todas as lacunas, esforcei-me deveras para tentar entender o entrecho do filme: no início, somos apresentados à protagonista, numa seqüência em preto-e-branco em que ela, seu pai e o marido Mauro visitam uma estação de trem. Por conta de um acidente banal, Mauro sofre uma queda de um vagão e Kátia é amparada por seu pai cuidadoso. Na cena seguinte, estamos num hospital, ouvindo o ridículo diagnóstico acerca de mauro: “ele vai andar normalmente, sem o auxílio de muletas ou cadeira de rodas, mas nunca mais será o mesmo homem novamente, se é que me entendem”. Ou seja, ele ficará sexualmente impotente, deixando Kátia desesperada, o que se converte no alcoolismo subseqüente de Mauro. No momento seguinte, uma elipse temporal nos apresentará a uma dúzia de personagens em favor de Kátia, todos prestes a assassinar o inconveniente Mauro numa residência lacustre, quiçá o mesmo cenário do paródico “AIDS, Furor do Sexo Explícito” (1985), do mesmo diretor.

Dentre estes personagens, além do mencionado pai de Kátia, conhecemos seus dois irmãos e uma irmã muito parecida com ela. Os dois primeiros brigam entre si por causa das descobertas casuais de suas respectivas esposas e do flagrante envolvendo a criada da família, que, além de fazer sexo com o pai e com os dois irmãos, também se diverte com mulheres. Entretanto, todos eles são consensuais quando se trata de alegar que Mauro precisa ser eliminado, ao que apenas Claudinha, a irmã de Kátia, se opõe. O próprio Mauro, inclusive, volta e meia surge bêbado na sala, ofendendo a todos os presentes, tornando-se ainda mais insuportável, não obstante despertar o carinho de uma de suas co-cunhadas. Kátia, entediada, refugia-se num barco e passa a iniciar sexualmente praticamente todos os meninos da região, enquanto Claudinha se apaixona por um bem-intencionado topógrafo que trabalha na região.

Todos estes personagens se inter-relacionarão com mais fervor no quartel final do filme, em que ele assume a atmosfera de suspense que anunciava desde o início: Mauro consegue aprisionar todos os seus desafetos familiares no vagão de trem onde eles tencionavam prendê-lo e simular um acidente fatal. Munido de um aparato que produz choques elétricos, Mauro assassinará quase todos eles, exceto justamente Kátia, Claudinha e o topógrafo Marcos, que conseguirão escapar do vagão. Mauro também sobrevive, sendo paralisado pelo desfecho do filme enquanto pula do vagão. E eu fui dormir impressionado com o que vira: apesar de mal-interpretado, roteirizado às pressas e problemático em mais de um sentido, este filme é, sem dúvidas, uma das mais inusitadas produções brasileiras a que tive acesso, em que o seu genial diretor intensifica a polêmica e os dilemas morais que constavam do encantador “Cio... Uma Verdadeira História de Amor” (1971). Por essas e outras, eu intuo cada vez com mais intensidade que a minha futura dissertação de Mestrado será uma verdadeira declaração de amor ao cinema, ao Brasil e à vida: como não recair nisto diante de filmes tão inusuais e, infelizmente, pouco conhecidos como este?!

Wesley PC> 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

E EU PENSAVA QUE A NUDEZ DO JOVEM THALES PAN CHACON E A DIREÇÃO DO LUIZ CASTELLINI BASTARIAM... COMO NÃO?!

“Elite Devassa” (1984) já havia se insinuado diante de mim duas vezes antes da madrugada de hoje. Por mais que o título do filme me atraísse bastante, além das indicações positivas contidas no título desta postagem, contingências me afastaram do filme, até que, há poucos minutos, finalmente eu pude conferi-lo na íntegra. Francamente, como eu me decepcionei...

 Apesar de a trama do filme ter como ponto de partida os mesmos desvios de classe demonstrados em filmes anteriores do diretor, atrelados ao fato-chave de que uma moça rica (ou mais de uma) se envolve sexualmente com um empregado, tal qual ocorreu em “Depravação: Orgia das Taras” (1980) e “A Reencarnação do Sexo” (1982), a forçação de barra pseudo-sociológica e a má interpretação justamente do muso Thales Pan Chacon prejudicaram sobremaneira o filme, que, para piorar, possui um roteiro confuso e entulhado de personagens afuncionais, como a diva Aldine Müller, que aparece majestosamente despida numa cena orgiástica impressionante mas desconjuntada. Sinceramente, não deu para levar a sério a tramóia de suspense que persegue o protagonista, enredado pelas carências de uma patroa (Selma Egrei) casada com um rico impotente, de sua irmã rejeitada (Patricia Scalvi) e da filha virgem e rebelde da primeira. Enquanto é seduzido por elas, os atos do motorista Teodoro são vigiados por câmeras de vídeo e ele é seguido por antigos empregados da família que o contratou, que o advertem acerca dos perigos da mesma. Ele, porém, dá de ombros e se deixa mergulhar num emaranhado erótico que leva a cabo os ensaios masturbacionais que ele põe em prática durante o banho... Ao final, ele será tão devasso e elitista quanto as mulheres com quem fode.

