sábado, 7 de fevereiro de 2009

O HUMOR QUE ME AGRADA (VIA RAFAEL MAURÍCIO)


O senso de humor do Baiano é de uma singularidade ímpar, se me permite o pleonasmo. Desde que li um ensaio de Henri Bergson, intitulado precisamente “O Riso”, analiso tecnicamente que tipo de componentes me fazem gargalhar diante de uma obra cômica. Percebi que a repetição frasal, que o uso crescente dos mesmos jargões é algo que me cativa deveras.

Não sou de todo fã do diretor, ator, roteirista e sabe-se lá mais o quê italiano Roberto Benigni, mas, diante de “O Pequeno Diabo” (1988), não pude conter um riso maroto e pensar neste menino com cara de indiano que tanto me faz rir... Rir mesmo, por dentro, sendo estes risos acompanhados por um característico gesto de anuência humorística com as mãos...

Em verdade, a trama do filme é boba: um padre vivido por Walter Matthau vive sendo tentado por uma mulher por quem se apaixona, mas, depois de realizar um exorcismo numa senhora obesa, é obrigado a carregar para cima e para baixo o demônio ingênuo que sai da mesma, até que uma diaba sensual (vivida pela maravilhosa Nicoletta Braschi, esposa do diretor e protagonista) chega para carregá-lo de volta ao inferno. É só isso! Mas o personagem central insiste em repetir tantas vezes uma frase tola e inusitada (“olá, é a Glória, esqueci a minha carteira de motorista ao lado da fruteira”) que não pude me esquivar de rir. Certeza que Rafael Maurício ia gostar disso também, ao menos disso, ao menos. [Pleonasmo de novo. Ó, ó...]

Wesley PC>

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