sábado, 20 de agosto de 2011

ESTA COISA DE REAGIR COM MÚSICA – PARTE 3: “AT LEAST I DESERVE THE RESPECT OF A KISS”

Amigos convidaram-me para estar ao lado deles na noite de hoje. Eu aceito. Eu quero ir, mas as condições domésticas de praxe me preocupam com a exaltação do que é corriqueiro. Mas deixa quieto: eu quero sair, eu preciso sair! Meu irmão até me emprestou dinheiro para isso! (risos) E, mesmo me dispondo a ir esperando o (in)esperado, puxa, seria tão bom se... Se... tem coisas que eu ainda tenho vergonha de confessar, quem diria?

A canção que mais ouvi durante o dia talvez confesse por mim o que eu estou a sentir agora: chama-se “I Walked” e é composta e interpretada por um artista multiinstrumental, cristão, ultra-pór-moderno, estiloso, bonitinho e reservado apesar de ser prolífico, alter-ego de criaturas como eu:

“Lover, will you look at me now?
I'm already dead to you
But I'm inclined to explain
To you what I could not before
Whatever you didn't do, what you couldn't say
I am sorry that the worst has arrived
For I deserve more
For at least I deserve the respect of a kiss goodbye”


Ai, Deus, que canção linda, que sensação forte, que vontade de amar, pouco me importante se sou amado em retorno ou não, mesmo tendo certeza de que amor atrai amor. Estou encantado, esta canção me radiografa neste exato momento. Preciso comer algo, me banhar, ficar bonito. Quem sabe eu não consiga? Quem sabe?

“I walked, because you walked
But I won't probably get very far
Sensation to what you said
But I'm not about to expect something more
I would not have run off
But I couldn't bear that it's me
It's my fault
I should not be so lost
But I've got nothing left to love”.


Eu amo, sou destes que amam – e, melhor ainda, não estou só!

Wesley PC>

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

ESTA COISA DE REAGIR COM MÚSICA – PARTE 2: “MAL COMEÇASTE A ENFRENTAR A VIDA”...

Cartola.
Ontem, hoje e, quem sabe, também amanhã, eu ouvi "Cartola".
O disco de 1976, que um amigo tão prontamente me recomendou...
O disco que começa com “O Mundo é um Moinho” e termina com “Cordas de Aço”.
12 faixas apenas, mão tão pungentes e amplamente efetivas.
Tão poéticas e bonitas.
Tanto que “vou por aí, a procurar: rir prá não chorar”!

Wesley PC>

ESTA COISA DE REAGIR COM MÚSICA – PARTE 1: “ESTRELAS MUDAM DE LUGAR”...

Nunca tive tanta vontade de escutar Waldick Soriano quanto nesta quinta-feira à noite, após a sessão de “Waldick – Sempre no Meu Coração” (2008), filme-homenagem da Patrícia Pillar que fez com que minha mãe lembrasse que, quando trabalhou como camareira de hotel, já atendeu a seus caprichos alimentícios. Ela sorriu enquanto lembrava isso. Na tela, várias das mulheres que amaram o cantor falavam sobre os primeiros encontros, sobre as paixões tardiamente frustradas, sobre o tempo que passa, mas não apaga as saudades... E, na tela também, o cantor protagonista disse que, apesar de ter estudado apenas até o quarto ano do primário, aprendeu muito na “universidade da vida”. Para ele, de vital importância foi ter sempre consigo a Bíblia Sagrada e um dicionário... E, no último domingo, alguém que me faz amar executou “Esta Noite Eu Queria que o Mundo Acabasse” bem alto, na rua em que moro. Incomodou-me, mas, se no dia já foi bonito, hoje soou ainda mais!

Wesley PC>

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

24... E CONTANDO (OU O PORQUÊ DE A GENTE EXTRAVASAR NOSSAS VIDAS PESSOAIS)!

Hoje foi o dia do aniversário de meu grande amigo-irmão Américo Nascimento: êêêê! Cria que eu não tivesse um bom assunto para comentar aqui antes de dormir, mas alguns eventos sub-reptícios à divertida comemoração desta data tão prestimosa valida uma análise estendida acerca dum assunto pessoal que, em minha opinião, deveria ser cada vez menos pessoal: a vida pessoal propriamente dita. Enquanto fã do filósofo francês Guy Hocquenghem que sou, costumo repetir em voz alta aquele que talvez seja um dos mais belos e urgentes libelos pró-liberdade de expressão homossexual: “o buraco de nosso cu não é íntimo nem privado, ele é público e revolucionário”. Com esta frase, dentre vários outros significados e interpretações possíveis, subentende-se que a militância perpassa pela publicização ostensiva e direcionada de detalhes vitalícios que, segundo os parâmetros burgueses, devem ser tachados de pessoais, reservados, escondidos. A fim de nos enxergarmos como pessoas dispostas a encontrar semelhantes (e também diferentes), devemos compartilhar experiências, estraçalhar os limites da moralidade restritiva e aceitar com galhardia a verdade concernente aos nossos atos e passagens pelo planeta Terra. Um dos convidados à festinha de aniversário de meu grande amigo assumido enquanto pessoa encantadora não compartilhava deste ideal – e isto fez com que algumas ameaças de discórdia manifestassem-se no horizonte da celebração à diversidade que foi este encontro caloroso de amigos...

