sábado, 15 de agosto de 2009

FRASE FÍLMICA DE SÁBADO – I: “TEUS LÁBIOS DEIXARIAM UM PIRULITO MUITO FELIZ”

Odiei este filme quando vi das primeiras vezes. Não suportei o machismo do protagonista nem as músicas oitentistas (este adjetivo, na própria década de 1980, era uma ofensa – risos), detestava o Prince e não entendia por que faziam tanto alvoroço em volta dele. Mas o guloso Rafael Maurício baixou o disco com a trilha sonora (páginas 520 e 521 do guia “1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer”) e me passou antes de viajar para Salvador – BA. Disse-me que achou o conteúdo chato, eu concordei, mas o filme passou na TV e, como eu dependo de elos com quem valorizo, gravei-o só por curiosidade. Hoje à tarde, eu me senti e o assisti. Não é que eu gostei desta vez?

Tudo bem, o machismo do protagonista ainda está lá, a confusão de sentimentos em relação ao pai espancador e a mãe submissa também me incomodou, mas a letra de “When Doves Cry” resolve o problema. A futilidade da personagem de Apollonia Kotero continua ultra-cafona, mas quem disse que a pessoa amada precisa ser “perfeita”? (ops!) Relaxei o superego e me deixei levar pelo egoísmo inicial do protagonista, convenientemente apelidado de “o Garoto”, que vai cedendo espaço a um moço talentoso, que aprende a ouvir as pessoas que estão ao seu redor. A sexualidade extremada da cena em que ele canta e dança a polemica “Darling Nikki” (sobre masturbação ninfomaníaca) e a execução da música-título fizeram do mal-escrito e mal-dirigido “Purple Rain” (1984, de Albert Magnoli) um filme muito bom de ser visto. Muito bom e providencial, aliás, visto que a letra da canção [“Eu nunca tive a intenção de te causar nenhuma mágoa/ Eu nunca tive a intenção de te causar nenhuma dor/ Só queria te ver pelo menos uma vez sorrindo/ Só queria te ver sorrindo/ Na chuva púrpura/ Chuva púrpura/ Só queria ver você, baby/ Na chuva púrpura”] me fez ficar mais tranqüilo em relação ao fato incômodo de eu ter ficado incomodado com o fato de ter suportado um pequeno “vazio” dialogístico quando acompanhei “o Perfeito” até sua casa na noite de ontem. Ele reclamava de sua dor de cabeça, falava de exames de eletro-encefalograma realizados em sua terra natal e eu queria chorar, queria tocar em assuntos-tabus (por mais que estes tivessem sido acordados de “não serem tabus entre nós”), queria me livrar da presença de Marcos, sentando na mesa do bar para a qual eu teria que voltar minutos depois... Sobrevivemos ambos! Eu adormeci na cama de Luiz Ferreira Neto e Rafael Maurício foi procurado em casa depois da meia-noite (não por mim). Choveu, mas acho que as gotas d’água eram incolores mesmo! Continuo sem gostar muito do Prince, mas o disco é bom...

Wesley PC>

4 comentários:

Unknown disse...

Vi esse filme uma vez no cine-belas artes da SBT, muito chato. A música Purple Rain é muito chata também. Por que cargas d'água Chico Cesar cantou "quando ouvi Prince dancei"? Só pode ser "dançou" no sentido ruim. kkkkkkkkkkk

Pseudokane3 disse...

Então, quando eu vi no Belas Artes, no mesmo dia que tu, detestei... mas Revi ontem e curti. Culpa do Maurício ou da idade?

WPC>

Anônimo disse...

Vale a pena ouvir o Price? Desconheço totalmente as músicas dele.


Rafael Barba.

Gomorra disse...

Neste disco, nem que seja por "Darling Nikki" ou "When Doves Cry", vale! Ele é extremamente elogiado pelos críticos, mas é de um pedantismo machista atroz!

WPC>