sábado, 26 de setembro de 2009

SÓ ME RESTA A CONCLUSÃO FELIZ...

Não sei se eu já confessei este hábito, mas, sempre que estou a ler um livro de ficção, deixo para saborear o último capítulo, por separado, num contexto reservado. Pois bem, li irregularmente as primeiras 186 páginas da edição que ora leio de “Memórias de um Sargento de Milícias” (1853), único romance publicado por Manuel Antônio de Almeida (!), que o fez aos 21 anos de idade. Conforme disse antes, achei-o um tanto enfadonho no começo, mas apaixonante depois que começa a falar de amor(es). Em dado momento, a fim de explicar como se chega ao coração de um homem que tem em suas mãos os destinos de outrem, o cínico narrador diz:

“Dizem todos, e os poetas juram e tresjuram, que o verdadeiro amor é o primeiro; temos estudado a matéria, e acreditamos hoje que não há que fiar em poetas: chegamos por nossas investigações à conclusão de que o verdadeiro amor, ou são todos ou é um só, e neste caso não é o primeiro, é o último. O último é que é o verdadeiro, porque é o único que não muda. As leitoras que não concordarem com esta doutrina convençam-me do contrário, se são disso capazes”.

Seria eu capaz de negar isto? Que seja, faltam apenas as três páginas curtas do de um capítulo intitulado “”Conclusão Feliz” para que eu dê por completa a leitura deste livro, enfim, surpreendente. E, qual não foi a minha surpresa ao descobrir um disco homônimo do Martinho da Vila, datado de 1971, com este título? Não o conhecia e confesso ser apenas um apreciador tangencial do artista, mas fiquei curioso para ouvi-lo. Alguém pode me fazer alguma recomendação antes que eu inicie (e seja seduzido) por um novo romance, tão verdadeiro quanto qualquer outro amor?

Wesley PC>

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