sábado, 31 de outubro de 2009

“EU GOSTO DE MAMAR NOS PEITOS DA CABRITINHA”...

Ia escrever uma resenha pessoal do filme cazaque “Nômade” (2005, de Sergei Bodrov & Ivan Passer), mas, como a falta de dinheiro para passagens de ônibus me torna hoje um pouco mais sedentário que nos outros dias, relembro deste momento em que o protagonista mexicano do filme, Kuno Becker, toma banho numa obra patrocinada pela FIFA e fico contente ao observar o carinho que minha mãe demonstra pela cabrita chamada Ninguém agora habita o meu quintal. Noutras palavras: pode parecer futilidade referencial de minha parte, mas [blábláblá] “estamos aí por que der e vier”...

Wesley PC>

ALGUMAS COISAS DEFINITIVAMENTE NÃO TÊM COMO ACABAR BEM!

Conforme anunciado antes, acordei muito tonto na manhã de hoje. Tão tonto, mas tão tonto que cheguei a crer que o problema pudesse advir de uma saturação informativa. Decisão profilática imediata: não ver filmes até o meio-dia. Decidi arrumar alguns papéis antigos, ler alguns de meus projetos fracassados do passado recente, repassar prioridades, etc.. Futucando alguns livros que estavam na estante, passei em revista um pequeno texto do comunicólogo Teixeira Coelho sobre o conceito de utopia. No texto em pauta, ele demonstrava que a necessidade de trabalhar (em nível empregatício) é um dos maiores – se não o maior – motivos de descontentamento individual entre as pessoas que ainda estão vivas. Não era para discordar. Concordei.

Creio que deva ser muito comum que rapazes de 28 anos vivenciem este tipo de descontentamento/questionamento quando atrelados a um forte mal-estar cefálico. Insisti na minha auto-decisão profilática e continuei lendo. Gosto de meu trabalho. Não gosto é de ser obrigado a trabalhar. Bem-vindo ao clube!

Às 12h55’, com um prato de comida apetitoso nos braços, ligo a TV. Havia concordado comigo mesmo em ver uma comédia hollywoodiana rápida: “O Ex-Namorado da Minha Mulher” (2006, de Jesse Peretz). Para minha surpresa, a identificação com o protagonista foi imediata: às vésperas de ter um filho, Tom (Zach Braff) caminha para o seu trabalho como cozinheiro de forma rotineira, como faz todos os dias. Logo percebemos que seu ambiente de trabalho é um caldeirão de preconceitos e humilhação. Incapaz de ficar calado diante da inadmissível demissão de um colega hispânico, atira molho contra seu chefe. Brigam em pleno salão do restaurante e ele é despedido. Inúmeras outras situações cômicas e inspiradas ocorrem até que ele consinta em aceitar um emprego na agência de publicidade em que seu sogro trabalha. E lá o título do filme passa a fazer sentido, em virtude da maquiavélica presença de um deficiente locomotor pernóstico. Ponto. Contar mais atrapalha o filme e a reflexão dele proveniente.

Como todos sabem, trabalho com atendimento ao público. Porém, motivos pessoais me impedem de sentir pseudo-compaixão demagógica, lamuriosa e convencional de quem é considerado “incapaz” pelo sistema. Neste rol, são incluídos os deficientes físicos, os idosos e as mulheres grávidas. Como estes são tendenciosamente viciados em receber a referida pseudo-compaixão, prefiro sempre que eles sejam atendidos por outras pessoas. Motivo: trato-os como iguais. Nem sempre é suficiente, infelizmente!

Voltando ao filme: o que achei mais interessante em seu roteiro é que o mesmo critica sub-repticiamente a chantagem emocional a que alguns deficientes ficam viciados. Insisto no termo “sub-repticiamente”: o filme possui texto e subtexto. É uma comédia inteligente, é um filme-denúncia para todos aqueles que estão a envelhecer e são levados a pensar por outrem que estão a desperdiçar suas vidas em empregos modorrentos. Talvez estejamos, mas talvez seja inevitável. Talvez a solução seja recorrer à utopia listada pelo Teixeira Coelho. Ou não!

