segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

"Saindo do Armário"


A minha semana passada foi muito interessante e o fim de semana também porque...Conversava com meu colega e ele me relatava o quanto estava triste por ele ser gay não-assumido (apesar de não gostar da utilização do termo), e o pai dele estar criticando os gays e dizendo que estes deveriam morrer, pois são aberrações da natureza; eu dizia a ele que não devia ficar triste e sim mostrar pra sociedade e para seus pais que somos pessoas normais, e que temos que nos impor diante da sociedade para que nos respeitem.

Lembro que no fim de semana meu pai conversava algo semelhante comigo, ele falava sobre Deus e dizia que devíamos rezar mais porque as coisas estavam piorando, por isso tantos gays por aí, e o interessante é que ele enfatizava que mesmo assim respeitava o gosto de cada um. E diante daquela situação ficava imaginando como seria pra ele saber do que gosto.

E para completar na noite do domingo para segunda assisti a esse filme citado acima, e que por mais que meu amigo Wesley utilize recorrentemente este termo, era a história da minha vida. O filme fala de um garoto de 16 anos que é gay, mas que não é assumido, a história começa com ele indo a um banheiro público no parque para encontrar algum homem, e numa dessas idas ao dito banheiro, ele acaba descobrindo que o amigo dele, que era tido como o machão da escola, era gay também. A partir daí começa uma linda relação entre eles dois, na qual os dois afirmavam que se amavam. E diante disso tudo lá no final do filme, ele resolve assumir para todo o colégio e seus pais que ele era gay, conseqüentemente ele abriu mão do seu amor.

Então me questionava um quão difícil é para um individuo ter que assumir, diante de uma sociedade preconceituosa, que é gay. E quantas vezes julgamos estes mesmos sem procura saber a sua história de vida, sem entender o que faz com que eles não tenham coragem para mostrarem que verdadeiramente são; toda essa pressão social lhe dizendo que você que tem ser alguém moldado.

Ás vezes tenho vontade de chorar e desistir de lutar pelo que quero, porém paro e penso que o melhor mesmo é rir e mostrar que tenho o direito de ser feliz do jeito que sou...

Encerro com uma música de Los Hermanos:

“De onde vem a calma daquele cara ?
Ele não sabe ser melhor, viu?
Como não entende de ser valente
ele não saber ser mais viril
Ele não sabe não, viu?
Às vezes dá como um frio
É o mundo que anda hostil
O mundo todo é hostil
De onde vem o jeito tão sem defeito
que esse rapaz consegue fingir?
Olha esse sorriso tão indeciso
Esta se exibindo pra solidão
Não vão embora daqui
Eu sou o que vocês são
Não solta da minha mão
Não solta da minha mão



Eu não vou mudar não
Eu vou ficar são
Mesmo se for só
não vou ceder
Deus vai dar aval sim,
o mal vai ter fim
e no final assim calado
eu sei que vou ser coroado rei de mim.


Ferrerinha

2 comentários:

Unknown disse...

Ferreirinha, é vc?

esqueceu de assinar. É só ir em editar e colocar teu nome.

Pseudokane3 disse...

Graças a Deus, Ferreirinha assinou!

Texto bonito, pessoal, intenso...

Tinha certeza que o filme ia funcionar... Certeza!

Eu sabia, eu sabia...

Como sou mais velho que tu uns 9 anos, felizmente o problema com minha mãe já está resolvido, mas... Quanto ao resto, o drama é o mesmo!

Oh, dor, oh, vida, oh, azar!

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