quarta-feira, 17 de junho de 2009

“O EXERCÍCIO DAS PEQUENAS COISAS” (2005), de LUDOV:


“Tudo é tão difícil pra você
Quem sabe um filme antigo cairia muito bem
Às vezes é somente questão de sorrir
O mundo não esquece de você
Quem sabe um bom amigo lhe faria muito bem
Às vezes é somente questão de ouvir
O que os outros tem a dizer”...


Tenho certeza de que já falei desse disco antes, mas não vejo nada de errado em elogiá-lo novamente. As composições de Mauro Motoki e a voz cândida de Vanessa Krongold conseguem dignificar qualquer um dos 15 lamentos contidos neste álbum. Os versos supracitados fazem parte da faixa de abertura, “Sério”, na qual o eu-lírico reclama indiretamente de sua própria submissão passional, ao passo em que percebe que a pessoas que é alvo de sua atenção talvez não seja de todo merecedora desse cuidado. Mas quem disse que se escolhe neste campo? (risos)

Pelo sim, pelo não, o disco é muito bom e é uma das coleções musicais mais recorrentes no aparelho de som de minha casa, tanto que, aos poucos, minha família inteira vai simpatizando com o disco. A suavidade da vocalista e a ternura das canções são realmente cativantes. Na faixa 02, “Estrelas”, a vocalista externa o tipo de impressão que eu tenho em relação a amores vencidos (“Falta um pouco de luz nos seus olhos e me dá saudade o seu rosto brilhando ao sol/ Falta um pouco de amor no seu corpo e eu não posso te dar pois em mim faltará também”), enquanto a faixa 03, “O Dia em que Seremos Felizes”, prenuncia: “Não vou mais ficar aqui sem compreender/ Sei que tudo há de vir no seu devido tempo/ Quem me dera dar o mundo pra você/ E um pouco mais de paz”. Mas é a faixa 04, “Dorme em paz”, uma das que mais reverberam em minha mente, tamanha o respeito que a instância narrativa da mesma confere a quem ama:

“Dorme em paz, já é madrugada
Não dê ouvidos aos ruídos, a essa falta de ar
Meu amor, não pense mais em nada
Feche os olhos e as janelas
Deixe o sono te levar
Pelo escuro”


E o disco segue em frente, com canções intituladas “Esquece e Vai Sorrir”, “Tudo Bem, Tudo Bom”, “É Só Saudade” e um bônus herdado do primeiro trabalho da banda, a canção laureada em vários festivais “Princesa”. Mas a obra-prima do álbum é mesmo “Kriptonita”, com sua bateria crescente, com sua voz evanescente, com sua letra tímida, com seu videoclipe dilacerador...

“Quando você disser
Que longe é um lugar que não existe
Se lembre também de me dizer
Onde é que você vai estar, então

Quando eu te quiser
Quando eu te quiser

Quando eu te quiser
Esteja em casa
Esteja na sala de estar

Eu tenho o mundo inteiro pra salvar
E pensar em você é kriptonita
Você é tão bonita de se admirar
Tão bonita”


Lindo demais, lindo demais! Porém, não podia perder a chance de usar este disco para justificar a hipergrafia típicas dos personagens que compactuam com o que é cantado pela sedutora Vanessa Krongold: “Eu sei que você vê tudo o que eu faço/ Eu sei que você lê tudo o que escrevo/ Escrevo pra você”. Ah, se a vida fosse assim... Tenho certeza que voltarei a falar deste ótimo disco. Não é o caso de pedir desculpas. Afinal de contas, sem resposta a nossas ações, fica difícil progredir moralmente!

Wesley PC>

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