terça-feira, 22 de setembro de 2009

NUNCA MAIS EU PONHO UM CIGARRO DE MACONHA NAS MÃOS (RISOS)!


Antes de ver um filme, pessoas diferentes seguem rituais diferentes. Alguns se banham, alguns se alimentam, alguns desligam o celular, alguns se deitam em locais confortáveis, alguns fazem cocô enquanto rezam. Eu basicamente abdico de toda e qualquer pendência que esteja a me incomodar, a fim de que as imagens, sons e interstícios lingüísticos na tela mantenham-me num estado de estupor político-estético que, com o tempo, ajudar-me-á a resolver, inclusive, as pendências existentes.

Pois bem, na noite de ontem, enquanto alguns amigos meus divertiam-se com a ingestão de “amplificadores do músculo cerebral”, eu segurei o que cognominam como “pacaio” nas mãos. Fiz pose, sorri, mas, quem me conhece sabe o porquê, não pus o referido cigarro em minha boca. Mas fiquei lombrado! Via filtros d’água em lugar de geladeiras e vice-versa. Relembrei eventos de minha adolescência sociopática e troquei experiências com os demais graduados/graduandos em Comunicação Social do recinto. Sorri e lembrei que chorei. Percebi que, agora, enquanto escrevo estas linhas, estou bem melhor do que sempre estive. Por mais que eu não enxergue evolução como um termo substitutivo, os adendos conscienciosos de minha vida pós-Gomorra revelam-se cada vez mais e mais como aditivos. Tenho do que me orgulhar: sou um sobrevivente!

Na tarde de hoje, conversava com um afetado colega de trabalho e enumerei, mais uma vez, os motivos traumáticos que me levaram a desgostar de beijos na boca: quando pequeno, enquanto fazia sexo com meninos e meninas de todas as idades e raças, sempre tentava pôr minha língua em seus orifícios bucais. Eles nunca deixavam! Não importava o que fazia com minha genitália ou com a deles, mas boca com boca não me era permitido! Depois que me tornei um fanático católico, fui afligido por cáries frontais. Sofri rejeições esperadas por conta deste problema de saúde no colégio. O trauma anti-beijo aumentou. Hoje, de vez em quando, até disponho de oportunidades para beijar outrem, mas recuso, evito, corro, tenho medo! Mas, por dentro, será que eu sonho em corrigir este problema? Todos que conheço dizem que “beijar é tão bom”...

Que seja, recebi um telefonema hoje á noite e o amigo do outro lado da linha perguntou o motivo de eu ainda não ter feito qualquer comentário escrito sobre a sessão nostálgica de ontem á noite. Faço-o agora – eis a catarse: estou vivo!

Wesley PC>

3 comentários:

Annita! disse...

belo texto.

Anônimo disse...

Foi tão diferente te vê chapado(rsrs).

Quantas estórias você tem, Werlinho!


Rafael Barba.

Pseudokane3 disse...

Imagina quando eu pegar em coisas mais "pesadas" (risos)

Quanto à beleza, Anne amada, é efeito da sinceridade... Dá nisso!

Lindo ter amigos!

Lindo ser salvo!

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