sábado, 14 de maio de 2011

TIME - O AMOR CONTRA A PASSAGEM DO TEMPO (2006) Direção: Kim Ki-Duk


O filme nem é essas coisas todas, é artificioso até dizer "chega!", mas tem umas cenas que mexeram comigo, me deixaram zonzinho de tanta beleza. Esta que vemos em fotografia é uma delas. Por isso, basta!

Wesley PC>

PIOR DO QUE CAFIFE: PUXA, EU AINDA NÃO TINHA FALADO SOBRE O VIDEOCLIPE DE “MY HERO”, MINHA CANÇÃO FAVORITA DO FOO FIGHTERS, AQUI?!

Estava sentado na praça da igreja católica aqui do conjunto em que resido e havia tão poucas pessoas convidadas para o casamento que lá se realizava... Fiquei meio melancólico assistindo àquela cerimônia, ao longe... Ao chegar em casa, o supracitado videoclipe estava sendo exibido na TV. Cantarolei junto com os artistas. Minha mãe reclamava que nossas cadelas estavam impregnadas com Dermanyssus galinae, vulgarmente conhecidos como “piolhos de galinha”, ou cafife. As cachorras vivem no quintal, lambendo bosta de guinés e, quando eu me deito na cama de minha mãe, à tarde, acordo com coceira. Me senti sozinho enquanto estava sentado naquela praça, mas lembrei que tenho amigos: enviei algumas mensagens e sorri por dentro. No videoclipe, um homem entra num prédio em chamas e resgata uma criança e um animal de estimação. O herói que a canção exalta não é extraordinário (no sentido lato), mas sim um homem comum... Talvez sejam os homens comuns que mais me agradem agora!

[CONTINUA]...

Wesley PC>

QUEM VIU, OUVIU – E EU TAMBÉM ME SINTO UM ESTRANGEIRO EM QUALQUER LUGAR...!

Estou tentando achar uma maneira de iniciar uma postagem sóbria sobre o filme “Exílios” (2004, de Tony Gatlif), recém-visto por mim, mas... Não tem jeito! O filme me fez rodopiar pela sala, me deixou tão em transe quanto os extraordinários atores Romain Duris e Lubna Azbal, genial!

Logo na primeira cena, vista em foto, intuí que minha relação com o filme seria supra-visceral: prostrado nu, sobre uma janela metropolitana, o personagem masculino do filme vira-se para sua namorada e diz: “vamos para a Argélia a pé”. Uma música cigana e eletrônica, ao mesmo tempo, era executada altissonantemente no rádio. Ela tomava iogurte e deixava o colóide escorrer sobre seus seios... E eu tive certeza de que um projeto mais do que viável e possível de sobrevivência encontrava-se naquele filme magnífico, que tão profundamente me tocou: eu preciso fazer algo parecido! Aliás, não duvido que eu já o tenha feito...

Não sei se se pode avaliar este filme a partir de códigos narrativos tradicionais: o que acompanhamos em seus 104 minutos de duração é o périplo dos dois protagonistas em busca das lembranças na Argélia. E tome-lhe música cigana, e tome-lhe barulho, e tome-lhe gosto de sexo, e toma-lhe desejo e vida em estados brutos!

Numa cena-chave do filme, lá perto do final, diversos personagens rodopiam freneticamente ao som de um transe anímico, religioso, ancestral... E eu não consegui me esquivar de ser tomado por uma força tão intensa quanto aquela que fazia com que os personagens se movessem em círculos, convulsionassem pelo chão... O filme contagia, o filme é ótimo, o filme urge, o filme queima, o filme arde, o filme acalma, o filme extenua, o filme salva! É, desde já, mais um de meus favoritos, no sentido mais pessoal do termo.

Ao longe, na cidade potiguar de Natal, para ser mais preciso, uma amiga acompanhava o mesmo filme que eu, através de uma sessão na TV Cultura. Com certeza, ela gemia tanto quanto eu durante as seqüências cheias de vigor desta magnífica obra de arte cinematográfica. Preciso baixar a trilha sonora original do diretor Tony Gatlif: em breve, eu e ela estaremos euforicamente dançando a mesma por aí...