 Autora original da trama pretensamente polêmica: Adelaide Carraro. Adjetivos que melhor combinam com o filme: tedioso e insípido. Expectativas em relação ao próximo contato com um filme do Luiz Castellini ou com alguma aparição fisicamente desnudada do jovem Thales Pan Chacon: intactas.Eu quero é mais! 

 Wesley PC>

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

ANTES DE DORMIR, LEREI “O CRISTO DE NANQUIM”, CONTO PUBLICADO POR RYUNOSUKE AKUTAGAWA EM 1920.

O título desta postagem é uma tentativa pessoal de consolar-me no que tange aos maus augúrios relatados aqui. Por mais angustiado que eu esteja, entretanto, preciso narrar um sonho que tive ontem, quando, mais uma vez, vi-me diante da possibilidade de concretização sexual com um jovem bonito: no sonho, eu fora despejado de minha casa e pedi auxílio a uma ex-colega de trabalho, que me arruma um lugar para ficar na residência de sua cunhada, que morava próximo à Avenida Hermes Fontes com seus dois filhos pernósticos mas atraentes, sendo um deles ainda adolescente. Eles comiam produtos derivados de crustáceos e assistiam a ‘strip-teases’ televisivos de baixo calão, enquanto eu, sem querer, adentro o quarto onde o pai de minha mecenas domiciliar convalescia numa cadeira de praia azul após uma cirurgia. Acordei ouvindo o convite erótico do filho mais velho da bela senhora loira que me abrigou. Porém, a terça-feira foi marcada por uma derrocada de sentimentos, que, agora, no início da madrugada, dará lugar a um lírico conto japonês: “Era uma noite de outono. Num cômodo de uma casa da rua Kiboogai, de Nanquim, uma jovem chinesa de rosto pálido, sentada a uma mesa desgastada pelo uso, mastigava preguiçosamente, a face apoiada nas mãos, sementes de melancia postas numa bandeja”. Assim começa a história. Lerei o restante da mesma deitado no sofá de minha sala...

 Wesley PC>

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

4 MINUTOS E 48 SEGUNDOS RESTANTES...

No dia 21 de fevereiro de 2013, a atriz Norma Bengell completará 78 anos de idade. Confinada a uma cadeira de rodas e à beira da falência (a ponto de ser submetida a uma reportagem clemente na TV Record), a atriz confessou que, quando assediada pelo galã Alain Delon na juventude, era carinhosamente chamada por ele de Benghelina. Pode parecer uma informação inútil para alguns, mas, para mim, esta celebração de aniversário um tanto triste não passará batida. Esta é apenas uma advertência, enquanto espero para converter para dvix o filme "A Casa Assassinada" (1971, de Paulo César Saraceni), protagonizado pela atriz, baseado num livro excepcional, que, por motivos pessoais, tornou-se um dos meus favoritos. Anseio para ver este filme faz tempo: tudo fará sentido na quinta-feira!

Wesley PC>

POR FALTA DE PALAVRAS MELHORES...

Na manhã da próxima terça-feira, submeter-me-ei a um exame acadêmico onde será cobrada a minha apreensão sintética dos dados despejados pelo pioneiro Nelson Werneck Sodré no extenso livro “História da Imprensa no Brasil”. Não sei qual edição do mesmo eu estou lendo e não lembro o ano de publicação da mesma, visto que, até a sua morte em 1999, o autor reeditou e acrescentou novos capítulos a seu vasto painel sobre no jornalismo brasileiro, desde a era colonial até os nossos dias.

Apesar de ser leitura obrigatória para quem deseja se especializar em Jornalismo, o estilo do autor é cansativo, visto que ele se demora em enumerações titulares que confundem o leitor, ao menos, o leitor não tão espontâneo quanto eu agora, sujeito a uma avaliação de graduação que não me empolga tanto, por causa do enfado relacionado às aulas onde este livro foi apresentado. Deixa quieto: tudo isso é pretexto para confessar que estou com o meu telefone celular desligado há dois dias, como forma de ressignificar a afirmação do autor de que “a liberdade é um hábito”...

