domingo, 20 de setembro de 2009

COINCIDÊNCIAS QUE (NÃO) FEREM...


Por algum estranho motivo, um trecho bem específico da canção “Sloop John B.”, de The Beach Boys, ficava indo e vindo em minha cabeça na sexta-feira pela manhã. Não ouvia a canção fazia tempo, mas aquele “I feel so broken” do refrão me parecia ideal para ficar repetindo e repetindo... Qual não foi a minha surpresa ao chegar em casa e, ao pôr um VHS para assistir a um programa de TV que gravara anteriormente, apertar o botão de execução justamente numa cena de um filme adolescente qualquer em que era pronunciado o referido verso da referida canção. Assustei-me. Sentia-me ferido conforme a canção anunciava... Simples coincidência ou esperada provocação?

Pois bem, seguindo a linha de casualidades, vi dois filmes independentes bastante diversos hoje: o norte-americano “Full Frontal” (2002, de Steven Soderbergh), ruim, e o espanhol “Azul Escuro Quase Preto” (2006, de Daniel Sánchez Arévalo), quase ótimo. O primeiro chafurda em suas pretensões analíticas sobre o universo hollywoodiano paralelo. O segundo me conquistou por seu painel simpático da vida de típicos perdedores urbanos, como um graduado em Administração (ou Economia?) que não consegue emprego pois precisa trabalhar como zelador e cuidar do pai inválido e um vizinho que não sabe se é homossexual ou não, desde que flagrou seu pai sendo masturbado por um massagista. O que me traz de volta às coincidências: no filme soderberghiano, uma massagista também masturba um cliente, que aparece morto numa cena-chave. Será que isso é comum?

Para além das coincidências (no filme espanhol, inclusive, o nome Marcos Miranda é pronunciado!), eu fiquei encantado com “Azul Escuro Quase Preto”: seu protagonista Quim Gutiérrez é lindo e muito carismático, as situações de desamparo irreversível e não irremediável do filme me deixaram consolados em relação aos percalços da vida que levo e meu coração ficou menos machucadinho com o desfecho terno e ousado da trama. A cena mostrada na foto, por exemplo, é repleta de poesia, e envolve uma presidiária, um rapaz que até então era apaixonado por uma moça rica e não tão esnobe quanto parecia e uma gravidez desejada. Há muito por detrás das aparências e joguetes do acaso. Acho que vou dormir contente, apesar de estar um tanto preocupado com o cachorro do vizinho do fundo, que parece estar sendo espancado, às 2 horas da madrugada... Não se pode ter tudo, é o que me (a)parece!

Wesley PC>

2 comentários:

. disse...

Wesley.
O segundo filme eu tenho e já assisti.Gostei.Preciso te passar um filme chamado TIRESIA. Urgente!
e também pegar o que está com você :)
beijos.

Pseudokane3 disse...

Diga-me quando, quando...

É só avisar e dizer quando...

E passe o TIRESIA. Já vi, é ótimo mesmo!

mas eu preciso é do filme com a Asia Argento!

WPC>