Wesley PC>

sexta-feira, 13 de maio de 2011

UM RESUMO PESSOAL DA OBRA DE NEIL LABUTE COM UMA CITAÇÃO DA FANNY ARDANT (EM ENTREVISTA) AO FINAL:

Uma coleção de pequenos acasos me levou a ver “Morte no Funeral” (2010) na noite de ontem e “O Sacrifício” (2006) na noite de hoje. Ambos são filmes recentes do diretor Neil LaBute, cineasta com o qual tenho uma relação esquisita de amor e ódio, mas do qual sou obrigado a dizer que é muitíssimo coerente em sua obsessão temática pela análise dos rudimentos do chauvinismo ou pelo conflito entre sexos: foi assim em sua impactante estréia em longa-metragem com “Na Companhia de Homens” (1997), seguiu assim no acidamente inspirado “Seus Amigos, Seus Vizinhos” (1998), continuou assim no desengonçado “A Enfermeira Betty” (2000), insistiu assim no doce e romanticamente anódino “Possessão” (2002), parecia manter-se assim em “Arte, Amor e Ilusão” (2003, não visto na íntegra) e permaneceu assim até mesmo em “O Vizinho” (2008), filme mais banal e menos observado de sua carreira. Meus amigos não gostam dele, mas, em alguns momentos, são obrigados a concordar comigo que ele tem estilo. E, sobre os filmes vistos de ontem para hoje, sou levado a acrescentar que, se me decepcionei obviamente com sua regravação de um clássico fantástico ainda não-visto de Robin Hardy, surpreendi-me diante da comédia de humor negro sobre o patriarca de uma família que, ao morrer, deixou inconfesso o seu caso de amor com um anão chantagista. Digo mais: cheguei a gargalhar, ao lado de minha mãe e meu irmão mais novo, enquanto via o referido filme, muito mais inteligente e divertido do que sua aparência vulgar faz pressupor. Tanto é que agora sinto como se fosse um longevo apreciador da obra deste controverso cineasta, que me deixou emocionado enquanto lia uma entrevista à bela atriz francesa Fanny Ardant. O jornalista Fernando Eichenberg perguntou-lhe se ela “permanece acesa”, com base numa afirmação que lhe fora dita por um chefe de orquestra, que disse que “não podemos nos apagar, nunca se sabe para quem poderemos ser uma luz”. Consciente de que esta frase quer dizer bem mais do que ela parece subentender denotativamente, faço minhas as palavras de Fanny Ardant, em resposta: “Enfim, eu luto, eu luto”. Amo! E que venha o novo filme do diretor, intitulado "The Geography of Hope", programado para estrear no ano que vem...

Wesley PC>

ELIMINAÇÃO DE POSTAGENS


O ‘blogger’ está em manutenção preventiva desde anteontem. Portanto, algumas postagens datadas de quarta-feira à noite e quinta-feira pela manhã foram “provisoriamente eliminadas”. Aguardei que as mesmas voltassem, mas, por precaução, fica aqui o anúncio: foram eliminadas uma postagem elogiosa ao disco de estréia do grupo Mamonas Assassinas, uma comemoração aos prazeres advindos de uma ejaculação escorrendo nos lábios alheios e um texto sobre as ambigüidades morais do seriado dinamarquês “Anna Pihl”. Tomara que voltem logo, tomara...

Wesley PC>

SINOPSE DO FILME QUE TENCIONO VER MAIS TARDE (CONFORME ESCRITO NA TARDE DE ONTEM):

Depois de ter escandalizado o mundo com “Festa de Família” (1998), filme dinamarquês bastante cru que inaugurou o que veio a ser conhecido como Manifesto Dogma, o diretor Thomas Vinterberg migrou para os Estados Unidos da América e realizou “Dogma do Amor” (2003), título nacional para “It’s All About Love”, cuja sinopse é mais ou menos o seguinte:

Num futuro próximo, Nova York está marcada pelo fato insólito de que pessoas solitárias morrem de tristeza. Em meio a isso, John se reencontra com a mulher, Elena, para assinar os papéis do divórcio. Mas eles decidem retomar a relação. Só que uma conspiração poderá atrapalhar os planos.

O referido filme será exibido às 22h de hoje, no canal fechado Telecine Touch. Já marquei em minha agenda para assisti-lo. Conferindo imagem e texto, vem a pergunta óbvia: será que tem como eu não gostar de um filme como este? Tenso desde já!

