terça-feira, 19 de maio de 2009

PARA QUEM JÁ VIU UM GRANDE AMOR PASSAR...


Hoje eu tomei banho ao som do “Nevermind” (1991), do Nirvana. Faz tempo que eu não ouvia este disco tão juvenil, tão cheio de frescor. O curioso é que puxei este CD depois que conversei com um fã longevo da banda, Fábio Barros. O mais interessante ainda é que puxei o CD de forma completamente aleatória. Enquanto ouvia a faixa 02, “In Bloom”, escrevi algo sobre Rafael Maurício em minha agenda. Algo piegas, algo característico de minha personalidade. Depois que escrevi este algo, resolvi fazer um adendo: Rafael Maurício não é o primeiro, nem tampouco o único a receber este tipo de comentário pessoal elogioso, mas, em minha mente, isto não torna o referido comentário menos importante. Coração de gente é largo mesmo!

A situação por completo me fez lembrar uma pungente, brilhante e muito rápida cena do filme “Beijos Proibidos” (1968), dirigido por François Truffaut, o “cineasta do amor difícil”. Este filme, em verdade, trata-se do terceiro episódio da pentalogia protagonizada por Antoine Doinel, personagem interpretado pelo ótimo ator Jean-Pierre Léaud entre os anos de 1959 e 1979. Na cena em questão (vide foto), ele encontra a jovem que conheceu e amou no segundo filme da cinessérie. A jovem se chama Colette (Marie-France Pisier) e está bem-casada e com filhos quando encontra seu amor de adolescência. Ele, por sua vez, enfrenta todos os tipos de crises românticas, mas jamais conseguiu retirar Colette de sua memória, desesperando-se quando ela vai embora, cordial e indiferente. É uma cena rápida, mas desconcertante, pois sabemos o que ela vai causar no protagonista, que se casa, tem casos extraconjugais e se separa dali por diante, nos dois filmes que restam. Ele amará Colette até o fim de sua vida – e isso de nada adiantará, nada mudará em sua vida prática, que segue em frente, aos erros e atropelos, por mais melancolia e saudade que isto lhe cause eternamente...

Voltando a mim, o tempo vai passar.. Talvez eu sobreviva, talvez não. Mas tanto o Nirvana quanto o François Truffaut serão lembrados até o fim da existência dos humanos na Terra por terem criado obras-primas imortais...

Wesley PC>

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