segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

REFLEXÕES (AUTO)PORNOGRÁFICAS


Nunca fui uma pessoa muito lembrada por ter pênis. Por mais que isto seja um componente bastante identitário de minha personalidade, já que é este órgão sexual que faz com que eu sempre receba adjetivos genéricos terminados em O e, por causa disso, não seja correspondido pelos meninos heterossexuais por quem me apaixono, meu pênis não foi visto por muitas pessoas. Digamos que, apesar de minha completa virgindade penetrativa, já tive um bom punhado de experiências sexuais. Em pouquíssimas delas, precisei usar o pênis, o que me obriga agora a rever alguns de meus conceitos...

Penso neste dilema erótico neste exato momento porque, ao vasculhar minhas fotos nuas disponíveis no computador de minha casa, percebi que eu nutriria atração sexual por mim mesmo se eu não fosse eu. Posso não ter um pênis grande, mas gosto de minhas proporções, me acho bonito (dou-me nota 7,5, no mínimo) e pertenço ao tipo de moços por quem me atraio sexualmente, onde a cara de menino travesso e a palidez da pele são traços essenciais de minha libido reivindicante.

Seguindo em frente nesta percepção, resolvi ver um filme pornográfico italiano que tinha gravado faz tempo, mas que ainda não havia tido a oportunidade de assistir. Seja porque não gosto muito do gênero (apesar de admitir sua relevância industrial), seja porque esse tipo de filme exige condições adequadas de “recepção” (risos), não havia tido tempo nem espaço para analisar o referido filme, que sequer dispõe da fama de “clássico”, que permite que eu veja os filmes maravilhosos do Gerard Damiano em frente a minha mãe.

O nome do filme em questão é “La Professoressa di Lingue” (2001), de um tal de Steve Morelli, também autor do roteiro. Vi-o sem legendas, a fim de treinar meu aprendizado com a língua-natal de meu tio espiritual Pier Paolo Pasolini. A trama é bem simples, como costuma acontecer em filmes desse tipo: uma professora de inglês (vivida por Milly D’Abbraccio, candidata a vereadora na Itália, que lutou por uma zona de prostituição livre de impostos) resolve migrar para a Sicília (cujas locações foram em Budapeste, na Hungria), onde encontra alunos rebeldes, que desafiam sua autoridade docente. Depois que ela consegue domá-los através do sexo, volta para casa, onde declara amor eterno a seu marido. Só isso, basicamente isto!

O filme tem 103 minutos de duração e 7 cenas de sexo: a primeira é entre a protagonista Sonia e seu marido, numa despedida; a segunda é entre este último e uma amiga de Sonia, que não sabia que ela havia viajado; a terceira é entre Sonia e a sua amiga de profissão, Lucía, que a hospeda em sua casa e, depois de uma massagem espontânea, evolui para novos níveis de intimidade; a quinta é entre Sonia e uma banana madura; a sexta é entre Sonia e o namorado de Lucia, mas logo se transforma num autorizado ‘menáge a trois’; e a sétima e última, definitiva e mais demorada, começa com Sonia e seu aluno mais bonito Rocco (vivido por um abençoado jovem de nome Andrea Dioguardi), mas logo se transforma numa bacanal, envolvendo 5 mulheres e 3 homens.

A quarta e mais elaborada cena de sexo do filme merece um parágrafo à parte: quando entra no auditório em que ministra suas aulas, Sonia depara-se com uma baderna tremenda entre os alunos. Ela reclama, tenta impor ordem, mas Rocco a desafia. Ela sai da sala, chateada, e vai ao banheiro, desabafar. Rocco a segue e, quanto estava prestes a cometer o mais consentido dos estupros, sua namorada chega, baixa a sua calça e pede que Sonia fique contemplando-a enquanto ela chupa o pênis de Rocco por sobre a cueca branca. Após alguns minutos de felação intensa, com Sonia acuada e desejosa num canto, um faxineiro entra no banheiro, com vassoura e rodo nas mãos. Pede desculpas por ter interrompido o coito, mas Rocco logo se antecipa: “pode entrar”. “Posso mesmo?”, pergunta ela, contente, ao que Sonia se adianta em responder, ajoelhando-se diante de sua genitália, gemendo enquanto segura com firmeza o seu órgão sexual rijo e masculino. Esta sim, eu admito, foi uma bela cena de sexo cinematográfico!

Terminado o filme (e passada a excitação – risos), continuo a achar o sexo algo secundário, diante da extrema pulsação amorosa que me move a cada dia e que me faz pensar 500 milhões de vezes por segundo numa mesma pessoa, cujo nome não vou aqui revelar, a fim de não macular a sua egrégia imagem com o conteúdo erótico desse texto, o qual, por precaução, ainda não quero depositar sobre ele. Sou um homem que ama, antes, durante e depois de (pensar em) fazer sexo!

Abaixo, um dos polêmicos cartazes da campanha eleitoral de Milly D’Abbraccio, cujo jargão público era nada mais nada menos que “basta con queste facce da culo!”. Preciso traduzir o que a frase quer dizer?

Wesley PC>

3 comentários:

Unknown disse...

Precisa traduzir sim a frase. Tô tendo dificuldade pra entender.
rsrs foi mal.

Pseudokane3 disse...

Em bom português, bondoso Charlisson, a frase-lema da campanha da Milly D'Abbraccio é;

CHEGA DESTES CARA-DE-CU! (risos)

Corajosa ela, né?

WPC>

Unknown disse...

ah sim! Agora sim hehehe valeu