As tradições milenares japonesas são conhecidas por sua rigidez e fidedignidade a padrões culturais estabelecidos desde e era medieval. Por outro lado, o Japão é um destacado pólo contemporâneo de pesquisas tecnológicas avançadas. Tal contraste publicitário entre o velho (e reverenciado) e o novo (e exaltado) na cultura japonesa encontra na obra do animador Hayao Miyazaki um paroxismo expressivo, dado que seus filmes, realizados à maneira tradicional, põem em pauta, quase sempre, a questão do choque entre ritmos diferenciados de vida. A análise superficial de qualquer uma de suas obras-primas em longa-metragem revelará tal contraste, mas é em “A Viagem de Chihiro” (2001) que encontramos o cenário-síntese, dado que os personagens moralmente ambíguos interagem no que é definido como sendo “uma SPA para deuses moribundos”, no qual encontramos personagens mitológicos apresentados em filmes anteriores do próprio Hayao Miyazaki e, numa cena impressionante, a “alma” de um rio poluído resolve se banhar. A partir de comentários sobre os filmes miyazakianos, portanto, pode-se investigar as principais conseqüências de fenômenos contemporâneos como a globalização ou o pós-modernismo na modelagem das artes, levando-se em consideração as observações teóricas do autor britânico Fredric Jameson sobre aspectos formais que obliteram a perda da historicidade em seus constructos culturais.
Este é mais ou menos o resumo de um trabalho que eu pretendo apresentar no mês de setembro, na Semana de Letras Clássicas da universidade em que estudo. Se alguém se interessar pelo tema...
Wesley PC>
Wesley PC>
3 comentários:
Muito bem escolhido Weslinho, lembro-me de assisti-lo com vc e o Ferreirinha aí em Gomorra.
Abraços
Comigo não...
Eu dormi neste dia (risos)
Tu é que estavas chapadésimo neste dia e entrou na onda (risos)
Miyazaki é gênio!
WPC>
Ah, não perco essa sua apresentação nem a pau.
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