-------------------------------------------------------------------------------

Assim escrevi na tarde de ontem, mas o ‘blog’ saiu do ar e eu fui tomado por um sono violentíssimo quando o filme começou, de maneira que acordei lamentoso na manhã de hoje, com dores nas costas, chateado. Mas quero ver este filme, preciso deste filme!

Wesley PC>

quarta-feira, 11 de maio de 2011

PARA O CASO DE EU PRECISAR NOVAMENTE PEDIR DESCULPAS (POR AMAR), ANTECIPO-ME!


Sabe quando se está impaciente, tudo dói e, de repente, o que parece mais ou menos fica genial? Então, esta é a descrição exata da mixórdia de sentimentos que me tomou diante de “Caçada Humana” (1966), ótimo filme do marginal hollywoodiano Arthur Penn, que se encerra com uma das imagens mais realistas, tristes e cruéis que eu vi em tempos. Sabe um filme triste, sobre uma situação triste e sem possibilidade de resolução? Então, este é o filme! Sabe quando uma pessoa não é culpada, mas é julga assim por todo mundo? Então. Sabe quando até os oficiais da justiça, crentes de que ainda podem ser justos e/ou fazer o bem, são espancados e precisam dizer que estão procurando uma sorveteria aberta ao invés de patrulhar as ruas de uma cidade empanturrada de hipocrisia? Este é o filme! Sabe quando a dita revolução sexual é interpretada deforma completamente equivocada e quando os jovens ateiam fogo nas pessoas erradas (supondo que existam pessoas certas para se atear fogo)? Eis o filme mais uma vez! E, na cena em pauta, uma mãe amargurada e sofrida pede desculpas ao filho preso por amá-lo, pergunta se este pode perdoá-la. E é como se eu não tivesse entendido, a fim de fingir que não fui tomado pela mais rasgada das dores morais no instante em pauta: caramba, que filme irregular e moroso mais genial! Doeu na alma, na veia, no osso, onde quer que eu tenha sentimentos em meu espírito!

Wesley PC>

A ARTE DO ‘IPIS LITTERIS’:

“Pessoa solitária
Que anda pela rua de madrugada
Atrás de gente interessante
Só não sei se tem gente interessada
Gerando comentários na sala de aula na segunda-feira
De quem só viu por um minuto e projeta uma vida inteira”


Quando eu caminhava para o trabalho na manhã de hoje, ouvia um disco da banda carioca Autoramas e me encantei pela canção citada acima, chamada justamente de “Muito Mais”, com a qual tive uma identificação interna e externa: estava tão para baixo... Até escrevi para um colega de trabalho: sou um homem infeliz, mas não me odeie por isso: ao menos, estou vivo!”. E eu cantava o refrão:

“Você sabe tão pouco a meu respeito
Mas se sente no direito de vir me analisar
Se é pra passar por cima de preconceito
Prefiro nem ser aceito
O que eu quero pra minha vida, é muito mais!
Você nem imagina, é muito mais”


Cheguei em casa, vi o filme que prometi a mim mesmo que veria, comi uma comida bem gostosa e depois conversei com um rapaz que lavava a sua motocicleta. Entardeceu rapidamente e eu voltei para casa. Cochilei. Havia um pouco de sêmen na parede quando eu despertei. Minha mãe cozeu uma pizza, mas meu irmão não quis comer de imediato: estava preocupado com o resultado de um jogo definitivo do Flamengo, time para o qual ele torce. Na foto, um garoto bêbado dança o que se convencionou chamar de pagode-quebradeira. E o que eu quero para a minha vida é muito mais!

Wesley PC>

“TU EJACULAS PELO NARIZ?” – TENTATIVAS DE CURA PARA O BLOQUEIO CRIATIVO E PARA A ABSTINÊNCIA EROTÓGENA – PARTE 1

Hoje meu corpo foi novamente afligido por um ataque de hipersonia. Dormi bem mais do que devia ou estou acostumado: quase 10 horas, intermitentes. Desmaiei no sofá enquanto tentava fixar a minha atenção num filme do Thomas Vinterberg exibido na TV e no delicioso suco de limão que minha mãe preparava para mim. Tentei ficar acordado, uma hora depois, para ver o primeiro capítulo de um seriado elogiadíssimo da HBO. Tentei ver um filme hollywoodiano bobo às 4h da madrugada, quando despertei para urinar, mas fracassei em todas as tentativas. Me sentia mal. Me sinto mal ainda!