 Na manhã de hoje, assisti a um filme inesperadamente ótimo [“O Vôo” (2012, de Robert Zemeckis)], no qual o protagonista, na cena final, declara para alguns detentos que “pode até ser estranho, visto que estou atrás das grades, mas, pela primeira vez em minha vida, eu me sinto livre”. É mais ou menos algo que ronda a minha cabeça agora, uma cabeça oportunamente acostumada aos confinamentos, uma cabeça atormentada por pesadelos com assaltantes de rua e com a necessidade de se esconder em momentos de tensão, mas que, na manhã de hoje, sonhou que, ao ter uma bicicleta roubada por um trombadinha adolescente e bonito, é chantageado sexualmente a fim de obter novamente os produtos furtados.

 Acordei excitado (não necessariamente na perspectiva sexual), visto que, pela primeira vez em muito tempo, os meus temores persecutórios redundaram num convite aprazível, num encerramento dialogístico de minha virgindade genital, cuja possibilidade pós-onírica encheu-me de empolgação. Na vida real (aquela que vivemos e enfrentamos quando estamos acordados), a ameaça da prova, cujo assunto penetra meu cérebro com dificuldade, e as dificuldades de acesso ao meu querido e longevo fornecedor seminal, quiçá prestes a ser pai de uma garota viciada em vitimização, perseguem-me: isto é motivo para uma crise (por falta de palavra melhor)?

 Wesley PC>

domingo, 17 de fevereiro de 2013

ENHORABUENA: “OU TERMINAMOS COM O ESPÓLIO OU ELE TERMINA CONOSCO!”

Há mais ou menos duas semanas, quando eu conheci os indicados deste ano para a vigésima sétima edição dos Prêmios Goya, “o Oscar do cinema espanhol”, fiquei decepcionado com o que cria que fosse uma má safra. O desconhecimento completo, à época, sobre três dos indicados e a decepção lancinante em relação a um deles [o péssimo “O Impossível” (2012, de Juan Antonio Bayona), criticado aqui] me fez suspeitar de que a cerimônia deste ano, a terceira que tenho a possibilidade acompanhar através do canal fechado (estatal) TV Española, seria decepcionante. Equivoquei-me completamente: apesar de não aceitar placidamente a premiação do espetaculoso (no pior sentido do termo) Juan Antonio Bayona como Melhor Diretor, os demais eventos e escolhas da cerimônia foram agradabilíssimos.

Apesar de os técnicos cinematográficos espanhóis serem amplamente chistosos – incorrendo eventualmente em piadas de gosto duvidoso, como os clipes paródicos acerca dos dramáticos filmes indicados aos prêmios principais – as piadas da noite foram pontuais: o membro maquiado da platéia que exigia óculos 3D para os ciclopes me fez rir bastante do mesmo modo que as intervenções politizadas da apresentadora Eva Hache, incisiva em relação a práticas governamentais problemáticas, cuja responsabilidade recaiu sobre o Ministro da Cultura José Ignacio Wert Ortega, presente ao evento. O presidente da Academia do Cinema Espanhol, Enrique González Macho, também foi feliz em seu discurso político, lamentando que “uma vez mais, a razão de estado se impõe sobre o estado da razão” e que “o cinema pertence a todos os cidadãos: é um direito e, ao mesmo tempo, um complemento da vida”. Além disso, um dos apresentadores de um dado prêmio, por ser catalão, dá “boa noite” a todos os presentes ao auditório, exceto um, justamente o ministro, que merece apenas 21% do referido cumprimento. Não entendi direito o contexto, mas fiquei empolgado com a pungente invectiva, confirmando que, apesar de ser nacionalista, a entrega dos prêmios Goya não redunda num invólucro bairrista.

Dentre os principais filmes indicados, portanto, o favorito “Blancanieves” (2012, de Pablo Berger), que estou ansioso para conferir, recebeu dez dos dezoito prêmios a que esteve nomeado, inclusive Melhor Filme (supostamente, com louvor), Melhor Canção Original (num instante que gerou consternação, visto que a apresentadora deste prêmio chamou ao palco os ganhadores errados), Melhor Trilha Sonora (o que era esperado, dado que o filme era mudo), Melhor Atriz Revelação (para a bela Macarena García), Melhor Atriz Protagonista (a maravilhosa Maribel Verdú, que interpreta a Madrasta no filme), Melhor Roteiro Original (o que é estranho, já que a trama, apesar de bastante inventiva em sua elaboração temática sobre uma toureira feminina, é baseado no famoso conto de fada dos irmãos Grimm), Melhor Figurino [de Paco Delgado, indicado na mesma categoria ao Oscar deste ano, por sua colaboração em “Os Miseráveis” (2012, de Tom Hooper)], Melhor Fotografia (magistralmente em preto-e-branco), Melhor Maquiagem e Perucas e Melhor Direção de Arte, todos merecidos, sem dúvida.