O que eu lamento é que o final do filme peretziano abdique da sutileza com que tratava o tema (evitando consolos forçosos em virtude da delicadeza do tema dramático sub-reptício) e creia que competição possa ser sancionada com demérito (em minha opinião, a reviravolta competitiva que ali acontece é preconceituosa sim), mas creio que nessa instância o problema esteja relacionado a diagramas ideológicos (e nacionais) mais amplos. Mas foi bom ter visto o filme. Quase muito bom! E ainda estou tonto...

Wesley PC>

POR FAVOR, ALGUÉM AQUI JÁ VIU “KIMERA – ESTRANHA SEDUÇÃO” (2007), DE PAUL AUSTER?

Preciso descobrir alguém que tenha perpetuada esta façanha urgentemente! Assisti a este hipnótico filme ‘pimba’ na TV aberta na noite de ontem, mas estava a me sentir dopado, de maneira que não sei o que aconteceu nos misteriosos 5 minutos da película... Não que eu tenha dormido efetivamente, mas... Entrei em transe! Delirei, no sentido mais literal da palavra! Não consegui dormir direito depois, remexi-me a noite toda. Segundo a minha mãe, eu fiquei abraçando-a a madrugada inteira e dizendo em voz alta: “obrigado, obrigado!”. O que estaria acontecendo comigo, enquanto espectador-pimba alvo?

Para o caso de alguém ter visto o filme e não tê-lo relacionado ao abominável título brasileiro: “Kimera – Estranha Sedução” é uma estapafúrdia corruptela imaginária para “The Inner Life os Martin Frost”, filme em que o britânico pernóstico e talentoso David Thewlis interpreta um escritor que solicita de amigos a permissão para usar a casa de campo destes, a fim de ficar sozinho e concentrar-se numa história. De repente, aparece uma mulher belíssima (Irene Jacob, uma das musas do Krzysztof Kieslowski) deitada em sua cama, sabendo tudo sobre ele, adoecendo sempre que ele ameaça terminar o conto, de maneira que, num clímax romântico, ele ateia fogo a sua obra, a fim de que ela sobreviva a uma intensa febre. E, quanto mais o romance avança, mas o mistério aumenta: quem é ela? Quem é ele? Que filme bonito e estranho e cheio de problemas é este, meu Deus?!

Acordei ainda zonzo. Não sei se por causa do filme, não sei se por causa da substância misteriosa que creio que puseram em meus cafés, não sei se por causa daquele menino erudito de Direito a quem entreguei um diploma à tarde e conversei algo sobre um filme de nome “A Virgem Desnudada por seus Celibatários” (2000, de Hong Sang-Soo), preciosidade em preto-e-branco a que ele já assistiu e que alimenta violentamente meus sonhos, nem que seja pela inevitável identificação com o magnânimo título nacional. O que está a acontecer comigo? Ou melhor, quem pode me socorrer em relação aos delírios que me impediram a perfeita apreciação do ótimo (para mim) filme do Paul Auster?

Wesley PC>

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

DANDO UMA CHANCE PARA O HORROR SUL-COREANO

Já externei aqui inúmeras vezes a minha reverência acentuada pelo cinema oriental contemporâneo. Entretanto, dentre os países em voga no círculo de elogios dos olhinhos puxados, a Coréia do Sul apresenta a produção mais titubeante. E, seguindo a benfazeja moda do cinema de horror, vi recentemente “Espelho” (2003, de Kim Sung-ho), que mais tarde seria regravado pelo talentoso francês Alexandre Aja. A seqüência espalhafatosa de abertura é simplesmente brilhante: uma funcionária de ‘shopping center’ utiliza o telefone celular em frente a um grande espelho. De repente, o reflexo dela movimenta-se autonomamente e utiliza um cortador de pizza para dilacerar o pescoço. A funcionária sangra até a morte, desmaia no chão e as gotículas do precioso colóide vermelho que enchia seu corpo de vida circundam os quadriláteros do azulejo branco. A partir de então, acompanhamos a saga de um policial traumatizado por um erro de julgamento balístico que causou a morte de um parceiro de trabalho. O personagem, inclusive, é interpretado por Yu Ji-tae, destacado por suas encantadoras colaborações em filmes de Park Chan-Wook. Irritou-me no filme o excesso de causalidades especulares, que, ao final, rendem um desfecho que, se peca pela pretensão enquanto surpresa, seduz aqueles que, desde pequenos, legitimam as lendas de horror envolvendo superfícies reflexivas. Minha sobrinha gostou do filme. Por isso, de hoje para amanhã, estarei apresentando elogiados trabalhos no gênero de cineastas como Kim Jee-Woon e Yoo Sang-Gon. Estou dando uma chance para o horror sul-coreano, que, com certeza, em muito difere do norte-coreano, comunista, pouco visto...

