No ônibus de volta da cidade de Pirambu, alguns companheiros de viagem notaram uma expressão lancinante de contentamento em meu rosto. Para além de todas as ações que eu rememorava no momento, lembrava da primeira vez em que ouvi a canção “A Praieira”, do grupo pernambucano Chico Science & Nação Zumbi, aos 12 anos de idade, na trilha sonora da regravação da novela “Mulheres de Areia” (1993). Mal sabia eu à época da verdadeira revolução cultural que este grupo perpetrava. O que me encantava era aquela voz grossa do cantor principal, aqueles acordes crescentes, aquele som contagiante, aquela letra viva sobre “o que é muito bom, pra ficar pensando melhor”. Não bebo certeza, bebia menos ainda quando tinha 12 anos, mas a música marcou a minha adolescência e foi lindo ouvi-la ontem naquele ‘show’ tão envolvente, em que fui flagrado por Marcos Vicente lendo uma nota fiscal de supermercado enquanto todos se esculhambavam de dançar... Fiquei contente!
“Você pisa onde quer
Que você se sente melhor
Na areia aonde o mar chegou
A ciranda acabou de começar, e ela é !
E é praieira!!! Segura bem forte a mão
E é praieira !!! Vou lembrando a revolução, vou lembrando a Revolução
Mas há fronteiras nos jardins da razão”
Lembro que me chamavam de Tonho da Lua, personagem com problemas mentais que se apaixona perdidamente por duas gêmeas, de nomes Rute e Raquel, uma boa e outra má. Infelizmente, porém, como costuma acontecer no amor, ele não era correspondido (pelo menos, não do jeito que ele queria), apesar de ser muito amigo de uma delas. Passava o dia inteiro a desenhar esculturas de areia na praia. Será que meus vizinhos imaginavam que eu terminaria meus dias assim?
Wesley PC>
Um comentário:
tonho da lua inteligente!!!!!!
feop
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