segunda-feira, 29 de junho de 2009

UM DELES É FEDERICO GARCÍA LORCA!


Os outros são Salvador Dalí, Jose Moreno Villa, Luis Buñuel e um tal de Jose Antonio. Todos eles eram artistas de vanguarda na Espanha das décadas de 1920 e 1930. Até que, em 19 de agosto de 1936, em virtude de uma denúncia de sua própria irmã, o dramaturgo Federico fora executado com um tiro na nuca pelos soldados franquistas. Ele era homossexual, ele era esquerdista, ele era revolucionário. Fora assassinado de costas a fim de frisar a humilhação proibitiva de sua condição homoerótica sodomita. Há pouco, acabei de ler a peça “Bodas de Sangue”, um de seus maiores clássicos, escrita em 1933. Nela, um casamento acaba em morte. Com exceção do impulsivo Leonardo, os personagens não têm nomes. São chamados de Pai, Mãe, Sogra, Noivo, Noiva, Mulher, Mendiga, Criada, etc.. Leonardo era apaixonado pela Noiva, mas é casado com a Mulher. Foge com a Noiva, no dia em que ela se casaria com o Noivo. O desfecho da trama é obviamente trágico e já fora muito bem filmado pelo genial e dançante Carlos Saura num filme que ainda não tive o prazer de ver. A biografia do escritor, por outro lado, foi transformada num filme hollywoodiano, dirigido pelo obscuro Paul Morrison. O incômodo que ele causou ao sistema ditatorial da era em que vivera foi atenuado em virtude de polêmicas banais sobre o grau de erotismo das cenas de sexo entre atores em ascensão no cinema juvenil. Mas permanecerá eterno o seu texto:

“Flores rotas los ojos, y sus dientes
Dos puñados de nieve endurecida.
Las dos cayeron, y la novia vuelve
Teñida em sangre falda y cabellera.
Cubiertos con dos mantas ellos vienen
Sobre los hombros de los mozos altos
Así fue, nada más. Era lo justo.
Sobre la flor del oro, sucia arena”


Wesley PC>

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