Wesley PC>

“NADA MAIS DO QUE A MORTE DE UMA ESTRELA, CAPTADA POR UM MEDIDOR DE PULSOS”...

“I've been waiting for a guide to come and take me by the hand
Could these sensations make me feel the pleasures of a normal man?
These sensations barely interest me for another day
I've got the spirit, lose the feeling, take the shock away”

"Disorder" (Joy Division)
Conclusão: estou ouvindo!

Wesley PC>

ENGRAVIDA-SE AO SENTAR NO VASO SANITÁRIO?

Responda quem puder (risos)!

Em verdade, tal questão tem tudo para se tornar uma piada interna, mas, como prezo pela generalidade citacional, aproveito a deixa para confessar que, nesta madrugada de quinta para sexta-feira, estou a baixar o álbum de estréia da banda depressiva Joy Division. Como diz a inscrição na camiseta de um amigo meu, “Sad Songs Make me Happy” – e sentir-se feliz é importante também!

Na noite de ontem, conheci algumas garotas muito simpáticas em Gomorra. Elas estavam a participar de um seminário sobre História Oral e viajariam de volta para a Bahia à meia-noite de hoje. Pena que eu as conheci poucas horas antes de elas partirem. Mas viver é assim mesmo, né?

Wesley PC>

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

SOBRE AQUELAS COISAS DE QUE FALAMOS SEMPRE...

Como o movimento de pessoas com desejos de modificação acadêmica não foi intenso na manhã de hoje, foi-me concedida uma folga vespertina esperada. Ao chegar em casa e receber um prato de comida repleto de coentro, dispus-me a ver um filme mexicano discreto que havia gravado há algumas noites. Chamava-se “O Busto de Emma” (2007, de Marisa Sistach) e cria que ia encantar minha sobrinha pós-adolescente, no sentido de que a trama do mesmo versava sobre a descoberta do crescimento dos seios por parte de uma menina de 12 anos que descobre que Marilyn Monroe não usa sutiã. Por azar, faltou energia elétrica. Fui obrigado a dormir e ler alguns contos de Alberto Moravia, nesta ordem. Percebi, mais uma vez, o quão pode e deve e é político o erotismo. Trouxe à memória algumas impressões matinais que me ocorreram quando observei alguns coletores de lixo a trabalhar. Por que os obrigam a correr tanto? Já não bastava o fedor do lixo, aquele líquido incessante que corria das sacolas, o perigo de cortar a mão com garrafas quebradas?! “A vida é injusta”, diria um amigo meu e um personagem de filme sul-coreano. E, para tornar a situação mais tragicômica, não poderei ver o restante do filme mexicano adolescente e divertido na noite de hoje: outros planos, outros planos...

Wesley PC>

PRECISO VER ALGUÉM COM FIMOSE!

Em “Religulous” (2008), documentário de Larry Charles (diretor dos filmes protagonizados pelo divertidíssimo Sacha Baron Cohen) sobre a estupidez das religiões (definição contida no próprio filme, inclusive), o comediante que atua como mestre-de-cerimônias entrevista um ator fantasiado de Jesus Cristo, crente de que age em nome do mesmo. Conversando sobre o Dogma da Santíssima Trindade, o ator explica: “para se entender como o mesmo Deus pode ser pai, Filho e Espírito Santo, é só comparar com o exemplo da água, que pode ser tanto sólida, quanto líquida e gasosa”. Lembrei de outro filme, no qual um garçom comparava o parto virginal de Maria à luz que atravessa o vidro sem quebrá-lo. Ao chegar em meu local de trabalho, pesquisei sobre fimose. Religião não se explica. Ou se tem ou não se tem!

