quarta-feira, 1 de julho de 2009

A VIDA E AS CANÇÕES DO ÁLBUM “CELEBRITY SKIN” (1998), DO HOLE – PARTE III: “NOTHERN STAR”


“And I cry and no one can hear in hell
The blinded eyes that see the chaos
Bring the pitiful to me
Even though I’m wide-awake and I will
And blackest night and I wait for you
It's cold in here
There's no one left and I wait for you
And nothing stops it happening
And I knew I'd cherish all my misery alone”

Segundo exegetas e biógrafos da talentosa Courtney Love, nesta canção ela está a falar sobre seu marido morto, Kurt Cobain. Enquanto lavava os pratos e assava ovo com pimentão e cebola, repetia os gritos e choros desta canção várias e várias vezes. A sinceridade da cantora nos cativa por completo. A letra é maravilhosa. A melodia é triste, mas não nos faz sentir mal. Ao contrário, ela nos motiva a olhar para a frente. A justificar as nossas ações passionais.

Assim o fiz. Liguei o reprodutor de DVDs e vi um filme tolo, porém interessante: o popularmente elogiado “De Repente, Califórnia” (2007, de Jonah Markowitz), cuja sessão faz parte de minhas comemorações pessoais pela semana do Orgulho Gay. Na trama, um jovem surfista que aspira a entrar para uma faculdade de Artes Visuais percebe-se apaixonado pelo irmão mais velho e igualmente surfista de seu melhor amigo. Em verdade, a trama é quase fútil, mecânica em sua fotografia praiana, uma estória contada muitas e muitas vezes. Porém, me encantou a ausência de estereótipos ou afetações (in)verossímeis. Os personagens são comuns, quase triviais, e o homossexualismo dos personagens é apenas um detalhe quase contingente em meio aos dramas familiares do protagonista, que precisa lidar com um pai quase catatônico e uma irmã irresponsável que se tornou mãe solteira muito jovem. É um filme tolo, mas faz pensar que o bem-estar é possível. Senti-me bem após a sua execução. Liguei o rádio e escutei algumas canções do Jacques Brel. É bom e simples viver!

Wesley PC>

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