quarta-feira, 29 de julho de 2009

“CONSCIÊNCIA É AQUELA VOZ BAIXINHA QUE QUASE NINGUÉM QUER OUVIR”!



“When you wish upon a star

Makes no difference who you are

Anything your heart desires

Will come to you”



Exatamente às 1945’ de ontem, terça-feira, uma pitoresca estudante de Geografia da UFS visita-me no trabalho, pedindo-me literalmente um pedaço de pão, que, por sorte, eu tinha disponível. Além de desejar obter comida, ela queria conversar comigo. Estava carente e triste, pois o jovem por quem está apaixonada dedica muitas horas à cocaína e estava tendo efeitos colaterais desagradáveis no que se refere à manutenção de seu corpo. Infelizmente, eu estava atolado de trabalho e não pude dar a atenção que a jovem geógrafa necessitava. Porém, carreguei comigo a sua preocupação. Ela completará 30 anos em breve. Amadureceu. Merece ser feliz!

Ao chegar em casa, decidi rever “Pinóquio” (1940, de Ben Sharpsteen & Hamilton Luske) com minha mãe. Não obstante este ser um dos longas-metragens mais elogiados da Disney, eu não gosto tanto dele. Entediei-me com o excesso de situações aventurescas, mas resolvi dar uma segunda chance à obra, visto que a primeira vez em que eu o assisti foi em 1998. Era uma pessoa diferente à época, mas hoje, 11 anos depois, continuei a não gostar tanto do filme. Entediei-me novamente com o excesso de situações aventurescas, achei enfadonha toda a seqüência no interior de uma baleia e desgostei da facilidade das situações morais contidas no filme.

Aspectos que eu desgostei: a) apesar de Gepeto, o criador/pai de Pinóquio, ter um peixe de estimação, chamado Cléo, eles não hesitam em se alimentar de outros peixes em várias cenas do filme; b) o gato do protagonista, Fígaro, é maltratado desnecessariamente em quase 80% das cenas em que aparece; c) por mais que o viés moralista que permite que garotinhos fumantes e viciados em sinuca e em cerveja se transformem em burros seja exitoso, a instabilidade comportamental do boneco Pinóquio beira a idiotia; d) o ritmo do filme é deveras irregular e, sinceramente, não me é narrativamente atrativo. Conclusão: não nego que fiquei encantado pelo Grilo Falante, mas, pelo que foi apresentado no filme, fica-me mais e mais difícil acreditar em desejos que possam ser realizados graças ao auxílio de uma estrela mágica ou de uma fada azul. Acho que isso é positivo, não é?

Que seja! O que importa é que um novo dia talvez nasça amanhã e tanto eu, quanto Pinóquio, quanto a geógrafa, quanto seu amante cocainômano, quanto minha mãe, quanto os peixes do mundo terão novas oportunidades de errar e acertar na vida. E o que é melhor: tudo isso é moralmente relativo! Talvez não me adiante muito ser kantiano numa hora destas...

“If your heart is in your dream

No request is too extreme

When you wish upon a star

As dreamers do”

Wesley PC>

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