quinta-feira, 18 de junho de 2009

O DISCURSO DA MAIORIA NUMÉRICA SOBRE MIM!


Lá vou eu de novo, reclamar. Não da vida, mas da sobrevida que querem me obrigar a levar!

Há pouco menos de duas horas, estive a me preparar para rever um clássico filme do gênio cinematográfico Jean-Luc Godard, no auditório da Reitoria da UFS, que estava interditado porque alguns funcionários da referida instituição estavam a assistir um jogo de futebol. Não obstante a sessão de o filme ter sido agendada há meses e eu ter horário para voltar ao trabalho (14h em ponto), as pessoas que estavam na sala recusavam-se a permitir que o filme começasse. Foi o suficiente para que eu explodisse: AQUELE FILME SERIA EXIBIDO NAQUELE HORÁRIO OU EU NÃO ME CHAMARIA WESLEY PEREIRA DE CASTRO!

As pessoas na sala protestavam: “só tem dois ou três gatos pingados na sessão”, “este filme é péssimo”, etc., etc. Eu esbaforia de raiva, de cólera, de desejo, precisava ver aquele filme, na pior das hipóteses, utilizando o parco argumentando de que o horário estava reservado para isso e eu deixei de realizar outras atividades para este fim. As pessoas continuam a contra-argumentar, a confundir uma permissão institucional com pendengas de nível pessoal. Terminei vendo o filme, um dos mais maravilhosos legados contemporâneos sobre a relação conturbada entre a decadência valorativa da virgindade e o ápice da religião tormentosa. Gemia de gozo vendo o filme, ao passo em que ainda era atingido pelos lapsos de fúria que me possuíram antes da sessão. Ao final da mesma, procurei algumas das pessoas conhecidas com quem me interpus. Eles entenderam minha explicação póstuma ou, se não, fizeram que entenderam. Bastou-me. O filme pulsa em mim, em todo o seu pascalismo. Quase uma obra-prima!

Wesley PC>

2 comentários:

Leonardo Bandeira disse...

Pô wesley, quanto foi o jogo? kkkk

cheguei pra assistir o filme 10 mins atrasado e já tinha começado, felizmente a peleja não foi das piores, como n'outra semana, passando o filme bela & a fera - também francês - um grupo de direito (acho) ficou do lado de fora fazendo barulho, revoltados por a sala não estar liberada as duas e ponto (!) ; o filme terminou as duas e... cinco? mas só diminuiu o barulho depois q dei um esporro nas patricinhas =O

sobre o filme, esse pós-nouvelle vague é osso de acompanhar... sua explicação me faria muito bem, mas não lhe vi ;[

entre outras coisas, me passou despercebido que aquela boquinha sexy dela, no final, era um cú - ao melhor estilo tom zé kkkk

a história paralela do professor e a amante eu não vi onde começou nem onde acabou, mas ok...

só me incomodou mesmo aquela edição de som... em 85 Godard ainda nao trabalhava com multiplos canais, um fade-outzinho que fosse?

enfim... preciso dar uma estdada antes de assistir esse filme de novo, nem que seja só pra ver aquela atriz - linda - núissima denovo ;p

Pseudokane3 disse...

(risos)

Pois o que eu mais gosto no filme é precisamente este trabalho sonoro genialmente intermitente... 200.000 músicas se mesclam em meio a barulhos cotidianos. Lindo!

Eu tenho o tal filme em DVd. Tem umas 200.000 pessoas na fila, mas eu te passo depois, se quiseres!

E, sim, a briga foi infernal, mas, quando começou, o jogo estava em 2X0 (risos)

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