sábado, 3 de outubro de 2009

GINOCÍDIO É PARA QUEM ENTENDE!

Não escrevi a palavra erroneamente. Em “Anticristo” (2009), do Lars Von Trier, esta é a palavra-chave: ginocídio (com I), morte de mulheres, tema que a personagem feminina pesquisa em sua tese sobre a natureza humana do Mal.

Finalmente tive a graça de ver este filme tão badalado, numa cópia horrenda, mas que permitiu que eu e meus amigos interagíssemos (para o bem e para o mal) com a piada de humor negro dirigida contra a psiquiatria de araque. Não consigo me apiedar imediatamente com quem tem aquele tipo de distúrbio psicótico-traumático, mas sei bem o que querem dizer os títulos de três capítulos do filme: “Sofrimento”, “Dor (O Caos Reina)” e “Desespero (Ginocídio)”. Pode ser um dos filmes menos elogiados do diretor dinamarquês, mas o seu sadismo característico está lá – e, como sempre, é tudo menos gratuito!

É perigoso contar qualquer coisa sobre este filme, sob pena de estragara as surpresas e seu impacto inegável, mas gostaria aqui de externar minha reação de completo estupor diante da cena mostrada na foto, quando, tomada pela angústia e pela culpa de saber que seu filho pequeno morreu enquanto ela fazia sexo, a personagem feminina (Charlotte Gainsbourg) bate sua cabeça repetidas vezes contra um vaso sanitário. Doeu nela e doeu em mim!

Se é um bom filme de terror, conforme anunciam os divulgadores? Qual filme trieriano não o é? A fim de não criar qualquer expectativa problemática, prefiro dizer que “Anticristo” realmente funciona como terapia para quem acredita sofrer de depressão. Eu particularmente não gostei muito – mas que ele é impactante e bastante recomendável, jamais negarei!

Wesley PC>

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