domingo, 7 de dezembro de 2014

NÃO É QUE EU NÃO SAIBA O QUE DIZER, MAS, ÀS VEZES, A ANGÚSTIA SE INSTALA DE MANEIRA TÃO SUTIL QUE...

...as frases quedam incompletas. Ou melhor, são completadas, mas recebidas incompletamente. Há o que chamamos de ruído na comunicação!

Tentando explicar de outro forma: desde que vi "Nono Mandamento: Não Desejar" (1946, co-dirigido por um tal de Marcello Pagliero), fiquei tão impressionado que resolvi adentrar numa maratona com os filmes menosprezados do genial cineasta Roberto Rossellini (1906-1977), maratona esta que é adiada faz tempo. Li, inclusive, uma autobiografia do diretor e constatei o quanto, para além de seu catolicismo fiel, ele é obcecado por mulheres. Quem mais ousaria mostrar uma fêmea humana nua em 1946? Sabendo-se que o filme foi filmado em 1943, a interrogação fica ainda mais alarmante!

Ah, mas ainda não deu para entender o que eu quero reclamar aqui?! Digamos que hoje é domingo, quando escrevo estas parcas palavras. Domingo, hoje é domingo, dia da semana que mais me apavora. Um domingo de dezembro, mês do ano que mais me assusta. Um conjunto de superstições, talvez. Domingo, quarta-feira, sábado, são todos dias da semana repletos de possibilidades. O mesmo acerca dos meses e dos anos e dos séculos e séculos, amém.

Preciso tomar banho! Talvez lavar os pratos e/ou escolher o que ver mais tarde. A maratona complementar do Alfred Hitchcock (1899-1980) foi adiada. A adolescência da Elizabeth Taylor conseguiu me convencer. Ao final, o cachorro foi salvo, o amor é mais forte. Minha mãe sorriu, vendo algo na TV. Agora, ela resolveu sentar-se na varanda, reclamando do claro. Também sinto claro, numa miríade de sensações que não descarta uma tristeza distanciada. Deixa ela lá. Por ora, ainda reflito. E completo as frases que parecem incompletas... Reticências!

Wesley PC>