Antes que meu querido Américo cantarole novamente a canção-tema de “O Pestinha” (1990, de Dennis Dugan) que ditou a tônica humorística da noite, cabe acrescentar que a reclamação acima é muito mais pertinente e direcionada do que se parece. Com certeza ele sabe de quem e do quê eu estou externando insatisfação, mas é esta mesma impressão malfazeja que faz com que eu percebe que, dentre os milhares de motivos que fazem com que eu o ame, a sua sinceridade ilimitada é, acima de tudo, um dos aspectos eufóricos que fazem com que eu perceba, dia após dia, o quanto me foi produtivo, positivo e divino tê-lo encontrado e me irmanado com ele no frenesi exibitório do dia-a-dia. Foi linda esta festinha, Américo! Tu mereces muito mais: aproveite muito bem estes simbólicos 24 anos de idade. Que eles durem e durem e durem...

Wesley PC>

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O AMOR NÃO-CORRESPONDIDO ENQUANTO SUPRA-SUMO DO CLICHÊ ‘PIMBA’ OU POR QUE EU NÃO CONSIGO APAGAR ESTE ARQUIVO MUSICAL DE MEU COMPUTADOR:

O norte-americano James Iha é descendente de japoneses e tornou-se mundialmente famoso e respeitado pro causa de sua longeva contribuição como guitarrista da ótima banda The Smashing Pumpkins. Vasculhando alguns artigos sobre discos ‘pimbas’ na noite de ontem, descobri que ele havia lançado um disco solo em 1998, chamado “Lei It Come Down”. Intuí que não seria um disco muito original, mas que agradaria a quem sofre por amor (ou pela aparente falta de amor, que seja). Baixei o disco prontamente e o ouvi no caminho de ida para o trabalho e de volta para casa. Achei as canções muito parecidas entre si e com este subgênero ‘country’ alternativo, mas uma delas conseguiu me fisgar, “Lover, Lover”, a arquetípica faixa 07:

“Lover, lover come to me if you need sympathy
Lover, lover won't you speak I can barely hear you breathe
Lover, angel and the stars at night in a burned out sky until tomorrow
Lover, angel with no end in sight and no wings to fly
But your still there
Lover, lover come to me if you need sympathy
Lover, lover won't you speak I can barely hear you breathe”


Ouvi a canção várias vezes seguidas, cometi algumas burradas (sempre relacionadas a esta vontade e necessidade de amar alguém que não quer ser amado por mim), disfarcei o cansaço decorrente do sobejo de trabalho neste primeiro dia de aula e pedi perdão. Sou um clichê, nunca pensei em fingir o contrário!

Wesley PC>

domingo, 14 de agosto de 2011

BRAD DAVIS NASCEU EM 1949 E MORREU DE AIDS EM 1991. ERA HOMOSSEXUAL...


Mas, seja como for, tornou-se imortal, ao menos enquanto astro hollywoodiano. Estou revendo "O Expresso da Meia-Noite" (1978, de Alan Parker), depois de quase 20 anos, e, desde já, estou muito emocionado (e excitado): ser preso na Turquia, por tráfico de drogas, é barra-pesada. Quem somos nós para julgar?

Wesley PC>

MESMO QUANDO NÃO ACONTECE NADA, É DRAMA!

Aconteceu muita coisa comigo hoje. Talvez tudo muito corriqueiro, tão trivial que nem pareça mais tão dramático: acordei com o choro altissonante de meu irmão mais novo. Não sei por que (ou talvez saiba, mas temo em admitir), mas ele urrava enquanto as lágrimas escorriam por seu rosto, em frente à rua, sol a pino, ainda consciente e sóbrio. Minha mãe tentava acalmá-lo, eu relutava em despertar (sou um covarde mesmo!), mas ele continuava a chorar, a chorar e a chorar... Permaneceu assim por muito tempo, até que se embebedou, tentou dormir e não conseguiu. Neste momento, ele tenta novamente, mas é difícil, é árduo!

No entretempo de suas tentativas de interrupção lacrimal e de mergulho soporífero, vi um telefilme que parecia tolo, mas me surpreendeu: “Cinema Verité: A Saga de uma Família Americana” (2011, de Shari Springer Berman & Robert Pulcini), sobre um dos primeiros ‘reality shows’ da televisão mundial, em que uma família norte-americana aparentemente típica é esfacela diante das câmeras, por causa do adultério recorrente do pai de família (vivido por um envelhecido e talentoso Tim Robbins), da fragilidade pulsante da mãe (Diane Lane, irrepreensível) e da homossexualidade latejante do filho mais velho (Thomas Dekker, afetado na medida certa). Costumeiramente, detesto cinebiografias, mas esta se permite comparar os personagens fictícios com os reais em mais de uma seqüência e demonstra a sinceridade compositiva mui pertinente dos primeiros em relação aos segundos. Não é de me surpreender tanto, aliás, visto que os diretores já demonstraram entender bastante de metalinguagem emocional no primeiro longa-metragem ficcional que realizaram juntos. Num os momentos mais inspirados do filme, o produtor do ‘reality show’ (James Gandolfini) gritava para os seus câmeras: “não saiam de perto deles nem um momento. Nunca se sabe quando um drama legítimo emergirá nas telas!”. 'Tudo é drama!': pensava eu comigo mesmo. Era verdade... É verdade ainda. E meu irmão dorme, tomara!

Wesley PC>