terça-feira, 30 de junho de 2009

“EU ACREDITO EM CONTOS DE FADAS”?


Lembro que, quando saí da sessão cinematográfica de “Shrek 2” (2004, de Andrew Adamson & Kelly Asbury), a primeira impressão que tive era que o romance defendido no roteiro era embasado numa falácia prototípica, dado que, ao invés de aceitarem a si mesmo como são (ou seja, um ogro e uma princesa humana), os personagens tentam homogeneizar as suas espécies, seja quando a princesa Fiona aceita a maldição que a deixa perenemente com formato de ogra, seja quando o ogro Shrek bebe uma poção mágica que o faz transformar em humano. As intenções humorísticas do filme, entretanto, superpõem diversas outras subtramas, envolvendo uma crise sobre a verborragia amistosa do Burro, dúvidas sexuais por parte dalguns personagens típicos das histórias infantis (Pinóquio, por exemplo, confessa usar calcinhas) e a indefinição personalística do personagem acima, o gracioso e letal Gato de Botas, que, como se vê, odeia segundas-feiras. Apesar de este dia ser vinculado a algumas privações, nunca desgostei das segundas-feiras, dia da semana este que sempre me empolgava em virtude de sua atividade premente, mas, ao invés disso, odiava fins de semana e feriados. Depois que passei a freqüentar Gomorra (e/ou as residências pessoais de seres vinculados a este lugar ou “estado de espírito”), descobri que todo e qualquer momento pode ser útil para fazermos aquilo que queremos. Logo, "tudo o que eu preciso são diretrizes", conforme escuto agora num seriado televisivo, em que um jovem feiticeiro tenta aplicar o primeiro beijo na boca de sua vida. Será que esta é a oportunidade ideal para confessar que, quando eu vi “Xuxa e os Duendes” (2001, de Paulo Sérgio de Almeida & Rogério Gomes) no cinema, eu fui uma das três pessoas na platéia que bateram palmas para evitar que um ente mágico morresse?

Wesley PC>

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