Indicado apenas a cinco prêmios abaixo de “Blancanieves”, “O Artista e a Modelo” (2012), do veterano Fernando Trueba, não logrou nenhum dos treze prêmios para os quais concorria, ao passo em que o moralmente desagradável “O Impossível”, além do já citado prêmio de direção, recebeu os lauréis de Melhor Montagem, Melhor Som, Melhor Direção de Produção e Melhores Efeitos Especiais. É inegável que o filme merece alguns deles, afinal de contas, em termos técnicos, não é tão ruim. A trama policial “Unidade 7 – Comando de Elite” (2012, de Alberto Rodriguéz), por sua vez, indicado a dezesseis prêmios, recebeu apenas dois por atuações masculinas (o coadjuvante Julián Villagrán e o revelado Joaquín Nuñez), enquanto que a película animada “As Aventuras de Tadeo” (2012, de Enrique Gato) recebeu os prêmios de Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Filme de Animação e Melhor Diretor Estreante (não obstante Enrique Gato já ter recebido dois prêmios Goya como realizador de curtas-metragens animados). Os filmes estrangeiros premiados foram o francês “Os Intocáveis” (2011, de Eric Toledando & Olivier Nakache), em que um dos diretores falou que não sabe “se o cinema pode mudar o mundo, mas pode torná-lo mais divertido e emocionante” em seu discurso de agradecimento, e o cubano “Juan de los Muertos” (2011, de Alejandro Brugués), em que um dos membros da equipe, bastante afetado, histriônico e contente, gritou que “em Cuba, não temos nada, mas fazemos de tudo!”.

O prêmio de Melhor Ator Protagonista ficou com o veterano José Sacristán [por “El Muerto y Ser Feliz” (2012, de Javier Rebollo)], que acrescentou que “há que se lutar muito para fazer filmes tão livres, tão alegres e tão ameaçados”, e o de Melhor Atriz Coadjuvante ficou com Candela Peña [por “Una Pistola en Cada Mano” (2012, de Cesc Gay)], que, de longe, encetou o melhor discurso da noite. Palavras dela: “não atuava há três anos. Nestes três anos, assisti a meu pai morrer num hospital público, onde não havia nem cobertores nem água – tínhamos que trazê-los de casa! Nestes mesmos três anos, um filho saiu de minhas entranhas e não sei que educação pública o espera. Por isto, este prêmio não me traz ilusões: sou atriz e tenho um filho para alimentar!”. Depois do que ela disse, aplaudi de pé, de modo que, quando a homenageada da noite com um Goya de Honra, a então nunca premiada Concha Velasco, fez brincadeiras sobre as várias vezes em que fora indicada e saiu com as mãos abandonando – apesar de, na opinião dela, merecer ser premiada – eu continuava impressionado com o discurso anterior. Por essas e outras que, apesar da ameaça de não haver um prêmio Goya no ano de que vem, de tanto que a edição deste ano foi ácida em suas críticas políticas, dei-me não apenas por satisfeito como paguei com gosto a minha língua precipitada: estou mais do que ansioso para ver os filmes indicados (e premiados) deste ano, os quais - salvo uma exceção já confirmada - parecem ótimos!

Wesley PC> 

UM "POEMA QUE NÃO É DE AMOR OU DE QUALQUER COISA BOA" QUE RECEBI POR E-MAIL OU SÓ POR HOJE?

"Apologia

 Do alto do meu jardim celeste fico só 
 vendo os comedores de lixo que,
 com suas coleiras de latão de lá prá cá, 
 riem por inveja da riqueza forasteira. 
 Há uma só razão
 para escrever isso.
 Poesia 
 não é para críticos vegetarianos! 
 Crítico descolado em seu desolamento de crítico:
 pare de entulhar o caminho, por favor!"

(L. B. C., por e-mail, recebido em 17 de fevereiro de 2013)

Dizer mais o quê depois?
Apr(e)ender, apenas!

Wesley PC>