Acordei atrasadíssimo para o trabalho hoje. Por causa disso, não tive tempo de realizar meu desjejum e vim para o trabalho sem comer nada. Tive um saldo pouco produtivo, no patamar empregatício, mas, se serve de consolo, ganhei a tarde e a noite de folga. Descobri, ainda, que um filme menos conhecido do genial Jacques Tourneur será exibido na TV, às 22h: “Expresso Para Berlim” (1948, visto em foto). Se eu não desmaiar de sono novamente ou não passar mal de vez (estou me sentindo nauseabundo, neste exato momento), tencionarei manifestar tensão espectatorial diante deste clássico do cinema que me parece bastante interessante. Tomara que eu fique bem!

Além disso, manterei minha vigilância ativa, a fim de ajoelhar-me aos pés de um possível ejaculador, à noite. Há pouco, aliás, escarrei no banheiro: um consistente jato de catarro saiu de minha narina esquerda e ficou boiando na privada. Tentei desfazê-lo com minha urina, mas ele manteve-se firme, amalgamado em si mesmo. E isto me fez rir um pouco, ali mesmo no banheiro. Afinal de contas, esta semana está atribulada para mim. Por isso, tive pouco tempo para escrever...

Wesley PC>

terça-feira, 10 de maio de 2011

DE AGORA EM DIANTE, SEMPRE QUE EU FOR ESCOVAR OS DENTES, PENSAREI EM MEL BROOKS!

Revi o genial “Alta Ansiedade” (1977, de Mel Brooks), na manhã de sábado. Mais do que ótimo, um filme genial, em que, além de brincar com várias situações e termos tipicamente hitchcockianos, o diretor (re)cria personagens inesquecivelmente psicóticos, como o mordomo que se irrita quando um psicólogo insiste para que ele lhe consiga um jornal (vide foto acima) ou a enfermeira sádica que chicoteia seus superiores em rituais eróticos (vide foto abaixo) .Ri bastante revendo este filme canônico de minha adolescência, enquanto que, de 10 em 10 minutos, eu saía no portão de minha casa, a fim de observar se alguém por quem sinto violenta atração física estava em casa, disposto a falar comigo, a aceitar minhas carências. No dia em pauta, não somente ele estava acompanhado por alguém, como se masturbara demoradamente no banho, enquanto um amigo o esperava na sala. Por todo o final de semana, aliás, não tive tempo para falar com ele, que insistia em se divertir, em comemorara sua vida boemia. Ontem à noite, ele via um filme, deitado no sofá. Eu, de minha parte, gozava enquanto beijava seus pés. E, quando fui escovar os dentes, lembrei do filme do Mel Brooks... E ri sozinho. Era tarde!

Wesley PC>

segunda-feira, 9 de maio de 2011

CONFISSÃO DESTE INÍCIO DE MADRUGADA: EU AINDA OUÇO COM PRAZER O SEGUNDO DISCO DO CPM 22!

“Em muitas vezes procurei tentar achar
Onde eu errei em coisas que nem têm porquê
Naquela vez te perguntei,você não soube responder
O que eu tinha feito pra você

Agora como eu vou saber
Tem hora que é melhor esquecer
Esperar o dia amanhecer
Pra ver o que a gente vai fazer

Não me importa mais não tem como voltar
É, eu não vou mais me importar
Qualquer coisa faz sua idéia mudar
A gente ainda pode se entender”


Apesar de haver um nome feminino no título da canção à qual pertence a letra acima, eu teimo em lembrar de um rapaz muito importante em minha vida sempre que encasqueto de ouvir este disco. Tanto que o refiz há pouco, antes do raiar da madrugada em que ouso confessar que, sim, não tenho vergonha de dizer que acho o segundo disco da banda de ‘hardcore’ melódico CPM 22 muito gracioso!

Datado de 2001, este disco homônimo da banda paulista CPM 22 tornou-se marcante em minha vida quando, num desentendimento desnecessário e, por sorte, já resolvido com o referido rapaz, eu senti como se a letra de cada uma das 14 faixas do disco tivesse a ver comigo e ele. Faz tempo isso, mais de 5 anos, ao, mas, mesmo assim, ao rever este disco, depois de mais ou menos 3 anos sem ouvi-lo, foi como se tudo ainda estivesse fresco em meu coração. Por isso, “CPM 22” vendeu tanto: ele mexe com os sentimentos de quem sofre (superficialmente) por amor!

