sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

NOÇÕES BÁSICAS DE ÉTICA EM GOMORRA


Acima de qualquer coisa, Gomorra é uma aula de vida em sociedade.
Em Gomorra, pessoas diferentes interagem.
Em Gomorra, pessoas aprendem a lidar com as diferenças alheias.
Em Gomorra, eu me sinto um ser humano.

Em Gomorra, eu me chateio com a barulheira enquanto vejo um filme.
Em Gomorra, eu mesmo sou convidado a fazer parte da barulheira.
Em Gomorra, eu me decepciono um pouco, mas, se me decepciono em Gomorra, é porque fiz aquilo que o herói constitucional norte-americano Abraham Lincoln sempre prega contra: “quando se procura o mal na raça humana, acaba-se por encontrá-lo”. Se eu me decepcionei, talvez seja porque eu tenha procurado isso! Gomorra não é lugar para expectativas. É lugar para surpresas!

Digamos que, para mim, o momento registrado na foto seja a maior surpresa de Gomorra. Não descreverei minuciosamente o ato, pois ainda preciso conversar com algumas pessoas sobre ele, mas foi surpreendente para mim, surpreendente e ótimo, surpreendente e factualmente diferente (no plano emotivo) do que foi para as pessoas em volta... Tentava insistentemente acordar o moço deitado no chão, ciente de que não conseguiria velar por seu sono da forma adequada. Queria que ele se deitasse num quarto mais reservado, a fim de que eu não pudesse praticar atitudes que me fariam sentir-se arrependido demais – ou, pior: que eu NÃO praticasse atitudes que me fizessem sentir-se arrependido depois. Chances grandiosas não aparecem sempre diante de nós! Quando acordou, porém, tudo o que Marcos Vicente reclamou foi que “não se consegue dormir em Gomorra”. Pior: “a mesma pessoa que reclamou que eu estava deitado no chão [Rafael Coelho], cinco minutos depois estava deitado no mesmo lugar!”. Seria Marcos demasiadamente inocente? Seria eu demasiadamente corrupto? Pelo menos, não me arrependi – ah, disso eu posso ter plena certeza!

Está chegando o Natal. Gomorra está enfeitada com decorações tipicamente vendidas em dezembro. “Às vezes, o pessoal de Gomorra faz justamente aquilo que nós esperávamos que pessoas que não são de lá fizessem”, reclama Marcos comigo pela manhã. Fiquei chateado porque fizeram muito barulho enquanto tentávamos assistir a “O Show Deve Continuar” (1979, de Bob Fosse), mas, não tem jeito: Amo Gomorra! É lá que aprendo a ser gente! É lá que ponho em prática meus instintos mais básicos! É lá que está quem amo!

Wesley PC>

2 comentários:

Unknown disse...

Dá-lhe gomorra.
Cada noite de quint é uma surpresa. É como eu falo, quando penso que já vi tudo na vida, vejo que estou errado.

Pseudokane3 disse...

...E, como bem disse tu, ainda não vimos nada... O que vem pela frente, oh, meu Deus!

Acho que, dessa vez, Marcos não fala mais comigo!

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