Um dia, um deles perguntou:
“O que tu gostas de fazer para te divertires? A que lugares tu sentes ganas de ir?”. A resposta veio de pronto:
“a muitos lugares, mas, contigo, a nenhum”. Era a verdade!
“E, no entanto, adorava o amigo; tinha por ele o fanatismo irracional das caboclas do Amazonas pelo branco que a escravizavam, dessas que morrem de ciúmes, mas que também são capazes de matar-se para poupar ao seu ídolo a vergonha de seu amor. O que custava àquele homem consentir que ela, uma vez por outra, se chegasse para junto dele? Todo o dono, nos momentos de bom humor, afaga o seu cão”... [capítulo XVIII]
Tardiamente, vendo uma foto alheia, um deles admitiu, na solidão lúgubre de seu lar: “a culpa é minha! Deveria eu ter mais o que fazer”...
“A princípio, (...) tentou resistir com coragem àquela viuvez pior que essa outra, em que há, para elemento de resignação, a certeza de que a pessoa amada nunca mais terá olhos para cobiçar mulheres, nem boca para pedir amores; mas depois começou a afundar sem resistência na lama de seu desgosto, covardemente, sem forças para iludir-se com uma esperança fátua, abandonando-se ao abandono, desistindo de seus princípios, do seu próprio caráter, sem se ter já neste mundo na conta de alguma coisa e continuando a viver somente porque a vida era teimosa e não queria deixá-la ir apodrecer lá embaixo, por uma vez”. [capítulo XIX]
Identificava-se com as personagens sofridas de “O Cortiço” (1890), clássico naturalista de Aluísio Azevedo, sentia-se abandonado como aquelas mulheres, precisando acumular forças para pedir desculpas coletivas pro ser tão inconseqüentemente insistente, garboso por ter conseguido dinheiro para comprar uma passagem de ônibus e fugir... Acreditar que se pode fugir, ao menos.
A culpa é minha! Sou eu quem traz a dor... e entro no MSN como “o lado bom do masoquismo”... Podem me punir!
A culpa é minha! Wesley PC>
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