Wesley PC>

terça-feira, 27 de outubro de 2009

LAIO SEDUTOR

Uma vez Rafael Barba me perguntou sobre o porquê do sucesso do "Coverama" enquanto a música autoral dos atuais compositores de Sergipe não ganha muito destaque na cena. Eu respondi que isso seria devido à baixa auto-estima que faz muita gente crer que não teve, não tem e não terá nada bom produzido em nossa terrinha. Há também o culto aos mitos, fazendo com que pessoas achem mais interessante ver músicos imitando insuperáveis deuses da música do que ver estes mesmos músicos locais nos apresentarem suas próprias composições.

Hoje penso que outro fator pode ser a supervalorização do passado que pôs um véu sobre o presente. A nossa geração tem um maior acesso ao passado do mundo da música do que gerações anteriores, a assídua utilização da internet facilita isso, algo muito bom. Assim como eu, várias pessoas ficam encantadas ao pescar e consumir discos da Tropicália, Novos Baianos, Chico Buarque, Rock britânico dos anos 60 e outras coisas. Entretanto, parece que a incitação à criação e ao novo foi vencida pela nostalgia. Tudo que precisamos ouvir está no passado. Só nos resta tentar viver um tempo que já passou (será?).

Eu me pergunto: o que fazer nesse momento em que Laio parece mais sedutor que Édipo?


Leno de Andrade

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

“ESTÁS A VER, WESLEY? A BOEMIA ENSINA TAMBÉM!”

Assim me disse um alegado boêmio ao final de um clássico filme do Michael Cacoyannis. Não que eu discorde. O “também” ao final da oração ajuda a torná-la suficientemente ampla para que o que eu quiser projetar sobre ela seja efetivo. Na manhã de hoje, vendo um filme menor do gênio dos diálogos cruzados Robert Altman [“Jogando com a Sorte” (1974)], fiquei pensando no sentido desta frase. Comparando-a com fatos reais e com os filmes do John Cassavetes – cuja semelhança é óbvia, dada a preocupação quase etimológica com que este cineasta se dedicava à boemia – concordo mais uma vez, ratificando o excelente uso do advérbio. No filme em pauta, Robert Altman continua a investir em seu amplo espectro de personagens efêmeros, que correspondem a participantes de um plano crítico sobre os costumes típicos dos norte-americanos, mas pode se detectar um diferença (cassavetesiana) de enfoque quando o roteiro escolhe como personagens centrais – bem mais centrais que o habitual – dois apostadores contumazes, que se tornam amigos depois que passam creme de barbear nas luxações um do outro quando são espancados durante um assalto. Viajam juntos, interagem com os tipos mais esquisitos e paradoxalmente corriqueiros possíveis (ricos entediados vestidos de mulher, prostitutas nuas num bar, trocentas mulheres chamadas Barbara, etc.) e chegam a ganhar US$ 82.000, 00 em jogos. Porém, o tédio sempre volta, aquela sensação de que falta alguma coisa, por mais que se consiga e se divirta. E este é o traço-chave da boemia com o qual eu não me filio. Talvez porque seja conformista. Talvez porque não seja boêmio o suficiente. Talvez porque eu prefira assistir...

Wesley PC>

domingo, 25 de outubro de 2009

PARA ALÉM DA FÓRMULA DAS CÓPIAS E DOS REFLEXOS...

Meus amigos virtuais de Espanha elogiavam “Cronocrimes” (2007, de Nacho Vigalongo) há um bom tempo. Este, porém, seria um daqueles filmes elogiados pela crítica que jamais estreariam em cinema no Brasil. Mas, por sorte, algumas pessoas têm TV a cabo. E lá, ele foi exibido. Gravei-o meio que por acidente e o assisti de forma ainda mais fortuita (era o único filme com menos de 1h30’ que eu tinha disponível num horário livre). Fiquei surpreso com o filme: é ótimo e impactante!