Faixas como “Tarde de Outubro”, “O Chão que Ela Pisa”, “O Perdedor (Bohrizloser)”, “A Velha História” e “Antes que Seja Tarde” fizeram sucesso com adolescentes apaixonados na época em que o disco foi lançado e hoje, 10 anos depois, ainda serve como corolário da estranha (e voluntária) dependência fisiológica que eu nutro em relação ao moçoilo que me leva a ouvir este disco e confessar que, sim, gosto dele. Cantarolo as letras com muito vigor, aliás. E pensar que nós conversamos tanto hoje, mas, por causa de mudanças súbitas em relação aos seus planos de diversão supra-motociclística, não nos vimos neste domingo à noite. Digo mais: ele saiu com dois capacetes, na esperança de que encontrasse alguma jovenzinha para fazer sexo. É um direito dele, é uma sorte de quem ele encontrar. A mim, resta esperar, lamber os restos, admitir que acho Badauí (o vocalista da banda) estranhamente sensual, e cantar:

“São coisas que somente o tempo irá curar
Se for para nunca mais te ver chorar
São coisas que somente o tempo irá curar
Se foi tudo vai passar”


Wesley PC>

domingo, 8 de maio de 2011

PODE O AMOR MAIS QUE A IDEOLOGIA? ALIÁS, SÃO ELES DIVERSOS ENTRE SI?

Se existe algo que eu faço bem (talvez porque naturalmente) é evitar a rendição comemorativa a datas que eu não conheço a origem. Segundo a mídia dominante, hoje, segundo domingo do mês de Maio, é Dia das Mães, mas, como eu não sei o porquê, ignoro a data. Para mim e para minha mãe Rosane, Dia das Mães são todos os dias + 1! Como a programação de TV, ao contrário dela e de mim, sucumbe à rendição que evito, calho de me ver enredado em sessões fílmicas que vão ao encontro justamente da comemoração midiaticamente planejada. Assim sendo, na tarde de hoje, vi e me emocionei com a história de uma mãe solteira que resolve viajar para o Irã e encontrar outras mães com filhos na mesma idade que o seu, a fim de que, assim, os garotos possam se conhecer antes de se reencontrarem num contexto de guerra e ódio, mais tarde. Glupt!

A diretora, protagonista e roteirista do filme em pauta chama-se Justine Shapiro e, em 2001, co-dirigiu, ao lado de Carlos Bolado e B. Z. Goldberg, um filme semelhante em proposta, chamado “Promessas de um Novo Mundo”, em que várias crianças judias e palestinas são postas lado a lado, a fim de analisarem o ódio tradicional que sentem umas pelas outras, mesmo que não se conheçam. Em “Nosso Verão em Teerã” (2009), a proposta é ainda mais subjetiva: o próprio filho dela (com 5 anos de idade, se não me engane) interagiria com os filhos de três famílias iranianas, uma comandada por uma atriz divorciada, uma segunda por um militar conservador, e a terceira por pai e mãe soterrados de trabalho. Os resultados são impressionantes!

Não cabe a mim, aqui, descrever minuciosamente o que a Justine Shapiro encontra e mostra em seu corajoso filme, mas algo me incomodava quando o vi sendo anunciado num canal de TV fechada: segundo as propagandas, a diretora estava surpresa por ter encontrado no Irã um contexto de acolhimento familiar mui diverso daquele alarmado pela mídia dominante. Como não vi o filme anterior da protagonista, que parece ser, de fato, emocionante, cri que a perspectiva ideológica dela fosse canhestra. Por outro lado, a beleza das imagens exibidas no mesmo comercial de TV (vide a principal cena de divulgação, acostada a esta postagem) me parecia deveras convidativa, a ponto de eu intuir que amaria o filme. Dito e feito: não somente é ótimo, como as questões combativa e/ou interrogativamente ideológicas são muito bem mescladas ao roteiro extremamente pessoal composto e posteriormente vivenciado pela diretora. Gostei muito do que vi e, como tal, recomendo-o. Pena que minha mãe adormeceu na sala quando o filme estava sendo exibido e não pôde me acompanhar na sessão (com os olhos abertos, pelo menos). Mas ela estava lá, ela me pôs no mundo e, com certeza, ela entende bem o que estou a sentir agora!

Wesley PC>