sábado, 3 de outubro de 2009

TENHO MEDO DE ME TORNAR INVEJOSO E/OU CIUMENTO - MAS ISSO NÃO BASTA!

Mas é “a ordem natural das coisas”, tal qual um jovem de 20 anos morrer antes da avó. Não me seria ideal buscar as exceções? Criado como proto-cristão e ciente de que necessito compensar todos os anos em que fui um sociopata convicto, enxergo no boicote de qualquer projeção de posse imaginária sobre pessoas que conheço uma tentativa de sobrevivência. Mas, por dentro, eu as controlo, eu as vigio, eu as desejo, eu sei que minha hora já passou...

Conforme disse antes, na noite de ontem, fui sozinho a uma sala de cinema, assistir a um curta-metragem sobre um menino interando com câncer. Num delírio terminal, ele encontra seus melhores amigos, seus familiares mais queridos e o amor de sua vida. Num impulso psicológico incontrolável, fiquei tentando imaginar como seria se fosse eu no lugar dele e senti-me deveras culpado por imaginar, ainda, que manipularia as pessoas com truques baratos de chantagem emocional patológica aprendidos com minha mãe. Tenho medo de receber voluntariamente. Talvez eu esteja velho, talvez o tempo tenha passado e eu desperdiçado as minhas chances ou gasto-as através do histrionismo, talvez eu não mereça, talvez eu não perceba, talvez não existam mais “talvezes”, talvez...

As três pessoas que dividem espaço na fotografia não são mais vistas por mim: uma porque não tem tempo ou vontade ou paciência, que seja; outro, porque está longe espacialmente; e um terceiro porque eu lhe causei ódio. Por um estratagema previsível do destino, amo violentamente estes três garotos. Cada qual a seu modo, sinto falta de cada um dos minutos que passei ao lado deles. Mas devo estar pagando por meus erros. Assumo a culpa, como mais digna e covardemente possível das atitudes. Mas isto não resolve nada: continuo a sentir falta deles, vigiá-los, persegui-los, observá-los, desejá-los. Por que não consigo admitir que minha hora já passou?

Em várias oportunidades, recebi admoestações para não falar sobre estas pessoas aqui, para não irritar os possíveis leitores com lamúrias vãs de um psicótico apaixonado, expondo detalhes sobre vidas de outrem, que têm o direito de fazerem o que quiserem com suas próprias vidas, por mais que, me minha cabeça demente, isto pareça me afetar. Obedeci, mas continuei a incomodar (no sentido pejorativo do termo) mesmo assim. Meu mal seja existir, talvez. É o preço que se paga...

Wesley PC>

Nenhum comentário: