domingo, 14 de junho de 2009

UM FILMINHO DE TERROR PARA DESCONTRAIR


Lá no lugar em que trabalho, as pessoas não gostam de filme de terror: afirmam não entender que estranha fascinação leva as pessoas a ficarem diante de uma tela a fim de ter medo. Eu, por minha vez, considero o horror um dos mais gêneros de filmes mais políticos que existem, visto que, ao lidarem com instintos básicos do ser humano, questionam ou põem em xeque toda a sociabilidade dos mesmos. E foi o que percebi hoje ao ver “Trilogia do Terror” (1993), uma produção televisiva boba e em episódios, realizada por John Carpenter (que interpreta o cadáver mestre-de-cerimônias) e Tobe Hooper.

Três episódios: no primeiro, uma estudante de Psicologia fica sozinha em seu trabalho como frentista de posto de gasolina num local deserto e, na primeira madrugada, enfrenta um ‘serial killer’; no segundo, um homem progressivamente calvo fica obcecado por ter uma vasta cabeleira e submete-se a um implante de parasitas pilosos extraterrestres sob sua calvície; e, no terceiro, um jogador de ‘baseball’ realiza um transplante de globo ocular e passa a mancomunar-se com os instintos assassinos do antigo possuidor do órgão. O interessante é que, entre tais tramas de questionamento básico de fobias, um senso de humor negro dúbio interpela o espectador, que faz a si mesmo o questionamento de meus colegas de trabalho sobre o estranho prazer que sentimos ao ver pessoas morrendo na tela e percebe-se alvo de um saldo positivo enquanto conhecedor dos aspectos recônditos da personalidade social humana. Resumindo: por mais bobo que pareça ser um filme do horror, ele sempre nos ensina sobre algo que desejamos fazer com o vizinho ao lado ou, quem sabe, ele já esteja fazendo conosco há tempos...

Na foto, John Carpenter, exibindo suas chagas torácicas protéticas.

Wesley PC>

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