Não contar muito sobre a sua trama (ou tramas) é um dos segredos para que o mesmo seja adequadamente apreciado. Não por acaso, “Cronocrimes” é um filme que se beneficia das surpresas. Posso adiantar, entretanto, que há pelo menos uma viagem temporal no filme. E que um personagem verá a si mesmo noutro contexto de época. E que mesmo se vendo e sabendo o que vai acontecer, ele cometerá erros. Os mesmos erros. Quando ele vê a si mesmo vendo e perseguindo a si mesmo, os mesmos erros serão novamente cometidos. Sentado no sofá, eu perguntava: “por quê?”. Se eu estivesse no lugar dele, agiria diferente? É possível mudar o futuro? É possível mudar o passado? Por que o cinema espanhol comum é tão bom?

Wesley PC>

TALVEZ NEM TODO MUNDO FAÇA...

Havia digitado um texto razoavelmente grande sobre o filme de Tinto Brass que eu vi hoje em Gomorra. Havia digitado um texto no qual reclamava que algumas pessoas ultimamente me recebendo perguntando o que eu estou trazendo para elas ao invés de como eu me sinto. Escrevi um texto tão ávido quanto aquela carta que a protagonista de “Todas as Mulheres Fazem” (1992) escreve no começo do filme, em que suas lágrimas são secundarizadas pela câmera em virtude do modo arreganhado como a personagem se senta. “A bunda de uma pessoa nos revela como ela é”, diz alguém. Tinto Brass com certeza concorda com isso!

Enquanto via o filme, sentia que meus companheiros masculinos de sessão reagiam sanguineamente à produção, que, mesmo que seja um dos menos interessantes do genial cineasta erótico italiano, é absolutamente profícuo em sua tese de que aventuras sexuais não inibem o amor verdadeiro. Por mais que eu tenha me chateado com algumas situações modorrentas (e/ou burguesas) do mesmo, concordei ‘ad extremis’ com a tese reiterada ao final, quando o marido de Diana (Claudia Koll) vai buscá-la no trabalho, a perdoa de uma traição descoberta e percebe a tempo que sua mulher o ama desesperadamente, não obstante ser certo que ela não vá parar de foder com outros homens, seja o francês com tatuagem de boca que a aborda numa festa, seja o primo com fedentina urinária que a agarra após um funeral e a leitura de um testamento. Se este moleque da foto fosse meu primo, com certeza não ia ter fedor de mijo que me incomodasse de agarrá-lo após a leitura do testamento também (risos).

Um dos presentes à sessão, porém, confidenciou-me novamente que desgosta de Tinto Brass. Já havia percebido isto diversas vezes, dado que ele sempre fica arredio ou desconfortável quando insisto em exibir as produções deste cineasta que tanto me encanta, mesmo que seja notório o incomodo que ele causa em alguns andromaníacos com a sua ostensiva utilização de próteses fálicas esdrúxulas. Não é nenhuma vergonha para mim, portanto, gritar que sou fã de Tinto Brass. Sou – e, por esse motivo, emociono-me sempre que ele insiste em dedicar seus roteiros a especulações sobre a natureza alargada do amor, ignorando se a lentidão inevitável de tal dedicação perturbe espectadores superficiais, que criam que a amostragem interminável de bundas e/ou bibelôs ginecológicos fosse o máximo que este artista tivesse a oferecê-los...

Tinha escrito um texto em que falava sobre tudo isso, mas este se perdeu quando eu tentava desinstalar de meu computador alguns verificadores corrompidos de antivírus. É pena. Perdeu-se, não se recupera. Por falar nisso, insistirei para não aplicar tal veredicto sobre as tais pessoas (queridas) que perguntam o que trago antes de quererem saber como estou. Talvez seja uma fase: há quem confunda diversão com egoísmo, há quem não saiba lidar com mudanças graduais que são transformadas em lancinantes em virtude da ausência. E, desta vez, a culpa não é só minha. Gomorra mudou...

Wesley PC>

PS: Beijo carinhoso em Glauco, Paulo Antonio e Bruno/Danilo, meus nobres companheiros de sessão na tarde de hoje. Precisava de alguém ao meu lado neste domingo de sol em que tive pendências trabalhistas a resolver na UFS. Eles estiveram!