sábado, 19 de setembro de 2009

Menino eu prometi um dia desses que eu não lembro mais qual foi postar um tópico sobre a música húgara. Pois então aqui pra escrever o que eu sei sobre a música desse país que eu acho muito simpático, não sei por que especialmente(eu admiro muito os paises do leste europeu, mas lembro que eu tive uma impressão muito boa da revolução de 56), mas que certamente tem uma música que meresse não só um tópico, mas sim um blog inteiro(deve ter algum) .
pelo que ouvi falar a música húgara só se reconheceu como música húgara a partir do século XIX, quando o pianista Franz Lizt(1811-1881)(a quem Nietzsche cita em seus livros como um grande mulherengo) anunciou nacionalismo húgaro(um fato interessante é que Lizt mesmo sendo húngaro e morando muito tempo em Budapeste não falava sua lingua materna). Sei que esse nacionalismo é baseado na escolha de temas nacionais como inspiração de algumas composições, e um uso muito modesto da música popular. Desse compositor são muito famosas as Rapsódias Húngaras, que teve interpretação até do gato Tom em um episódio-concerto muito bonito.
Mas o século XX é esse sim o século da música húngara. E isso se deve primeiramente à Béla Bartók(1881-1945). Bartok é um dos grandes nomes da música moderna, e se enquadra numa segunda geração de nacionalistas que vão esplorar de forma mais intensiva a música tradicional de seus povos. O Béla foi pioneiro em registro de música folclórica, quando no começo do século saiu com sua radiola gravando muitos exeplos da música de toda europa oriental chegando até a Turquia. Mas sua música não é apenas um arranjo da música popular, ela é exemplar também pela sua bem sucedida experimentação rítmica e fusão de uma linguagem moderna com estruturas composicionais masi tradicionais.
Menino sei que depois que Bartok morreu solitário em Nova York, pois ele se exilou pra fugir do Nazismo, quem assumiu o status de estrela da música húgara foi György Ligeti. Antenado com todas as tendencias da vanguarda foi figura central no panorama europeu, e sua obra influencia muitos compositores atuais. Sua música pode ser escutada no 2001 Uma Odisseia no Espaço. É aquele coro muito angustiante que toca quando o pessoal encontra com aquela pedra assustadora. Pois aquela música se ultiliza de uma de suas tecnicas de composição chamada micropolifonia, que torna a música assustadora não só pra quem ouve mas também pra quem canta(ou toca).
Outro grande nome da mesma geração do Ligeti é o seu chará Gyögy Kurtag, que também tem uma obra muito respeitada, mas que pessoalmente eu não conheço.
Pra quem pretende conhecer a obra desse pessoal da Gloriosa Hungria vai aí alguns link:
Do Lizt: http://pqpbach.opensadorselvagem.org/category/liszt/
Do Béla: http://ilcantosospeso.blogspot.com/search/label/B%C3%A9la%20Bart%C3%B3k
Do Ligeti: http://ilcantosospeso.blogspot.com/search/label/Gy%C3%B6rgy%20Ligeti
E do Kurtag: http://ilcantosospeso.blogspot.com/search/label/Gy%C3%B6rgy%20Kurtag
Espero que isso interesse a alguém e por favor me digam o que acharam caso escutem, pois se tem uma coisa que me fascina na música é que ela tem uma capacidade muito grande de me deixar confuso, daí meu interesse pela impressão de vocês.
Um abração e tudo de bom sempre!!!!
Fagote da Batalha Lopes

Um comentário:

Pseudokane3 disse...

E, para além de nos deixar confusos, música seduz, intriga, arrepia, encanta, assusta, mostra que é possível...

Não por coincidência, Lizt, Bartok e Lygeti são figurinhas freqüentes em trilhas sonoras kubrickianas. Por que será? Oh, Hungria que nos intriga!

texto poderoso, menino! Tu escreves igualzinho como falas... Uma fofura isso!

Maurício vai gostar também... E Glauco... E Rafael Torres... e eu, quando reler!

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