sábado, 1 de agosto de 2009

“DESCULPA, DESCULPA”...


Tinha a tarde livre. Podia ver o filme que quisesse, pois meu irmão está ocupando pintando uma casa e não faria barulho durante a sessão. Escolhi “O Tempo que Resta” (2005). O título e o currículo sexual do diretor François Ozon eram suficientes. Não me decepcionei. O amigo que me passou o filme disse que ele era demasiado “bobo”. Não sabia nada da estória. Só este adjetivo...

Na primeira cena, um menino de cabelos cacheados observa a praia. Minha mãe estava presente e tentava ler os nomes dos atores franceses. Poucos minutos depois, o protagonista do filme descobre que está com câncer. Tem pouco tempo de vida. Cheira um pouco de cocaína, inventa um pretexto qualquer para se livrar do namorado, visita os pais e briga com a irmã frágil e divorciada. A única pessoa para quem tem coragem de contar sobre a doença é sua avó, que dorme nua. De volta para casa, conhece uma garçonete, cujo marido estéril acorda que eles durmam juntos, a fim de conceberem uma criança. O resto do filme é composto de sensações... Não deu outra, me identifiquei! Sempre me vejo em filmes cujos protagonistas sofredores pratiquem uma extroversão suicida, ao invés da introspecção respeitosa. Vivo para fora, acho!

Durante a sessão, fiquei imaginando se eu seria menos infeliz se fosse um mais egoísta. É óbvio que não, mas imaginei! Fiquei com vontade de praticar sexo casual, que nem os personagens. Na vida real, desinteresso-me logo pela vontade, mas desejei! Todos devem saber como o filme acaba, mas gostei, gostei muito!

Wesley PC>

Nenhum comentário: