domingo, 17 de maio de 2009

“SUBMETA-SE! HAJA O QUE HOUVER, FIQUE VIVA...”


Assim diz Nathaniel Hawkeye (Daniel Day-Lewis) à sua amada Cora Munro (Madeleine Stowe) em “O Último dos Moicanos” (1992), filme do Michael Mann que eu faço de tudo para desgostar, mas não consigo. Pelejo para não me seduzir por aquela trama romântica, por aquela trilha sonora fabulosa e competitiva, por aquele revisionismo histórico-ideológico de veras problemático, mas não consigo. O filme me seduz por completo!

Depois que eu o revi pela enésima vez nesta noite de sábado, fui defecar. Tinha medo de eliminar lombrigas, visto que estou tomando um remédio anti-helmíntico, mas nada saiu de anormal de meu cu, salvo uma quantidade exorbitante de merda. Estava segurando este momento fecal há um bom tempo, de maneira que a quantidade de merda excluída foi tão assustadoramente grande que fiquei preocupado com alguma infecção interna e me enchi de soro caseiro, à base de água potável e filtrada, uma colherada de açúcar e uma pitada de sal. Deu certo!

Enquanto limpava a região externa de meu sistema excretor traseiro, percebi uma lesma no lixeirinho do banheiro. Fiquei me imaginando como seria viver como um molusco, enquanto contemplava o animal. Meu celular toca. Chamaram para passar a madrugada em Gomorra, vendo filmes. Aceitei prontamente o convite. Queria que Rafael Maurício estivesse lá, mas ele precisou dormir em casa. Tentei falar com ele por quase 10 horas interruptas, mas ele não atendia o celular. Fiquei desesperado, até que ele me dá um retorno algumas horas depois, quando finalmente percebeu a minha busca. Fiquei tranqüilo.

Aí eu voltei a pensar nesta cena do filme, quando Cora é intimada a permanecer viva, mesmo que fosse estuprada, mesmo que fosse obrigada a casar com quem não ama, mesmo que seu amado semi-indígena fosse morto, mesmo que ela fosse feita prisioneira de guerra... “De que vale a pena viver nestas condições?”, pensei por alguns minutos. “Eu suportaria viver assim?”. Pergunto-me agora: “talvez eu já não viva? E, do meu jeito pessoal de me conformar com o mundo ‘injusto’ ao meu redor, não é bom?”. Pelo sim, pelo não, no interesse de uma resposta mais objetiva, recomendo o filme a quem interessar possa. Eu acho lindo, eu acho ótimo, eu sou desses que amam!

Wesley PC>

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