segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

AGRADECENDO, ANTES QUE POSSA SER TARDE...



Apesar de já ter a obra-prima da música mundial intitulada “Ave Sangria” (1974) salva em formato mp3 no meu computador há uns dois meses antes daquele dia, a primeira vez que ouvi precisamente algo deste álbum homônimo de um dos grupos mais originais de Recife foi no finalzinho de outubro do ano passado, quando, numa praia, Charlisson de Andrade cantou para mim a letra de “Dois Navegantes”:

“Aqui estamos juntos ao pôr-do-Sol, dois navegantes
No mesmo barco
Aqui estamos sós, ao pôr-do-Sol, andando lado a lado
No mesmo mar, ah
Não deixes a vela apagar, nem o mastro cair, nem a corda prender
Só deixes o vento que solta teus cabelos, espelhos dos meus
Te soprar e soprar em mim
Pra depois, deslizar em ti, oh
Deslizar em mim”


Lembro que fiquei emocionado de supetão, achei a música linda e o momento me foi particularmente marcante, visto que foi o primeiro momento em que eu e Leno ficamos sozinhos num mesmo ambiente (Cleidson Carlos tomava banho de mar nesta hora). Na época, escrevi até um texto de Fotolog, que foi bloqueado em virtude da homenagem que prestei à morte do gênio pornográfico Gerard Damiano. O texto, de tom lamentoso, dizia mais ou menos isso:

“Sempre soube que eu me sentia só. Entretanto, como vivia socado em meu trabalho, nem sempre eu tinha tempo para sentir que eu me sentia só. Agora estou com tempo livre. Conclusão: senti que me sinto só. Sinto que me sinto muito só – mesmo que eu não esteja só, efetivamente. Agora eu tenho tempo para conversar com as pessoas, mas elas não têm tempo para conversar comigo, pois geralmente trabalham. Senti-me só, portanto – independente de saber ou sentir isso...”

Esta semana, voltei a trabalhar. Não definitivamente, mas realizando trabalhos esporádicos, em virtude da publicação do resultado do Vestibular/2009. Meu humor está muito diferente do que sentia naquela época, sinto-me bem mais amado e compreendido, sinto que tenho para onde ir quando estiver me sentindo sozinho, sinto que tenho muitos amigos. E, por ter amigos, enrubesço aqui de felicidade ao lembrar quando Charlisson cantou esta canção para mim, novamente, na noite de meu aniversário, pouco tempo antes de Marcos entrar naquela residência e quase estragar minha felicidade duradoura. Por isso, repito e dedico a Leno o que escrevi sobre ele e a canção do Ave Sangria na época, há uns 3 meses atrás:

“Como eu queria ser capaz de traduzir em palavras o forte sentimento que os acordes lacrimejantes desta canção me causa! Como eu queria ter o talento musical daquele garoto bondoso que encetou esta canção ao violão, numa praia, ao meu lado, na segunda-feira! Como eu queria... Como eu quero!”

Obrigado pelas boas lembranças, Charlisson de Andrade. Tu contribuíste de vez para que eu superasse o meu trauma de violão (risos). Agora eu até canto!

Wesley PC>

Um comentário:

Unknown disse...

Você se apropriou da canção de tal maneira que tornou-se co-autor.
Valeu uerlinho